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VIAGGIO APOSTOLICO DI SUA SANTITÀ BENEDETTO XVI IN PORTOGALLO NEL 10° ANNIVERSARIO DELLA BEATIFICAZIONE DI GIACINTA E FRANCESCO, PASTORELLI DI FÁTIMA (11 - 14 MAGGIO 2010) (XIII), 13.05.2010


INCONTRO CON LE ORGANIZZAZIONI DELLA PASTORALE SOCIALE, NELLA CHIESA DELLA SS.MA TRINDADE A FÁTIMA

 DISCORSO DEL SANTO PADRE

 TRADUZIONE IN LINGUA ITALIANA 

 TRADUZIONE IN LINGUA INGLESE

 TRADUZIONE IN LINGUA FRANCESE

Alle ore 17.00 di questo pomeriggio, il Santo Padre Benedetto XVI incontra le organizzazioni della pastorale sociale nella chiesa della SS.ma Trindade presso il Santuario di Nostra Signora di Fátima. Sono presenti all’incontro le maggiori organizzazioni a livello nazionale, cattoliche e non, impegnate nell’assistenza sociale, oltre ai dipendenti ed ai collaboratori del Santuario. Al termine dell’incontro il Papa benedice la prima pietra di un centro delle Misericordie Portoghesi che sarà eretto a Fátima.

Dopo l’indirizzo di omaggio di S.E. Mons. Carlos Alberto de Pinho Moreira Azevedo, Vescovo Ausiliare di Lisboa e Presidente della Commissione episcopale per la Pastorale sociale, il Santo Padre pronuncia il discorso che riportiamo di seguito:

 DISCORSO DEL SANTO PADRE 

Queridos irmãos e amigos,

Ouvistes Jesus dizer: «Vai e faz o mesmo» (Lc 10, 37). Recomenda-nos que façamos nosso o estilo do bom samaritano, cujo exemplo acaba de ser proclamado, ao aproximar-nos das situações carentes de ajuda fraterna. E qual é esse estilo? «É "um coração que vê". Este coração vê onde há necessidade de amor e actua em consequência» (Bento XVI, Enc. Deus caritas est, 31). Assim fez o bom samaritano. Jesus não se limita a recomendar; como ensinam os Santos Padres, o Bom Samaritano é Ele, que Se faz próximo de todos os homens e «derrama sobre as suas feridas o óleo da consolação e o vinho da esperança» (Missal Romano, Prefácio Comum VIII) e os conduz à estalagem, que é a Igreja, onde os faz tratar, confiando-os aos seus ministros e pagando pessoalmente de antemão pela cura. «Vai e faz o mesmo»! O amor incondicionado de Jesus que nos curou há-de converter-se em amor entregue gratuita e generosamente, através da justiça e da caridade, para vivermos com um coração de bom samaritano.

É com grande alegria que me encontro convosco neste lugar bendito que Deus escolheu para recordar à humanidade, através de Nossa Senhora, os seus desígnios de amor misericordioso. Saúdo com grande amizade cada pessoa aqui presente e as entidades a que pertencem, na diversidade de rostos unidos na reflexão das questões sociais e sobretudo na prática da compaixão, voltada para os pobres, os doentes, os presos, os sós e desamparados, as pessoas com deficiência, as crianças e os idosos, os migrantes, os desempregados e os sujeitos a carências que lhes perturbam a dignidade de pessoas livres. Obrigado, Dom Carlos Azevedo, pelo preito de união e fidelidade à Igreja e ao Papa que prestou tanto da parte desta assembleia da caridade como da Comissão Episcopal de Pastoral Social a que preside e que não cessa de estimular esta imensa sementeira de bem-fazer em Portugal inteiro. Cientes, como Igreja, de não poderdes dar soluções práticas a todos os problemas concretos, mas despojados de qualquer tipo de poder, determinados ao serviço do bem comum, estais prontos a ajudar e a oferecer os meios de salvação a todos.

Queridos irmãos e irmãs que operais no vasto mundo da caridade, «Cristo ensina-nos que "Deus é amor" (1 Jo 4, 8) e simultaneamente ensina-nos que a lei fundamental da perfeição humana e, consequentemente, também da transformação do mundo é o novo mandamento do amor. Portanto aqueles que crêem na caridade divina têm a certeza d’Ele que a estrada da caridade está aberta a todos os homens» (Conc. Ecum. Vaticano II, Const. Gaudium et spes, 38). O cenário actual da história é de crise sócio-económica, cultural e espiritual, pondo em evidência a oportunidade de um discernimento orientado pela proposta criativa da mensagem social da Igreja. O estudo da sua doutrina social, que assume como principal força e princípio a caridade, permitirá marcar um processo de desenvolvimento humano integral que adquira profundidade de coração e alcance maior humanização da sociedade (cf. Bento XVI, Enc. Caritas in veritate, 20). Não se trata de puro conhecimento intelectual, mas de uma sabedoria que dê sabor e tempero, ofereça criatividade às vias cognoscitivas e operativas para enfrentar tão ampla e complexa crise. Que as instituições da Igreja, unidas a todas as organizações não eclesiais, melhorem as suas capacidades de conhecimento e orientações para uma nova e grandiosa dinâmica que conduza para «aquela civilização do amor, cuja semente Deus colocou em todo o povo e cultura» (Ibid., 33).

Na sua dimensão social e política, esta diaconia da caridade é própria dos leigos, chamados a promover organicamente o bem comum, a justiça e a configurar rectamente a vida social (cf. Bento XVI, Enc. Deus caritas est, 29). Consta das vossas conclusões pastorais, resultantes de reflexões recentes, formar uma nova geração de líderes servidores. A atracção de novos agentes leigos para este campo pastoral merecerá certamente especial cuidado dos pastores, atentos ao futuro. Quem aprende de Deus Amor será inevitavelmente pessoa para os outros. Realmente, «o amor de Deus revela-se na responsabilidade pelo outro» (Bento XVI, Enc. Spe salvi, 28). Unidos a Cristo na sua consagração ao Pai, somos tomados pela sua compaixão pelas multidões que pedem justiça e solidariedade e, como o bom samaritano da parábola, esforçamo-nos por dar respostas concretas e generosas.

Muitas vezes, porém, não é fácil conseguir uma síntese satisfatória da vida espiritual com a acção apostólica. A pressão exercida pela cultura dominante, que apresenta com insistência um estilo de vida fundado sobre a lei do mais forte, sobre o lucro fácil e fascinante, acaba por influir sobre o nosso modo de pensar, os nossos projectos e as perspectivas do nosso serviço, com o risco de esvaziá-los da motivação da fé e da esperança cristã que os tinha suscitado. Os pedidos numerosos e prementes de ajuda e amparo que nos dirigem os pobres e marginalizados da sociedade impelem-nos a buscar soluções que estejam na lógica da eficácia, do efeito visível e da publicidade. E todavia a referida síntese é absolutamente necessária para poderdes, amados irmãos, servir Cristo na humanidade que vos espera. Neste mundo dividido, impõe-se a todos uma profunda e autêntica unidade de coração, de espírito e de acção.

No meio de tantas instituições sociais que servem o bem comum, próximas de populações carenciadas, contam-se as da Igreja Católica. Importa que seja clara a sua orientação de modo a assumirem uma identidade bem patente: na inspiração dos seus objectivos, na escolha dos seus recursos humanos, nos métodos de actuação, na qualidade dos seus serviços, na gestão séria e eficaz dos meios. A firmeza da identidade das instituições é um serviço real, com grandes vantagens para os que dele beneficiam. Passo fundamental, além da identidade e unido a ela, é conceder à actividade caritativa cristã autonomia e independência da política e das ideologias (cf. Bento XVI, Enc. Deus caritas est, 31 b), ainda que em cooperação com organismos do Estado para atingir fins comuns.

As vossas actividades assistenciais, educativas ou caritativas sejam completadas com projectos de liberdade que promovam o ser humano, na busca da fraternidade universal. Aqui se situa o urgente empenhamento dos cristãos na defesa dos direitos humanos, preocupados com a totalidade da pessoa humana nas suas diversas dimensões. Exprimo profundo apreço a todas aquelas iniciativas sociais e pastorais que procuram lutar contra os mecanismos sócio-económicos e culturais que levam ao aborto e que têm em vista a defesa da vida e a reconciliação e cura das pessoas feridas pelo drama do aborto. As iniciativas que visam tutelar os valores essenciais e primários da vida, desde a sua concepção, e da família, fundada sobre o matrimónio indissolúvel de um homem com uma mulher, ajudam a responder a alguns dos mais insidiosos e perigosos desafios que hoje se colocam ao bem comum. Tais iniciativas constituem, juntamente com muitas outras formas de compromisso, elementos essenciais para a construção da civilização do amor.

Tudo isto bem se enquadra na mensagem de Nossa Senhora que ressoa neste lugar: a penitência, a oração, o perdão que visa a conversão dos corações. Esta é a estrada para se construir a referida civilização do amor, cujas sementes Deus lançou no coração de todo o homem e que a fé em Cristo Salvador faz germinar. Obrigado!

[00688-06.01] [Texto original: Português]

 TRADUZIONE IN LINGUA ITALIANA 

Carissimi fratelli e amici,

Avete ascoltato Gesù dire: «Va’ e anche tu fa’ così» (Lc 10, 37). Egli ci esorta a fare nostro lo stile del buon samaritano, il cui esempio è stato appena proclamato, nell’accostarsi alle situazioni carenti di aiuto fraterno. E qual è questo stile? «È "un cuore che vede". Questo cuore vede dove c’è bisogno di amore e agisce in modo conseguente» (Benedetto XVI, Enc. Deus caritas est, 31). Così ha fatto il buon samaritano. Gesù non si limita ad esortare; come insegnano i Santi Padri, il Buon Samaritano è proprio Lui, che si fa vicino ad ogni uomo e «versa sulle sue ferite l’olio della consolazione e il vino della speranza» (Prefazio comune VIII) e lo conduce all’albergo, che è la Chiesa, dove lo fa curare, affidandolo ai suoi ministri e pagando di persona, in anticipo, per la sua guarigione. «Va’ e anche tu fa’ così». L’amore incondizionato di Gesù che ci ha guarito dovrà ora trasformarsi in amore donato gratuitamente e generosamente, mediante la giustizia e la carità, se vogliamo vivere con un cuore di buon samaritano.

Provo grande gioia nell’incontrarvi in questo luogo benedetto che Dio si è scelto per ricordare all’umanità, attraverso la Madonna, i suoi disegni di amore misericordioso. Saluto con grande amicizia ogni persona qui presente nonché le istituzioni alle quali appartiene, nella diversità di volti che si trovano uniti nella riflessione sulle questioni sociali e soprattutto nella pratica della compassione verso i poveri, i malati, i detenuti, quelli che vivono da soli e abbandonati, le persone disabili, i bambini e i vecchi, i migranti, i disoccupati e quanti patiscono bisogni che ne turbano la dignità di persone libere. Grazie, Mons. Carlos Azevedo, per l’omaggio di comunione e fedeltà alla Chiesa e al Papa che mi ha voluto offrire sia da parte di quest’assemblea della carità che della Commissione Episcopale di Pastorale Sociale da Lei presieduta e che non smette di stimolare questa grande semina di opere di bene in tutto il Portogallo. Consapevoli, come Chiesa, di non essere in grado d’offrire soluzioni pratiche ad ogni problema concreto, ma sprovvisti di qualsiasi tipo di potere, determinati a servire il bene comune, siate pronti ad aiutare e ad offrire i mezzi di salvezza a tutti.

Cari fratelli e sorelle che operate nel vasto mondo della carità, «Cristo ci rivela che "Dio è amore" (1 Gv 4,8) e insieme ci insegna che la legge fondamentale della perfezione umana e quindi anche della trasformazione del mondo è il nuovo comandamento dell’amore. Dunque coloro che credono nella carità divina sono da Lui resi certi che la strada della carità è aperta a tutti gli uomini» (Cost. Gaudium et spes, 38). L’attuale scenario della storia è di crisi socio-economica, culturale e spirituale, e pone in evidenza l’opportunità di un discernimento orientato dalla proposta creativa del messaggio sociale della Chiesa. Lo studio della sua dottrina sociale, che assume come principale forza e principio la carità, permetterà di tracciare un processo di sviluppo umano integrale che coinvolga le profondità del cuore e raggiunga una più ampia umanizzazione della società (cfr Benedetto XVI, Enc. Caritas in veritate, 20). Non si tratta di semplice conoscenza intellettuale, ma di una saggezza che dia sapore e condimento, offra creatività alle vie conoscitive ed operative tese ad affrontare una così ampia e complessa crisi. Possano le istituzioni della Chiesa, insieme a tutte le organizzazioni non ecclesiali, perfezionare le loro capacità di conoscenza e le direttive in vista di una nuova e grandiosa dinamica, che conduca verso «quella civiltà dell’amore, il cui seme Dio ha posto in ogni popolo, in ogni cultura» (ibid., 33).

Nella sua dimensione sociale e politica, questa diaconia della carità è propria dei fedeli laici, chiamati a promuovere organicamente il bene comune, la giustizia e a configurare rettamente la vita sociale (cfr Benedetto XVI, Enc. Deus caritas est, 29). Una delle conclusioni pastorali, emerse nel corso di vostre recenti riflessioni, è di formare una nuova generazione di leader servitori. L’attrarre nuovi operatori laici per questo campo pastorale meriterà sicuramente una particolare premura dei pastori, attenti al futuro. Chi impara da Dio Amore sarà inevitabilmente una persona per gli altri. In effetti, «l’amore di Dio si rivela nella responsabilità per l’altro» (Benedetto XVI, Enc. Spe salvi, 28). Uniti a Cristo nella sua consacrazione al Padre, siamo afferrati dalla sua compassione per le moltitudini che chiedono giustizia e solidarietà e, come il buon samaritano della parabola, ci impegniamo ad offrire risposte concrete e generose.

Spesso, però, non è facile arrivare ad una sintesi soddisfacente tra la vita spirituale e l’attività apostolica. La pressione esercitata dalla cultura dominante, che presenta con insistenza uno stile di vita fondato sulla legge del più forte, sul guadagno facile e allettante, finisce per influire sul nostro modo di pensare, sui nostri progetti e sulle prospettive del nostro servizio, con il rischio di svuotarli di quella motivazione della fede e della speranza cristiana che li aveva suscitati. Le numerose e pressanti richieste di aiuto e sostegno che ci rivolgono i poveri e i marginalizzati della società ci spingono a cercare soluzioni che rispondano alla logica dell’efficienza, dell’effetto visibile e della pubblicità. Tuttavia, la menzionata sintesi è assolutamente necessaria, amati fratelli, per poter servire Cristo nell’umanità che vi attende. In questo mondo diviso, si impone a tutti una profonda e autentica unità di cuore, di spirito e di azione.

Tra tante istituzioni sociali al servizio del bene comune, vicine alle popolazioni bisognose, si contano quelle della Chiesa cattolica. Bisogna che sia chiaro il loro orientamento, perché assumano un’identità ben evidente: nell’ispirazione dei loro obiettivi, nella scelta delle loro risorse umane, nei metodi di attuazione, nella qualità dei loro servizi, nella seria ed efficace gestione dei mezzi. La ferma identità delle istituzioni è un reale servizio, di grande giovamento per coloro che ne beneficiano. Oltre l’identità e ad essa collegata, è un passo fondamentale concedere all’attività caritativa cristiana autonomia e indipendenza dalla politica e dalle ideologie (cfr Benedetto XVI, Enc. Deus caritas est, 31 b), anche se in collaborazione con gli organi dello Stato per raggiungere scopi comuni.

Le vostre attività assistenziali, educative o caritative siano completate da progetti di libertà che promuovano l’essere umano, nella ricerca della fraternità universale. Si colloca qui l’urgente impegno dei cristiani nella difesa dei diritti umani, attenti alla totalità della persona umana nelle sue diverse dimensioni. Esprimo profondo apprezzamento a tutte quelle iniziative sociali e pastorali che cercano di lottare contro i meccanismi socio-economici e culturali che portano all’aborto e che hanno ben presenti la difesa della vita e la riconciliazione e la guarigione delle persone ferite dal dramma dell’aborto. Le iniziative che hanno lo scopo di tutelare i valori essenziali e primari della vita, dal suo concepimento, e della famiglia, fondata sul matrimonio indissolubile tra un uomo e una donna, aiutano a rispondere ad alcune delle più insidiose e pericolose sfide che oggi si pongono al bene comune. Tali iniziative costituiscono, insieme a tante altre forme d’impegno, elementi essenziali per la costruzione della civiltà dell’amore.

Tutto ciò ben si integra con il messaggio della Madonna che risuona in questo luogo: la penitenza, la preghiera, il perdono che mirano alla conversione dei cuori. Questa è la via per edificare detta civiltà dell’amore, i cui semi Dio ha gettato nel cuore di ogni uomo e che la fede in Cristo Salvatore fa germinare. Grazie!

[00688-01.01] [Testo originale: Portoghese]

 TRADUZIONE IN LINGUA INGLESE 

Dear Brothers and Sisters,
Dear Friends,

You have heard Jesus say: "Go and do likewise" (Lk 10:37). He exhorts us to imitate the example of the Good Samaritan, which was just now proclaimed, when approaching situations which call for fraternal assistance. And what is this example? It is that of "a heart which sees". "This heart sees where love is needed and acts accordingly" (Deus Caritas Est, 31). This is how the Good Samaritan acted. Jesus does not only exhort us; as the Fathers of the Church taught, he is himself the Good Shepherd who draws near to each man and "pours upon his wounds the oil of consolation and the wine of hope" (Portuguese Common Preface VIII). Christ then leads him to the inn, which is the Church, entrusts him to the care of his ministers and pays in person, beforehand, for his healing. "Go and do likewise". The unconditional love of Jesus which has healed us must now become a love bestowed freely and generously, through justice and charity, if we want to live with a good Samaritan’s heart.

I am very happy to meet you in this holy place where God chose to remind mankind, through Mary, of his plan of merciful love. I offer a friendly greeting to all of you, and to the institutions which you represent. Yours is a variety of faces, all one in concern for social issues and, above all, in showing compassion to the poor, the infirm, prisoners, the lonely and abandoned, the disabled, children and the elderly, migrants, the unemployed and all those who experience needs which compromise personal dignity and freedom. I thank Bishop Carlos Azevedo, for the pledge of communion and fidelity to the Church and to the Pope which he has expressed both on the part of this assembly of charity and of the Episcopal Commission for Pastoral Social Work of which he is President, which constantly encourages this great sowing of charitable works throughout Portugal. Conscious, as the Church, of not being able to provide practical solutions to each concrete problem, and lacking any kind of power, yet determined to serve the common good, you are ready to assist and to offer the means of salvation to all.

Dear brothers and sisters working in the vast world of charity, "Christ reveals to us that ‘God is love’ (1 Jn 4:8) and at the same time teaches that the fundamental law of human perfection, and consequently of the transformation of the world, is the new commandment of love. He assures those who trust in the charity of God that the way of love is open to all" (Gaudium et Spes, 38). History presently offers us a scenario of socio-economic, cultural and spiritual crisis, which highlights the need for a discernment guided by a creative proposal of the Church’s social message. The study of her social doctrine, which takes charity as its principal strength and guide, will make possible a process of integral human development capable of engaging the depths of the human heart and achieving a greater humanization of society (cf. Caritas in Veritate, 20). This is not simply a matter of intellectual knowledge, but of a wisdom which can provide creativity, a sort of flavour and seasoning, to the intellectual and practical approaches aimed at meeting this broad and complex crisis. May the Church’s institutions, together with all non-ecclesial organizations, perfect their theoretical analyses and their concrete directives in view of a new and grandiose process capable of leading to "that civilization of love, whose seed God has planted in every people, in every culture" (ibid., 33).

In its social and political dimension, this service of charity is the proper realm of the lay faithful, who are called to promote organically justice and the common good, and to configure social life correctly (cf. Deus Caritas Est, 29). One pastoral conclusion which emerged in your recent reflections is that a new generation of servant leaders needs to be trained. Attracting new lay workers for this pastoral field surely calls for particular concern on the part of the Church’s pastors as they look to the future. Anyone who learns from the God who is Love will inevitably be a person for others. In effect, "the love of God is revealed in responsibility for others" (Spe Salvi, 28). United to Christ in his consecration to the Father, we are seized by his compassion for the multitudes who cry out for justice and solidarity, and like the Good Samaritan in the parable, committed to providing concrete and generous responses.

Often, however, it is not easy to arrive at a satisfactory synthesis between spiritual life and apostolic activity. The pressure exerted by the prevailing culture, which constantly holds up a lifestyle based on the law of the stronger, on easy and attractive gain, ends up influencing our ways of thinking, our projects and the goals of our service, and risks emptying them of the motivation of faith and Christian hope which had originally inspired them. The many pressing requests which we receive for support and assistance from the poor and marginalized of society impel us to look for solutions which correspond to the logic of efficiency, quantifiable effects and publicity. Nonetheless, the synthesis which I mentioned above is absolutely necessary, dear brothers and sisters, if you are to serve Christ in the men and women who look to you. In this world of division, all of us are called to have a profound and authentic unity of heart, spirit and action.

The many social institutions which serve the common good, and are close to those in need, include those of the Catholic Church. The guiding principles of the latter need to be clear, so that they can be clearly indentifiable by the inspiration of their aims, in the choice of their human resources, in their methods of operation, in the quality of their services, and in the serious and effective management of their means. The solid identity of these institutions provides a real service, and is of great help to those who benefit from them. Beyond this issue of identity, and connected with it, it is a fundamental step to ensure that Christian charitable activity is granted autonomy and independence from politics and ideologies (cf. Deus Caritas Est, 31b), even while cooperating with state agencies in the pursuit of common goals.

The services you provide, and your educational and charitable activities, must all be crowned by projects of freedom whose goal is human promotion and universal fraternity. Here we can locate the urgent commitment of Christians in defence of human rights, with concern for the totality of the human person in its various dimensions. I express my deep appreciation for all those social and pastoral initiatives aimed at combating the socio-economic and cultural mechanisms which lead to abortion, and are openly concerned to defend life and to promote the reconciliation and healing of those harmed by the tragedy of abortion. Initiatives aimed at protecting the essential and primary values of life, beginning at conception, and of the family based on the indissoluble marriage between a man and a woman, help to respond to some of today’s most insidious and dangerous threats to the common good. Such initiatives represent, alongside numerous other forms of commitment, essential elements in the building of the civilization of love.

All this fits very closely with the message of Our Lady which resounds in this place: penance, prayer and forgiveness aimed at the conversion of hearts. In this way you are building the civilization of love, whose seeds God has sown in the heart of every man and woman, to which faith in Christ the Saviour gives abundant growth. Thank you!

[00688-02.01] [Original text: Portuguese]

 TRADUZIONE IN LINGUA FRANCESE

Chers Frères et amis,

Vous avez entendu Jésus dire : « Va, et toi aussi fais de même » (Lc 10, 37). Il nous exhorte à faire nôtre l’attitude du bon samaritain, dont l’exemple vient d’être proclamé, face aux situations où l’aide fraternelle fait défaut. Et quelle est cette attitude ? « C’est ‘un cœur qui voit’. Ce cœur voit où l’amour est nécessaire et il agit en conséquence » (Benoît XVI, Enc. Deus caritas est, n. 31). C’est ce qu’a fait le bon samaritain. Jésus ne se limite pas à exhorter ; comme l’enseignent les Saints Pères de l’Eglise, le Bon Samaritain c’est Lui, qui se fait proche de tout homme, et « verse sur ses blessures l’huile de la consolation et le vin de l’espérance » (Préface commune VIII), qui le conduit à l’auberge, qui est l’Église, où il le fait soigner, le confiant à ses ministres et payant en personne, par avance, pour sa guérison. « Va, et toi aussi fais de même ». L’amour inconditionnel de Jésus qui nous a guéris devra maintenant se transformer en amour donné gratuitement et généreusement, à travers la justice et la charité, si nous voulons vivre avec un cœur de bon samaritain.

J’éprouve une grande joie à vous rencontrer en ce lieu béni que Dieu s’est choisi pour rappeler à l’humanité, par la Vierge, ses desseins d’amour miséricordieux. Je salue avec grande amitié toutes les personnes ici présentes ainsi que les institutions auxquelles elles appartiennent, dans la diversité des visages qui se trouvent unis dans la réflexion sur les questions sociales et surtout dans la pratique de la compassion envers les pauvres, les malades, les détenus, ceux qui vivent seuls et abandonnés, les personnes handicapées, les enfants et les personnes âgées, les migrants, les personnes sans emploi et toutes celles qui connaissent des besoins qui abiment leur dignité de personnes libres. Merci, Monseigneur Carlos Azevedo, pour l’hommage de communion et de fidélité à l’Église et au Pape que vous avez voulu m’offrir aussi bien de la part de cette assemblée de la charité que de la Commission épiscopale de Pastorale sociale que vous présidez et qui encourage sans cesse ces grandes semailles de bonnes œuvres à travers tout le Portugal. Conscients, en tant qu’Église, de ne pas être en mesure d’offrir des solutions pratiques à chaque problème concret, et dépourvus de tout type de pouvoir, déterminés à servir le bien commun, vous êtes prêts à aider et à offrir les moyens du salut à tous.

Chers frères et sœurs qui opérez dans le vaste monde de l’entraide, « le Christ nous révèle que ‘Dieu est amour’ (1 Jn 4, 8) et il nous enseigne en même temps que la loi fondamentale de la perfection humaine, et donc de la transformation du monde, est le commandement nouveau de l’amour. A ceux qui croient à la divine charité, il apporte ainsi la certitude que la voie de l’amour est ouverte à tous les hommes » (Const. Gaudium et spes, n. 38). Le déroulement actuel de l’histoire est fait de crises socio-économiques, culturelles et spirituelles, et il met en évidence l’opportunité d’un discernement orienté par la proposition créative du message social de l’Église. L’étude de sa doctrine sociale qui prend la charité comme principe et force principale, permettra de tracer un processus de développement humain intégral qui implique les profondeurs du cœur et vise à une plus vaste humanisation de la société (cf. Benoît XVI, Enc. Caritas in veritate, n. 20). Il ne s’agit pas d’une simple connaissance d’ordre intellectuel, mais d’une sagesse qui donne saveur et relief, offre une créativité aux voies d’appréhension et d’action visant à affronter une crise aussi vaste et complexe. Puissent les institutions de l’Église, avec toutes les organisations non ecclésiales, perfectionner leurs capacités d’étude et leurs orientations en vue d’une dynamique nouvelle et de grande ampleur, qui conduise vers « cette civilisation de l’amour dont Dieu a semé le germe dans chaque peuple et chaque culture » (ibid. n. 33).

Dans sa dimension sociale et politique, cette diaconie de la charité est le propre des fidèles laïcs, appelés à promouvoir organiquement le bien commun, la justice et à configurer de manière droite la vie sociale (cf. Benoît XVI, Enc. Deus caritas est, n. 29). Une des conclusions pastorales, qui ressortent de vos récentes réflexions, est de former une nouvelle génération de leaders serviteurs. Attirer de nouveaux acteurs laïcs dans ce domaine pastoral méritera certainement une attention particulière de la part des pasteurs, attentifs à l’avenir. Celui qui apprend de Dieu Amour sera immanquablement une personne pour les autres. En effet, « l’amour de Dieu se révèle dans la responsabilité envers autrui » (Benoît XVI, Enc. Spe salvi, n. 28). Unis au Christ dans sa consécration au Père, nous sommes saisis par sa compassion pour les multitudes qui demandent justice et solidarité et, comme le bon samaritain de la parabole, nous nous engageons à offrir des réponses concrètes et généreuses.

Souvent, cependant, il n’est pas facile d’arriver à une harmonie satisfaisante entre la vie spirituelle et l’activité apostolique. La pression exercée par la culture dominante, qui présente avec insistance un style de vie fondé sur la loi du plus fort, sur le gain facile et alléchant, finit par influencer notre mode de penser, nos projets et les perspectives de notre service, avec le risque de les vider de cette motivation de foi et d’espérance chrétiennes qui les avait suscités. Les nombreuses et pressantes demandes d’aide et de soutien que nous adressent les pauvres et les marginaux de la société nous poussent à chercher des solutions qui répondent à la logique de l’efficacité, de la visibilité et de la publicité. Toutefois, la synthèse en question est absolument nécessaire, frères bien-aimés, pour pouvoir servir le Christ dans l’humanité qui vous attend. Dans ce monde divisé, s’impose à tous une profonde et authentique unité de cœur, d’esprit et d’action.

Parmi de nombreuses institutions sociales au service du bien commun, proche des populations nécessiteuses, on compte celles de l’Église catholique. Il faut que leur orientation soit claire, pour qu’elles adoptent une identité bien évidente : dans l’inspiration de leurs objectifs, dans le choix de leurs ressources humaines, dans leurs méthodes d’action, dans la qualité de leurs services, dans la gestion sérieuse et efficace de leurs moyens. La ferme identité des institutions est un réel service, d’un grand avantage pour ceux qui en bénéficient. Au-delà de l’identité tout en étant lié à elle, il est fondamental d’accorder à l’activité caritative chrétienne une autonomie et une indépendance à l’égard de la politique et des idéologies (cf. Benoît XVI, Enc. Deus caritas est, n. 31b), y compris dans la collaboration avec les organes de l’État pour atteindre des buts communs.

Que vos activités d’assistance, d’éducation ou de charité soient complétées par des projets de liberté qui promeuvent l’être humain, dans la recherche de la fraternité universelle. Se situe ici l’engagement urgent des chrétiens dans la défense des droits humains, attentifs à la totalité de la personne humaine dans ses diverses dimensions. J’exprime ma profonde appréciation pour toutes ces initiatives sociales et pastorales qui cherchent à lutter contre les mécanismes socio-économiques et culturels conduisant à l’avortement et qui tiennent clairement compte de la défense de la vie, de la réconciliation, et de la guérison des personnes blessées par le drame de l’avortement. Les initiatives qui ont pour but de sauvegarder les valeurs essentielles et premières de la vie, dès sa conception, et de la famille, fondée sur le mariage indissoluble entre un homme et une femme, aident à répondre à certains des défis les plus insidieux et les plus dangereux qui aujourd’hui se opposent au bien commun. Ces initiatives constituent, avec beaucoup d’autres formes d’engagement, des éléments essentiels pour la construction de la civilisation de l’amour.

Tout ceci s’intègre bien au message de la Vierge qui retentit en ce lieu : la pénitence, la prière, le pardon qui visent à la conversion des cœurs. C’est le chemin pour édifier la civilisation de l’amour, dont Dieu a jeté les semences dans le cœur de tout homme et que la foi dans le Christ Sauveur fait germer. Merci!

[00688-03.01] [Texte original: Portugais]

[B0309-XX.01]