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VIAGGIO APOSTOLICO DI SUA SANTITÀ BENEDETTO XVI IN BRASILE IN OCCASIONE DELLA V CONFERENZA GENERALE DELL’EPISCOPATO LATINO AMERICANO E DEI CARAIBI (9-14 MAGGIO 2007) (V), 11.05.2007


INCONTRO CON I VESCOVI DEL BRASILE NELLA "CATEDRAL DA SÉ" DI SÃO PAULO

  OMELIA DEL SANTO PADRE

  TRADUZIONE IN LINGUA ITALIANA

  TRADUZIONE IN LINGUA INGLESE

Nel pomeriggio, congedatosi dal Monastero di São Bento, il Papa si trasferisce in auto alla "Catedral da Sé", chiesa metropolitana della città di São Paulo dedicata a Nostra Signora dell’Annunciazione. Qui alle ore 16 il Santo Padre incontra gli oltre 400 Vescovi del Brasile.
Alla Celebrazione dei Vespri, introdotta dall’indirizzo di omaggio del nuovo Presidente della Conferenza Episcopale del Brasile, S.E. Mons. Geraldo Lyrio Rocha, Arcivescovo di Mariana, sono presenti anche i membri del Capitolo della Cattedrale.
Pubblichiamo di seguito l’omelia che il Santo Padre pronuncia al termine della Celebrazione:

  OMELIA DEL SANTO PADRE

Amados irmãos no Episcopado,

«O Filho de Deus aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve. Tendo chegado à perfeição, tornou-se causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem» (cf. Hb 5,8-9).

1. O texto que acabamos de ouvir na Leitura Breve das Vésperas de hoje contém um ensinamento profundo. Também neste caso constatamos como a Palavra de Deus é viva e mais penetrante do que uma espada de dois gumes, chega até à juntura da alma, reconfortando-a, estimulando os seus fiéis servidores (cf. Hb 4,12).

Agradeço a Deus por ter permitido encontrar-me com um Episcopado de prestígio, que está à frente de uma das mais numerosas populações católicas do mundo. Eu vos saúdo com sentimentos de profunda comunhão e de afeto sincero, bem conhecendo a dedicação com que seguis as comunidades que vos foram confiadas. A calorosa acolhida do Senhor Pároco da Catedral da Sé e de todos os presentes fez-me sentir em casa, nesta grande Casa comum que é nossa Santa Mãe a Igreja Católica.

Dirijo uma especial saudação à nova Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e, ao agradecer as palavras do seu Presidente, Dom Geraldo Lyrio Rocha, faço votos de um profícuo desempenho na tarefa de consolidar sempre mais a comunhão entre os bispos e de promover a ação pastoral comum num território de dimensões continentais.

2. O Brasil está acolhendo os participantes da V Conferência do Episcopado Latino-americano com a sua tradicional hospitalidade. Exprimo o meu agradecimento pela cortês recepção dos seus membros e o meu profundo apreço pelas orações do povo brasileiro, formuladas especialmente em prol do bom êxito do encontro dos bispos em Aparecida.

É um grande evento eclesial que se situa no âmbito do esforço missionário que a América Latina deverá propor-se, precisamente a partir daqui, do solo brasileiro. Foi por isso que quis dirigir-me inicialmente a vós, Bispos do Brasil, evocando aquelas palavras densas de conteúdo da Carta aos Hebreus: «O Filho de Deus aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve. E uma vez chegado ao seu termo, tornou-se autor da salvação para todos os que lhe obedecem» (Hb 5, 8-9). Exuberante no seu significado, este versículo fala da compaixão de Deus para conosco, concretizada na paixão de seu Filho; e fala da sua obediência, da sua adesão livre e consciente aos desígnios do Pai, explicitada especialmente na oração no monte das Oliveiras: «Não seja feita a minha vontade, mas a tua» (Lc 22,42). Assim, é o próprio Jesus a nos ensinar que a verdadeira via de salvação consiste em conformar a nossa vontade à vontade de Deus. É exatamente o que pedimos na terceira invocação da oração do Pai Nosso: que seja feita a vontade de Deus, assim na terra como no céu, porque onde reina a vontade de Deus, aí está presente o reino de Deus. Jesus nos atrai para a sua vontade, a vontade do Filho, e deste modo nos guia para a salvação. Indo ao encontro da vontade de Deus, com Jesus Cristo, abrimos o mundo ao reino de Deus.

Nós Bispos somos convocados para manifestar essa verdade central, pois estamos vinculados diretamente a Cristo, Bom Pastor. A missão que nos é confiada, como Mestres da fé, consiste em recordar, como o mesmo Apóstolo das Gentes escrevia, que o nosso Salvador «quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade» (1Tm 2, 4-6). Esta é a finalidade, e não outra, a finalidade da Igreja, a salvação das almas, uma a uma. Por isso o Pai enviou seu Filho, e «como o Pai me enviou, também eu vos envio» (Jo 20,21). Daqui, o mandato de evangelizar: «Ide, pois, ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo» (Mt 28,19-20). São palavras simples e sublimes nas quais estão indicadas a obrigação de pregar a verdade da fé, a urgência da vida sacramental, a promessa da contínua assistência de Cristo à sua Igreja. Estas são realidades fundamentais e se referem à instrução na fé e na moral cristã, e à prática dos sacramentos. Onde Deus e a sua vontade não são conhecidos, onde não existe a fé em Jesus Cristo e nem a sua presença nas celebrações sacramentais, falta o essencial também para a solução dos urgentes problemas sociais e políticos. A fidelidade ao primado de Deus e da sua vontade, conhecida e vivida em comunhão com Jesus Cristo, é o dom essencial, que nós Bispos e sacerdotes devemos oferecer ao nosso povo (cf. Populorum progressio 21).

3. O ministério episcopal nos impele ao discernimento da vontade salvífica, na busca de uma pastoral que eduque o Povo de Deus a reconhecer e acolher os valores transcendentes, na fidelidade ao Senhor e ao Evangelho.

É verdade que os tempos de hoje são difíceis para a Igreja e muitos dos seus filhos estão atribulados. A vida social está atravessando momentos de confusão desnorteadora. Ataca-se impunemente a santidade do matrimônio e da família, iniciando-se por fazer concessões diante de pressões capazes de incidir negativamente sobre os processos legislativos; justificam-se alguns crimes contra a vida em nome dos direitos da liberdade individual; atenta-se contra a dignidade do ser humano; alastra-se a ferida do divórcio e das uniões livres. Ainda mais: no seio da Igreja, quando o valor do compromisso sacerdotal é questionado como entrega total a Deus através do celibato apostólico e como disponibilidade total para servir às almas, dando-se preferência às questões ideológicas e políticas, inclusive partidárias, a estrutura da consagração total a Deus começa a perder o seu significado mais profundo. Como não sentir tristeza em nossa alma? Mas tende confiança: a Igreja é santa e incorruptível (cf. Ef 5,27). Dizia Santo Agostinho: "Vacilará a Igreja se vacila o seu fundamento, mas poderá talvez Cristo vacilar? Visto que Cristo não vacila, a Igreja permanecerá intacta até o fim dos tempos" (Enarrationes in Psalmos, 103,2,5; PL, 37, 1353.)

Entre os problemas que afligem a vossa solicitude pastoral está, sem dúvida, a questão dos católicos que abandonam a vida eclesial. Parece claro que a causa principal, dentre outras, deste problema, possa ser atribuída à falta de uma evangelização em que Cristo e a sua Igreja estejam no centro de toda explanação. As pessoas mais vulneráveis ao proselitismo agressivo das seitas - que é motivo de justa preocupação – e incapazes de resistir às investidas do agnosticismo, do relativismo e do laicismo são geralmente os batizados não suficientemente evangelizados, facilmente influenciáveis porque possuem uma fé fragilizada e, por vezes, confusa, vacilante e ingênua, embora conservem uma religiosidade inata. Na Encíclica Deus caritas est recordei que "Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande idéia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo" (n. 1). É necessário, portanto, encaminhar a atividade apostólica como uma verdadeira missão dentro do rebanho que constitui a Igreja Católica no Brasil, promovendo uma evangelização metódica e capilar em vista de uma adesão pessoal e comunitária a Cristo. Trata-se efetivamente de não poupar esforços na busca dos católicos afastados e daqueles que pouco ou nada conhecem sobre Jesus Cristo, através de uma pastoral da acolhida que os ajude a sentir a Igreja como lugar privilegiado do encontro com Deus e mediante um itinerário catequético permanente.

Uma missão evangelizadora que convoque todas as forças vivas deste imenso rebanho. Meu pensamento dirigi-se, portanto, aos sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos que se prodigalizam, muitas vezes com imensas dificuldades, para a difusão da verdade evangélica. Dentre eles, muitos colaboram ou participam ativamente nas Associações, nos Movimentos e em outras novas realidades eclesiais que, em comunhão com seus Pastores e de acordo com as orientações diocesanas, levam sua riqueza espiritual, educativa e missionária ao coração da Igreja, como preciosa experiência e proposta de vida cristã.

Neste esforço evangelizador, a comunidade eclesial se destaca pelas iniciativas pastorais, ao enviar, sobretudo entre as casas das periferias urbanas e do interior, seus missionários, leigos ou religiosos, procurando dialogar com todos em espírito de compreensão e de delicada caridade. Mas se as pessoas encontradas estão numa situação de pobreza, é preciso ajudá-las, como faziam as primeiras comunidades cristãs, praticando a solidariedade, para que se sintam amadas de verdade. O povo pobre das periferias urbanas ou do campo precisa sentir a proximidade da Igreja, seja no socorro das suas necessidades mais urgentes, como também na defesa dos seus direitos e na promoção comum de uma sociedade fundamentada na justiça e na paz. Os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho e um Bispo, modelado segundo a imagem do Bom Pastor, deve estar particularmente atento em oferecer o divino bálsamo da fé, sem descuidar do "pão material". Como pude evidenciar na Encíclica Deus caritas est, "a Igreja não pode descurar o serviço da caridade, tal como não pode negligenciar os Sacramentos nem a Palavra" (n. 22).

A vivência sacramental, especialmente através da Confissão e da Eucaristia, adquire aqui uma importância de primeira grandeza. A vós Pastores cabe a principal tarefa de assegurar a participação dos fiéis na vida eucarística e no Sacramento da Reconciliação; deveis estar vigilantes para que a confissão e a absolvição dos pecados sejam, de modo ordinário, individual, tal como o pecado é um fato profundamente pessoal (cf. Exort. ap. pós-sinodal Reconciliatio et penitentia, n. 31, III). Somente a impossibilidade física ou moral escusa o fiel desta forma de confissão, podendo neste caso obter a reconciliação por outros meios (Cân. 960; cf. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, n. 311). Por isso, convém incutir nos sacerdotes a prática da generosa disponibilidade para atender aos fiéis que recorrem ao Sacramento da misericórdia de Deus (Carta ap. Misericordia Dei, 2).

4. Recomeçar a partir de Cristo em todos os âmbitos da missão. Redescobrir em Jesus o amor e a salvação que o Pai nos dá, pelo Espírito Santo. Esta é a substância, a raiz, da missão episcopal que faz do Bispo o primeiro responsável pela catequese diocesana. Com efeito, ele tem a direção superior da catequese, rodeando-se de colaboradores competentes e merecedores de confiança. É óbvio, portanto, que os seus catequistas não são simples comunicadores de experiências de fé, mas devem ser autênticos transmissores, sob a guia do seu Pastor, das verdades reveladas. A fé é uma caminhada conduzida pelo Espírito Santo que se resume em duas palavras: conversão e seguimento. Essas duas palavras-chave da tradição cristã indicam com clareza, que a fé em Cristo implica uma práxis de vida baseada no dúplice mandamento do amor, a Deus e ao próximo, e exprimem também a dimensão social da vida cristã.

A verdade supõe um conhecimento claro da mensagem de Jesus, transmitida graças a uma compreensível linguagem inculturada, mas necessariamente fiel à proposta do Evangelho. Nos tempos atuais é urgente um conhecimento adequado da fé, como está bem sintetizada no Catecismo da Igreja Católica com o seu Compêndio. Faz parte da catequese essencial também a educação às virtudes pessoais e sociais do cristão, como também a educação à responsabilidade social. Exatamente porque fé, vida e celebração da sagrada liturgia como fonte de fé e de vida, são inseparáveis, é necessária uma mais correta aplicação dos princípios indicados pelo Concílio Vaticano II no que diz respeito à Liturgia da Igreja, incluindo as disposições contidas no Diretório para os Bispos (nn.145-151), com o propósito de devolver à Liturgia o seu caráter sagrado. É com esta finalidade que o meu Venerável predecessor na Cátedra de Pedro, João Paulo II, quis renovar "um veemente apelo para que as normas litúrgicas sejam observadas, com grande fidelidade, na celebração eucarística" (...) "A liturgia jamais é propriedade privada de alguém, nem do celebrante, nem da comunidade onde são celebrados os santos mistérios" (Carta encl. Ecclesia de Eucharistia, n. 52). Redescobrir e valorizar a obediência às normas litúrgicas por parte dos Bispos, como "moderadores da vida litúrgica da Igreja", significa testemunhar a própria Igreja, una e universal que preside na caridade.

5. É necessário um salto de qualidade na vivência cristã do povo, para que possa testemunhar a sua fé de forma límpida e esclarecida. Essa fé, celebrada e participada na liturgia e na caridade, nutre e fortifica a comunidade dos discípulos do Senhor e os edifica como Igreja missionária e profética. O Episcopado brasileiro possui uma estrutura de grande envergadura, cujos Estatutos foram há pouco revistos para o seu melhor desempenho e uma dedicação mais exclusiva ao bem da Igreja. O Papa veio ao Brasil para pedir-vos que, no seguimento da Palavra de Deus, todos os Veneráveis Irmãos no episcopado saibam ser portadores de eterna salvação para todos os que lhe obedecem (cf. Hb 5,9). Nós, pastores, na esteira do compromisso assumido como sucessores dos Apóstolos, devemos ser fiéis servidores da Palavra, sem visões redutivas e confusões na missão que nos é confiada. Não basta observar a realidade a partir da fé pessoal; é preciso trabalhar com o Evangelho nas mãos e fundamentados na correta herança da Tradição Apostólica, sem interpretações movidas por ideologias racionalistas.

Assim é que, "nas Igrejas particulares compete ao Bispo conservar e interpretar a Palavra de Deus e julgar com autoridade aquilo que está ou não de acordo com ela" (Congr. para a Doutrina da Fé, Instr. sobre a vocação eclesial do teólogo, n. 19). Ele, como Mestre de fé e de doutrina, poderá contar com a colaboração do teólogo que "na sua dedicação ao serviço da verdade, deverá, para permanecer fiel à sua função, levar em conta a missão própria do Magistério e colaborar com ele" (ib. 20). O dever de conservar o depósito da fé e de manter a sua unidade exige estreita vigilância, de modo que este seja "conservado e transmitido fielmente e que as posições particulares sejam unificadas na integridade do Evangelho de Cristo" (Diretório para o Ministério Pastoral dos Bispos, n. 126).

Eis então a enorme responsabilidade que assumis como formadores do povo, mormente dos vossos sacerdotes e religiosos. São eles vossos fiéis colaboradores. Conheço o empenho com que procurais formar as novas vocações sacerdotais e religiosas. A formação teológica e nas disciplinas eclesiásticas exige uma constante atualização, mas sempre de acordo com o Magistério autentico da Igreja.

Faço apelo ao vosso zelo sacerdotal e ao sentido de discernimento das vocações, também para saber complementar a dimensão espiritual, psico-afetiva, intelectual e pastoral em jovens maduros e disponíveis ao serviço da Igreja. Um bom e assíduo acompanhamento espiritual é indispensável para favorecer o amadurecimento humano e evita o risco de desvios no campo da sexualidade. Tende sempre presente que o celibato sacerdotal é um dom "que a Igreja recebeu e quer guardar, convencida de que ele é um bem para ela e para o mundo" (Diretório para o ministério e a vida dos presbíteros, n. 57).

Gostaria de recomendar à vossa solicitude também as Comunidades religiosas que se inserem na vida da própria Diocese. É uma contribuição preciosa que oferecem, pois, apesar da "diversidade de dons, o Espírito é o mesmo" (1 Cor 12,4). A Igreja não pode senão manifestar alegria e apreço por tudo aquilo que os Religiosos vêm realizando mediante Universidades, escolas, hospitais e outras obras e instituições.

6. Conheço a dinâmica das vossas Assembléias e o esforço por definir os diversos planos pastorais, que dêem prioridade à formação do clero e dos agentes da pastoral. Alguns dentre vós fomentastes movimentos de evangelização para facilitar o agrupamento dos fiéis numa linha de ação. O Sucessor de Pedro conta convosco para que vossa preparação se apóie sempre naquela espiritualidade de comunhão e de fidelidade à Sé de Pedro, a fim de garantir que a ação do Espírito não seja vã. Com efeito, a integridade da fé, junto à disciplina eclesial, é, e será sempre, tema que exigirá atenção e desvelo por parte de todos vós, sobretudo quando se trata de tirar as consequências do fato que existe «uma só fé e um só batismo».

Como sabeis, entre os vários documentos que se ocupam da unidade dos cristãos está o Diretório para o ecumenismo publicado pelo Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos. O Ecumenismo, ou seja, a busca da unidade dos cristãos torna-se nesse nosso tempo, no qual se verifica o encontro das culturas e o desafio do secularismo, uma tarefa sempre mais urgente da Igreja católica. Com a multiplicação, porém, de sempre novas denominações cristãs e, sobretudo diante de certas formas de proselitismo, frequentemente agressivo, o empenho ecumênico torna-se uma tarefa complexa. Em tal contexto é indispensável uma boa formação histórica e doutrinal, que habilite ao necessário discernimento e ajude a entender a identidade específica de cada uma das comunidades, os elementos que dividem e aqueles que ajudam no caminho de construção da unidade. O grande campo comum de colaboração deveria ser a defesa dos fundamentais valores morais, transmitidos pela tradição bíblica, contra a sua destruição numa cultura relativística e consumista; mais ainda, a fé em Deus criador e em Jesus Cristo, seu Filho encarnado. Além do mais vale sempre o princípio do amor fraterno e da busca de compreensão e de proximidade mútuas; mas também a defesa da fé do nosso povo, confirmando-o na feliz certeza, que a "unica Christi Ecclesia... subsistit in Ecclesia catholica, a successore Petri et Episcopis in eius communione gubernata" ("a única Igreja de Cristo... subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele") (Lumen gentium 8).

Neste sentido se procederá a um franco diálogo ecumênico, através do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, zelando pelo pleno respeito das demais confissões religiosas, desejosas de manter-se em contato com a Igreja Católica no Brasil.

7. Não é nenhuma novidade a constatação de que vosso País convive com um déficit histórico de desenvolvimento social, cujos traços extremos são o imenso contingente de brasileiros vivendo em situação de indigência e uma desigualdade na distribuição da renda que atinge patamares muito elevados. A vós, veneráveis Irmãos, como hierarquia do povo de Deus, vos compete promover a busca de soluções novas e cheias de espírito cristão. Uma visão da economia e dos problemas sociais, a partir da perspectiva da doutrina social da Igreja, leva a considerar as coisas sempre do ponto de vista da dignidade do homem, que transcende o simples jogo dos fatores econômicos. Deve-se, por isso, trabalhar incansavelmente para a formação dos políticos, dos brasileiros que têm algum poder decisório, grande ou pequeno e, em geral, de todos os membros da sociedade, de modo que assumam plenamente as próprias responsabilidades e saibam dar um rosto humano e solidário à economia.

Ocorre formar nas classes políticas e empresariais um autêntico espírito de veracidade e de honestidade. Quem assume uma liderança na sociedade, deve procurar prever as conseqüências sociais, diretas e indiretas, a curto e a longo prazo, das próprias decisões, agindo segundo critérios de maximização do bem comum, ao invés de procurar ganâncias pessoais.

8. Queridos irmãos, se Deus quiser, encontraremos outras oportunidades para aprofundar as questões que interpelam a nossa solicitude pastoral conjunta. Desta vez, desejei, certamente de maneira não exaustiva, expor os temas mais relevantes que se impõem à minha consideração de Pastor da Igreja universal. Transmito-vos o meu afetuoso encorajamento que é, ao mesmo tempo, uma fraterna e sentida súplica: para que procedais e trabalheis sempre, como vindes fazendo, em concórdia, tendo como vosso fundamento uma comunhão que na Eucaristia encontra o seu momento culminante e o seu manancial inesgotável. Confio todos vós a Maria Santíssima, Mãe de Cristo e Mãe da Igreja, enquanto de todo o coração vos concedo, a cada um de vós e às vossas respectivas Comunidades, a Bênção Apostólica.

Obrigado!

[00680-06.01] [Texto original: Português]

  TRADUZIONE IN LINGUA ITALIANA

Amati fratelli nell’Episcopato!

«Pur essendo Figlio di Dio, imparò tuttavia l'obbedienza dalle cose che patì e, reso perfetto, divenne causa di salvezza eterna per tutti coloro che gli obbediscono» (cfr Eb 5, 8-9).

1. Il testo che abbiamo appena ascoltato nella Lettura Breve dei Vespri odierni contiene un profondo insegnamento. Anche in questo caso constatiamo che la Parola di Dio è viva e più tagliente di una spada a doppio taglio, penetra fino alla giuntura dell’anima, procurandole sollievo e stimolando i suoi servitori fedeli (cfr Eb 4, 12).

Ringrazio a Dio per avermi concesso di incontrare un Episcopato prestigioso, che presiede ad una delle più numerose popolazioni cattoliche del mondo. Vi saluto con sensi di profonda comunione e di sincero affetto, ben conoscendo la dedizione con la quale seguite le comunità che vi sono state affidate. La calorosa accoglienza da parte del Signor Parroco della Catedral da Sé e di tutti i presenti mi ha fatto sentire a casa, in questa grande Casa comune che è la nostra Santa Madre, la Chiesa Cattolica.

Rivolgo un saluto speciale alla nuova Presidenza della Conferenza Nazionale dei Vescovi del Brasile e, mente esprimo riconoscenza per le parole del suo Presidente, Mons. Geraldo Lyrio Rocha, formulo l’auspicio di un proficuo lavoro nel compito di consolidare sempre più la comunione tra i Vescovi e di promuovere l’azione pastorale comune in un territorio di dimensioni continentali.

2. Il Brasile accoglie con la sua tradizionale ospitalità i partecipanti alla V Conferenza dell’Episcopato Latinoamericano. Esprimo il mio ringraziamento per la cortese accoglienza da parte dei suoi membri ed il mio profondo apprezzamento per le preghiere del popolo brasiliano, elevate soprattutto per il successo dell’incontro dei Vescovi ad Aparecida.

Si tratta di un grande evento ecclesiale che si situa nell’ambito dello sforzo missionario che l’America Latina dovrà assumersi, proprio a partire da qui, dal suolo brasiliano. È per questo che ho voluto rivolgermi inizialmente a voi, Vescovi del Brasile, evocando quelle parole dense di contenuto della Lettera agli Ebrei: «Pur essendo Figlio, imparò l’obbedienza dalle cose che patì e, reso perfetto, divenne causa di salvezza eterna per tutti coloro che gli obbediscono» (Eb 5,8-9). Esuberanti nel loro significato, questi versetti parlano della compassione di Dio per noi, espressa nella passione del suo Figlio; e parlano della sua ubbidienza, della sua libera e cosciente adesione ai disegni del Padre, esplicitata in modo speciale nella preghiera nel monte degli Ulivi: «Non sia fatta la mia, ma la tua volontà» (Lc 22,42). Così, è Gesù stesso che ci insegna che la vera via di salvezza consiste nel conformare la nostra volontà a quella di Dio. È precisamente ciò che chiediamo nella terza invocazione della preghiera del Padre Nostro: che sia fatta la volontà di Dio come in cielo così in terra, poiché laddove regna la volontà di Dio, lì è presente il Regno di Dio. Gesù ci attira con la sua volontà, con la volontà del Figlio, ed in questo modo ci guida verso la salvezza. Andando incontro alla volontà di Dio, con Gesù Cristo, apriamo il mondo al Regno di Dio.

Noi Vescovi siamo convocati per manifestare questa verità centrale, poiché siamo legati direttamente a Cristo, Buon Pastore. La missione che ci è affidata, come Maestri della fede, consiste nel ricordare, come lo stesso Apostolo delle Genti scriveva, che il nostro Salvatore «vuole che tutti gli uomini siano salvati e arrivino alla conoscenza della verità» (1 Tm 2,4-6). Questa, e non altra, è la finalità della Chiesa: la salvezza delle anime, una ad una. Il Padre perciò ha inviato il suo Figlio, e «come il Padre ha mandato me, anch'io mando voi», è detto in San Giovanni (Gv 20, 21). Da qui, il mandato di evangelizzare: «Andate dunque e ammaestrate tutte le nazioni, battezzandole nel nome del Padre e del Figlio e dello Spirito Santo, insegnando loro ad osservare tutto ciò che vi ho comandato. Ecco, io sono con voi tutti i giorni, fino alla fine del mondo» (Mt 28,19-20). Sono parole semplici e sublimi, nelle quali sono indicati l’obbligo di predicare la verità della fede, l’urgenza della vita sacramentale, la promessa dell’aiuto continuo di Cristo alla sua Chiesa. Queste sono realtà fondamentali e si riferiscono all’istruzione nella fede e nella morale cristiana, così come alla pratica dei sacramenti. Laddove Dio e la sua volontà non sono conosciuti, dove non esiste la fede in Gesù Cristo, e nella sua presenza nelle celebrazioni sacramentali, manca l’essenziale anche per la soluzione degli urgenti problemi sociali e politici. La fedeltà al primato di Dio e della sua volontà, conosciuta e vissuta in comunione con Gesù Cristo, è il dono essenziale che noi Vescovi e sacerdoti dobbiamo offrire alla nostra gente (cfr Populorum progressio, 21).

3. Il ministero episcopale ci spinge così al discernimento della volontà salvifica, nella ricerca di una pastorale che educhi il Popolo di Dio a riconoscere ed accogliere i valori trascendenti, in fedeltà al Signore e al Vangelo.

È vero che i tempi presenti risultano difficili per la Chiesa e molti dei suoi figli sono tribolati. La vita sociale sta attraversando momenti di smarrimento sconcertante. Viene attaccata impunemente la santità del matrimonio e della famiglia, cominciando dal fare concessioni di fronte a pressioni capaci di incidere negativamente sui processi legislativi; si giustificano alcuni delitti contro la vita nel nome dei diritti della libertà individuale; si attenta contro la dignità dell’essere umano; si diffonde la ferita del divorzio e delle libere unioni. Più ancora: quando, in seno alla Chiesa, è messo in questione il valore dell’impegno sacerdotale come affidamento totale a Dio attraverso il celibato apostolico e come totale disponibilità a servire le anime, e si dà la preferenza alle questioni ideologiche e politiche, anche partitiche, la struttura della totale consacrazione a Dio comincia a perdere il suo significato più profondo. Come non sentire tristezza nella nostra anima? Ma abbiate fiducia: la Chiesa è santa e incorruttibile (cfr Ef 5, 27). Liceva Sant’Agostino: «La Chiesa vacillerà, se vacilla il suo fondamento; ma potrà forse Cristo vacillare? Visto che Cristo non vacilla, la Chiesa rimarrà intatta fino alla fine dei tempi» (Enarrationes in Psalmos, 103, 2, 5; PL 37, 1353).

Tra i problemi che affliggono la vostra sollecitudine pastorale c’è, senza dubbio, la questione dei cattolici che abbandonano la vita ecclesiale. Sembra chiaro che la causa principale, tra le altre, di questo problema possa essere attribuita alla mancanza di un’evangelizzazione in cui Cristo e la sua Chiesa stiano al centro di ogni delucidazione. Le persone più vulnerabili al proselitismo aggressivo delle sette – che costituisce motivo di giusta preoccupazione – e incapaci di resistere agli assalti dell’agnosticismo, del relativismo e del laicismo sono in genere i battezzati non sufficientemente evangelizzati, facilmente influenzabili perché possiedono una fede fragile e, a volte, confusa, vacillante ed ingenua, anche se conservano una religiosità innata. Nell’Enciclica Deus caritas est, ho ricordato che «all'inizio dell'essere cristiano non c'è una decisione etica o una grande idea, bensì l'incontro con un avvenimento, con una Persona, che dà alla vita un nuovo orizzonte e con ciò la direzione decisiva» (n. 1). È necessario, pertanto, avviare l’attività apostolica come una vera missione nell’ambito del gregge costituito dalla Chiesa Cattolica in Brasile, promovendo un’evangelizzazione metodica e capillare in vista di un’adesione personale e comunitaria a Cristo. Si tratta infatti di non risparmiare sforzi per andare alla ricerca dei cattolici che si sono allontanati e di coloro che conoscono poco o niente Gesù Cristo, attraverso una pastorale dell’accoglienza che li aiuti a sentire la Chiesa come un luogo privilegiato dell’incontro con Dio e mediante un itinerario catechistico permanente.

Si richiede, in una parola, una missione evangelizzatrice che interpelli tutte le forze vive di questo gregge immenso. Il mio pensiero pertanto va ai sacerdoti, ai religiosi, alle religiose ed ai laici che si prodigano, molte volte con difficoltà immense, per la diffusione della verità evangelica. Molti di loro collaborano o partecipano attivamente nelle Associazioni, nei Movimenti e nelle altre nuove realtà ecclesiali che, in comunione con i loro Pastori ed in conformità con gli orientamenti diocesani, portano la loro ricchezza spirituale, educativa e missionaria nel cuore della Chiesa, come preziosa esperienza e proposta di vita cristiana.

In questo sforzo evangelizzatore, la comunità ecclesiale si distingue per le iniziative pastorali, inviando soprattutto nelle case delle periferie urbane e dell’interno i suoi missionari, laici o religiosi, cercando di dialogare con tutti in spirito di comprensione e di delicata carità. Tuttavia, se le persone incontrate vivono in una situazione di povertà, bisogna aiutarle come facevano le prime comunità cristiane, praticando la solidarietà perché si sentano veramente amate. La gente povera delle periferie urbane o della campagna ha bisogno di sentire la vicinanza della Chiesa, sia nell’aiuto per le necessità più urgenti, sia nella difesa dei suoi diritti e nella promozione comune di una società fondata sulla giustizia e sulla pace. I poveri sono i destinatari privilegiati del Vangelo, ed il Vescovo, formato ad immagine del Buon Pastore, deve essere particolarmente attento a offrire il balsamo divino della fede, senza trascurare il «pane materiale». Come ho potuto mettere in risalto nell’Enciclica Deus caritas est, «la Chiesa non può trascurare il servizio della carità, così come non può tralasciare i Sacramenti e la Parola» (n. 22).

La vita sacramentale, specialmente attraverso la Confessione e l’Eucaristia, assume qui un’importanza di prima grandezza. A voi Pastori spetta il compito principale di assicurare la partecipazione dei fedeli alla vita eucaristica e al Sacramento della Riconciliazione; dovete vigilare perché l’accusa e l’assoluzione dei peccati siano ordinariamente individuali, così come il peccato costituisce un fatto profondamente personale (cfr Esort. ap. postsinodale Reconciliatio et paenitentia, 31, III). Soltanto l’impossibilità fisica o morale esime il fedele da questa forma di confessione, potendo lui in questo caso ottenere la riconciliazione con altri mezzi (cfr can. 960; cfr Compendio del Catechismo della Chiesa Cattolica, n. 311). È opportuno, perciò, inculcare nei sacerdoti la pratica della disponibilità generosa ad accogliere i fedeli che ricorrono al Sacramento della misericordia di Dio (cfr Lett. ap. Misericordia Dei, n. 2).

4. Ripartire da Cristo in tutti gli ambiti della missione, riscoprire in Gesù l’amore e la salvezza che il Padre ci dà, mediante lo Spirito Santo: tale è la sostanza, la radice della missione episcopale che fa del Vescovo il primo responsabile della catechesi diocesana. Spetta a lui, infatti, la direzione superiore della catechesi, circondandosi di collaboratori competenti e degni di fiducia. È ovvio, pertanto, che i suoi catechisti non sono semplici comunicatori di esperienze di fede, ma devono essere autentici araldi, sotto la guida del loro Pastore, delle verità rivelate. La fede è un cammino condotto dallo Spirito Santo che si compendia in due parole: conversione e sequela. Queste due parole-chiave della tradizione cristiana indicano chiaramente che la fede in Cristo implica una prassi di vita fondata sul duplice comandamento dell’amore di Dio e del prossimo, ed esprimono anche la dimensione sociale della vita.

La verità suppone una conoscenza chiara del messaggio di Gesù trasmessa grazie ad un linguaggio inculturato comprensibile, ma necessariamente fedele alla proposta del Vangelo. Nei tempi attuali è urgente una conoscenza adeguata della fede, com’è ben riepilogata nel Catechismo della Chiesa Cattolica, con il suo Compendio. Fa parte della catechesi essenziale anche l’educazione alle virtù personali e sociali del cristiano, così come l’educazione alla responsabilità sociale. Precisamente perché fede, vita e celebrazione della sacra liturgia come fonte di fede e di vita sono inseparabili, è necessaria una più corretta applicazione dei principi indicati dal Concilio Vaticano II, riguardanti la Liturgia della Chiesa, incluse le disposizioni contenute nel Direttorio per i Vescovi (cfr nn. 145-151), con il proposito di restituire alla Liturgia il suo carattere sacro. È con questa finalità che il mio Venerabile Predecessore sulla Cattedra di Pietro, Giovanni Paolo II, ha voluto rinnovare «un caldo appello perché, nella Celebrazione eucaristica, le norme liturgiche siano osservate con grande fedeltà… La liturgia non è mai proprietà privata di qualcuno, né del celebrante né della comunità nella quale si celebrano i santi Misteri» (Lett. enc. Ecclesia de Eucharistia, 52). Riscoprire e apprezzare l’ubbidienza alle norme liturgiche da parte dei Vescovi, come «moderatori della vita liturgica della Chiesa», significa rendere testimonianza della Chiesa stessa, una ed universale, che presiede nella carità.

5. Bisogna fare un salto di qualità nella vita cristiana del popolo, perché possa testimoniare la sua fede in maniera limpida e chiara. Questa fede, celebrata e partecipata nella liturgia e nella carità, nutre e rinvigorisce la comunità dei discepoli del Signore, mentre li edifica come Chiesa missionaria e profetica. L’Episcopato brasiliano possiede una struttura di grande portata, i cui Statuti sono stati recentemente rivisti per la loro migliore attuazione ed una più esclusiva dedizione al bene della Chiesa. Il Papa è venuto in Brasile per chiedere che, al seguito della Parola di Dio, tutti i Venerabili Fratelli nell’Episcopato sappiano essere portatori di eterna salvezza per tutti coloro che obbediscono a Cristo (cfr Eb 5,9). Noi Pastori, sulla scia dell’impegno assunto come successori degli Apostoli, dobbiamo essere fedeli servitori della Parola, senza visioni riduttive né confusioni nella missione che ci è affidata. Non basta osservare la realtà a partire dalla fede personale; è necessario lavorare con il Vangelo alla mano ed ancorati all’autentica eredità della Tradizione Apostolica, senza interpretazioni motivate da ideologie razionalistiche.

Così, «nelle Chiese particolari spetta al Vescovo conservare ed interpretare la Parola di Dio e giudicare con autorità ciò che risulta essere o non essere in conformità con essa» (Congregazione per la Dottrina della Fede, Istruzione sulla vocazione ecclesiale del teologo, n. 19). Egli, come Maestro di fede e di dottrina, potrà contare sulla collaborazione del teologo che, «nella sua dedizione al servizio della verità, dovrà, per rimanere fedele alla sua funzione, tenere conto della missione propria del Magistero e con esso collaborare» (ibid., n. 20). Il dovere di conservare il deposito della fede e di mantenere la sua unità richiede una stretta vigilanza, in modo tale che esso sia «conservato e trasmesso fedelmente, e che le posizioni particolari siano unificate nell’integrità del Vangelo di Cristo» (Direttorio per il Ministero Pastorale dei Vescovi, n. 126).

Ecco quindi l’enorme responsabilità che assumete come formatori del popolo, specialmente dei vostri sacerdoti e religiosi. Sono loro i vostri fedeli collaboratori. Conosco l’impegno con il quale cercate di formare le nuove vocazioni sacerdotali e religiose. La formazione teologica e nelle discipline ecclesiastiche richiede un aggiornamento costante, ma sempre in accordo con l’autentico Magistero della Chiesa.

Faccio appello al vostro zelo sacerdotale ed al senso di discernimento delle vocazioni, anche per sapere completare la dimensione spirituale, psico-affettiva, intellettuale e pastorale nei giovani maturi e disponibili al servizio della Chiesa. Un buono ed assiduo accompagnamento spirituale è indispensabile per favorire la maturazione umana, ed evita il rischio di deviazioni nel campo della sessualità. Tenete sempre presente che il celibato sacerdotale costituisce un dono «che la Chiesa ha ricevuto e vuole conservare, convinta che esso è un bene per lei e per il mondo» (Direttorio per il Ministero e la Vita dei Presbiteri, n. 57).

Vorrei raccomandare alla vostra sollecitudine anche le Comunità religiose che si inseriscono nella vita della vostra Diocesi. Esse offrono un contributo prezioso, poiché «vi sono diversità di carismi, ma uno solo è lo Spirito» (1 Cor 12,4). La Chiesa non può non manifestare gioia ed apprezzamento per tutto quello che i Religiosi vanno realizzando attraverso le Università, le scuole, gli ospedali ed altre opere ed istituzioni.

6. Conosco la dinamica delle vostre Assemblee e lo sforzo per definire i diversi piani pastorali in modo che diano la priorità alla formazione del clero e degli operatori della pastorale. Alcuni di voi hanno incoraggiato movimenti di evangelizzazione per facilitare il raggruppamento dei fedeli in una certa linea d’azione. Il Successore di Pietro conta su di voi, perché la vostra preparazione poggi sempre sulla spiritualità di comunione e di fedeltà alla Sede di Pietro, affinché sia sicuro che l’azione dello Spirito non sia vana. Infatti, l’integrità della fede, insieme alla disciplina ecclesiale, è e sempre sarà, un tema che richiederà attenzione e impegno da parte di tutti voi, soprattutto quando si tratta di trarre le conseguenze dal fatto che esiste «una sola fede ed un solo battesimo».

Come sapete, tra i diversi documenti che si occupano dell’unità dei cristiani si trova il Direttorio per l’Ecumenismo, pubblicato dal Pontificio Consiglio per la Promozione dell’Unità dei Cristiani. L’Ecumenismo, ossia la ricerca dell’unità dei cristiani diventa in questo nostro tempo, nel quale si verifica l’incontro delle culture e la sfida del secolarismo, un compito sempre più urgente della Chiesa cattolica. In conseguenza, però, della moltiplicazione di sempre nuove denominazioni cristiane e, soprattutto di fronte a certe forme di proselitismo, frequentemente aggressivo, l’impegno ecumenico diventa un lavoro complesso. In tale contesto, è indispensabile una buona formazione storica e dottrinale, che abiliti al necessario discernimento ed aiuti a capire l’identità specifica di ognuna delle comunità, gli elementi che dividono e quelli che aiutano nel cammino verso la costruzione dell’unità. Il grande campo comune di collaborazione dovrebbe essere la difesa dei valori morali fondamentali, trasmessi dalla tradizione biblica, contro la loro distruzione in una cultura relativistica e consumistica; e ancora, la fede in Dio Creatore ed in Gesù Cristo, suo Figlio incarnato. Inoltre, vale sempre il principio dell’amore fraterno e della ricerca di comprensione e di avvicinamenti reciproci; ma anche la difesa della fede del nostro popolo, confermandolo nella gioiosa certezza che l’«unica Christi Ecclesia… subsistit in Ecclesia catholica, a successore Petri et Episcopis in eius communione gubernata» («l’unica Chiesa di Cristo… sussiste nella Chiesa cattolica, governata dal successore di Pietro e dai Vescovi in comunione con lui» (Lumen gentium, 8).

In tale senso si procederà verso un dialogo ecumenico franco, per il tramite del Consiglio Nazionale delle Chiese Cristiane, impegnandosi al pieno rispetto delle altre confessioni religiose, desiderose di rimanere in contatto con la Chiesa cattolica che è in Brasile.

7. Non costituisce affatto una novità la constatazione che il vostro Paese convive con un disavanzo storico di sviluppo sociale, le cui tracce estreme sono il vasto contingente di brasiliani che vivono in situazione di indigenza ed una disuguaglianza nella distribuzione del reddito, che arriva a livelli molto elevati. A voi, venerabili Fratelli, come gerarchia del popolo di Dio, spetta promuovere la ricerca di soluzioni nuove e colme di spirito cristiano. Una visione dell’economia e dei problemi sociali, dalla prospettiva della dottrina sociale della Chiesa, porta a considerare le cose sempre dal punto di vista della dignità dell’uomo, che trascende il semplice gioco dei fattori economici. Bisogna, quindi, lavorare instancabilmente a favore della formazione dei politici, come anche di tutti i brasiliani che hanno un determinato potere di decisione, grande o piccolo che sia, ed in genere di tutti i membri della società, in modo tale che assumano pienamente le proprie responsabilità e sappiano dare un volto umano e solidale all’economia.

È necessario formare nelle classi politiche ed imprenditoriali un genuino spirito di veracità e di onestà. Coloro che assumono un ruolo di leadership nella società devono cercare di prevedere le conseguenze sociali, dirette ed indirette, a breve e lungo termine, delle proprie decisioni, agendo secondo criteri di massimizzazione del bene comune, invece di cercare profitti personali.

8. A Dio piacendo, carissimi Fratelli, troveremo altre opportunità per approfondire le questioni che interpellano la nostra congiunta sollecitudine pastorale. Questa volta ho voluto, certamente non in maniera esaustiva, esporre i temi più rilevanti che si impongono alla mia considerazione di Pastore della Chiesa universale. Vi partecipo il mio affettuoso incoraggiamento, che è al tempo stesso una fraterna e sentita supplica: perché proseguiate e lavoriate sempre, come già andate facendo, nella concordia, avendo per vostro fondamento una comunione che nell’Eucaristia trova il suo momento culminante e la sua sorgente inesauribile. Vi affido tutti a Maria Santissima, Madre di Cristo e Madre della Chiesa, mentre di cuore imparto a ciascuno di voi ed alle vostre rispettive Comunità la Benedizione Apostolica.

Grazie!

[00680-01.02] [Testo originale: Portoghese]

  TRADUZIONE IN LINGUA INGLESE

Dear Brother Bishops!

Although he was the Son of God, he learned obedience through what he suffered; and being made perfect, he became the source of eternal salvation to all who obey him."  (cf. Heb 5:8-9).

1. The text we have just heard in the Lesson for Vespers contains a profound teaching. Once again we realize that God’s word is living and active, sharper than any two-edged sword; it penetrates to the depths of the soul and it grants solace and inspiration to his faithful servants (cf. Heb 4:12).

I thank God for the opportunity to be with this distinguished Episcopate, which presides over one of the largest Catholic populations in the world. I greet you with a sense of deep communion and sincere affection, well aware of your devotion to the communities entrusted to your care. The warm reception given to me by the Rector of the Catedral da Sé and by all present has made me feel at home in this great common House which is our Holy Mother, the Catholic Church.

I extend a special greeting to the new Officers of the National Conference of Brazilian Bishops and, with gratitude for the kind words of its President, Archbishop Geraldo Lyrio Rocha, I offer prayerful good wishes for his work in deepening communion among the Bishops and in promoting common pastoral activity in a territory of continental dimensions.

2. With its traditional hospitality, Brazil is hosting the participants in the Fifth Conference of Latin American Bishops. I express my gratitude for the kind welcome given to its members, and my deep appreciation for the prayers of the Brazilian people, particularly their prayers for the success of the Bishops’ meeting in Aparecida.

This meeting is a great ecclesial event and part of the missionary outreach which Latin America needs to undertake, beginning here—on Brazilian soil. That is why I wished to speak first to you, the Bishops of Brazil, evoking these words, so rich in content, from the Letter to the Hebrews: Although he was Son, he learned obedience through what he suffered; and being made perfect he became the source of eternal salvation to all who obey him" (Heb 5:8-9). Filled with meaning, these verses speak of God’s compassion for us, as expressed in the passion of his Son. They speak of Christ’s obedience and his free, conscious acceptance of the Father’s plan, which appears most clearly in his prayer on the Mount of Olives: "Not my will, but yours, be done" (Lk 22:42). Jesus himself teaches us that the true way of salvation lies in conforming our will to the will of God. This is what we pray for in the third petition of the "Our Father": that God’s will be done on earth as it is in heaven, since wherever God’s will reigns, there the Kingdom of God is present. Jesus attracts us by his will, his filial will, and so he leads us to salvation. By freely accepting the will of God, in union with Jesus Christ, we open the world to God’s Kingdom.

We Bishops have come together to manifest this central truth, since we are directly bound to Christ, the Good Shepherd. The mission entrusted to us as teachers of the faith consists in recalling, in the words of the Apostle of the Gentiles, that our Saviour "desires all men to be saved and to come to the knowledge of the truth" (1 Tim 2:4). This, and nothing else, is the purpose of the Church: the salvation of individual souls. For this reason the Father sent his Son, and in the Lord’s own words transmitted to us in the Gospel of Saint John, "as the Father has sent me, even so I send you" (Jn 20:21). Hence the mandate to preach the Gospel: "Go therefore and make disciples of all nations, baptizing them in the name of the Father and of the Son and of the Holy Spirit, teaching them to observe all that I have commanded you; and lo, I am with you always, to the close of the age" (Mt 28:19-20). These words are simple yet sublime; they speak of our duty to proclaim the truth of the faith, the urgent need for the sacramental life, and the promise of Christ’s continual assistance to his Church. These are fundamental realities: they speak of instructing people in the faith and in Christian morality, and of celebrating the sacraments. Wherever God and his will are unknown, wherever faith in Jesus Christ and in his sacramental presence is lacking, the essential element for the solution of pressing social and political problems is also missing. Fidelity to the primacy of God and of his will, known and lived in communion with Jesus Christ, is the essential gift that we Bishops and priests must offer to our people (cf. Populorum Progressio, 21).

3. Our ministry as Bishops thus impels us to discern God’s saving will and to devise a pastoral plan capable of training God’s People to recognize and embrace transcendent values, in fidelity to the Lord and to the Gospel.

Certainly the present is a difficult time for the Church, and many of her children are experiencing difficulty. Society is experiencing moments of worrying disorientation. The sanctity of marriage and the family are attacked with impunity, as concessions are made to forms of pressure which have a harmful effect on legislative processes; crimes against life are justified in the name of individual freedom and rights; attacks are made on the dignity of the human person; the plague of divorce and extra-marital unions is increasingly widespread. Even more: when, within the Church herself, people start to question the value of the priestly commitment as a total entrustment to God through apostolic celibacy and as a total openness to the service of souls, and preference is given to ideological, political and even party issues, the structure of total consecration to God begins to lose its deepest meaning. How can we not be deeply saddened by this? But be confident: the Church is holy and imperishable (cf. Eph 5:27). As Saint Augustine said: "The Church will be shaken if its foundation is shaken; but will Christ be shaken? Since Christ cannot be shaken, the Church will remain firmly established to the end of time" (Enarrationes in Psalmos, 103, 2, 5: PL 37, 1353).

A particular problem which you face as Pastors is surely the issue of those Catholics who have abandoned the life of the Church. It seems clear that the principal cause of this problem is to be found in the lack of an evangelization completely centred on Christ and his Church. Those who are most vulnerable to the aggressive proselytizing of sects—a just cause for concern—and those who are incapable of resisting the onslaught of agnosticism, relativism and secularization are generally the baptized who remain insufficiently evangelized; they are easily influenced because their faith is weak, confused, easily shaken and naive, despite their innate religiosity. In the Encyclical Deus Caritas Est, I stated that "being Christian is not the result of an ethical choice or a lofty idea, but the encounter with an event, a person, which gives life a new horizon and a decisive direction" (no. 1). Consequently, there is a need to engage in apostolic activity as a true mission in the midst of the flock that is constituted by the Catholic Church in Brazil, and to promote on every level a methodical evangelization aimed at personal and communal fidelity to Christ. No effort should be spared in seeking out those Catholics who have fallen away and those who know little or nothing of Jesus Christ, by implementing a pastoral plan which welcomes them and helps them realize that the Church is a privileged place of encounter with God, and also through a continuing process of catechesis.

What is required, in a word, is a mission of evangelization capable of engaging all the vital energies present in this immense flock. My thoughts turn to the priests, the men and women religious and the laity who work so generously, often in the face of immense difficulties, in order to spread the truth of the Gospel. Many of them cooperate with or actively participate in the associations, movements and other new ecclesial realities that, in communion with the Pastors and in harmony with diocesan guidelines, bring their spiritual, educational and missionary richness to the heart of the Church, as a precious experience and a model of Christian life.

In this work of evangelization the ecclesial community should be clearly marked by pastoral initiatives, especially by sending missionaries, lay or religious, to homes on the outskirts of the cities and in the interior, to enter into dialogue with everyone in a spirit of understanding, sensitivity and charity. On the other hand, if the persons they encounter are living in poverty, it is necessary to help them, as the first Christian communities did, by practising solidarity and making them feel truly loved. The poor living in the outskirts of the cities or the countryside need to feel that the Church is close to them, providing for their most urgent needs, defending their rights and working together with them to build a society founded on justice and peace. The Gospel is addressed in a special way to the poor, and the Bishop, modelled on the Good Shepherd, must be particularly concerned with offering them the divine consolation of the faith, without overlooking their need for "material bread". As I wished to stress in the Encyclical Deus Caritas Est, "the Church cannot neglect the service of charity any more than she can neglect the sacraments and the word" (no. 22).

The sacramental life, especially in the celebration of Confession and the Eucharist, here takes on a particular importance. As Pastors, it is your primary task to ensure that the faithful share in the eucharistic life and in the Sacrament of Reconciliation. You must be vigilant to ensure that the confession and absolution of sins is ordinarily individual, inasmuch as sin itself is something profoundly personal (cf. Post-Synodal Apostolic Exhortation Reconciliatio et Paenitentia, 31, III). Only physical or moral impossibility exempts the faithful from this form of confession, in which case reconciliation can be obtained by some other means (cf. Code of Canon Law, can. 960, Compendium of the Catechism of the Catholic Church, 311). It is appropriate, therefore, to instil in priests the practice of generously making themselves available to the faithful who have recourse to the sacrament of God’s mercy (cf. Apostolic Letter Misericordia Dei, 2).

4. Starting afresh from Christ in every area of missionary activity; rediscovering in Jesus the love and salvation given to us by the Father through the Holy Spirit: this is the substance and lifeline of the episcopal mission which makes the Bishop the person primarily responsible for catechesis in his diocese. Indeed, it falls ultimately to him to direct catechesis, surrounding himself with competent and trustworthy co-workers. It is therefore clear that the catechist’s task is not simply to communicate faith-experiences; rather—under the guidance of the Pastor—it is to be an authentic herald of revealed truths. Faith is a journey led by the Holy Spirit which can be summed up in two words: conversion and discipleship. In the Christian tradition, these two key words clearly indicate that faith in Christ implies a way of living based on the twofold command to love God and neighbour—and they also express life’s social dimension.

Truth presupposes a clear understanding of Jesus’ message transmitted by means of an intelligible, inculturated language, which must nevertheless remain faithful to the Gospel’s intent. At this time, there is an urgent need for an adequate knowledge of the faith as it is presented in the Catechism of the Catholic Church and its accompanying Compendium. Education in Christian personal and social virtues is also an essential part of catechesis, as is education in social responsibility. Precisely because faith, life, and the celebration of the sacred liturgy—the source of faith and life—are inseparable, there is need for a more correct implementation of the liturgical principles as indicated by the Second Vatican Council, as well as those contained in the Directory for the Pastoral Ministry of Bishops (cf. 145-151), so as to restore to the liturgy its sacred character. It was with this end in view that my Venerable Predecessor on the Chair of Peter, John Paul II, wished "to appeal urgently that the liturgical norms for the celebration of the Eucharist be observed with great fidelity ... Liturgy is never anyone’s private property, be it of the celebrant or of the community in which the mysteries are celebrated" (Encyclical Letter Ecclesia de Eucharistia, 52). For Bishops, who are the "moderators of the Church’s liturgical life", the rediscovery and appreciation of obedience to liturgical norms is a form of witness to the one, universal Church, that presides in charity.

5. A leap forward in the quality of people’s Christian lives is needed, so that they can bear witness to their faith in a clear and transparent way. This faith, as it is celebrated and shared in the liturgy and in works of charity, nourishes and reinvigorates the community of the Lord’s disciples while building them up as the missionary and prophetic Church. The Brazilian Episcopate has an impressive structure based on recently revised and more easily implemented statutes which focus more directly on the good of the Church. The Pope has come to Brazil to ask that, through following the word of God, all these Venerable Brothers in the Episcopate truly become messengers of eternal salvation for all those who obey Christ (cf. Heb 5:9). If we are to stay true to our solemn commitment as successors of the Apostles, we Pastors must be faithful servants of the word, eschewing any reductive or mistaken vision of the mission entrusted to us. It is not enough to look at reality solely from the viewpoint of personal faith; we must work with the Gospel in our hands and anchor ourselves in the authentic heritage of the Apostolic Tradition, free from any interpretations motivated by rationalistic ideologies.

Indeed, "within the particular Churches, it is the Bishop’s responsibility to guard and interpret the word of God and to make authoritative judgments as to what is or is not in conformity with it" (Congregation for the Doctrine of the Faith, Instruction on the Ecclesial Vocation of the Theologian, 19). As the primary Teacher of faith and doctrine, the Bishop will rely on collaboration with the theologian, who, in order "to be faithful to his role of service to the truth, must take into account the proper mission of the Magisterium and collaborate with it" (ibid., 20). The duty to preserve the deposit of faith and safeguard its unity calls for strict vigilance so that the faith may be "preserved and handed down with fidelity and so that particular insights are clearly integrated into the one Gospel of Christ" (Directory for the Pastoral Ministry of Bishops, 126).

This, therefore, is the enormous responsibility you have assumed as formators of your people, and especially of the priests and religious under your care. They are you faithful co-workers. I am aware of your commitment to seeking ways of forming new vocations to the priesthood and religious life. Theological formation, as well as education in sacred sciences, needs to be constantly updated, but this must always done in accord with the Church’s authentic Magisterium.

I appeal to your priestly zeal and your sense of vocational discernment, especially so that you will know how to bring to completion the spiritual, psychological and affective, intellectual and pastoral formation needed to prepare young people for mature, generous service to the Church. Good and assiduous spiritual direction is indispensable for fostering human growth and eliminating the risk of going astray in the area of sexuality. Always keep in mind that priestly celibacy "is a gift which the Church has received and desires to retain, convinced that it is a good for the Church itself and for the world" (Directory on the Ministry and Life of Priests, 57).

I would also like to commend to your care the religious communities which play such an important role in the lives of your dioceses. They offer their own valuable contribution since "there are varieties of gifts, but the same Spirit" (1 Cor 12:4). The Church cannot help but show its joy and gratitude for all that religious men and women are able to contribute in universities, schools, hospitals, and other works and institutions.

6. I am familiar with the dynamic of your Assemblies and the efforts involved in formulating the various pastoral plans so that they give priority to the formation of clergy and those who assist them in their pastoral work. Some of you have encouraged evangelization movements to assist in the work of gathering groups of faithful together to carry out certain types of action. The Successor of Peter is relying on you to ensure that the preparation you give them is always based on a spirituality of communion and fidelity to the See of Peter, so that the work of the Spirit is never in vain. In fact, the integrity of the faith, together with ecclesiastical discipline, is and will always be an area requiring careful oversight on your part, especially when it comes to living out the consequences of the fact that "there is only one faith and one baptism".

As you know, among the various documents dealing with Christian unity, there is the Directory for Ecumenism published by the Pontifical Council for Promoting Christian Unity. Ecumenism—or the search for unity among Christians—has become in our time an increasingly urgent task for the Catholic Church, as is evident from the growth of intercultural exchange and the challenge of secularism. Consequently, given the rapidly growing number of new Christian denominations, and especially certain forms of often aggressive proselytism, the work of ecumenism has become more complex. In this context, a good historical and doctrinal formation is absolutely essential, so as to foster necessary discernment and lead to a better understanding of the specific identity of each of these communities, the elements that divide them, and those elements that can be helpful on the road to greater unity. The greatest area of common ground for collaboration should be the defence of fundamental moral values—transmitted by the biblical tradition—against the relativistic and consumerist cultural forces that seek to destroy them. Another such area is faith in God the Creator and in Jesus Christ his incarnate Son. Moreover, there will always be the principle of fraternal love and the search for mutual understanding and rapprochement. Yet we must also be concerned with defending the faith of our people, confirming them in the joyful certitude that "unica Christi Ecclesia…subsistit in Ecclesia catholica, a successore Petri et Episcopis in eius communione gubernata" ["The one Church of Christ…subsists in the Catholic Church which is governed by the successor of Peter and by the Bishops in communion with him"] (Lumen Gentium, 8).

In this way, through the National Council of Christian Churches, you will be able to move towards candid ecumenical dialogue, committing yourselves to complete respect for those other religious confessions that wish to remain in contact with the Catholic Church in Brazil.

7. There is nothing new in the observation that your country is living through a historic deficit in social development, whose extreme effects can seen in the vast cross-section of Brazilians living in need and the great inequalities in income, even at the highest levels of society. It is your task, my dear Brothers, as the hierarchy of the people of God, to promote the search for new solutions imbued with the Christian spirit. A vision of the economy and social problems from the perspective of the Church’s social teaching should always bring us to consider things from the viewpoint of human dignity, which transcends the simple interplay of economic factors. Hence, it is necessary to work untiringly to form politicians, and all Brazilians who wield a certain influence, be it great or small, as well as all members of society, so that they can fully assume their responsibilities and learn to give the economy a truly human and compassionate face.

There is a need to form a genuine spirit of truthfulness and honesty among the political and commercial classes. Those who take on leadership roles in society must try to foresee the social consequences—direct and indirect, short-term and long-term—of their own decisions, always acting according to the criteria that will maximize the common good, rather than merely seeking personal profit.

8. God willing, my dear Brothers, we will find other opportunities to explore these questions that call for our joint pastoral concern. For now, without pursuing them in an exhaustive way, I have tried to put forward the more significant themes that clamour for my attention as Pastor of the universal Church. I offer you my affectionate encouragement, which is at the same time a fraternal and heart-felt plea: that you will always work and act—as indeed you are doing now—in a spirit of harmony, building yourselves on the communion that finds its highest expression and inexhaustible source in the Eucharist. Entrusting all of you to Mary Most Holy, Mother of Christ and Mother of the Church, I cordially impart to each of you, as well as your respective communities, my Apostolic Blessing.

Thank you!

[00680-02.03] [Original text: Portuguese]

Al termine dell’incontro, il Papa si trasferisce in auto all’aeroporto di "Campo de Marte" di São Paulo da dove, alle ore 18, parte in elicottero alla volta di Aparecida. L’arrivo all’eliporto del Santuario Nazionale di "Nossa Senhora da Conceição Aparecida", Patrona del Brasile, è previsto per le ore 19.

Dopo il saluto delle Autorità locali, il Santo Padre si reca in auto al Seminario "Bom Jesús" di Aparecida. Al suo arrivo il Papa scopre una targa a ricordo della sua visita e benedice il Seminario, da poco ristrutturato.

[B0257-XX.01]