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[Testo consegnato - Non completo di eventuali aggiunte a braccio]

 

Congregação Geral n. 4

Depoimento – 9 de outubro 2023

Sônia Gomes de Oliveira

Conselho Nacional do Laicato do Brasil

 

Viva esperança!

Viver o processo sinodal na Igreja do Brasil foi uma continuidade do caminho iniciado na Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. Onde começamos o processo de escutas em muitos lugares mesmo com a Pandemia, Assim sendo eu  agradeço a   Conferência Episcopal do Brasil que logo que saiu a convocação  para o Sínodo sobre Sinodalidade ela criou  uma equipe  nacional que fez um belo  trabalho em todo o território brasileiro,  animando os regionais para constituírem as diversas comissões , só não entrou neste caminho quem realmente não quis e digo que perdeu de viver o processo tão bonito de experiência no Espirito e retorno as bases.

Pois bem foi neste caminho que nós do Conselho Nacional do Laicato e outros cristãos leigos e leigas também assumimos o processo. Até porque temos no Brasil uma experiência dos Organismo do povo de Deus, que o consideramos já uma experiencia sinodal que tem como objetivo fortalecer a unidade eclesial na diversidade de carismas e vocações, e não tinha como não entrar nesta caminhada.  E assim assumimos levar o sínodo para as bases, em grupos pequenos.  

Foi uma experiencia gratificante para muitos foi a oportunidade de conhecerem a realidade do seu território paroquial os vários rostos sofrido, de viver a experiencia da escuta nas dioceses. Mais ainda foi a partir daí que muitos leigos e leigas se descobriram como corresponsável na missão,  ao escutar uma  família, ou pessoas , sentiram sensibilizadas  viu fortalecer  a necessidade da presença da Igreja. E se viram ali como Igreja.

 Muitas iniciativas de formação começaram destes encontros no processo de polarização da politica encontramos a forma de dialogar com textos do Encantar a política, através da Fratelli Tutti.  Eu gosto do trecho do relatório do sínodo do Brasil para a fase continental que diz: ,  “ o Sínodo caiu, no mundo dos leigos e leigas, como um oceano a ser explorado e valorizado e,  por isto a partir de agora não deve ser só um momento, mais  uma prática da Igreja.

 E eu acredito dever ser verdadeiramente uma pratica para todos da Igreja. Esta prática de Igreja sinodal de onde todos batizados  são chamados a participar, não só como colaboradores, mas reconhecido pelo seu batismo e  conscientes da responsabilidade com a missão.  Porém nem todos compreenderam o processo, houve os que tiveram medo de perder poder, que na verdade deve ser serviço.

Eu digo que compreendi que Igreja sinodal é a que não deve ter medo de caminhar juntos com aqueles que querem viver a unidade, respeitando os diversos carismas e vocações. Se pararmos  corremos o risco de não fazer nada, pois o medo  também nos esconde.  Aquela hora da convocação para a escuta era a hora de colocar os chinelos e os pés no caminho, ouvir o povo que grita e a igreja precisava e precisa ouvir. isto me animou assumir o caminho ser presença.

Eu Sou assistente social de profissão , meu trabalho já me coloca no dia a dia junto aos empobrecidos, mas com a convocação para o sínodo era ir além do meu trabalho profissional era  exercer o meu papel de batizada no meu ambiente de Trabalho com um jeito e forma de ser  Igreja e não de uma profissional que só faz estatística e dados sociais, agora era  precisa de fazer estatísticas eclesial e uma escuta no Espirito,.  Por  isto era diferente do que somente  ir fazer visitas domiciliares  para as famílias de periferias, ou nos presídios, nos  galpões de recicláveis,  nas comunidades tradicionais, nos atingidos pelas mineração, sem teto,  não era somente isto.  Era unir a minha profissional com o meu ser cristã.

 Sou cristã em todo lugar que vou. mas digo que a partir das escutas ali  eram diferenciadas, era mais profunda, sem pressa, sem  de ter hora marcada para ir embora , tempo para cumprir outras tarefas era deixar o coração do outro se abrir e se  conectar como meu,  o sentimento da pessoa nos cura, não tem  como não imaginar   um pouco do sentimento que Jesus sentia ao conversar com muitos sentados na grama, como nos relata os Evangelhos. Naquela escuta não era somente de  uma profissional que teria que dá respostas rápidas, era a cristã leiga que ouvia o sentimento do outro em relação a Igreja!. ( )

Tiveram 2 experiencias que me marcaram profundamente.

A primeira quando chegamos em uma mulher que vive em situação de prostituição, e na rua ela disse: “Por que você que falar comigo, vão me dá algo?  Meus documentos já estão todos aqui. A minha vida ninguém se importa” .  (...) Depois de longa explicação do que iriamos fazer respondeu: 

Ah! agora entendi a Igreja e o Papa Francisco querem saber como estou, o que penso da presença da Igreja...!  vou falar, pode ser que algo mude, pois ainda carrego um fio de esperança. Ainda carrego um fio de esperança !

 O caminho sínodal para quem quer vivencia-lo é esperança é deixar se conduzir pelo Espirito Santo para aproximar- ser retirado de sua comodidade – é testemunho -  Depois ao final ela encerrou dizendo : obrigada por vir hoje conversar esta coisas boas comigo, me sinto aliviada,  pena que o povo da Igreja não faz isto sempre! Eu gostei foi uma benção

( veja como é a importância da presença e a escuta )

Igreja sinodal é a Igreja do Testemunho. Da presença, da participação .

  A segunda escuta foi num presidio, um detento disse: “Vou falar porque sei da importância de vocês aqui,  Posso não sair daqui, mas vocês lá fora podem ajudar minha família , ajudar meus filhos a viverem a fé , eles ainda não são batizado.(ao final ele disse ...  mesmo que demore a voltar  aqui tragam o terço de Nossa Senhora pois ela é mãe e não nos abandona”. Imaginem vocês como a escuta nos converte e nos emociona, pois  enquanto muitos não tem a presença da mãe a Virgem Maria é o consolo.  Somos chamados a consolar.

E por fim eu fui em muitas pessoas, e continuo indo em  muitos lugares e com este método de escuta,  e ainda escuto alguns  dizendo eu não vou a Igreja porque não tenho roupas adequada, não é  lugar  para mim.

Outros relatam que gostaria de ir à missa, mas não sentem bem ou não entendem muito as coisas e acha os cantos bons, mas não entendem nada da missa. Já tem outros que falam Sonia, eu gosto de ir no natal que recebo cestas básicas para comer.

Minhas irmãs e irmãos por que trago estes relatos? poderia citar tantos outros, como sei de outras pessoas com experiencias de escuta em tantos outros ambientes, mas   falar de uma experiencia sinodal é falar de uma Igreja que tem que ser aberta para acolher, aberta para escutar! Não digo que não tem pessoas na Igreja que façam isto, temos sim, muita gente! Mas estão soltas, sem um vínculo  mas ainda faltam para muitos viverem esta experiencia da escuta, da esperança, da presença.

Existem muitos lugares de dor, sofrimento que seria  importante a presença da Igreja e muitas vezes não temos tantos padres e bispos, leigos dispostos, muitos porque não conhecem a riqueza de descer, ou sair as periferias, outros porque acham que não é papel dá Igreja  estar ali.

É urgente termos leigas, diáconos, padres   para estarem ali, vivendo e testemunhando o ser Igreja. Pertencer a Igreja de Jesus é assumir o caminho que ele assumiu, o meu batismo tem que me levar a procurar o reino que muitas vezes não é o reino desta terra, como canta o padre Zezinho , mas o reino de Deus.  Mas ainda temos muitos lugares que não conseguimos chegar e muitos leigos, ministros ordenados que não se sentem parte desta forma de ser Igreja. Tenho retornado alguns destes lugares, feito rodas de conversas, círculos bíblicos, grupos com reforço escolar para crianças... Se eu for ao encontro podemos cativar, encantar outras pessoas a fazerem isto. É deixar trazer o amor primeiro, hoje nos perdemos em pequenas coisas e esquecemos o essencial o ser presença de Jesus;

Ser Igreja no coração do mundo. Eu vi nesta caminhada ainda muita gente que diz afastei da Igreja por muitos motivos, estes estão com os corações feridos.   Nesta caminhada sinodal é preciso acolher a todos/as temos muita gente boa em nossas comunidades que devem ser  resgatada estas pessoas, são pessoas que tem muito a doar,  inclusive para fazer estas pequenas atividades nas periferias não precisa está o tempo  todo dentro da Igreja, é preciso ser Igreja de Jesus, nos perdemos muito nas burocracias e perseguições na Igreja.

Eu vivencio este ensinamento em minha comunidade paroquial, na partilha da palavra semanal , na vivência eucarística pelo menos aos domingos. E este caminho tem ido além de escutas. Temos criado laços é preciso ter abraços como o de Maria com Izabel, encontrar corações com coração, úteros como bem disse a Irmã Angelina  durante o retiro e deste encontro se pode  nos fazer ouvir os gritos que ecoar em muitos lugares.

 É preciso ter momentos de cantar o Magnificat é ver o poderoso que fez e faz maravilhas em nossas vidas, perceber muitas belezas neste caminho sinodal, tem momentos que ficamos tão acostumado com a rotina que não percebemos tanta coisa bonita ao nosso redor.

Também é preciso ter coragem e dizer que os poderosos têm sair dos tronos, porque tem muito sofrimento neste caminho, que são construídos  em forma tronos e poder e não do serviço.

Aprendi que  é preciso ter o coração fraterno para o encontro com as mulheres que choram pelo caminho da crucificação diária, pois encontramos muitas mulheres que não tem acesso a eucaristia, ao batismo e a catequese para seus filhos, por conta de estruturas ainda duras, moralistas, que não conseguem sentir compaixão. Esta hora temos que ter cuido para não dividir, devemos buscar alternativas de diálogo.

 Muitas mulheres que são vítimas de violência em casa e não tem uma rede de proteção cristã para acolhe-las.  Carregamos principalmente na américa latina e caribe um preconceito contra as mulheres que são pobres e pretas, são marcas da escravidão que ainda predominam. São estes e estas que precisam de nossa presença profética. O reconhecimento do trabalho feminino na Igreja é necessário

 Fazer o caminho  sinodal  é ser pobre com os pobres e não fazer para os pobres. É a Igreja da pertença que não exclui e não tem maiores, nem menores é a Igreja de Jesus. Somos irmãos!

Aprendi que neste caminho não temos somente tristeza, temos coisas bonitas neste caminho, como disse o Presidiário  voces vem aqui e trazem a mãe, sim somos muitas vezes os únicos Cireneus que estamos ali. E neste caminho encontrei muita gente boa fazendo o bem.  precisamos criar ou fortalecer uma rede da sinodalidade que acolhe, que reza, que ajuda onde todos são visto, ouvidos  mas é preciso levar a estes e estas também a palavra de conforto e ajuda porque tudo isto gera  desgaste  , muitas das vezes nos sentimos, cansados , fragilizados e sozinho, pela tripla jornada de  trabalho, família e Igreja e o fardo é pesado, por isto a  Eucaristia, a vida em comunidade é um alento.

Ainda queria ressaltar alguns momentos de escuta com os povos indígenas, comunidades tradicionais, respeitar a sua cultura sem uma imposição especialmente nos espaços dos afros descentes que esperam uma liturgia que fale da vida e traga a vida, com seus cantos e tambores. Os povos indígenas que sejam respeitados e muitas vezes as nossas liturgias são desligada da vida. E neste caminho sinodal muitas vezes encontramos aqueles e aquelas que são descartados por sua orientação, mas estão na igreja nas catequeses, nos ministérios, porém invisibilizados, sofrem racismo, preconceito e não nos damos conta desta dor silenciosa. o caminho sinodal é escutar  a voz do coração, dos olhos que choram, do corpo que pede o abraço que se abre, do sorriso dado.

 E Encerro dizendo nesta experiencia que vivi, foi a de uma igreja que precisa que cativemos mais pessoas, Igreja do encantamento que tem a palavra de Deus como luz e guia, que nos leva para entender que também somos testemunha do Ressuscitado, não podemos ficar em dúvida.

 Igreja da Esperança, devemos ser  guardiões da Esperança , somos a Igreja profética que entra nos porões onde a vida está ameaçada, Igreja da partilha da eucaristia que alimento nosso Espirito e nos fortalece  do pão que mata a fome diária, Igreja da Pertença que me levar assumir concretamente eu sou Igreja,. Da Igreja de Jesus, onde Ele é o centro de nossas ações. A Igreja que como Esther vibra de alegria quando a Justiça é praticada.

Igreja que age não para aparecer homens, mas a Igreja que o Espirito nos impele a mostrar Jesus. Esta é a Igreja que amo. E tenho incentivado muitos leigos e leigas assumirem. Muitos dizem que leigo é o que não sabe nada, posso não saber muitos dos doutrinas, documentos, mas sei que o sentimento que me leva é do amor.

 

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