Intervento dell’Em.mo Card. Jaime Spengler, O.F.M.
Intervento dell’Em.mo Card. Filipe Neri Ferrão
Intervento dell’Em.mo Card. Fridolin Ambongo Besungu
Intervento della Dott.ssa Emilce Cuda
Alle ore 11.00 di oggi, presso la Sala Stampa della Santa Sede, Via della Conciliazione, 54, ha avuto luogo la Conferenza Stampa di presentazione del documento “Un llamado por la justicia climática y la casa común: conversión ecológica, transformación y resistencia a las falsas soluciones” a cura del Simposio delle Conferenze Episcopali di Africa e Madagascar (SECAM), della Federazione delle Conferenze Episcopali dell'Asia (FABC) e del Consiglio Episcopale Latinoamericano (CELAM), coordinate dalla Pontificia Commissione per l'America Latina (PCAL).
Sono intervenuti: l’Em.mo Card. Jaime Spengler, O.F.M., Arcivescovo di Porto Alegre, Brasile, Presidente del CELAM e Presidente della CNBB; l’Em.mo Card. Filipe Neri Ferrão, Arcivescovo di Goa e Damão, India, Presidente della FABC; l’Em.mo Card. Fridolin Ambongo Besungu, O.F.M. Cap., Arcivescovo di Kinshasa, Repubblica Democratica del Congo, Presidente del SECAM; e la Dott.ssa Emilce Cuda, Segretaria della Pontificia Commissione per l'America Latina.
Ne riportiamo di seguito gli interventi:
Intervento dell’Em.mo Card. Jaime Spengler, O.F.M.
Irmãs e irmãos, em nome do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, ao comemorarmos o 10º aniversário da Laudato Si e do Acordo de Paris, levanto uma voz que não é só minha, mas dos povos amazônicos, dos mártires da terra, das comunidades ribeirinhas, indígenas, afrodescendentes, camponesas e urbanas que cuidaram com ternura da vida em meio à ameaça, situação que nos levou a lançar, há alguns meses, uma campanha para defendê-los: "A vida está por um fio".
O documento que estamos apresentando não é um gesto isolado. É fruto de um processo sinodal, de um discernimento espiritual e comunitário entre Igrejas irmãs do Sul Global: África, Ásia e América Latina e Caribe. Ele contém os principais pontos de defesa, propostas e denúncias feitas pela Igreja, de acordo com o Magistério do Papa Francisco e do Papa Leão XIV, em relação à crise climática e às questões que estão sendo discutidas na COP30. Apresentamos esse documento hoje ao Papa Leão XIV e queremos que ele seja considerado na etapa preparatória da COP30. Sua mensagem é clara: não há justiça climática sem conversão ecológica, e não há conversão ecológica sem resistência a falsas soluções.
Do coração da Amazônia, ouvimos um grito que clama: como podemos permitir que um mercado sem regulamentações éticas decida o destino dos ecossistemas mais vitais do planeta? Como podemos aceitar que a solução climática seja um negócio para poucos e um sacrifício para os povos indígenas, afrodescendentes e comunidades locais? Urge tomar consciência da necessidade de mudanças de estilo de vida, de produção e de consumo (cf. LS, n. 5).
“Os problemas ambientais possuem raízes éticas e espirituais. Precisamos passar do consumo ao sacrifício, da avidez à generosidade, do desperdício à capacidade de partilha, […] de passar pouco a pouco do que eu quero àquilo de que o mundo de Deus precisa”. (LS, n. 9). Denunciamos o mascaramento de interesses sob nomes como "capitalismo verde" e "economia de transição", que perpetuam lógicas extrativistas e tecnocráticas. Rejeitamos a financeirização da natureza, os mercados de carbono, monoculturas energéticas" sem consulta prévia, a recente abertura de novos poços de petróleo, ainda mais grave na Amazônia, e a mineração abusiva em nome da sustentabilidade.
Em vez disso, abraçamos a sobriedade feliz de que nos falou o Papa Francisco, inspirada no "bem viver" dos povos amazônicos. Estamos comprometidos com uma transição que seja justa, popular, comunitária, com as mulheres, com os jovens, com as comunidades no centro.
“Toda mudança necessita de motivações e de um caminho educativo” (LS n. 15). Da região que sediará a COP30, oferecemos o compromisso eclesial de educar na ecologia integral, de acompanhar as comunidades que sofrem e de permanecer vigilantes com um Observatório de Justiça Climática que será promovido pela Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) e que promoverá, entre outros estudos, o monitoramento das NDCs em nível nacional.
Estamos convencidos de que a conversão ecológica não é uma opção para os cristãos, mas um do Evangelho, e acreditamos, com a esperança pascal, que ainda é possível mudar de rumo. Faremos isso com os pés no chão e o coração no Reino.
[00844-PO.01] [Texto original: Português]
Intervento dell’Em.mo Card. Filipe Neri Ferrão
Dear sisters and brothers in faith and in humanity:
From Asia, a land of immense spiritual, cultural, and ecological diversity, we join the global clamour for a transformation that is not only technical, but ethical, prophetic, and profoundly human.
Our message today is not diplomatic, it is pastoral. It is a call to conscience in the face of a system that threatens to devour creation, as if the planet were just another commodity. The document we present is the reflection of a collective discernment, in synodal perspective, and in communion with the Churches of Africa and Latin America. It is not just a matter of changing policies; it is a matter of changing hearts.
In Asia, millions of people are already living the devastating effects of climate change: typhoons, forced migration, loss of islands, pollution of rivers... And meanwhile, false solutions are advancing: mega infrastructures, displacement for "clean" energy that does not respect human dignity, and soulless mining in the name of green batteries.
In the face of this, the Loss and Damage Fund must be urgently operationalized, and together with the adaptation fund that focuses on building climate-resilience – must guarantee priority access to affected communities.
It is necessary that the most developed countries recognize and assume their social and ecological debt, as the main historical perpetrators of natural resource extraction and greenhouse gas emissions. It is estimated that this climate debt of the Global North will reach $192 trillion by 2050. In addition, it is estimated that approximately two trillion dollars are extracted from the Global South every year, through corporate, banking, and governmental mechanisms. We therefore call for fair and accessible climate finance for local communities and organizations, including women, that does not generate more debt, to ensure resilience in the Global South.
Likewise, we demand that the ancestral wisdom of our communities be heard. Stop the expansion of fossil fuels, expand clean renewable energy solutions in consultation with men and women in local communities, especially decentralized solutions. Rich countries ought to recognize and pay their ecological debt, without continuing to indebt the Global South.
Likewise, as a Church, beyond criticism, we want to promote alternatives: educational programmes, new economic pathways based on degrowth, circular economies, ecological spirituality, protection policies, accompaniment of women and girls -the most affected-, and strengthening of interreligious networks for the defense of life.
We want COP30 to be not just another event, but a moral turning point. And as Pope Leo XIV has said, we need love and unity to "build a new world where peace reigns". May hope flourish among us like a tree of life.
[00845-EN.01] [Original text: English]
Intervento dell’Em.mo Card. Fridolin Ambongo Besungu
Je m'adresse à vous au nom des Églises du continent africain, une terre riche en biodiversité, en minéraux et en cultures, mais appauvrie par des siècles d'extractivisme, d'esclavage et d'exploitation. L'Afrique n'est pas un continent pauvre, c'est un continent pillé.
C'est pourquoi ce document que nous présentons aujourd'hui, comme une réflexion commune et un appel à l'action dans la perspective de la COP30, n'est pas seulement une analyse : c'est un cri de dignité. Nous, les pasteurs du Sud, exigeons la justice climatique en tant que droit humain et spirituel.
Il est bien connu qu'avec le réchauffement climatique, qui en 2024 dépassera de 1,55°C les mesures de l'ère préindustrielle, nous avons des effets de désertification qui affectent déjà 500 millions de personnes dans le Sud. Il est urgent d'agir pour éviter des impacts irréversibles sur le climat et les systèmes naturels. Nous exigeons donc une économie qui ne soit pas basée sur le sacrifice des peuples africains pour en enrichir d'autres.
Comment pouvons-nous accepter qu'au nom de la "transition énergétique", des communautés entières soient anéanties à la recherche de lithium, de cobalt ou de nickel ? Comment pouvons-nous tolérer que les marchés du carbone transforment nos forêts en actifs financiers, alors que nos communautés restent privées d'eau potable ?
Nous disons que c'en est assez, assez de fausses solutions, assez de décisions prises sans écouter ceux qui vivent en première ligne de l'effondrement du climat !
Nous proposons une transformation qui place au centre le soin de la vie, la souveraineté des peuples indigènes et ruraux sur leurs territoires, et la défense active des droits des femmes, des migrants climatiques et des nouvelles générations.
Le document que nous avons signé et partagé avec le Saint Père Léon XIV, souligne en 10 points les "engagements et responsabilités" des puissants de la planète, et présente 10 demandes spécifiques, avec des appels à l'action, y compris une série d'efforts entrepris par l'Eglise Catholique elle-même.
En tant qu'Église en Afrique, nous nous engageons à renforcer la spiritualité de l'attention, à former les nouvelles générations à une éthique écologique et à construire une alliance intercontinentale du Sud pour dire d'une seule voix : "le temps de l'indifférence est révolu".
L'Afrique veut vivre. L'Afrique veut respirer. L'Afrique veut contribuer à un avenir de justice et de paix pour toute l'humanité. Et elle le fera avec sa foi, son espérance et son invincible dignité.
Merci d'écouter cette voix qui vient des marges, mais qui parle au cœur du monde.
[00847-FR.01] [Texte original: Français]
Intervento della Dott.ssa Emilce Cuda
Como los Tres Reyes Magos, estos tres cardenales de las conferencias episcopales de la Iglesia Católica del Sur Global, siguiendo la estrella Belén nos guían a Belem. Nos traen tres regalos: una renovada fe en Dios y una firme confianza en la humanidad; el clamor por una nueva justicia ambiental como forma más alta de caridad; y la certeza de que la esperanza no defrauda.
Hace seis meses, en esta misma sala el 9 de diciembre de 2024, el CELAM -como Iglesia Latinoamericana y Caribeña organizada para el Cuidado de la Casa Común, lanza su campaña La vida pende de un hilo, en relación con las muertes acontecidas como consecuencia de los desórdenes sociales y ambientales ya advertidos por la Encíclica Laudato Si.
En esa oportunidad estuvieron presentes los Cardenales Jaime Spengler de Brasil, Fernando Chomali de Chile y Carlos Castillo de Perú, acompañados desde la Santa Sede por el Cardenal Michael Czerny, Prefecto del Dicasterio para el Desarrollo Humano Integral; y por mi persona como Secretario de la Pontificia Comisión para América Latina.
Dicha campaña del CELAM, aún en curso, es el trabajo comunitario, silencioso y constante, de un proceso de conversión ecológica integral de personas, comunidades, organizaciones e instituciones, no solo de carácter religioso, sino también secular, con la que se intenta llegar al corazón de creyentes y no creyentes, para que “nuestros pueblos tengan una vida buena y en abundancia” como dijeron nuestros obispos en Aparecida.
La presentación hoy de este documento, en el marco de la COP30, es parte de ese proceso en el cual, desde América Latina, se fueron construyendo puentes comunitarios con las conferencias episcopales de África y Asia. La PCAL asume esta iniciativa en respuesta a la solicitud que el 27 de junio de 2024, el Papa Francisco le hace diciendo: “¡La CAL debe construir puentes de reconciliación, de inclusión, de fraternidad! ¡Puentes que permitan que el caminar juntos no sea una mera expresión retórica sino una experiencia pastoral auténtica!”.
Las Iglesia Particulares del Sur Global, conscientes de que “nadie se salva solo” -como nos enseñó nuestro querido Papa Francisco-, han comenzado a construir puentes como expresión de la catolicidad que las constituye. Resultado de ese trabajo comunitario, es el documento conjunto que se presenta hoy al Papa y a la prensa, como anticipo de lo que se presentará en cinco meses en Belem. El mismo constituye un ejemplo concreto de esa práctica constructora de puentes, propia de la virtuosa capacidad de organización comunitaria que distingue a las Iglesias Católicas del Sur Global para superar: la parte, el conflicto, el espacio y la ideología.
El Papa León XIV en su primer saludo desde la Basílica de San Pedro dice “¡La paz esté con todos ustedes!”, y nos dice que esa “es la paz de Cristo resucitado, una paz desarmada y una paz desarmante, humilde y perseverante”. En este contexto de crisis y urgencia ecológica socioambiental, sus primeras palabras dinamizan aún más a las Iglesias del Sur Global: a desarmar discursos negacionistas; y a tomar en serio el cambio climático a consecuencia de un sistema de producción y consumo sin regulaciones éticas.
“O nos unimos o nos hundimos”, dijo Francisco. Por eso estamos hoy aquí -ustedes periodistas, y nosotros-, porque como dijo el Papa León en su primer saludo -y ya están repitiendo altos funcionarios de gobiernos y organismos internacionales-: “Estamos todos en las manos de Dios”. “Por lo tanto -continúa diciendo-, sin miedo, unidos, tomados de la mano con Dios y entre nosotros, sigamos adelante. Somos discípulos de Cristo. Cristo nos precede. El mundo necesita su luz. La humanidad lo necesita como puente para ser alcanzada por Dios y por su amor”.
Como apóstoles misioneros de una Iglesia sinodal en salida iremos a la COP30 a construir esa paz en medio de esta guerra a pedazos contra la creación, donde mueren muchos y morirán aún más si no actuamos ya, como advierten los científicos de la ONU. Lo hacemos porque -como dice el Papa León-, la Iglesia “busca siempre estar cerca especialmente de aquellos que sufren”. Y nuestra gente está sufriendo porque, en el Sur global, la vida pende de un hilo.
Gracias por estar aquí, el trabajo de la prensa es parte inseparable de la misión evangélica porque nos permite llegar a todos-todos-todos. Ustedes, hermanas y hermanos periodistas, caminan a nuestro lado, me consta. Gracias por su compromiso y por difundir este documento.
[00846-PO.01] [Texto original: Português]
[B0462-XX.02]