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VISITA DI CORTESIA AL PRESIDENTE DELLA REPUBBLICA, NEL PALACIO DOS BANDEIRANTES A SÃO PAULO Dopo aver celebrato la Santa Messa in privato nella Cappella del Monastero di São Bento, alle ore 10.30 di questa mattina il Santo Padre Benedetto XVI si reca in auto al Palacio dos Bandeirantes di São Paulo per la visita di cortesia al Presidente della Repubblica, S.E. il Sig. Luiz Inácio Lula da Silva.
[00701-01.01]
● INCONTRO CON I RAPPRESENTANTI DI ALTRE CONFESSIONI CRISTIANE E DI ALTRE RELIGIONI, NEL MONASTERO SÃO BENTO A SÃO PAULO
Lasciato il Palacio dos Bandeirantes, alle ore 12 il Papa rientra in auto al Monastero di São Bento dove incontra i Rappresentanti di altre Confessioni cristiane e di altre Religioni.
Successivamente il Santo Padre pranza con il Praesidium della Conferenza Episcopale del Brasile (CNBB) e con i membri del Seguito papale.
Nel pomeriggio poi, prima di recarsi allo Stadio di Pacaembu per l’incontro con i giovani, il Papa riceve in separate udienze il Governatore dello Stato di São Paulo; il Sindaco della città; l’Arcivescovo emerito, Card. Paulo Evaristo Arns e infine un gruppo di benefattori e collaboratori della Visita papale.
[00702-01.01]
● INCONTRO CON I GIOVANI NELLO STADIO MUNICIPALE DI PACAEMBU
DISCORSO DEL SANTO PADRE
TRADUZIONE IN LINGUA ITALIANA
TRADUZIONE IN LINGUA INGLESE
Alle 17.30 di questo pomeriggio, lasciato il Monastero di São Bento, il Santo Padre si trasferisce in auto allo Stadio municipale "Paulo Machado de Carvalho" di Pacaembu dove alle 18 ha luogo l’incontro con i giovani sul tema: "Giovane, discepolo e missionario di Gesù Cristo".
Qui, introdotto dagli indirizzi di omaggio dell’Arcivescovo di São Paulo, S.E. Mons. Odilo Pedro Scherer, del Vescovo incaricato della pastorale giovanile, S.E. Mons. Eduardo Pinheiro da Silva, e dal saluto di un giovane, il Papa pronuncia il discorso che riportiamo di seguito:
DISCORSO DEL SANTO PADRE
Queridos jovens! Queridos amigos e amigas!
«Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres [...] Depois, vem e segue-me» (Mt 19,21).
1. Desejei ardentemente encontrar-me convosco nesta minha primeira viagem à América Latina. Vim para abrir a V Conferência do Episcopado Latino-americano que, por meu desejo, vai realizar-se em Aparecida, aqui no Brasil, no Santuário de Nossa Senhora. Ela nos coloca aos pés de Jesus para aprendermos suas lições sobre o Reino e impulsionar-nos a ser seus missionários, para que os povos deste "Continente da Esperança" tenham, n’Ele, vida plena.
Os vossos Bispos do Brasil, na sua Assembléia Geral do ano passado, refletiram sobre o tema da evangelização da juventude e colocaram em vossas mãos um documento. Pediram que fosse acolhido e aperfeiçoado por vós durante todo o ano. Nesta última Assembléia retomaram o assunto, enriquecido com vossa colaboração, e desejam que as reflexões feitas e as orientações propostas sirvam como incentivo e farol para vossa caminhada. As palavras do Arcebispo de São Paulo e do encarregado da Pastoral da Juventude, as quais agradeço, bem atestam o espírito que move a todos vocês.
Ontem pela tarde, ao sobrevoar o território brasileiro, pensava já neste nosso encontro no Estádio do Pacaembu, com o desejo de dar um grande abraço bem brasileiro a todos vós, e manifestar os sentimentos que levo no íntimo do coração e que, bem a propósito, o Evangelho de hoje nos quis indicar.
Sempre experimentei uma alegria muito especial nestes encontros. Lembro-me particularmente da Vigésima Jornada Mundial da Juventude, que tive a ocasião de presidir há dois anos atrás na Alemanha. Alguns dos que estão aqui também lá estiveram! É uma lembrança comovedora, pelos abundantes frutos da graça enviados pelo Senhor. E não resta a menor dúvida que o primeiro fruto, dentre muitos, que pude constatar foi o da fraternidade exemplar havida entre todos, como demonstração evidente da perene vitalidade da Igreja por todo o mundo.
2. Pois bem, caros amigos, estou certo de que hoje se renovam as mesmas impressões daquele meu encontro na Alemanha. Em 1991, o Servo de Deus o Papa João Paulo II, de venerada memória, dizia, na sua passagem pelo Mato Grosso, que os "jovens são os primeiros protagonistas do terceiro milênio [...] são vocês que vão traçar os rumos desta nova etapa da humanidade" (Discurso 16/10/1991). Hoje, sinto-me movido a fazer-lhes idêntica observação.
O Senhor aprecia, sem dúvida, vossa vivência cristã nas numerosas comunidades paroquiais e nas pequenas comunidades eclesiais, nas Universidades, Colégios e Escolas e, especialmente, nas ruas e nos ambientes de trabalho das cidades e dos campos. Trata-se, porém, de ir adiante. Nunca podemos dizer basta, pois a caridade de Deus é infinita e o Senhor nos pede, ou melhor, nos exige dilatar nossos corações para que neles caiba sempre mais amor, mais bondade, mais compreensão pelos nossos semelhantes e pelos problemas que envolvem não só a convivência humana, mas também a efetiva preservação e conservação da natureza, da qual todos fazem parte. "Nossos bosques têm mais vida": não deixeis que se apague esta chama de esperança que o vosso Hino Nacional põe em vossos lábios. A devastação ambiental da Amazônia e as ameaças à dignidade humana de suas populações requerem um maior compromisso nos mais diversos espaços de ação que a sociedade vem solicitando.
3. Hoje quero convosco refletir sobre o texto de São Mateus (19, 16-22), que acabamos de ouvir. Fala de um jovem. Ele veio correndo ao encontro de Jesus. Merece destaque a sua ânsia. Neste jovem vejo a todos vós, jovens do Brasil e da América Latina. Viestes correndo de diversas regiões deste Continente para nosso encontro. Quereis ouvir, pela voz do Papa, as palavras do próprio Jesus.
Tendes uma pergunta crucial, referida no Evangelho, a Lhe fazer. É a mesma do jovem que veio correndo ao encontro com Jesus: o que fazer para alcançar a vida eterna? Gostaria de aprofundar convosco esta pergunta. Trata-se da vida. A vida que, em vós, é exuberante e bela. O que fazer dela? Como vivê-la plenamente?
Logo entendemos, na formulação da própria pergunta, que não basta o aqui e agora, ou seja, nós não conseguimos delimitar nossa vida ao espaço e ao tempo, por mais que pretendamos estender seus horizontes. A vida os transcende. Em outras palavras, queremos viver e não morrer. Sentimos que algo nos revela que a vida é eterna e que é necessário empenhar-se para que isto aconteça. Em outras palavras, ela está em nossas mãos e depende, de algum modo, da nossa decisão.
A pergunta do Evangelho não contempla apenas o futuro. Não trata apenas de uma questão sobre o que acontecerá após a morte. Há, ao contrário, um compromisso com o presente, aqui e agora, que deve garantir autenticidade e conseqüentemente o futuro. Numa palavra, a pergunta questiona o sentido da vida. Pode por isso ser formulada assim: que devo fazer para que minha vida tenha sentido? Ou seja: como devo viver para colher plenamente os frutos da vida? Ou ainda: que devo fazer para que minha vida não transcorra inutilmente?
Jesus é o único capaz de nos dar uma resposta, porque é o único que nos pode garantir vida eterna. Por isso também é o único que consegue mostrar o sentido da vida presente e dar-lhe um conteúdo de plenitude.
4. Antes, porém, de dar sua resposta, Jesus questiona a pergunta do jovem num aspecto muito importante: por que me chamas de bom? Nesta pergunta se encontra a chave da resposta. Aquele jovem percebeu que Jesus é bom e que é mestre. Um mestre que não engana. Nós estamos aqui porque temos esta mesma convicção: Jesus é bom. Podemos não saber dar toda a razão desta percepção, mas é certo que ela nos aproxima dele e nos abre ao seu ensinamento: um mestre bom. Quem reconhece o bem é sinal que ama. E quem ama, na feliz expressão de São João, conhece Deus (cf.1Jo 4,7). O jovem do Evangelho teve uma percepção de Deus em Jesus Cristo.
Jesus nos garante que só Deus é bom. Estar aberto à bondade significa acolher Deus. Assim Ele nos convida a ver Deus em todas as coisas e em todos os acontecimentos, mesmo lá onde a maioria só vê a ausência de Deus. Vendo a beleza das criaturas e constatando a bondade presente em todas elas, é impossível não crer em Deus e não fazer uma experiência de sua presença salvífica e consoladora. Se nós conseguíssemos ver todo o bem que existe no mundo e, ainda mais, experimentar o bem que provém do próprio Deus, não cessaríamos jamais de nos aproximar dele, de O louvar e Lhe agradecer. Ele continuamente nos enche de alegria e de bens. Sua alegria é nossa força.
Mas nós não conhecemos senão de forma parcial. Para perceber o bem necessitamos de auxílios, que a Igreja nos proporciona em muitas oportunidades, principalmente pela catequese. Jesus mesmo explicita o que é bom para nós, dando-nos sua primeira catequese. «Se queres entrar na vida, observa os mandamentos» (Mt 19,17). Ele parte do conhecimento que o jovem já obteve certamente de sua família e da Sinagoga: de fato, ele conhece os mandamentos. Eles conduzem à vida, o que equivale a dizer que eles nos garantem autenticidade. São as grandes balizas a nos apontarem o caminho certo. Quem observa os mandamentos está no caminho de Deus.
Não basta conhecê-los. O testemunho vale mais que a ciência, ou seja, é a própria ciência aplicada. Não são impostos de fora, nem diminuem nossa liberdade. Pelo contrário: constituem impulsos internos vigorosos, que nos levam a agir nesta direção. Na sua base está a graça e a natureza, que não nos deixam parados. Precisamos caminhar. Somos impelidos a fazer algo para nos realizarmos a nós mesmos. Realizar-se, através da ação, na verdade, é tornar-se real. Nós somos, em grande parte, a partir de nossa juventude, o que nós queremos ser. Somos, por assim dizer, obra de nossas mãos.
5. Nesta altura volto-me, de novo, para vós, jovens, querendo ouvir também de vós a resposta do jovem do Evangelho: tudo isto tenho observado desde a minha juventude. O jovem do Evangelho era bom. Observava os mandamentos. Estava pois no caminho de Deus. Por isso Jesus fitou-o com amor. Ao reconhecer que Jesus era bom, testemunhou que também ele era bom. Tinha uma experiência da bondade e por isso, de Deus. E vós, jovens do Brasil e da América Latina? Já descobristes o que é bom? Seguis os mandamentos do Senhor? Descobristes que este é o verdadeiro e único caminho para a felicidade?
Os anos que vós estais vivendo são os anos que preparam o vosso futuro. O "amanhã" depende muito de como estais vivendo o "hoje" da juventude. Diante dos olhos, meus queridos jovens, tendes uma vida que desejamos seja longa; mas é uma só, é única: não a deixeis passar em vão, não a desperdiceis. Vivei com entusiasmo, com alegria, mas, sobretudo, com senso de responsabilidade.
Muitas vezes sentimos trepidar nossos corações de pastores, constatando a situação de nosso tempo. Ouvimos falar dos medos da juventude de hoje. Revelam-nos um enorme déficit de esperança: medo de morrer, num momento em que a vida está desabrochando e procura encontrar o próprio caminho da realização; medo de sobrar, por não descobrir o sentido da vida; e medo de ficar desconectado diante da estonteante rapidez dos acontecimentos e das comunicações. Registramos o alto índice de mortes entre os jovens, a ameaça da violência, a deplorável proliferação das drogas que sacode até a raiz mais profunda a juventude de hoje. Fala-se por isso, seguidamente, de uma juventude perdida.
Mas olhando para vós, jovens aqui presentes, que irradiais alegria e entusiasmo, assumo o olhar de Jesus: um olhar de amor e confiança, na certeza de que vós encontrastes o verdadeiro caminho. Sois jovens da Igreja. Por isso Eu vos envio para a grande missão de evangelizar os jovens e as jovens, que andam por este mundo errantes, como ovelhas sem pastor. Sede os apóstolos dos jovens. Convidai-os para que venham convosco, façam a mesma experiência de fé, de esperança e de amor; encontrem-se com Jesus, para se sentirem realmente amados, acolhidos, com plena possibilidade de realizar-se. Que também eles e elas descubram os caminhos seguros dos Mandamentos e por eles cheguem até Deus.
Podeis ser protagonistas de uma sociedade nova se procurais pôr em prática uma vivência real inspirada nos valores morais universais, mas também um empenho pessoal de formação humana e espiritual de vital importância. Um homem ou uma mulher despreparados para os desafios reais de uma correta interpretação da vida cristã do seu meio ambiente será presa fácil a todos os assaltos do materialismo e do laicismo, sempre mais atuantes em todos os níveis.
Sede homens e mulheres livres e responsáveis; fazei da família um foco irradiador de paz e de alegria; sede promotores da vida, do início ao seu natural declínio; amparai os anciãos, pois eles merecem respeito e admiração pelo bem que vos fizeram. O Papa também espera que os jovens procurem santificar seu trabalho, fazendo-o com competência técnica e com laboriosidade, para contribuir ao progresso de todos os seus irmãos e para iluminar com a luz do Verbo todas as atividades humanas (cf. Lumen Gentium, n. 36). Mas, sobretudo, o Papa espera que saibam ser protagonistas de uma sociedade mais justa e mais fraterna, cumprindo as obrigações frente ao Estado: respeitando as suas leis; não se deixando levar pelo ódio e pela violência; sendo exemplo de conduta cristã no ambiente profissional e social, distinguindo-se pela honestidade nas relações sociais e profissionais. Tenham em conta que a ambição desmedida de riqueza e de poder leva à corrupção pessoal e alheia; não existem motivos para fazer prevalecer as próprias aspirações humanas, sejam elas econômicas ou políticas, com a fraude e o engano.
Definitivamente, existe um imenso panorama de ação no qual as questões de ordem social, econômica e política ganham um particular relevo, sempre que haurirem sua fonte de inspiração no Evangelho e na Doutrina Social da Igreja. A construção de uma sociedade mais justa e solidária, reconciliada e pacífica; a contenção da violência e as iniciativas que promovam a vida plena, a ordem democrática e o bem comum e, especialmente, aquelas que visem eliminar certas discriminações existentes nas sociedades latino-americanas e não são motivo de exclusão, mas de recíproco enriquecimento.
Tende, sobretudo, um grande respeito pela instituição do Sacramento do Matrimônio. Não poderá haver verdadeira felicidade nos lares se, ao mesmo tempo, não houver fidelidade entre os esposos. O matrimônio é uma instituição de direito natural, que foi elevado por Cristo à dignidade de Sacramento; é um grande dom que Deus fez à humanidade. Respeitai-o, venerai-o. Ao mesmo tempo, Deus vos chama a respeitar-vos também no namoro e no noivado, pois a vida conjugal que, por disposição divina, está destinada aos casados é somente fonte de felicidade e de paz na medida em que souberdes fazer da castidade, dentro e fora do matrimônio, um baluarte das vossas esperanças futuras. Repito aqui para todos vós que «o eros quer nos conduzir para além de nós próprios, para Deus, mas por isso mesmo requer um caminho de ascese, renúncias, purificações e saneamentos» (Carta encl. Deus caritas est, (25/12/2005), n. 5). Em poucas palavras, requer espírito de sacrifício e de renúncia por um bem maior, que é precisamente o amor de Deus sobre todas as coisas. Procurai resistir com fortaleza às insídias do mal existente em muitos ambientes, que vos leva a uma vida dissoluta, paradoxalmente vazia, ao fazer perder o bem precioso da vossa liberdade e da vossa verdadeira felicidade. O amor verdadeiro "procurará sempre mais a felicidade do outro, preocupar-se-á cada vez mais dele, doar-se-á e desejará existir para o outro" (Ib. n. 7) e, por isso, será sempre mais fiel, indissolúvel e fecundo.
Para isso, contais com a ajuda de Jesus Cristo que, com a sua graça, fará isto possível (cf. Mt 19,26). A vida de fé e de oração vos conduzirá pelos caminhos da intimidade com Deus, e de compreensão da grandeza dos planos que Ele tem para cada um. "Por amor do reino dos céus" (ib., 12), alguns são chamados a uma entrega total e definitiva, para consagrar-se a Deus na vida religiosa, "exímio dom da graça", como foi definido pelo Concílio Vaticano II (Decr. Perfectae caritatis, n.12). Os consagrados que se entregam totalmente a Deus, sob a moção do Espírito Santo, participam na missão de Igreja, testemunhando a esperança no Reino celeste entre todos os homens. Por isso, abençôo e invoco a proteção divina a todos os religiosos que dentro da seara do Senhor se dedicam a Cristo e aos irmãos. As pessoas consagradas merecem, verdadeiramente, a gratidão da comunidade eclesial: monges e monjas, contemplativos e contemplativas, religiosos e religiosas dedicados às obras de apostolado, membros de institutos seculares e das sociedades de vida apostólica, eremitas e virgens consagradas. "A sua existência dá testemunho do amor a Cristo quando eles se encaminham pelo seu seguimento, tal como este se propõe no Evangelho e, com íntima alegria, assumem o mesmo estilo de vida que Ele escolheu para Si" (Congr. para os Inst. de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica: Instr. Partir de Cristo, n. 5). Faço votos de que, neste momento de graça e de profunda comunhão em Cristo, o Espírito Santo desperte no coração de tantos jovens um amor apaixonado no seguimento e imitação de Jesus Cristo casto, pobre e obediente, voltado completamente à glória do Pai e ao amor dos irmãos e irmãs.
6. O Evangelho nos assegura que aquele jovem, que veio correndo ao encontro de Jesus, era muito rico. Entendemos esta riqueza não apenas no plano material. A própria juventude é uma riqueza singular. É preciso descobri-la e valorizá-la. Jesus lhe deu tal valor que convidou esse jovem para participar de sua missão de salvação. Tinha todas as condições para uma grande realização e uma grande obra.
Mas o Evangelho nos refere que esse jovem se entristeceu com o convite. Foi embora abatido e triste. Este episódio nos faz refletir mais uma vez sobre a riqueza da juventude. Não se trata, em primeiro lugar, de bens materiais, mas da própria vida, com os valores inerentes à juventude. Provém de uma dupla herança: a vida, transmitida de geração em geração, em cuja origem primeira está Deus, cheio de sabedoria e de amor; e a educação que nos insere na cultura, a tal ponto que, em certo sentido, podemos dizer que somos mais filhos da cultura e por isso da fé, do que da natureza. Da vida brota a liberdade que, sobretudo nesta fase se manifesta como responsabilidade. E o grande momento da decisão, numa dupla opção: uma quanto ao estado de vida e outra quanto à profissão. Responde à questão: que fazer com a vida?
Em outras palavras, a juventude se afigura como uma riqueza porque leva à descoberta da vida como um dom e como uma tarefa. O jovem do Evangelho percebeu a riqueza de sua juventude. Foi até Jesus, o Bom Mestre, para buscar uma orientação. Mas na hora da grande opção não teve coragem de apostar tudo em Jesus Cristo. Conseqüentemente saiu dali triste e abatido. É o que acontece todas as vezes que nossas decisões fraquejam e se tornam mesquinhas e interesseiras. Sentiu que faltou generosidade, o que não lhe permitiu uma realização plena. Fechou-se sobre sua riqueza, tornando-a egoísta.
Jesus ressentiu-se com a tristeza e a mesquinhez do jovem que o viera procurar. Os Apóstolos, como todos e todas vós hoje, preenchem esta lacuna deixada por aquele jovem que se retirou triste e abatido. Eles e nós estamos alegres porque sabemos em quem acreditamos (2 Tim 1,12). Sabemos e testemunhamos com nossa própria vida que só Ele tem palavras de vida eterna (Jo 6,68). Por isso, com São Paulo, podemos exclamar: alegrai-vos sempre no Senhor (Fil 4,4).
7. Meu apelo de hoje, a vós jovens, que viestes a este encontro, é que não desperdiceis vossa juventude. Não tenteis fugir dela. Vivei-a intensamente. Consagrai-a aos elevados ideais da fé e da solidariedade humana.
Vós, jovens, não sois apenas o futuro da Igreja e da humanidade, como uma espécie de fuga do presente. Pelo contrário: vós sois o presente jovem da Igreja e da humanidade. Sois seu rosto jovem. A Igreja precisa de vós, como jovens, para manifestar ao mundo o rosto de Jesus Cristo, que se desenha na comunidade cristã. Sem o rosto jovem a Igreja se apresentaria desfigurada.
Queridos jóvenes, dentro de poco inauguraré la Quinta Conferencia del Episcopado Latinoamericano. Os pido que sigáis con atención sus trabajos; que participéis en sus debates; que recéis por sus frutos. Como ocurrió con las Conferencias anteriores, también ésta marcará de modo significativo los próximos diez años de Evangelización en América Latina y en el Caribe. Nadie debe quedar al margen o permanecer indiferente ante este esfuerzo de la Iglesia, y mucho menos los jóvenes. Vosotros con todo derecho formáis parte de la Iglesia, la cual representa el rostro de Jesucristo para América Latina y el Caribe.
Je salue les francophones qui vivent sur le Continent latino-américain, les invitant à être des témoins de l’Évangile et des acteurs de la vie ecclésiale. Ma prière vous rejoint tout particulièrement, vous les jeunes, vous êtes appelés à construire votre vie sur le Christ et sur les valeurs humaines fondamentales. Que tous se sentent invités à collaborer pour édifier un monde de justice et de paix.
Dear young friends, like the young man in the Gospel, who asked Jesus "what must I do to have eternal life?", all of you are searching for ways of responding generously to God’s call. I pray that you may hear his saving word and become his witnesses to the people of today. May God pour out upon all of you his blessings of peace and joy.
Queridos jovens, Cristo vos chama a serem santos. Ele mesmo vos convoca e quer andar convosco, para animar com Seu espírito os passos do Brasil neste início do terceiro milênio da era cristã. Peço à Senhora Aparecida que vos conduza, com seu auxílio materno e vos acompanhe ao longo da vida.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[00678-XX.02] [Testo originale: Plurilingue]
TRADUZIONE IN LINGUA ITALIANA
Carissimi giovani! Cari amici e amiche!
"Se vuoi essere perfetto, va’, vendi quello che possiedi, dallo ai poveri [...] poi, vieni e seguimi" (Mt 19, 21).
1. Ho voluto ardentemente incontrarmi con voi in questo mio primo viaggio in America Latina. Sono venuto ad aprire la V Conferenza dell'Episcopato Latinoamericano che, per mio desiderio, si svolgerà ad Aparecida, qui in Brasile, nel Santuario di Nostra Signora. Ella ci conduce ai piedi di Gesù, perché impariamo le sue lezioni sul Regno e ci stimola ad essere suoi missionari, affinché i popoli di questo «Continente della speranza» abbiano in Lui vita piena.
I vostri Vescovi del Brasile, nella loro Assemblea Generale dell'anno scorso, hanno riflettuto sul tema dell'evangelizzazione della gioventù e hanno messo nelle vostre mani un documento. Hanno chiesto che fosse accolto e perfezionato da voi lungo tutto l'anno. In questa ultima Assemblea hanno ripreso il tema, arricchito con la vostra collaborazione, e desiderano che le riflessioni fatte e gli orientamenti proposti servano come incentivo e faro per il vostro cammino. Le parole dell'Arcivescovo di San Paolo e dell'incaricato della Pastorale della Gioventù, che ringrazio, confermano lo spirito che muove il cuore di tutti voi.
Ieri sera, sorvolando il territorio brasiliano, già pensavo a questo nostro incontro nello Stadio di Pacaembu, con il desiderio di stringere in un grande abbraccio molto brasiliano tutti voi, e manifestare i sentimenti che porto nell'intimo del cuore e che, molto a proposito, il Vangelo di oggi ci ha voluto indicare.
Ho sempre sperimentato una gioia molto speciale in questi incontri. Ricordo particolarmente la XX Giornata Mondiale della Gioventù, che ho avuto l'occasione di presiedere due anni fa in Germania. Anche alcuni di voi qui presenti sono stati là! È un ricordo emozionante, per i frutti abbondanti di grazia concessi dal Signore. E non rimane alcun dubbio che il primo frutto, tra tanti, che ho potuto verificare è stato quello della fraternità esemplare tra tutti, come dimostrazione evidente della perenne vitalità della Chiesa per tutto il mondo.
2. Per cui, cari amici, sono certo che oggi si rinnoveranno le stesse impressioni di quel mio incontro in Germania. Nel 1991 il Servo di Dio Papa Giovanni Paolo II, di venerata memoria, diceva, nella sua visita nel Mato Grosso, che i «giovani sono i primi protagonisti del terzo millennio [...] sono loro che tracceranno il destino di questa nuova tappa dell'umanità» (Discorso, 16/10/1991). Oggi, mi sento spinto a fare con voi la stessa osservazione.
Il Signore apprezza, senza dubbio, la vostra vita cristiana nelle numerose comunità parrocchiali e nelle piccole comunità ecclesiali, nelle Università, nei Collegi e nelle Scuole e, soprattutto, nelle strade e negli ambienti di lavoro delle città e della campagna. Ma bisogna andare avanti. Non possiamo mai dire basta, perché la carità di Dio è infinita e il Signore ci chiede, o meglio, esige che dilatiamo i nostri cuori, affinché in essi ci sia sempre più amore, bontà, comprensione per i nostri simili e per i problemi che coinvolgono non solo la convivenza umana, ma anche l'effettiva preservazione e la custodia dell’ambiente naturale, di cui tutti facciamo parte. «I nostri boschi hanno più vita»: non lasciate che si spenga questa fiamma di speranza che il vostro Inno Nazionale pone sulle vostre labbra. La devastazione ambientale dell'Amazzonia e le minacce alla dignità umana delle sue popolazioni esigono un maggior impegno nei più diversi ambiti di azione che la società vien sollecitando.
3. Oggi desidero riflettere con voi sul testo di San Matteo (cfr 19, 16-22), che abbiamo appena ascoltato. Parla di un giovane, il quale corse incontro a Gesù. Merita di essere sottolineata la sua impazienza. In questo giovane vedo tutti voi, giovani del Brasile e dell'America Latina. Siete accorsi dalle varie regioni di questo Continente per il nostro incontro. Volete ascoltare, dalla voce del Papa, le parole di Gesù stesso.
Avete una domanda cruciale, riferita nel Vangelo, da sottoporgli. È la stessa del giovane che corse incontro a Gesù: Cosa fare per raggiungere la vita eterna? Vorrei approfondire con voi questa domanda. Si tratta della vita. La vita che, in voi, è esuberante e bella. Cosa fare di essa? Come viverla pienamente?
Comprendiamo immediatamente, nella formulazione della domanda stessa, che non è sufficiente il "qui" e l'"adesso"; detto altrimenti, noi non riusciamo a ridurre la nostra vita entro lo spazio e il tempo, per quanto pretendiamo allargare i suoi orizzonti. La vita li trascende. Con altre parole: noi vogliamo vivere e non morire. Sentiamo che qualcosa ci rivela che la vita è eterna e che è necessario impegnarsi perché ciò avvenga. Insomma, essa è nelle nostre mani e dipende, in certo qual modo, dalla nostra decisione.
La domanda del Vangelo non riguarda soltanto il futuro. Non riguarda solo la questione del che cosa accadrà dopo la morte. Al contrario, esiste un impegno con il presente, qui e adesso, che deve garantire autenticità e di conseguenza il futuro. In sintesi, la domanda pone in questione il senso della vita. Perciò può essere formulata così: cosa devo fare affinché la mia vita abbia senso? Cioè: come devo vivere per cogliere pienamente i frutti della vita? O ancora: che cosa devo fare perché la mia vita non trascorra inutilmente?
Gesù è l'unico che ci può dare una risposta, perché è l'unico che ci può garantire la vita eterna. Perciò è anche l'unico che riesce a mostrare il senso della vita presente e a conferirle un contenuto di pienezza.
4. Ma prima di dare la sua risposta, Gesù pone in questione la domanda del giovane sotto un aspetto molto importante: perché mi interroghi su ciò che è buono? In questa domanda si trova la chiave della risposta. Quel giovane percepisce che Gesù è buono e che è maestro. Un maestro che non inganna. Noi siamo qui perché abbiamo questa stessa convinzione: Gesù è buono. Può essere che non sappiamo spiegare appieno la ragione di questa percezione, ma è certo che essa ci avvicina a Lui e ci apre al suo insegnamento: un maestro buono. Chi riconosce il bene vuol dire che ama. E chi ama, nella felice espressione di San Giovanni, conosce Dio (cfr 1 Gv 4, 7). Il giovane del Vangelo ha avuto una percezione di Dio in Gesù Cristo.
Gesù ci assicura che solo Dio è buono. Essere aperto alla bontà significa accogliere Dio. Così Egli ci invita a vedere Dio in tutte le cose e in tutti gli avvenimenti, anche laddove la maggioranza vede soltanto assenza di Dio. Vedendo la bellezza delle creature e costatando la bontà presente in tutte loro, è impossibile non credere in Dio e non fare un’esperienza della sua presenza salvifica e confortatrice. Se riuscissimo a vedere tutto il bene che esiste nel mondo e, ancor più, a sperimentare il bene che proviene da Dio stesso, non cesseremmo mai di avvicinarci a Lui, di lodarlo e ringraziarlo. Lui ci riempie continuamente di gioia e di beni. La sua gioia è la nostra forza.
Ma noi non conosciamo che in misura parziale. Per capire il bene abbiamo bisogno di aiuti, che la Chiesa ci offre in molte occasioni, soprattutto nella catechesi. Lo stesso Gesù manifesta ciò che per noi è buono, donandoci la sua prima catechesi. «Se vuoi entrare nella vita, osserva i comandamenti» (Mt 19, 17). Lui parte dalla conoscenza che il giovane certamente ha già ottenuto dalla sua famiglia e dalla Sinagoga: egli, infatti, conosce i comandamenti. Essi conducono alla vita, il che vuol dire che ci garantiscono autenticità. Sono i grandi indicatori che ci additano la strada giusta. Chi osserva i comandamenti è sulla strada di Dio.
Non basta, però, conoscerli. La testimonianza è più valida della scienza, ovvero, è la scienza stessa applicata. Non vengono imposti dal di fuori, non diminuiscono la nostra libertà. Al contrario: costituiscono vigorosi stimoli interni, che ci portano ad agire in una certa direzione. Alla loro base si trovano la grazia e la natura, che non ci lasciano fermi. Dobbiamo camminare. Siamo stimolati a fare qualcosa per realizzarci. Realizzarsi per mezzo dell'azione, in realtà, è rendersi reali. Noi siamo, in gran parte, a partir dalla nostra giovinezza, ciò che noi vogliamo essere. Siamo, per così dire, opera delle nostre mani.
5. A questo punto mi rivolgo di nuovo a voi, giovani, poiché voglio sentire anche da voi la risposta del giovane del Vangelo: tutte queste cose le ho osservate fin dalla mia giovinezza. Il giovane del Vangelo era buono. Osservava i comandamenti. Camminava sulla via di Dio. Perciò, Gesù fissatolo, lo amò. Riconoscendo che Gesù era buono, diede prova che anche lui era buono. Aveva un'esperienza della bontà e, pertanto, di Dio. E voi, giovani del Brasile e dell'America Latina, avete già scoperto che cosa è buono? Seguite i comandamenti del Signore? Avete scoperto che questa è la vera e unica strada verso la felicità?
Gli anni che state vivendo sono gli anni che preparano il vostro futuro. Il «domani» dipende molto dal come state vivendo l'«oggi» della giovinezza. Davanti ai vostri occhi, miei carissimi giovani, avete una vita che desideriamo sia lunga; essa però è una sola, è unica: non permettete che passi invano, non la sperperate. Vivete con entusiasmo, con gioia, ma soprattutto con senso di responsabilità.
Molte volte sentiamo trepidare i nostri cuori di pastori, mentre costatiamo la situazione del nostro tempo. Sentiamo parlare delle paure della gioventù di oggi. Esse ci svelano un enorme deficit di speranza: paura di morire, nel momento in cui la vita sta sbocciando e cerca di trovare la propria via di realizzazione; paura di fallire, per non aver scoperto il senso della vita; e paura di rimanere staccato, di fronte alla sconcertante rapidità degli eventi e delle comunicazioni. Registriamo l’alta percentuale di morti tra i giovani, la minaccia della violenza, la deplorevole proliferazione delle droghe che scuote fino alla radice più profonda la gioventù di oggi. Si parla per questo, in conseguenza, di una gioventù sbandata.
Ma mentre guardo a voi, giovani qui presenti, che irradiate gioia e entusiasmo, assumo lo sguardo di Gesù: uno sguardo di amore e fiducia, nella certezza che voi avete trovato la via vera. Voi siete i giovani della Chiesa. Vi invio perciò verso la grande missione di evangelizzare i ragazzi e le ragazze che vanno errando in questo mondo, come pecore senza pastore. Siate gli apostoli dei giovani. Invitateli a camminare con voi, a fare la vostra stessa esperienza di fede, di speranza e di amore; a incontrare Gesù per sentirsi realmente amati, accolti, con la piena possibilità di realizzarsi. Che anche loro scoprano le vie sicure dei Comandamenti e, percorrendole, arrivino a Dio.
Potete essere protagonisti di una società nuova, se cercherete di mettere in pratica una condotta concreta ispirata ai valori morali universali, ma anche un impegno personale di formazione umana e spirituale di importanza vitale. Un uomo o una donna non preparati alle sfide reali poste da un’interpretazione corretta della vita cristiana del proprio ambiente saranno facile preda di tutti gli assalti del materialismo e del laicismo, sempre più attivi a tutti i livelli.
Siate uomini e donne liberi e responsabili; fate della famiglia un centro irradiante pace e gioia; siate promotori della vita, dall'inizio fino al suo declino naturale; tutelate gli anziani, poiché essi meritano rispetto e ammirazione per il bene che vi hanno fatto. Il Papa s’aspetta anche che i giovani cerchino di santificare il loro lavoro, compiendolo con competenza tecnica e con diligenza, per contribuire al progresso di tutti i loro fratelli e per illuminare con la luce del Verbo tutte le attività umane (cfr Lumen gentium, 36). Ma, soprattutto, il Papa si augura che essi sappiano essere protagonisti di una società più giusta e più fraterna, adempiendo i doveri nei confronti dello Stato: rispettando le sue leggi; non lasciandosi trasportare dall'odio e dalla violenza; cercando di essere esempio di condotta cristiana nell'ambiente professionale e sociale, distinguendosi per l'onestà nei rapporti sociali e professionali. Si ricordino che la smisurata ambizione di ricchezza e di potere porta alla corruzione personale e altrui; non vi sono motivi validi che giustifichino il tentativo di far prevalere le proprie aspirazioni umane, sia economiche che politiche, mediante la frode e l'inganno.
Esiste, in ultima analisi, un immenso panorama di azione nel quale le questioni di ordine sociale, economico e politico acquisiscono un rilievo particolare, sempre che la loro fonte d'ispirazione siano il Vangelo e la Dottrina Sociale della Chiesa. La costruzione di una società più giusta e solidale, riconciliata e pacifica; l’impegno a frenare la violenza; le iniziative di promozione della vita piena, dell'ordine democratico e del bene comune e, specialmente, quelle che mirano ad eliminare certe discriminazioni esistenti nelle società latinoamericane e non sono motivo di esclusione, bensì di arricchimento reciproco.
Abbiate soprattutto grande rispetto per l'istituzione del Sacramento del Matrimonio. Non potrà aversi vera felicità nei focolari se, al tempo stesso, non ci sarà fedeltà tra i coniugi. Il matrimonio è un’istituzione di diritto naturale, che è stata elevata da Cristo alla dignità di Sacramento; è un grande dono che Dio ha fatto all’umanità. Rispettatelo, veneratelo. Al tempo stesso, Dio vi chiama a rispettarvi gli uni gli altri anche nell'innamoramento e nel fidanzamento, poiché la vita coniugale, che per disposizione divina è riservata alle coppie sposate, sarà fonte di felicità e di pace solo nella misura in cui saprete fare della castità, dentro e fuori del matrimonio, un baluardo delle vostre speranze future. Ripeto qui a tutti voi che «l'eros vuole sollevarci [...] verso il Divino, condurci al di là di noi stessi, ma proprio per questo richiede un cammino di ascesa, di rinunce, di purificazioni e di guarigioni» (Lettera Enciclica Deus caritas est [25/12/2005], n. 5). In poche parole, richiede uno spirito di sacrificio e di rinuncia per un bene maggiore, che è precisamente l'amore di Dio su tutte le cose. Cercate di resistere con fortezza alle insidie del male esistente in molti ambienti, che vi spinge ad una vita dissoluta, paradossalmente vuota, facendovi smarrire il dono prezioso della vostra libertà e della vostra vera felicità. Il vero amore «cercherà sempre di più la felicità dell'altro, si preoccuperà sempre di più di lui, si donerà e desidererà "esserci per" l'altro» (Ibid., n. 7) e, perciò, sarà sempre più fedele, indissolubile e fecondo.
Contate per questo sull’aiuto di Gesù Cristo che, con la sua grazia, renderà questo possibile (cfr Mt 19, 26). La vita di fede e di preghiera vi condurrà per le vie dell'intimità con Dio e della comprensione della grandezza dei piani che Lui ha per ogni persona. «Per il regno dei cieli» (Ibid., v. 12), alcuni sono chiamati ad una donazione totale e definitiva, per consacrarsi a Dio nella vita religiosa, «insigne dono della grazia», come è stato dichiarato dal Concilio Vaticano II (cfr Decr. Perfectae caritatis, 12). I consacrati che si donano totalmente a Dio, sotto la mozione dello Spirito Santo, partecipano alla missione della Chiesa, testimoniando la speranza nel Regno celeste tra tutti gli uomini. Perciò, benedico e invoco la protezione divina su tutti i religiosi che all'interno della vigna del Signore si dedicano a Cristo ed ai fratelli. Le persone consacrate meritano veramente la gratitudine della comunità ecclesiale: monaci e monache, contemplativi e contemplative, religiosi e religiose dedicati alle opere di apostolato, membri degli Istituti secolari e delle Società di vita apostolica, eremiti e vergini consacrate. «La loro esistenza rende testimonianza di amore a Cristo quando s'incamminano alla sua sequela come viene proposta nel Vangelo e, con intima gioia, assumono lo stesso stile di vita che Egli scelse per Sé» (Congregazione per gli Istituti di Vita Consacrata e le Società di Vita Apostolica, Istruz. Ripartire da Cristo, n. 5). Auguro che in questo momento di grazia e di profonda comunione in Cristo, lo Spirito Santo risvegli nel cuore di tanti giovani un amore appassionato, nel seguire e imitare Gesù Cristo casto, povero e ubbidiente, totalmente rivolto alla gloria del Padre e all'amore dei fratelli e delle sorelle.
6. Il Vangelo ci assicura che quel giovane che corse incontro a Gesù era molto ricco. Intendiamo questa ricchezza non soltanto sul piano materiale. La stessa giovinezza è una ricchezza singolare. Bisogna scoprirla e valorizzarla. Gesù l'ha talmente apprezzata che finì per invitare quel giovane a partecipare alla sua missione di salvezza. Egli aveva in sé tutte le condizioni per una grande realizzazione ed una grande opera.
Ma il Vangelo ci riferisce che questo giovane, udito l'invito, si rattristò. Se ne andò abbattuto e triste. Questo episodio ci fa riflettere ancora una volta sulla ricchezza della gioventù. Non si tratta, in primo luogo, di beni materiali, bensì della propria vita, con i valori inerenti alla giovinezza. Proviene da una duplice eredità: la vita, trasmessa di generazione in generazione, nella cui origine primaria si trova Dio, pieno di sapienza e di amore; e l’educazione che ci inserisce nella cultura, a un punto tale da poter quasi dire che siamo più figli della cultura e, pertanto, della fede, che non della natura. Dalla vita germoglia la libertà che, soprattutto in questa fase, si manifesta come responsabilità. E il grande momento della decisione, in una duplice opzione: la prima, riguardo allo stato di vita, e la seconda riguardo alla professione. Risponde alla domanda: cosa fare della propria vita?
In altre parole, la gioventù si presenta come una ricchezza perché conduce alla riscoperta della vita come dono e come compito. Il giovane del Vangelo comprese la ricchezza della propria giovinezza. Andò da Gesù, il Maestro buono, per cercare un orientamento. Nell'ora della grande opzione, tuttavia, non ebbe il coraggio di scommettere tutto su Gesù Cristo. Di conseguenza, se ne andò triste e abbattuto. È ciò che succede ogni volta che le nostre decisioni vacillano e diventano meschine e interessate. Capì che gli mancava la generosità, e ciò non gli permise una realizzazione piena. Si ripiegò sulla sua ricchezza, facendola diventare egoista.
A Gesù dispiacque la tristezza e la meschinità del giovane che era venuto a cercarlo. Gli Apostoli, così come tutti e tutte voi oggi, riempirono il vuoto lasciato da quel giovane che se ne era andato triste e abbattuto. Loro e noi siamo felici, perché sappiamo a chi crediamo (cfr 2 Tm 1, 12). Sappiamo e testimoniamo con la nostra vita che soltanto Lui ha parole di vita eterna (cfr Gv 6, 68). Perciò, con San Paolo possiamo esclamare: Rallegratevi sempre nel Signore! (cfr Fil 4, 4).
7. Il mio appello odierno a voi, giovani che siete venuti a questo incontro, è di non sperperare la vostra gioventù. Non cercate di fuggire da essa. Vivetela intensamente. Consacratela agli alti ideali della fede e della solidarietà umana.
Voi, giovani, non siete soltanto il futuro della Chiesa e dell'umanità, quasi si trattasse di una specie di fuga dal presente. Al contrario: voi siete il presente giovane della Chiesa e dell'umanità. Siete il suo volto giovane. La Chiesa ha bisogno di voi, come giovani, per manifestare al mondo il volto di Gesù Cristo, che si delinea nella comunità cristiana. Senza questo volto giovane, la Chiesa si presenterebbe sfigurata.
Carissimi giovani, fra poco inaugurerò la Quinta Conferenza dell'Episcopato Latinoamericano. Vi chiedo di seguire con attenzione i suoi lavori; di partecipare ai suoi dibattiti; di accogliere i suoi frutti. Come è accaduto in occasione delle precedenti Conferenze, anche la presente segnerà in modo significativo i prossimi dieci anni di evangelizzazione in America Latina e nei Caraibi. Nessuno deve restare ai margini o rimanere indifferente davanti a questo sforzo della Chiesa, e ancor. meno i giovani. Voi fate a pieno titolo parte della Chiesa, la quale rappresenta il volto di Gesù Cristo per l'America Latina ed i Carabi.
Saluto i francofoni che vivono nel Continente latinoamericano, e li invito a essere testimoni del Vangelo e protagonisti della vita ecclesiale. La mia preghiera raggiunge in modo del tutto particolare voi giovani: voi siete chiamati a costruire la vostra vita su Cristo e sui valori umani fondamentali. Tutti si sentano invitati a collaborare per edificare un mondo di giustizia e di pace.
Carissimi giovani amici, come il giovane del Vangelo che domandò a Gesù: «Che cosa devo fare di buono per ottenere la vita eterna?», tutti voi state cercando le vie per rispondere generosamente alla chiamata di Dio. Prego perché ascoltiate le sue parole salvifiche e perché diventiate suoi testimoni per le popolazioni contemporanee. Dio effonda su tutti voi le sue benedizioni di pace e di gioia.
Carissimi giovani, Cristo vi chiama a essere santi. Lui stesso vi invita e vuole camminare con voi, per animare con il suo Spirito i passi del Brasile in questo inizio del terzo millennio dell'era cristiana. Chiedo alla Senhora Aparecida che vi guidi con il suo aiuto materno e vi accompagni lungo la vita.
Sia lodato nostro Signore Gesù Cristo!
[00678-01.01] [Testo originale: Plurilingue]
TRADUZIONE IN LINGUA INGLESE
My dear young friends!
"If you would be perfect, go, sell what you possess and give to the poor…and come, follow me" (Mt 19:21).
1. I was particularly eager to include a meeting with you during this my first journey to Latin America. I have come to inaugurate the Fifth General Conference of the Bishops of Latin America which, according to my wish, will take place at Aparecida, here in Brazil, at the Shrine of Our Lady. It is she who leads us to the feet of Jesus so that we can learn his teachings about the Kingdom, and it is she who stirs us up to be his missionaries so that the people of this "Continent of Hope" may have full life in him.
In their General Assembly last year, your Bishops here in Brazil reflected on the theme of the evangelization of youth and they placed a document into your hands. They asked you to receive that document and add your own reflections to it in the course of the year. At their most recent Assembly, the Bishops returned to the theme, enriched now by your collaboration, in the hope that the reflections and guidelines proposed therein would serve as a stimulus and a beacon for your journey. The words offered by the Archbishop of São Paulo and the Director of Pastoral Care for Young People, both of whom I thank, confirm the spirit that moves your hearts.
While flying over the land of Brazil yesterday evening, I was already anticipating our encounter here in the Stadium of Pacaembu, anxious to extend to all of you a warm Brazilian embrace and to share with you the sentiments which I carry in the depths of my heart, and which are very appropriately indicated to us in today’s Gospel.
I have always felt a very special joy at these encounters. I remember especially the Twentieth World Youth Day at which I was able to preside two years ago in Germany. Some of you gathered here today were also present! It is an emotional memory for me on account of the abundant fruits of the Lord’s grace poured out upon those who were there. Among the many fruits which I could point to, there is little doubt that the first was the exemplary sense of fraternity that stood as a clear witness to the Church’s perennial vitality throughout the world.
2. For this reason, my dear friends, I am certain that today the same impressions I received in Germany will be renewed here. In 1991, during his visit to Mato Grosso, the Servant of God Pope John Paul II, of venerable memory, said that "youth are the first protagonists of the third millennium … they are the ones who will be charged with the destiny of this new phase in human history" (16 October 1991). Today, I feel moved to make the same observation regarding all of you.
The Christian life you lead in numerous parishes and small ecclesial communities, in universities, colleges and schools, and most of all, in places of work both in the city and in the countryside, is undoubtedly pleasing to the Lord. But it is necessary to go even further. We can never say "enough", because the love of God is infinite, and the Lord asks us—or better—requires us to open our hearts wider so that there will be room for even more love, goodness, and understanding for our brothers and sisters, and for the problems which concern not only the human community, but also the effective preservation and protection of the natural environment of which we are all a part. "Our forests have more life": do not allow this flame of hope which your National Hymn places on your lips to die out. The devastation of the environment in the Amazon Basin and the threats against the human dignity of peoples living within that region call for greater commitment in the different areas of activity than society tends to recognize.
3. Today I would like to reflect on the text we have just heard from Saint Matthew (cf. 19:16-22). It speaks of a young man who ran to see Jesus. His impatience merits special attention. In this young man I see all of you young people of Brazil and Latin America. You have "run" here from various regions of this Continent for this meeting of ours. You want to listen to the words of Jesus himself—spoken through the voice of the Pope.
You have a crucial question—a question that appears in this Gospel—to put to him. It is the same question posed by the young man who ran to see Jesus: What good deed must I do, to have eternal life? I would like to take a deeper look at this question with you. It has to do with life. A life which—in all of you—is exuberant and beautiful. What are you to do with it? How can you live it to the full?
We see at once that in the very formulation of the question, the "here" and "now" are not enough; to put it another way, we cannot limit our life within the confines of space and time, however much we might try to broaden their horizons. Life transcends them. In other words: we want to live, not die. We have a sense of something telling us that life is eternal and that we must apply ourselves to reach it. In short, it rests in our hands and is dependent, in a certain way, on our own decision.
The question in the Gospel does not regard only the future. It does not regard only a question about what will happen after death. On the contrary, it exists as a task in the present, in the "here" and "now", which must guarantee authenticity and consequently the future. In short, the young man’s question raises the issue of life’s meaning. It can therefore be formulated in this way: what must I do so that my life has meaning? How must I live so as to reap the full fruits of life? Or again: what must I do so that my life is not wasted?
Jesus alone can give us the answer, because he alone can guarantee us eternal life. He alone, therefore, can show us the meaning of this present life and give it fullness.
4. But before giving his response, Jesus asks about a very important aspect of the young man’s enquiry: why do you ask me about what is good? In this question, we find the key to the answer. This young man perceives that Jesus is good and that he is a teacher—a teacher who does not deceive. We are here because we have the very same conviction: Jesus is good. It may be that we do not know how to explain fully the reason for this perception, but it undoubtedly draws us to him and opens us up to his teaching: he is a good teacher. To recognize the good means to love. And whoever loves—to use a felicitous expression of Saint John—knows God (cf. 1 Jn 4:7). The young man in the Gospel has perceived God in Jesus Christ.
Jesus assures us that God alone is good. To be open to goodness means to receive God. In this way, he invites us to see God in all things and in everything that happens, even where most people see only God’s absence. When we see the beauty of creation and recognize the goodness present there, it is impossible not to believe in God and to experience his saving and reassuring presence. If we came to see all the good that exists in the world—and moreover, experience the good that comes from God himself—we would never cease to approach him, praise him, and thank him. He continually fills us with joy and good things. His joy is our strength.
But we can only know in an imperfect, partial way. To understand what is good, we need help, which the Church offers us on many occasions, especially through catechesis. Jesus himself shows what is good for us by giving us the first element in his catechesis: "If you would enter life, keep the commandments" (Mt 19:17). He begins with the knowledge that the young man has surely already acquired from his family and from the synagogue: he knows the commandments. These lead to life, which means that they guarantee our authenticity. They are the great signs which lead us along the right path. Whoever keeps the commandments is on the way that leads to God.
It is not enough, however, simply to know them. Witness is even more important than knowledge; or rather, it is applied knowledge. The commandments are not imposed upon us from without; they do not diminish our freedom. On the contrary: they are strong internal incentives leading us to act in a certain way. At the heart of them we find both grace and nature, which do not allow us to stay still. We must walk. We are motivated to do something in order fulfil our potential. To find fulfilment through action is, in reality, to become real. To a large extent, from the time of our youth, we are whatever we want to be. We are, so to speak, the work of our own hands.
5. At this point, I turn once more to you, young people, because I want to hear you give the same response that the young man in the Gospel gave: all these I have observed from my youth. The young man in the Gospel was good. He kept the commandments. He was walking along the way of God. Jesus, therefore, gazing at him, loved him. By recognizing that Jesus was good, he showed that he too was good. He had an experience of goodness, and therefore of God. And you, young people of Brazil and Latin America, have you already discovered what is good? Do you follow the Lord’s commandments? Have you discovered that this is the one true road to happiness?
These years of your life are the years which will prepare you for your future. Your "tomorrow" depends much on how you are living the "today" of your youth. Stretching out in front of you, my dear young friends, is a life that all of us hope will be long; yet it is only one life, it is unique: do not let it pass it vain; do not squander it. Live it with enthusiasm and with joy, but most of all, with a sense of responsibility.
Many times, we who are pastors feel a sense of trepidation as we take stock of the situation in today’s world. We hear talk of the fears of today’s youth. These fears reveal an enormous lack of hope: a fear of death, at the very moment when life is blossoming and the young are searching to find how to fulfil their potential; fear of failure, through not having discovered the meaning of life; fear of remaining detached in the face of a disconcerting acceleration of events and communications. We see the high death rate among young people, the threat of violence, the deplorable proliferation of drugs which strike at the deepest roots of youth today. For these reasons, we hear talk of a "lost youth".
But as I gaze at you young people here present—you who radiate so much joy and enthusiasm—I see you as Christ sees you: with a gaze of love and trust, in the certainty that you have found the true way. You are the youth of the Church. I send you out, therefore, on the great mission of evangelizing young men and women who have gone astray in this world like sheep without a shepherd. Be apostles of youth. Invite them to walk with you, to have the same experience of faith, hope, and love; to encounter Jesus so that they may feel truly loved, accepted, able to realize their full potential. May they too may discover the sure ways of the commandments, and, by following them, come to God.
You can be the builders of a new society if you seek to put into practice a conduct inspired by universal moral values, but also a personal commitment to a vitally important human and spiritual formation. Men and women who are ill-prepared for the real challenges presented by a correct interpretation of the Christian life in their own surroundings will easily fall prey to all the assaults of materialism and secularism, which are more and more active at all levels.
Be men and women who are free and responsible; make the family a centre that radiates peace and joy; be promoters of life, from its beginning to its natural end; protect the elderly, since they deserve respect and admiration for the good they have done. The Pope also expects young people to seek to sanctify their work, carrying it out with technical skill and diligence, so as to contribute to the progress of all their brothers and sisters, and to shed the light of the Word upon all human activities (cf. Lumen Gentium, 36). But above all, the Pope wants them to set about building a more just and fraternal society, fulfilling their duties towards the State: respecting its laws; not allowing themselves to be swept along by hatred and violence; seeking to be an example of Christian conduct in their professional and social milieu, distinguishing themselves by the integrity of their social and professional relationships. They should remember that excessive ambition for wealth and power leads to corruption of oneself and others; there are no valid motives that would justify attempting to impose one’s own worldly aspirations—economic or political—through fraud and deceit.
There exists, in the final analysis, an immense panorama of action in which questions of a social, economic and political nature take on particular importance, as long as they draw their inspiration from the Gospel and the social teaching of the Church. This includes building a more just and fraternal society, reconciled and at peace, it includes the commitment to reduce violence, initiatives to promote the fullness of life, the democratic order and the common good and especially initiatives aimed at eliminating certain forms of discrimination existing in Latin American societies: avoiding exclusion, for the sake of mutual enrichment.
Above all, have great respect for the institution of the sacrament of Matrimony. There cannot be true domestic happiness unless, at the same time, there is fidelity between spouses. Marriage is an institution of natural law, which has been raised by Christ to the dignity of a sacrament; it is a great gift that God has given to mankind: respect it and honour it. At the same time, God calls you to respect one another when you fall in love and become engaged, since conjugal life, reserved by divine ordinance to married couples, will bring happiness and peace only to the extent that you are able to build your future hopes upon chastity, both within and outside marriage. I repeat here to all of you that "eros tends to rise . . . towards the Divine, to lead us beyond ourselves; yet for this very reason it calls for a path of ascent, renunciation, purification and healing" (Encyclical Letter Deus Caritas Est, 5). To put it briefly, it requires a spirit of sacrifice and renunciation for the sake of a greater good, namely the love of God above all things. Seek to resist forcefully the snares of evil that are found in many contexts, driving you towards a dissolute and paradoxically empty life, causing you to lose the precious gift of your freedom and your true happiness. True love "increasingly seeks the happiness of the other, is concerned more and more with the beloved, bestows itself and wants to ‘be there for’ the other" (ibid., 7) and therefore will always grow in faithfulness, indissolubility and fruitfulness.
In all these things, count upon the help of Jesus Christ who will make them possible through his grace (cf. Mt 19:26). The life of faith and prayer will lead you along the paths of intimacy with God, helping you to understand the greatness of his plans for every person. "For the sake of the kingdom of heaven" (Mt 19:12), some are called to a total and definitive self-giving, by consecrating themselves to God in the religious life—an "exceptional gift of grace", as the Second Vatican Council expressed it (cf. Decree Perfectae Caritatis, 12). Consecrated persons, by giving themselves totally to God, prompted by the Holy Spirit, participate in the Church’s mission, bearing witness before all people to their hope in the heavenly Kingdom. I therefore bless and invoke divine protection upon all those religious who have dedicated themselves to Christ and to their brothers and sisters within the vineyard of the Lord. Consecrated persons truly deserve the gratitude of the ecclesial community: monks and nuns, contemplative men and women, religious men and women dedicated to apostolic works, members of Secular Institutes and Societies of Apostolic Life, hermits and consecrated virgins. "Their existence witnesses to their love for Christ as they walk the path proposed in the Gospel and with deep joy commit themselves to the same style of life which he chose for himself" (Congregation for Institutes of Consecrated Life and for Societies of Apostolic Life, Instruction Starting Afresh from Christ, 5). I pray that in this moment of grace and profound communion in Christ, the Holy Spirit will awaken in the hearts of many young people an impassioned love, prompting them to follow and imitate Jesus Christ, chaste, poor and obedient, totally devoted to the glory of the Father and to love for their brothers and sisters.
6. The Gospel assures us that the young man who went to meet Jesus was very rich. We may understand this wealth not only on the material level. Youth itself is a singular treasure. We have to discover it and to value it. Jesus appreciated it so much that he went on to invite the young man to participate in his saving mission. He had great potential and could have accomplished great things.
But the Gospel goes on to say that this young man, having heard the invitation, was saddened. He went away downcast and sad. This episode causes us to reflect further on the treasure of youth. It is not, in the first place, a question of material wealth, but of life itself, and the values inherent in youth. This wealth is inherited from two sources: life, transmitted from generation to generation, at the ultimate origin of which we find God, full of wisdom and love; and upbringing, which locates us within a culture, to such an extent that we might almost say we are more children of culture and therefore of faith, than of nature. From life springs freedom, which manifests itself, especially in this phase, as responsibility. There comes the great moment of decision, in a twofold choice: firstly, concerning one’s state of life, and secondly concerning one’s profession. It is about providing an answer to the question: what do I do with my life?
In other words, youth appears as a form of wealth because it leads to the discovery of life as a gift and a task. The young man in the Gospel understood that his youth was itself a treasure. He went to Jesus, the good Teacher, in order to seek some direction. At the moment of the great decision, however, he lacked the courage to wager everything on Jesus Christ. In consequence, he went away sad and downcast. This is what happens whenever our decisions waver and become cowardly and self-seeking. He understood that what he lacked was generosity, and this did not allow him to realize his full potential. He withdrew to his riches, turning them to selfishness.
Jesus regretted the sadness and the cowardice of the young man who had come to seek him out. The Apostles, like all of you here today, filled the vacuum left by that young man who went away sad and downcast. They, and we, are happy, because we know the one in whom we believe (cf. 2 Tim 1:12). We know and we bear witness with our lives that he alone has the words of eternal life (cf. Jn 6:68). Therefore, we can exclaim with Saint Paul: Rejoice always in the Lord! (cf. Phil 4:4).
7. My appeal to you today, young people present at this gathering, is this: do not waste your youth. Do not seek to escape from it. Live it intensely. Consecrate it to the high ideals of faith and human solidarity.
You, young people, are not just the future of the Church and of humanity, as if we could somehow run away from the present. On the contrary: you are that young man now; you are that young man in the Church and in humanity today. You are his young face. The Church needs you, as young people, to manifest to the world the face of Jesus Christ, visible in the Christian community. Without this young face, the Church would appear disfigured.
My dear young people, soon I shall inaugurate the Fifth Conference of the Bishops of Latin America. I ask you to follow its deliberations attentively; to participate in its discussions; to receive its fruits. As was the case with earlier Conferences, the present one will also leave a significant mark on the next ten years of evangelization in Latin America and the Caribbean. No one must stay on the sidelines or remain indifferent in the face of this ecclesial initiative, least of all you young people. You are full members of the Church, which represents the face of Jesus Christ for Latin America and the Caribbean.
I greet the French speakers who live on the Latin American continent, and I invite them to be witnesses of the Gospel, and to be actively engaged in the life of the Church. My prayer is addressed to you young people in a particular way: you are called to build your lives on Christ and on fundamental human values. Everyone should feel invited to work together in order to build a world of justice and peace.
My dear young friends, like the young man in the Gospel who asked Jesus: "What good deed must I do, to have eternal life?", you are all seeking ways to respond generously to God’s call. I pray that you may listen to his saving words and that you may become his witnesses for the peoples of today. May God pour out upon all of you his blessings of peace and joy.
My dear young people, Christ is calling you to be saints. He himself is inviting you and wants to walk with you, in order to enliven with his Spirit the steps that Brazil is taking at the beginning of this third millennium of the Christian era. I ask the Senhora Aparecida to guide you with her maternal help and to accompany you throughout your lives.
Praised be our Lord Jesus Christ!
[00678-02.01] [Original text: Plurilingual]
Al termine, il Santo Padre torna al Monastero di São Bento.
[B0253-XX.01]