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VIAGGIO APOSTOLICO DI SUA SANTITÀ BENEDETTO XVI IN PORTOGALLO NEL 10° ANNIVERSARIO DELLA BEATIFICAZIONE DI GIACINTA E FRANCESCO, PASTORELLI DI FÁTIMA (11 - 14 MAGGIO 2010) (X), 12.05.2010


CELEBRAZIONE EUCARISTICA DELLA VEGLIA DELLA SOLENNITÀ DELLA BEATA MARIA VERGINE DI FÁTIMA PRESIEDUTA DAL CARDINALE SEGRETARIO DI STATO SUL SAGRATO DEL SANTUARIO

 OMELIA DEL CARDINALE SEGRETARIO DI STATO

 TRADUZIONE IN LINGUA ITALIANA

 TRADUZIONE IN LINGUA INGLESE

 TRADUZIONE IN LINGUA FRANCESE

Dopo le ore 22, conclusa la recita del Santo Rosario guidata dal Santo Padre, ha inizio la processione con le fiaccole nella spianata davanti al Santuario di Fátima. Quindi il Cardinale Segretario di Stato Tarcisio Bertone presiede la Celebrazione Eucaristica della Veglia della Solennità mariana del 13 maggio. Pubblichiamo di seguito l’omelia che il Card. Tarcisio Bertone pronuncia nel corso della Santa Messa:

 OMELIA DEL CARDINALE SEGRETARIO DI STATO

Venerados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Amados Irmãos e Irmãs no Senhor,
Queridos peregrinos de Fátima!

Disse Jesus: «Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos Céus» (Mt 18, 3). Para entrar no reino, temos de nos fazer humildes, sempre mais humildes e pequeninos, pequeninos o mais possível: tal é o segredo da vida mística. Um início sério de vida espiritual começa quando uma pessoa faz um autêntico acto de humildade, deixando a difícil posição de quem se crê sempre o centro do universo para se abandonar nos braços do mistério de Deus com uma alma de criança.

Nos braços do mistério de Deus! N’Ele, não há só poder, ciência, majestade, mas também infância, inocência, ternura infinita, porque é Pai, infinitamente Pai. Não o sabíamos antes, nem podíamos sabê-lo; foi necessário que nos enviasse seu Filho para o descobrirmos. Este fez-Se criança e, deste modo, pôde dizer-nos para nos tornarmos crianças a fim de entrar no seu reino. Ele, que é Deus de grandeza infinita, fez-Se tão pequenino e humilde diante de nós que somente os olhos da fé e dos simples podem reconhecê-Lo (cf. Mt 11, 25). Pôs assim em discussão o instinto natural de protagonismo que reina em nós: «Ser como Deus» (Gn 3, 5). Pois bem! Deus apareceu na terra feito criança. Agora sabemos como é Deus: é uma criança. Era preciso ver para crer! Veio ao encontro da nossa prepotente necessidade de sobressair mas inverteu a sua direcção, propondo colocá-la ao serviço do amor; sobressair, sim, mas como o mais pacífico, indulgente, generoso e serviçal de todos: o servo e o último de todos.

Irmãos e irmãs, esta é a «sabedoria que vem do Alto» (cf. Tg 3, 17). Por sua vez, a «sabedoria» do mundo exalta o sucesso pessoal e busca-o a todo o custo, eliminando sem escrúpulos quem for visto como impedimento à própria supremacia. A isto chamam vida, mas o rasto de morte por ela deixado logo os desdiz. «Todo aquele que odeia o seu irmão – ouvimos na segunda leitura – é homicida e vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo em si» (1 Jo 3, 15). Só quem ama o irmão possui em si mesmo a vida eterna, isto é, a presença de Deus, que, por meio do Espírito, comunica ao crente o seu amor e o torna participante do mistério da vida trinitária. Na verdade, assim como um emigrante em terra estrangeira, embora adaptando-se à nova situação, mantém consigo – pelo menos no coração – as leis e os costumes do seu povo, assim também Jesus vindo à terra trouxe consigo, como peregrino da Trindade, o modo de viver da sua pátria celeste que «exprime humanamente os comportamentos divinos da Trindade» (Catecismo da Igreja Católica, n. 470). No Baptismo, cada um de nós renunciou à «sabedoria» do mundo e voltou-se para a «sabedoria do Alto», que se manifestou em Jesus, mestre incomparável na arte de amar (cf. 1 Jo 3, 16). Dar a vida pelo irmão é o cúmulo do amor: disse Jesus (Jo 15, 13); disse e cumpriu-o, mandando-nos amar como Ele (cf. Jo 15, 12). Passar da vida como posse à vida como dom é o grande desafio, que revela – a nós mesmos e aos outros – quem somos e quem queremos ser.

O amor fraterno e gratuito é o mandamento e a missão que o divino Mestre nos deixou, capaz de convencer os nossos irmãos e irmãs em humanidade: «É por isto que todos saberão que sois meus discípulos: Se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 35). Às vezes lamentamo-nos da presença marginal do cristianismo na sociedade actual, da dificuldade em transmitir a fé aos jovens, da diminuição das vocações sacerdotais e religiosas… Poder-se-ia elencar outros motivos de preocupação; de facto, não é raro sentirmo-nos perdedores aos olhos do mundo. Mas a aventura da esperança leva-nos mais longe. Diz-nos que o mundo é de quem mais o ama e melhor lho prova. No coração de cada pessoa, há uma sede infinita de amor; e nós, com o amor que Deus derrama nos nossos corações (cf. Rm 5, 5), podemos saciá-la. Naturalmente o nosso amor tem de ser expresso «não com palavras e com a língua mas com obras e em verdade», acudindo alegre e solicitamente com os nossos bens às necessidades dos indigentes (cf. 1 Jo 3, 16-18).

Queridos peregrinos e quantos me ouvis, «reparti com alegria como a Jacinta». Tal é o apelo que este Santuário quis pôr em evidência no centenário do nascimento da privilegiada vidente de Fátima. Há dez anos, neste mesmo lugar, o Venerável Servo de Deus João Paulo II elevou-a à glória dos altares juntamente com o irmão Francisco, que cumpriram, em breve tempo, a longa marcha para a santidade, guiados e sustentados pelas mãos da Virgem Maria. São dois frutos maduros da árvore da Cruz do Salvador. Olhando para eles, sabemos que esta é a estação dos frutos... frutos de santidade. Velho tronco lusitano de seiva cristã, com os ramos estendidos para outros mundos e aí enterrados como rebentos de novos povos cristãos, sobre ti pousou a Rainha do Céu o seu pé – pé vitorioso que esmaga a cabeça da serpente enganadora (cf. Gen 3, 15) – à procura dos pequeninos do reino dos céus. Acalentados pela oração desta noite de vigília e com os olhos fixos na glória dos Beatos Francisco e Jacinta, aceita o desafio de Jesus: «Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos Céus» (Mt 18, 3). Para pessoas minadas pelo orgulho como nós, não é fácil tornar-se como as crianças. Por isso Jesus nos adverte tão duramente: «Não entrareis…»! Não nos dá alternativa. Portugal, não te resignes a formas de pensar e de viver que não têm futuro, porque não assentam na sólida certeza da Palavra de Deus, do Evangelho. «Não temas! O Evangelho não é contra ti, mas a teu favor. (…) No Evangelho, que é Jesus, encontrarás a esperança sólida e duradoura por que anseias. É uma esperança fundada na vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. Esta vitória, quis Ele que te pertencesse para tua salvação e alegria» (João Paulo II, Exort. ap. Ecclesia in Europa, 121).

A primeira leitura mostra como Samuel encontrou uma guia no Sumo Sacerdote Heli. Este demonstra com a criança toda a prudência requerida pelo dever de verdadeiro educador, capaz de intuir a natureza da profunda experiência que Samuel está a fazer. Mas ninguém pode decidir acerca da vocação de outrem; por isso Heli encaminha Samuel para a escuta dócil da palavra de Deus: «Falai, Senhor, que o vosso servo escuta» (1 Sm 3, 10). De certo modo, podemos ler à mesma luz esta Visita do Santo Padre, que decorre sob o lema: «Papa Bento XVI, contigo caminhamos na Esperança!» São palavras que sabem tanto de uma confissão colectiva de fé e adesão à Igreja com o seu fundamento visível em Pedro como de uma aprendizagem pessoal de confiança e lealdade na guia paterna e sábia de quem o Céu escolheu para indicar à humanidade deste tempo a estrada certa que ao mesmo conduz.

Santo Padre, «contigo caminhamos na Esperança»! Contigo, aprendemos a distinguir a grande Esperança das esperanças pequenas e sempre limitadas como nós! Quando, no meio da debandada geral para voltar às pequenas esperanças, se fizer ouvir o repto de Jesus, a grande Esperança: «Também vós quereis ir embora?», acorda-nos tu, Pedro, com a tua palavra de sempre: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus» (Jo 6, 68-69). Na verdade – lembra-nos o Pedro de hoje, Papa Bento XVI –, «quem não conhece Deus, mesmo podendo ter muitas esperanças, no fundo está sem esperança, sem a grande Esperança que sustenta toda a vida (cf. Ef 2,12). A verdadeira e grande esperança do homem, que resiste apesar de todas as desilusões, só pode ser Deus – o Deus que nos amou e ama ainda agora "até ao fim", "até à plena consumação" (cf. Jo 13, 1; 19, 30)» (Enc. Spe salvi, 27).

Amados peregrinos de Fátima, fazei que o Céu seja sempre o horizonte da vossa vida! Disseram-vos que o Céu pode esperar, mas enganaram-vos... A voz que vem do Céu não é como estas vozes que fazem lembrar a lendária sereia enganadora que adormecia as suas vítimas antes de as precipitar no abismo. Há dois mil anos que, partindo da Galileia, ressoa até aos confins da terra a voz definitiva do Filho de Deus que diz: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho» (Mc 1, 15). Fátima recorda-nos que o Céu não pode esperar! Por isso peçamos, com filial confiança, a Nossa Senhora que nos ensine a dar o Céu à terra: Ó Virgem Maria, ensinai-nos a crer, adorar, esperar e amar convosco! Indicai-nos o caminho para o reino de Jesus, o caminho da infância espiritual. Vós, Estrela da Esperança que trepidante nos espera na Luz sem ocaso da Pátria eterna, brilhai sobre nós e guiai-nos nas vicissitudes de cada dia, agora e na hora da nossa morte. Amen.

[00685-06.01] [Texto original: Português]

 TRADUZIONE IN LINGUA ITALIANA

Venerati Fratelli nell’Episcopato e nel Sacerdozio,
Amati Fratelli e Sorelle nel Signore,
Cari pellegrini di Fatima!

Dice Gesù: «Se non vi convertirete e non diventerete come i bambini, non entrerete nel regno dei cieli» (Mt 18,3). Per entrare nel regno, dobbiamo farci umili, sempre di più umili e piccoli, piccoli il più possibile: questo è il segreto della vita mistica. Un serio avvio della vita spirituale ha inizio quando una persona fa un autentico atto di umiltà, lasciando la difficile posizione di chi si ritiene sempre il centro dell’universo per abbandonarsi nelle braccia del mistero di Dio, con un’anima da bambino.

Nelle braccia del mistero di Dio! In Lui, non c’è soltanto potenza, scienza, maestà, c’è anche infanzia, innocenza, tenerezza infinita, perché Lui è Padre, infinitamente Padre. Non lo sapevamo prima, né potevamo saperlo; è stato necessario che ci inviasse il suo Figlio perché lo scoprissimo. Questi si è fatto bambino e così ha potuto dirci di diventare noi stessi bambini per entrare nel suo regno. Egli, che è Dio di infinita grandezza, si è fatto così piccolo e umile davanti a noi che soltanto gli occhi della fede e dei semplici Lo possono riconoscere (cfr Mt 11,25). Così ha messo in discussione l’istinto naturale di protagonismo che regna in noi: «Diventare come Dio» (cfr Gen 3,5). Ebbene! Dio è apparso sulla terra come bambino. Adesso sappiamo come è Dio: è un bambino. Bisognava vedere per credere! Egli è venuto incontro al nostro prepotente bisogno di emergere, ma ne ha invertito la direzione proponendoci di metterlo al servizio dell’amore; emergere sì, ma come il più pacifico, indulgente, generoso e servizievole di tutti: il servo e l’ultimo di tutti.

Fratelli e sorelle, questa è «la sapienza che viene dall’alto» (cfr Gc 3,17). Invece la «sapienza» del mondo esalta il successo personale e lo cerca ad ogni costo, eliminando senza scrupoli chi è considerato come ostacolo alla propria supremazia. Questo chiamano vita, ma la scia di morte, che essa lascia subito li contraddice. «Chiunque odia il proprio fratello – lo abbiamo sentito nella seconda lettura – è omicida, e voi sapete che nessun omicida ha più la vita eterna che dimora in lui» (1Gv 3,15). Soltanto chi ama il fratello possiede in se stesso la vita eterna, ossia, la presenza di Dio, il quale, per mezzo dello Spirito, comunica al credente il suo amore e lo fa partecipe del mistero della vita trinitaria. In effetti, così come un migrante in un Paese straniero, nonostante si adatti alla nuova situazione, conserva in sé – almeno nel cuore – le leggi e le abitudini del suo popolo, così anche Gesù venuto sulla terra ha portato con sé, in quanto pellegrino della Trinità, il modo di vivere della sua patria celeste che «esprime umanamente gli atteggiamenti divini della Trinità» (Catechismo della Chiesa Cattolica, n. 470). Nel Battesimo, ognuno di noi ha rinunziato alla «sapienza» del mondo e si è rivolto verso la «sapienza dall’alto», che si è manifestata in Gesù, Maestro incomparabile nell’arte di amare (cfr 1Gv 3, 16). Donare la vita per il fratello è l’apice dell’amore, ha detto Gesù (cfr Gv 15,13); l’ha detto e l’ha fatto, comandandoci di amare come Lui (cfr Gv 15,12). Il passare dalla vita come possesso, alla vita come dono, è la grande sfida, che rivela – a noi stessi e agli altri – chi siamo e chi vogliamo essere.

L’amore fraterno e gratuito è il comandamento e la missione che il divino Maestro ci ha lasciato, in grado di convincere i nostri fratelli e sorelle in umanità: «Da questo tutti sapranno che siete miei discepoli: se avete amore gli uni per gli altri» (Gv 13,35). A volte ci lamentiamo a causa della presenza marginale del cristianesimo nella società attuale, della difficoltà nel trasmettere la fede ai giovani, della diminuzione delle vocazioni sacerdotali e religiose… e si potrebbero elencare altri motivi di preoccupazione; infatti non di rado ci sentiamo dei perdenti al cospetto del mondo. L’avventura della speranza però ci porta più lontano. Ci dice che il mondo è di chi più lo ama e meglio glielo dimostra. Nel cuore di ogni persona c’è una sete infinita d’amore; e noi, con l’amore che Dio riversa nei nostri cuori (cfr Rm 5,5), possiamo soddisfarla. Naturalmente, il nostro amore deve esprimersi «non a parole né con la lingua, ma coi fatti e nella verità», sovvenendo gioiosamente e sollecitamente con i nostri beni alle necessità degli indigenti (cfr 1Gv 3,16-18).

Cari pellegrini e quanti mi ascoltate, «condividete con gioia, come Giacinta». Tale è il richiamo che questo Santuario ha voluto mettere in evidenza nel centenario della nascita della privilegiata veggente di Fatima. Dieci anni fa, in questo stesso luogo, il Venerabile Servo di Dio Giovanni Paolo II l’ha innalzata alla gloria degli altari insieme al fratello Francesco; essi hanno percorso, in breve tempo, la lunga marcia verso la santità, guidati e sostenuti dalle mani della Vergine Maria. Essi sono due frutti maturi dell’albero della Croce del Salvatore. Guardando a loro, sappiamo che questa è la stagione dei frutti... frutti di santità. Vecchio tronco lusitano di linfa cristiana, con i rami estesi fino ad altri mondi e ivi sotterrati come germogli di nuovi popoli cristiani, su di te la Regina del Cielo ha poggiato il suo piede – piede vittorioso che schiaccia la testa del serpente ingannatore (cfr Gen 3,15) – alla ricerca dei piccoli del regno dei cieli. Rinvigoriti dalla preghiera di questa notte di veglia e con gli occhi fissi nella gloria dei beati Francesco e Giacinta, accogli la sfida di Gesù: «Se non vi convertirete e non diventerete come i bambini, non entrerete nel regno dei cieli» (Mt 18,3). Per delle persone minate dall’orgoglio come noi, non è facile diventare come i bambini. Perciò Gesù ci avverte così duramente: «Non entrerete…»! Non ci lascia alternativa. Portogallo, non rassegnarti a forme di pensare e di vivere che non hanno futuro, perché non poggiano sulla salda certezza della Parola di Dio, del Vangelo. «Non temere! Il Vangelo non è contro di te, ma è a tuo favore. […] Nel Vangelo, che è Gesù, troverai la speranza solida e duratura a cui aspiri. È una speranza fondata sulla vittoria di Cristo sul peccato e sulla morte. Questa vittoria Egli ha voluto che sia tua per la tua salvezza e la tua gioia» (Esort. ap. Ecclesia in Europa, 121).

La prima lettura ci mostra come Samuele ha trovato una guida nel Sommo Sacerdote Eli. Questi dimostra nei riguardi del fanciullo tutta la prudenza richiesta dal compito del vero educatore, in grado di intuire la natura della profonda esperienza che Samuele sta facendo. Nessuno, infatti, può decidere in merito alla vocazione di un altro; perciò Eli indirizza Samuele verso il docile ascolto della parola di Dio: «Parla, [Signore,] perché il tuo servo ti ascolta» (1Sam 3, 10). In un certo modo possiamo leggere nella stessa luce questa Visita del Santo Padre, che si svolge sotto il tema: «Papa Benedetto XVI, con te camminiamo nella Speranza!» Queste sono parole che hanno il sapore sia di una confessione collettiva di fede e adesione alla Chiesa con il suo fondamento visibile in Pietro, sia di un personale apprendistato di fiducia e di lealtà nei confronti della guida paterna e saggia di colui che il Cielo ha scelto per indicare alla umanità di questo tempo la via sicura che ivi porta.

Santo Padre, «con te camminiamo nella Speranza»! Con te, impariamo a distinguere tra la grande Speranza e le speranze piccole e sempre limitate come noi! Quando, in mezzo alla defezione generale per ritornare alle piccole speranze, si farà sentire la sfida di Gesù, la grande Speranza: «Volete andarvene anche voi?», svegliaci tu, Pietro, con la tua parola di sempre: «Signore, da chi andremo? Tu hai parole di vita eterna e noi abbiamo creduto e conosciuto che tu sei il Santo di Dio» (Gv 6,68-69). Davvero – ci ricorda il Pietro d’oggi, Papa Benedetto XVI –, «chi non conosce Dio, pur potendo avere molteplici speranze, in fondo è senza speranza, senza la grande speranza che sorregge tutta la vita (cfr Ef 2,12). La vera, grande speranza dell’uomo, che resiste nonostante tutte le delusioni, può essere solo Dio – il Dio che ci ha amati e ci ama tuttora "sino alla fine", "fino al pieno compimento" (cfr Gv 13,1 e 19,30)» (Enc. Spe salvi, 27).

Amati pellegrini di Fatima, fate sì che il Cielo sia sempre l’orizzonte della vostra vita! Vi hanno detto che il Cielo può aspettare, ma vi hanno ingannato... La voce che viene dal Cielo non è come queste voci paragonabili alla leggendaria sirena ingannatrice, che addormentava le sue vittime prima di precipitarle nell’abisso. Da duemila anni, a iniziare dalla Galilea, risuona fino ai confini della terra la voce definitiva del Figlio di Dio dicendo: «Il tempo è compiuto e il regno di Dio è vicino; convertitevi e credete nel Vangelo» (Mc 1,15). Fatima ci ricorda che il Cielo non può aspettare! Perciò chiediamo con fiducia filiale alla Madonna di insegnarci a donare il Cielo alla terra: O Vergine Maria, insegnaci a credere, adorare, sperare e amare con te! Indicaci la via verso il regno di Gesù, la via dell’infanzia spirituale. Tu, Stella della Speranza che trepidante ci attendi nella Luce senza tramonto della Patria celeste, brilla su di noi e guidaci nelle vicende di ogni giorno, adesso e nell’ora della nostra morte. Amen.

[00685-01.01] [Testo originale: Portoghese]

 TRADUZIONE IN LINGUA INGLESE

Venerable Brother Bishops and Priests
Beloved Brothers and Sisters in the Lord,
Dear Pilgrims,

Jesus said: "Unless you turn and become like children, you will never enter the kingdom of heaven" (Mt 18:3). In order to enter the kingdom, we must become humble, ever humbler and smaller, as small as possible: this is the secret of the mystical life. A serious commitment to the spiritual life begins when a person makes an authentic act of humility, moving away from the difficult position of one who always considers himself the centre of the universe so as to abandon oneself into the arms of the mystery of God, with the heart of a child.

Into the arms of the mystery of God! In him not only is there power, knowledge and majesty, but also infancy, innocence, infinite tenderness, because he is Father, infinitely Father. We did not know this before, nor could we have known it; it was only when he sent his Son to us that we were able to discover it. The Son became a child and so he could tell us to become children ourselves in order to enter his kingdom. He, the God of infinite grandeur, became so small and humble before us that only the eyes of faith, only the eyes of the simple are able to recognize him (cf. Mt 11:25). In this way he called into question the natural instinct of self-assertion that dominates us: "Become like God" (cf. Gen 3:5). Very well, then! God appeared on earth as a child. Now we know what God is like: he is a child. We had to see it to believe it! He came to address our overwhelming need to be noticed, but he turned it on its head by inviting us to place it at the service of love; to be noticed, yes, but as the most peaceable, indulgent, generous and serviceable to all: the servant and the last of all.

Brothers and sisters, this is "the wisdom from above" (cf. Jas 3:17). By contrast, the "wisdom" of the world exalts personal success and seeks it at any cost, eliminating without scruples those who are considered an obstacle to one’s own supremacy. This is what people call life, but the trail of death that it leaves behind immediately contradicts them. "Anyone who hates his brother is a murderer", as we heard in our second reading, "and you know that no murderer has eternal life abiding in him" (1 Jn 3:15). Only someone who loves his brother possesses in himself eternal life, that is to say, the presence of God, who, through the Spirit, communicates his love to the believer, making him a sharer in the mystery of the life of the Blessed Trinity. Just as an emigré to a foreign country, even if he adapts well to the new situation, preserves – at least in his heart – the laws and customs of his people, so too when Jesus came on earth, he brought with him, as a pilgrim of the Blessed Trinity, the manner of life of his heavenly homeland which "expresses humanly the divine ways of the Trinity" (Catechism of the Catholic Church, 470). In baptism, each one of us renounced the "wisdom" of the world and turned towards the "wisdom from above", which was manifested in Jesus, the matchless Teacher of the art of loving (cf. 1 Jn 3:16). To lay down one’s life for one’s brother is the highest form of love, said Jesus (cf. Jn 15:13); he both said it and did it, commanding us to love as he did (cf. Jn 15:12). Passing from life as possession to life as gift is the great challenge that reveals – to ourselves and to others – who we are and who we want to be.

Fraternal and gratuitous love is the commandment and the mission that the divine Teacher left us, one that is capable of convincing our brothers and sisters in humanity: "By this all men will know that you are my disciples, if you have love for one another" (Jn 13:35). At times we lament the marginal place of Christianity in present-day society, the difficulty of handing on the faith to the young, the decline in the number of priestly and religious vocations ... and one could list other grounds for concern; in fact, we often think of ourselves as the losers vis-à-vis the world. The adventure of hope, however, takes us beyond that point. It teaches us that the world belongs to whoever loves it most and is best able to tell it so. In the heart of every person there is an infinite thirst for love; and we, with the love that God pours into our hearts (cf. Rom 5:5), are able to satisfy that thirst. Naturally, our love must express itself not "in word or speech but in deed and in truth", joyfully and readily placing our goods at the disposal of those in need (cf. 1 Jn 3:16-18).

Beloved pilgrims, and all who are listening to me, "share with joy, like Jacinta". That is the invitation that this Shrine chose to highlight on the centenary of the birth of the blessed visionary of Fatima. Ten years ago, in this very place, the Venerable Servant of God John Paul II raised her to the glory of the altars together with her brother Francisco; they accomplished in a short time the long journey towards holiness, guided and sustained by the hands of the Virgin Mary. They are two mature fruits of the tree of our Saviour’s Cross. Reflecting upon them, we know that this is the season of fruits … fruits of holiness. O ancient Lusitanian stock, nourished by Christianity, with branches reaching out into other worlds and sprouting up there as new Christian peoples, upon you the Queen of Heaven has placed her foot – the victorious foot that crushed the head of the deceitful serpent (cf. Gen 3:15) – seeking out the little ones of the kingdom of heaven. Strengthened by the prayer of this night of vigil and with eyes firmly fixed upon the glory of Blessed Francisco and Jacinta, accept Jesus’s challenge: "Unless you turn and become like children, you will never enter the kingdom of heaven" (Mt 18:3). For those like us, spoilt by pride, it is not easy to become like children. That is why Jesus admonishes us so severely: "You will not enter … "! He leaves us no alternative. Portugal, do not resign yourself to forms of thinking and living that have no future, because they are not based on the firm certitude of the word of God, of the Gospel. "Do not be afraid! The Gospel is not against you, but for you … In the Gospel, which is Jesus, you will find the sure and lasting hope to which you aspire. This hope is grounded in the victory of Christ over sin and death. He wishes this victory to be your own, for your salvation and your joy" (Ecclesia in Europa, 121).

The first reading shows us how Samuel found a guide in the High Priest Eli. In his dealings with the boy, Eli displayed all the prudence required for the task of a true educator, one who is able to intuit the nature of the profound experience that Samuel is undergoing. No one, in fact, can decide the vocation of another; therefore Eli directs Samuel to listen humbly to the word of God: "Speak, Lord, your servant is listening" (1 Sam 3:10). In a sense we can interpret in a similar light this visit by the Holy Father, which has as its theme: "Pope Benedict XVI, we walk with you in Hope!" These are words that suggest both a collective confession of faith and adherence to the Church that is visibly founded on Peter, and also a personal apprenticeship of trust and loyalty towards the paternal and wise guidance of the one chosen by heaven to point out the sure way that leads there to the people of today.

Holy Father, "we walk with you in Hope!" With you, we learn to distinguish between the great Hope and the lesser hopes that, like ourselves, are always limited! At those moments when, amid the general defection back to the lesser hopes, we hear the challenging words of Jesus, the Great Hope: "Do you also wish to go away?", awaken us, Peter, with your perennial response: "Lord, to whom shall we go? You have the words of eternal life; and we have believed, and have come to know, that you are the Holy One of God" (Jn 6:68-69). Truly – as we are reminded by the Peter of today, Pope Benedict XVI – "anyone who does not know God, even though he may entertain all kinds of hopes, is ultimately without hope, without the great hope that sustains the whole of life (cf. Eph 2:12). Man’s great, true hope which holds firm in spite of all disappointments can only be God – God who has loved us and who continues to love us ‘to the end’, until all ‘is accomplished’ (cf. Jn 13:1 and 19:30)" (Spe Salvi, 27).

Beloved pilgrims of Fatima, make sure that heaven is always the horizon of your lives! People have tried to tell you that heaven can wait, but they have been deceiving you … the voice that comes from heaven is not like these siren voices, reminiscent of the legendary creatures who duped their victims into distraction before plunging them into the abyss. For two thousand years, beginning from Galilee, the definitive voice of the Son of God has resounded to the ends of the earth, saying: "The time is fulfilled, and the kingdom of God is at hand; repent, and believe in the gospel" (Mk 1:15). Fatima reminds us that heaven cannot wait! Therefore we ask Our Lady, with filial trust, to teach us how to offer heaven to earth: O Virgin Mary, teach us to believe, to worship, to hope and to love with you! Show us the way towards the kingdom of Jesus, the way of spiritual childhood. O Star of Hope, as you anxiously await us in the unending Light of the heavenly homeland, shine upon us and guide us in the events of every day, now and at the hour of our death. Amen.

[00685-02.01] [Original text: Portuguese]

 TRADUZIONE IN LINGUA FRANCESE

Vénérés Frères dans l’Épiscopat et dans le sacerdoce,
Chers Frères et Sœurs dans le Seigneur,
Chers pèlerins de Fátima !

Jésus dit : « Si vous ne changez pas pour devenir comme les petits enfants, vous n’entrerez point dans le Royaume des cieux » (Mt 18, 3). Pour entrer dans le Royaume, nous devons devenir humbles, toujours plus humbles et petits, devenir le plus petit possible : c’est là le secret de la vie mystique. La vie spirituelle débute sérieusement quand une personne fait un authentique acte d’humilité, quittant la posture illusoire de qui se considère être toujours le centre de l’univers pour s’abandonner dans les bras du mystère de Dieu, avec une âme d’enfant.

Dans les bras du mystère de Dieu ! En Lui, n’existe pas seulement la puissance, la science et la majesté, mais aussi l’enfance, l’innocence, la tendresse infinie, parce qu’il est Père, infiniment Père. Nous ne le savions pas auparavant, ni ne pouvions le savoir. Il fut nécessaire qu’il nous envoie son Fils pour que nous le découvrions. Celui-ci s’est fait enfant et ainsi, il a pu nous demander de devenir nous-mêmes des enfants pour entrer dans son Royaume. Lui qui est le Dieu d’infinie grandeur, il s’est fait si petit et si humble devant nous que seuls les yeux de la foi et des simples peuvent Le reconnaître (cf. Mt 11, 25). Ainsi a-t-il remis en question l’instinct naturel qui porte au premier rôle qui domine en nous : « Devenir comme Dieu » (cf. Gn 3, 5). Eh oui ! Dieu est venu sur terre comme un enfant. À présent, nous savons qui est Dieu : c’est un enfant. Il fallait voir pour le croire ! Il est venu à la rencontre de notre besoin impérieux d’apparaître, mais il en a inversé la direction en nous proposant de la mettre au service de l’amour. Apparaître, oui, mais comme le plus pacifique, le plus indulgent, le plus généreux et le plus serviable de tous : le serviteur et le dernier de tous.

Frères et sœurs, c’est là « la sagesse qui vient d’en-haut » (cf. Jc 3, 17). À l’inverse, la « sagesse » du monde exalte le succès personnel et le recherche coûte que coûte, éliminant sans scrupules quiconque est considéré comme un obstacle à sa propre suprématie. C’est ce que beaucoup appellent la vie, mais la traînée de mort que celle-ci laisse derrière elle, les contredit aussitôt. « Tout homme qui a de la haine contre son frère – nous l’avons entendu dans la deuxième lecture - est un meurtrier, et vous savez qu’un meurtrier n’a jamais la vie éternelle demeurant en lui. » (1 Jn 3, 15). Seul celui qui aime son frère possède en lui-même la vie éternelle, c’est-à-dire la présence de Dieu, qui, par le moyen de l’Esprit, communique au croyant son amour et le fait participer au mystère de la vie trinitaire. En effet, de même qu’un émigrant dans un pays étranger, même s’il s’adapte à sa nouvelle situation, conserve en lui – au moins dans son cœur – les lois et les habitudes de son peuple, ainsi, Jésus, quand il est venu sur terre a apporté aussi, en tant que pèlerin de la Trinité, la manière de vivre de sa patrie céleste qui « communique à son humanité son propre mode d’exister personnel dans la Trinité » (Catéchisme de l’Église Catholique, n. 470). Au Baptême, chacun de nous a renoncé à la « sagesse » du monde et s’est tourné vers la « sagesse d’en-haut », qui s’est manifestée en Jésus, Maître incomparable dans l’art d’aimer (1 Jn 3, 16). Donner sa vie pour ses frères est le sommet de l’amour a dit Jésus (cf. Jn 15, 13) ; il l’a dit et il l’a fait, en nous commandant d’aimer comme Lui (cf. Jn 15, 12). Passer de la vie comme possession à la vie comme don, est le grand défi, qui révèle – à nous-mêmes et aux autres – qui nous sommes et qui nous voulons être.

L’amour fraternel et gratuit est le commandement et la mission que le divin Maître nous a laissés, capables de convaincre nos frères et sœurs en humanité : « Ce qui montrera à tous les hommes que vous êtes mes disciples, c’est l’amour que vous aurez les uns pour les autres. » (Jn 13, 35). Parfois nous nous plaignons à cause de la marginalisation du christianisme dans la société actuelle, de la difficulté de transmettre la foi aux jeunes, de la diminution des vocations sacerdotales et religieuses…, et nous pourrions énumérer d’autres motifs de préoccupations. Et, de fait, nous nous sentons souvent des perdants face au monde. Mais l’aventure de l’espérance néanmoins nous porte plus loin. Elle nous montre que le monde appartient à celui qui l’aime le plus et le lui démontre le mieux. Dans le cœur de toute personne, il y une soif infinie d’amour, et nous, avec l’amour que Dieu répand dans nos cœurs (cf. Rm 5, 5), nous pouvons la satisfaire. Naturellement, notre amour doit s’exprimer « non pas avec des paroles et des discours, mais par des actes et en vérité », en venant en aide avec joie et avec sollicitude, grâce à nos biens, aux nécessités de ceux qui sont dans le besoin (cf. 1 Jn 3, 16-18).

Chers pèlerins et vous tous qui m’écoutez, « partagez avec joie, comme Jacinthe ! ». Tel est l’appel que ce sanctuaire a voulu mettre en avant à l’occasion du centenaire de la naissance de la voyante privilégiée de Fatima. Il y a dix ans, en ce même lieu, le Vénéré Serviteur de Dieu Jean-Paul II l’a élevée à la gloire des autels ainsi que son frère François. Ils ont parcouru, en peu de temps, la longue marche vers la sainteté, guidés et soutenus par les mains de la Vierge Marie. Ils sont deux fruits mûrs de l’arbre de la Croix du Sauveur. En nous tournant vers eux, nous comprenons que cette saison est celle des fruits…, des fruits de sainteté. Vieux tronc portugais de sève chrétienne, dont les branchages s’étendent jusqu’à d’autres mondes et sont enterrés là-bas comme le germe de nouveaux peuples chrétiens, sur toi la Reine du ciel, a posé son pied – pied victorieux qui écrase la tête du serpent trompeur (cf. Gn 3, 15) – à la recherche des petits du Royaume des cieux. Fortifié par la prière de cette nuit de veille et les yeux fixés sur la gloire des bienheureux François et Jacinthe, accueille le défi de Jésus : « Si vous ne changez pas pour devenir come les petits enfants, vous n’entrerez point dans le Royaume des cieux » (Mt 18, 3). Pour des personnes comme nous, minées par l’orgueil, il n’est pas facile de devenir comme les enfants. C’est pourquoi Jésus nous avertit aussi durement : « Vous n’entrerez point … » ! Il ne nous laisse pas d’alternative. Cher Portugal, ne te résigne pas à des formes de pensée et de vie qui n’ont pas d’avenir, parce qu’elles ne s’appuient pas sur la certitude ferme de la Parole de Dieu, de l’Évangile. « Ne crains pas ! L’Évangile n’est pas contre toi, il est en ta faveur. […] Dans l’Évangile, qui est Jésus, tu trouveras l’espérance forte et durable à laquelle tu aspires. C’est une espérance fondée sur la victoire du Christ sur le péché et sur la mort. Cette victoire, il a voulu qu’elle soit tienne, pour ton salut et pour ta joie » (Exhort. Ap. Ecclesia in Europa, 121).

La première lecture nous montre que Samuel a trouvé un guide en la personne du Prêtre Eli. Il fait preuve à l’égard du jeune homme de toute la prudence que requiert la tâche du véritable éducateur, qui est en mesure de percevoir la nature de l’expérience profonde que Samuel est en train de faire. Personne, en effet, ne peut décider quant à la vocation d’un autre. C’est pourquoi, Eli oriente Samuel à l’écoute docile de la parole de Dieu : « Parle, Seigneur, ton serviteur écoute » (1 S 3, 10). En un certain sens, nous pouvons lire sous ce même éclairage cette Visite du Saint-Père, qui a pour thème : « Pape Benoît XVI, nous marchons avec toi dans l’Espérance : ». Ce sont des paroles qui ont la saveur aussi bien d’une confession de foi collective et d’une adhésion à l’Église et à son fondement visible en Pierre, que d’un apprentissage dans la confiance et la loyauté à l’égard de la conduite paternelle et sage de celui que le ciel a choisi pour indiquer à l’humanité de notre temps le chemin sûr qui y conduit.

Saint-Père, « avec toi nous marchons dans l’Espérance » ! Avec toi, nous apprenons à distinguer la grande Espérance des petites espérances toujours limitées comme nous ! Quand, au milieu de la défection générale pour retourner aux petites espérances, retentira le défi de Jésus, la grande Espérance : « Voulez-vous partir vous aussi ? », réveille-nous, Pierre, avec ta réponse définitive : « Seigneur, vers qui pourrions-nous aller ? Tu as les paroles de la vie éternelle. Quant à nous, nous croyons, et nous savons que tu es le Saint, le Saint de Dieu. » (Jn 6, 68-69). Vraiment – nous rappelle celui qui est Pierre aujourd’hui, le Pape Benoît XVI -, "celui qui ne connaît pas Dieu, tout en pouvant avoir de multiples espérances, est dans le fond sans espérance, sans la grande espérance qui soutient toute l’existence (cf. Ep 2, 12). La vraie, la grande espérance de l’homme, qui résiste malgré toutes les désillusions, ce peut être seulement Dieu – le Dieu qui nous a aimés et qui nous aime toujours "jusqu’au bout", "jusqu’à ce que tout soit accompli" (cf. Jn 13, 1 et 19, 30) » (Enc. Spe salvi, n.27).

Chers pèlerins de Fatima, faites en sorte que le Ciel soit toujours l’horizon de votre vie ! On vous a dit que le Ciel peut attendre, mais on vous a trompés… La voix qui vient du Ciel n’est pas comme les voix comparables à celle de la légendaire sirène trompeuse, qui endormait ses victimes avant de les précipiter dans le gouffre. Depuis deux mille ans, résonne de la Galilée jusqu’aux confins de la terre la voix insurpassable du Fils de Dieu disant : « Les temps sont accomplis : le règne de Dieu est tout proche. Convertissez-vous et croyez à la Bonne Nouvelle » (Mc 1, 15). Fatima nous rappelle que le Ciel ne peut attendre ! Demandons donc avec une confiance filiale à la Vierge de nous enseigner à donner le Ciel à la terre : Ô Vierge Marie, apprends-nous à croire, à adorer, à espérer et à aimer en même temps que toi ! Indique-nous le chemin vers le Royaume de Jésus, le chemin de l’enfance spirituelle. Toi, l’Étoile de l’Espérance, qui nous attend, impatiente, dans la Lumière sans déclin de la Patrie céleste, brille sur nous et guide-nous dans les vicissitudes quotidiennes, maintenant et à l’heure de notre mort. Amen

[00685-03.01] [Texte original: Portugais]

[B0305-XX.01]