|
|
|
|
|
ENTREGA DO INSTRUMENTUM LABORIS MENSAGEM DE SUA EXCELÊNCIA REVERENDÍSSIMA Yaoundé, 19 de Março 2009
Beatíssimo Padre, Enquanto se conclui esta belíssima e tão participada celebração eucarística na solenidade de São José, presidida pelo Bispo de Roma, em Yaoundé, Camarões, coração da África, tenho a honra de renovar a Vossa Santidade, juntamente com os Bispos representantes do episcopado africano, os mais sinceros e cordiais votos de feliz onomástico, acompanhados por especiais orações por Vossa amada pessoa e pela Vossa missão de Pastor Universal da Igreja, essencial para a caridade, a unidade e a comunhão da Santa igreja, nossa mãe. No excerto do Evangelho que hoje foi proclamado, São José é descrito como vir iustus, homem justo (cfr. Mt 1,19). Atento à acção do Espírito Santo e da palavra de Deus ele aceitou, de facto, e colocou em prática a vontade divina. Fez o que era justo aos olhos de Deus Pai e, portanto, realizou a justiça em relação a Maria, sua esposa, e em relação ao menino Jesus, de quem foi pai adoptivo na terra. Além disso, conduziu-os para o exílio desde a “terra de Israel” até ao Egipto, País da África, para escapar à ira de Herodes (cfr. Mt 2, 13-20). Toda a África é feliz de ter dado refúgio a Jesus, a Sua Mãe e a José, homem justo, quando tiveram de abandonar a sua pátria. Poder-se-ia dizer que, não obstante as múltiplas dificuldades e vicissitudes da história humana, desde aquele momento a ligação entre a África e Jesus Cristo, com a sua família terrena, nunca mais se interrompeu, graças também aos cristãos, seus discípulos, que vivem nesta terra e por esta terra. O apelo a São José “justo”, nesta solenidade em que pudemos celebrar juntamente convosco, Santíssimo Padre, liga-nos ao tema da Segunda Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos: A Igreja em África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz: “Vós sois o sal da terra… Vós sois a luz do mundo” (Mt 5, 13.14). O Conselho Especial para a África da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos redigiu, sobre tal argumento, o Instrumentum laboris, documento de trabalho da próxima Assembleia sinodal que terá lugar de 4 a 25 de Outubro deste ano, em Roma, cidade santificada pelo sangue dos Santos Pedro e Paulo. O Documento representa a síntese das reflexões recolhidas pelas Conferências Episcopais e pelas Igrejas Orientais Católicas sui iuris presentes em África, bem como as dos Dicastérios da Cúria Romana e da União dos Superiores Gerais. O Instrumentum foi redigido em quatro línguas: francês, inglês, português e italiano. Santo Padre, em nome do episcopado africano, agradeço a Vossa Santidade o facto de ter confirmado a decisão tomada pelo Servo de Deus, João Paulo II, de celebrar uma especial assembleia para a África do Sínodo dos Bispos. Essa terá por objectivo verificar, com gratidão à Divina Providência, o excepcional dinamismo da Igreja em África e, sob a Vossa sábia e afectuosa condução, procurar respostas para os inúmeros desafios do momento presente, para encontrar em conjunto, na comunhão com os bispos africanos, linhas mestras para um futuro de evangelização e de promoção humana ainda mais próspero e abençoado para a Igreja e para os homens de boa vontade, para todos os “justos” deste grande continente. Confiamos tal voto à intercessão dos santos africanos, mártires e confessores da fé. Em particular, confiamo-nos à Virgem Santa Maria, que justamente leva o título de Nossa Senhora de África, terra na qual passou diversos anos escondida e que, certamente, auxiliará, com a sua materna protecção, o caminho do Evangelho da reconciliação, da justiça e da paz em África. Para que todos os membros da Igreja em África se preparem para a Assembleia sinodal, com as orações, o empenho e com a adequada reflexão, peço a Vossa Santidade, na qualidade de Presidente do Sínodo dos Bispos, que se digne entregar aos Presidentes das Conferências Episcopais de África o Instrumentum laboris da Segunda Assembleia Especial para África do Sínodo dos Bispos.
|
 |