Incontro in privato con la Comunità di Xai-Xai
Incontro con i Vescovi, i Sacerdoti, i Religiosi e le Religiose, i Consacrati e i Seminaristi, i Catechisti e gli Animatori nella Cattedrale dell’Immacolata Concezione
Visita in privato alla Casa Matteo 25
Incontro in privato con la Comunità di Xai-Xai
Alle ore 15.00 di questo pomeriggio, prima di lasciare la Nunziatura Apostolica per recarsi alla Cattedrale dell’Immacolata Concezione per l’Incontro con i Vescovi, i Sacerdoti, i Religiosi e le Religiose, i Consacrati e Seminaristi, i Catechisti e gli Animatori, il Santo Padre Francesco ha incontrato in privato i membri della Comunità di Xai-Xai, una città portuale dell’Oceano Indiano situata nei pressi della foce del fiume Limpopo, che fu sommersa completamente dalla grave alluvione che colpì il Mozambico meridionale nel febbraio del 2000.
Al termine, il Papa ha incontrato una Delegazione della diocesi di Xai-Xai, con cui il Papa aveva avviato un gemellaggio tra diocesi al tempo in cui era Arcivescovo di Buenos Aires, guidata dal Vescovo, S.E. Mons. Lúcio Andrice Muandula, e dal Vescovo emerito, Em.mo Card. Júlio Duarte Langa.
[01384-IT.01] [Testo originale: Italiano]
Incontro con i Vescovi, i Sacerdoti, i Religiosi e le Religiose, i Consacrati e i Seminaristi, i Catechisti e gli Animatori nella Cattedrale dell’Immacolata Concezione
Discorso del Santo Padre
Traduzione in lingua italiana
Traduzione in lingua francese
Traduzione in lingua inglese
Traduzione in lingua tedesca
Traduzione in lingua spagnola
Traduzione in lingua polacca
Alle ore 16.00, dopo l’incontro privato con i membri della Comunità di Xai-Xai, il Santo Padre Francesco ha lasciato la Nunziatura in auto e si è trasferito alla Cattedrale dell’Immacolata Concezione per l’Incontro con i Vescovi, i Sacerdoti, i Religiosi e le Religiose, i Consacrati e i Seminaristi, i Catechisti e gli Animatori nella Cattedrale dell’Immacolata Concezione.
Al Suo arrivo il Papa è stato accolto all’ingresso della Cattedrale dall’Arcivescovo di Maputo, S.E. Mons. Francisco Chimoio, O.F.M. Cap., e dal Parroco, che gli ha porto il crocifisso e l’acqua benedetta per l’aspersione. Quindi il Papa ha attraversato la navata centrale accompagnato da un canto e si è recato davanti al Santissimo. Giunto ai piedi dell’altare, un seminarista e un animatore gli hanno offerto un omaggio floreale che il Santo Padre ha deposto davanti all’immagine della Madonna, sostando in preghiera silenziosa.
Introdotto dal saluto di benvenuto di Mons. Hilário da Cruz Massinga, O.F.M., Vescovo di Quelimane e Presidente della Commissione per il Clero e la Vita Consacrata, dopo le brevi testimonianze di un sacerdote, di una religiosa e di un catechista e la consegna di un dono, Papa Francesco ha pronunciato il Suo discorso.
Al termine, prima della Benedizione, il Santo Padre ha recitato una preghiera per le vocazioni. Quindi, dopo aver salutato i vescovi presenti e posato per una foto di gruppo, ha lasciato la Cattedrale e si è trasferito in auto alla Casa Matteo 25.
Pubblichiamo di seguito il discorso che il Papa ha rivolto ai presenti nel corso dell’Incontro.
Discorso del Santo Padre
Amados irmãos Cardeais,
Irmãos Bispos,
Queridos sacerdotes, religiosas, religiosos e seminaristas,
Prezados catequistas e animadores de comunidades cristãs,
Caros irmãos e irmãs, boa tarde!
Agradeço a saudação de boas-vindas de Dom Hilário em nome de todos vós. Com afeto e grande reconhecimento, vos saúdo a todos. Sei que fizestes um grande esforço para estar aqui. Juntos, queremos renovar a resposta à chamada que uma vez fez arder os nossos corações e que a Santa Mãe Igreja nos ajudou a discernir e confirmar com a missão. Obrigado pelos vossos testemunhos, que falam das horas difíceis e sérios desafios que viveis, reconhecendo limitações e debilidades; mas também admirando a misericórdia de Deus. Fiquei contente ao ouvir dizer, da boca duma catequista: «Somos uma Igreja inserida num povo heroico». Obrigado! Um povo, que se entende de sofrimentos, mas mantém viva a esperança. Com este são orgulho pelo vosso povo, que convida a renovar a fé e a esperança, queremos renovar o nosso sim hoje. Como fica feliz a Santa Mãe Igreja ao ouvir-vos manifestar o amor ao Senhor e à missão que vos deu! Como ela fica contente ao ver o vosso desejo de voltar sempre ao «primitivo amor» (Ap 2, 4)! Peço ao Espírito Santo que vos dê sempre a lucidez de chamar a realidade pelo seu nome, a coragem de pedir perdão e a capacidade de aprender a ouvir o que Ele nos quer dizer.
Queridos irmãos e irmãs, gostemos ou não, somos chamados a encarar a realidade como ela é. Os tempos mudam e devemos reconhecer que muitas vezes não sabemos como inserir-nos nos novos tempos, nos novos cenários; podemos sonhar com as «cebolas do Egito» (Nm 11, 5), esquecendo que a Terra Prometida está à frente, não atrás, e neste lamento pelos tempos passados, vamo-nos petrificando, vamo-nos «mumificando». E não é bom! Um bispo, um sacerdote, uma irmã, um catequista mumificados não está bem! Em vez de professar uma Boa Nova, o que anunciamos é algo cinzento que não atrai nem inflama o coração de ninguém. Esta é a tentação.
Encontramo-nos nesta catedral, dedicada à Imaculada Conceição da Virgem Maria, para compartilhar como família aquilo que nos acontece; como família, que nasceu naquele sim que Maria deu ao anjo. Ela, nem por um momento olhou para trás. Quem narra estes acontecimentos do início do mistério da Encarnação é o evangelista Lucas. No seu modo de o fazer, talvez possamos descobrir resposta para as perguntas que fizestes hoje – bispos, sacerdotes, irmãs, catequistas… Faltaram as dos seminaristas! [riem] – e encontrar também o estímulo necessário para responder com a mesma generosidade e solicitude de Maria.
São Lucas apresenta em paralelo os acontecimentos relacionados com São João Batista e com Jesus Cristo; pretende que, no contraste, descubramos aquilo que se vai apagando do modo de ser de Deus e do nosso relacionar-nos com Ele no Antigo Testamento, e o novo modo que nos traz o Filho de Deus feito homem. Um modo no Antigo Testamento, que se apaga, e outro modo novo que traz Jesus.
É evidente que, nas duas Anunciações – a de João Batista e a de Jesus –, há um anjo. Entretanto, numa, a aparição dá-se na Judeia, na mais importante das cidades – Jerusalém – e não acontece num lugar qualquer, mas no templo e, dentro dele, no Santo dos Santos; dirige-se a um varão e… sacerdote. Ao passo que o anúncio da Encarnação é feito na Galileia, a mais remota e conflituosa das regiões, numa pequena aldeia – Nazaré –, numa casa e não na sinagoga ou lugar religioso, feito a uma leiga e... mulher. Não a um sacerdote, nem a um homem. O contraste é grande. Que mudou? Tudo. Tudo mudou. E, nesta mudança, está a nossa identidade mais profunda.
Perguntáveis que fazer com a crise de identidade sacerdotal, como lutar contra ela? A propósito, o que vou dizer relativamente aos sacerdotes é algo que todos (bispos, catequistas, consagrados, seminaristas) somos chamados a cultivar e fomentar. Di-lo-ei para todos.
Perante a crise de identidade sacerdotal, talvez tenhamos que sair dos lugares importantes e solenes; temos de voltar aos lugares onde fomos chamados, onde era evidente que a iniciativa e o poder eram de Deus. Nenhum de nós foi chamado para um lugar importante, nenhum. Às vezes sem querer, sem culpa moral, habituamo-nos a identificar a nossa atividade quotidiana de sacerdotes, religiosos, consagrados, leigos, catequistas com certos ritos, com reuniões e colóquios, onde o lugar que ocupamos na reunião, na mesa ou na aula é de hierarquia; parecemo-nos mais com Zacarias do que com Maria. «Creio não exagerar se dissermos que o sacerdote é uma pessoa muito pequena: a grandeza incomensurável do dom que nos é dado para o ministério relega-nos entre os menores dos homens. O sacerdote é o mais pobre dos homens – é verdade, o sacerdote é o mais pobre dos homens –, se Jesus não o enriquece com a sua pobreza; é o servo mais inútil, se Jesus não o trata como amigo; é o mais louco dos homens, se Jesus não o instrui pacientemente como fez com Pedro; o mais indefeso dos cristãos, se o Bom Pastor não o fortifica no meio do rebanho. [A fraqueza do sacerdote, do consagrado, do catequista…]. Não há ninguém menor que um sacerdote deixado meramente às suas forças; por isso, a nossa oração de defesa contra toda a cilada do Maligno é a oração da nossa Mãe: sou sacerdote, porque Ele olhou com bondade para a minha pequenez (cf. Lc 1, 48)» (Francisco, Homilia na Missa Crismal, 17 de abril de 2014). Irmãos e irmãs, voltar a Nazaré, voltar à Galileia pode ser o caminho para enfrentar a crise de identidade. Depois da sua ressurreição, Jesus convida-nos a voltar à Galileia, para O encontrar. Voltar a Nazaré, à primeira chamada, voltar à Galileia para solucionar a crise de identidade, para nos renovarmos como pastores-discípulos-missionários. Vós próprios faláveis de certo exagero na preocupação de gerar recursos para o bem-estar pessoal, por «caminhos tortuosos» que muitas vezes acabam por privilegiar atividades com uma retribuição garantida e criam resistências a dedicar a vida ao pastoreio diário. A imagem desta donzela simples na sua casa, em contraste com toda a estrutura do templo e de Jerusalém, pode ser o espelho onde vejamos as nossas complicações, as nossas preocupações que obscurecem e rarefazem a generosidade do nosso sim.
As dúvidas e a necessidade de explicações de Zacarias destoam com o sim de Maria que solicita apenas saber como se há de verificar tudo o que lhe vai acontecer. Zacarias não pode superar a preocupação de controlar tudo, não pode deixar a lógica de ser e sentir-se responsável e autor do que irá acontecer. Maria não duvida, não olha para Si mesma: entrega-Se, confia. É esgotante viver o vínculo com Deus como faz Zacarias, como um doutor da Lei: sempre cumprindo, sempre julgando que o salário é proporcional ao esforço feito, que é mérito meu se Deus me abençoa, que a Igreja tem o dever de reconhecer as minhas virtudes e esforços. É extenuante, é esgotante viver o vínculo com Deus como faz Zacarias. Não podemos correr atrás daquilo que redunda em benefícios pessoais; os nossos cansaços devem estar mais relacionados com a nossa capacidade de compaixão. Tenho capacidade de compaixão? São compromissos nos quais o nosso coração estremece e se comove? Irmãos e irmãs, a Igreja pede capacidade de compaixão. Capacidade de compaixão: «alegramo-nos com os noivos que vão casar – a vida pastoral –; rimos com a criança que trazem para batizar; acompanhamos os jovens que se preparam para o matrimónio e para ser família; entristecemo-nos com quem recebe a extrema-unção no leito do hospital; choramos com os que enterram uma pessoa querida» (Francisco, Homilia na Missa Crismal, 2 de abril de 2015). Consagramos horas e dias a acompanhar aquela mãe com SIDA, aquele menino que ficou órfão, aquela avó encarregada de tantos netos ou aquele jovem que veio para a cidade e está desesperado porque não encontra trabalho... «Tantas emoções! Se tivermos o coração aberto, estas emoções e tanto carinho cansam o coração do pastor. Para nós, sacerdotes, as histórias do nosso povo não são um noticiário: conhecemos a nossa gente, podemos adivinhar o que se passa no seu coração; e o nosso, sofrendo com eles, vai-se desgastando, divide-se em mil pedaços, compadece-se e parece até ser comido pelas pessoas: “tomai, comei”. Esta é a palavra que o sacerdote de Jesus sussurra sem cessar, quando está a cuidar do seu povo fiel: “tomai e comei, tomai e bebei...” E, assim, a nossa vida sacerdotal se vai doando no serviço, na proximidade ao povo fiel de Deus, etc., o que sempre, sempre cansa» (Ibid., 2 de abril de 2015). Irmãos e irmãs, a proximidade cansa. Cansa sempre a proximidade ao santo povo de Deus. A proximidade cansa. É belo encontrar um sacerdote, uma irmã, um catequista…. cansados por causa da proximidade. Renovar a chamada passa, muitas vezes, por verificar se os nossos cansaços e preocupações têm a ver com um certo «mundanismo espiritual» ditado «pelo fascínio de mil e uma propostas de consumo a que não conseguimos renunciar para caminhar, livres, pelas sendas que nos conduzem ao amor dos nossos irmãos, ao rebanho do Senhor, às ovelhas que aguardam pela voz dos seus pastores» (Francisco, Homilia na Missa Crismal, 24 de março de 2016). Renovar a chamada, a nossa chamada, passa por optar, dizer sim e cansar-nos com aquilo que é fecundo aos olhos de Deus, que torna presente, encarna o seu Filho Jesus. Oxalá encontremos, neste saudável cansaço, a fonte da nossa identidade e felicidade! A proximidade cansa, e este cansaço é santidade.
Oxalá os nossos jovens descubram em nós que nos deixamos «tomar e comer», e seja isso mesmo o que os leva a interrogar-se sobre o seguimento de Jesus e que eles, deslumbrados com a alegria duma entrega diária não imposta mas maturada e escolhida no silêncio e na oração, queiram dar o seu sim. Tu que ainda te interrogas ou tu que já estás a caminho duma consagração definitiva dar-te-ás conta de que «a ansiedade e a velocidade de tantos estímulos que nos bombardeiam fazem com que não haja lugar para aquele silêncio interior onde se percebe o olhar de Jesus e se ouve a sua chamada. Entretanto receberás muitas propostas bem confecionadas, que parecem belas e intensas, mas com o passar do tempo, deixar-te-ão simplesmente vazio, cansado e sozinho. Não deixes que isto te aconteça, porque o turbilhão deste mundo arrasta-te numa corrida sem sentido, sem orientação, nem objetivos claros, e deste modo se malograrão muitos dos teus esforços. Procura, antes, aqueles espaços de calma e silêncio que te permitam refletir, rezar, ver melhor o mundo ao teu redor e então sim, juntamente com Jesus, poderás reconhecer qual é a tua vocação nesta terra» (Francisco, Exort. ap. pós-sinodal Christus vivit, 277).
Aquele jogo de contrastes – a encarnação em Nazaré e a anunciação a Zacarias no Templo – que nos apresenta o evangelista Lucas, culmina no encontro das duas mulheres: Isabel e Maria. A Virgem visita a sua prima idosa e tudo é festa, dança e louvor. Há uma parte de Israel que entendeu a mudança profunda e vertiginosa do projeto de Deus: por isso aceita ser visitada, por isso o menino salta no ventre. Por um momento, numa sociedade patriarcal, o mundo dos homens retrai-se, emudece como Zacarias. Hoje também nos falou uma catequista, uma irmã, uma mulher moçambicana que nos recordou que nada vos fará perder o entusiasmo de evangelizar, de cumprir o vosso compromisso batismal. A vossa vocação é evangelizar; a vocação da Igreja é evangelizar; a identidade da Igreja é evangelizar. Não é fazer proselitismo! O proselitismo não é evangelização. O proselitismo não é cristão. A nossa vocação é evangelizar. A identidade da Igreja é evangelizar. E esta nossa irmã representa todos os que saem ao encontro dos seus irmãos: tanto os que visitam como Maria, como os que, deixando-se visitar, aceitam de bom grado que o outro os transforme compartilhando a sua cultura, os seus modos de viver a fé e de a exprimir.
A inquietação por ti expressa mostra-nos que a inculturação será sempre um desafio, como a «viagem» entre estas duas mulheres que ficarão mutuamente transformadas pelo encontro e o serviço. «As Igrejas particulares hão de promover ativamente formas, pelo menos incipientes, de inculturação. Enfim, o que se deve procurar é que a pregação do Evangelho, expressa com categorias próprias da cultura onde é anunciado, provoque uma nova síntese com essa cultura. Embora estes processos sejam sempre lentos, às vezes o medo paralisa-nos demasiado» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 129). O medo paralisa.
A «distância» entre Nazaré e Jerusalém é encurtada, torna-se inexistente por aquele sim de Maria. Porque as distâncias, os regionalismos e os partidarismos, a construção constante de muros, minam a dinâmica da encarnação, que derrubou o muro que nos separava (cf. Ef 2, 14). Vós – pelo menos os mais velhos –, que fostes testemunhas de divisões e rancores que acabaram em guerras, tendes de estar sempre dispostos a «visitar-vos», a encurtar as distâncias. A Igreja de Moçambique é convidada a ser a Igreja da Visitação; não pode ser parte do problema das competências, menosprezos e divisões de uns contra os outros, mas porta de solução, espaço onde sejam possíveis o respeito, o intercâmbio e o diálogo. A pergunta formulada sobre o modo de comportar-se perante um matrimónio inter-religioso desafia-nos quanto a esta tendência persistente que temos para a fragmentação, para separar em vez de unir. E o mesmo se passa com o vínculo entre nacionalidades, entre raças, entre os do norte e os do sul, entre comunidades, sacerdotes e bispos. É desafio porque, até se desenvolver «uma cultura do encontro numa harmonia pluriforme», requer-se «um processo constante no qual cada nova geração está envolvida. É um trabalho lento, é um trabalho árduo que exige querer integrar-se e aprender a fazê-lo». É o requisito necessário para a «construção de um povo em paz, justiça e fraternidade», para «o desenvolvimento da convivência social e a construção de um povo onde as diferenças se harmonizam dentro de um projeto comum» (Ibid., 220.221). Tal como Maria caminhou para casa de Isabel, assim também nós da Igreja temos que aprender o caminho frente a novas problemáticas, procurando não ficar paralisados por uma lógica que contrapõe, divide, condena. Ponde-vos a caminho e buscai uma resposta para estes desafios pedindo a assistência segura do Espírito Santo. É Ele o Mestre capaz de mostrar os novos caminhos a percorrer.
Reavivemos, pois, a nossa chamada vocacional, façamo-lo sob este magnífico templo dedicado a Maria e que o nosso sim comprometido proclame as grandezas do Senhor e alegre o espírito do nosso povo em Deus nosso Salvador (cf. Lc 1, 46-47). E encha de esperança, paz e reconciliação o vosso país, o nosso querido Moçambique.
Peço-vos, por favor, que rezeis e façais rezar por mim.
Que o Senhor vos abençoe e a Virgem Santíssima vele por vós.
Obrigado!
[01355-PO.02] [Texto original: Português]
Traduzione in lingua italiana
Cari fratelli Cardinali,
fratelli Vescovi,
Cari sacerdoti, religiose, religiosi e seminaristi,
Cari catechisti e animatori di comunità cristiane,
Fratelli e sorelle, buon pomeriggio!
Ringrazio Mons. Hilario per le parole di benvenuto che mi ha rivolto a nome di tutti voi. Con affetto e viva gratitudine vi saluto tutti. So che avete fatto un grande sforzo per essere qui. Insieme, vogliamo rinnovare la risposta alla chiamata che una volta ha fatto ardere i nostri cuori e che la Santa Madre Chiesa ci ha aiutato a discernere e confermare con la missione. Grazie per le vostre testimonianze, che parlano dei momenti difficili e delle gravi sfide che vivete, riconoscendo limiti e debolezze, ma anche ammirando la misericordia di Dio. Mi ha fatto piacere sentire dalla bocca di una catechista: “Siamo una Chiesa inserita in un popolo eroico”. Grazie! Un popolo che è esperto nel soffrire ma mantiene viva la speranza. Con questo sano orgoglio per il vostro popolo, che invita a rinnovare la fede e la speranza, vogliamo rinnovare il nostro “sì” oggi. Com’è contenta la Santa Madre Chiesa nel sentire dalle vostre labbra l’amore per il Signore e per la missione che vi ha affidato! Com’è contenta nel vedere il vostro desiderio di ritornare sempre al «primo amore» (Ap 2,4)! Chiedo allo Spirito Santo di darvi sempre la lucidità di chiamare la realtà con il suo nome, il coraggio di chiedere perdono e la capacità di imparare ad ascoltare ciò che Lui vuole dirci.
Cari fratelli e sorelle, ci piaccia o no, siamo chiamati ad affrontare la realtà così com’è. I tempi cambiano e dobbiamo riconoscere che spesso non sappiamo come inserirci nei nuovi tempi, nei nuovi scenari; possiamo sognare le “cipolle d’Egitto” (cfr Nm 11,5), dimenticando che la Terra Promessa si trova davanti, non dietro, e in questa nostalgia dei tempi passati ci andiamo pietrificando, ci andiamo “mummificando”. Non è una cosa buona. Un vescovo, un sacerdote, una suora, un catechista mummificato. No, non va bene. Invece di professare una Buona Notizia, quello che annunciamo è qualcosa di grigio che non attira né accende il cuore di nessuno. Questa è la tentazione.
Ci troviamo in questa cattedrale, dedicata all'Immacolata Concezione della Vergine Maria, per condividere come famiglia ciò che ci accade; come famiglia nata da quel “sì” che Maria disse all’angelo. Ella, nemmeno per un momento guardò indietro. Chi racconta questi eventi dell’inizio del mistero dell’Incarnazione è l’evangelista Luca. Nel suo modo di farlo, forse possiamo scoprire le risposte alle domande che avete formulato oggi – vescovi, sacerdoti, suore, catechisti… I seminaristi non le hanno fatte! [ridono] – e trovare anche lo stimolo necessario per rispondere con la stessa generosità e prontezza di Maria.
San Luca presenta in parallelo gli avvenimenti relativi a San Giovanni Battista e quelli concernenti Gesù Cristo; intende così, dal confronto, farci scoprire ciò che si va estinguendo del modo di essere di Dio e del nostro rapportarci con Lui nell’Antico Testamento, e il nuovo modo che ci porta il Figlio di Dio fatto uomo. Un modo, nell’Antico Testamento, che si estingue, e un altro modo nuovo che Gesù porta.
Risalta il fatto che, in entrambe le Annunciazioni, - quella di Giovanni Battista e quella di Gesù – c’è un angelo. Tuttavia, in un caso, l’apparizione avviene in Giudea, nella città più importante – Gerusalemme – e non in un luogo qualsiasi, ma nel tempio e, al suo interno, nel Santo dei Santi; l’angelo si rivolge a un uomo, per di più sacerdote. Mentre l’annuncio dell’Incarnazione avviene in Galilea, la più remota e conflittuale delle regioni, in un piccolo villaggio – Nazareth –, in una casa e non nella sinagoga o in un luogo sacro, è rivolto a una persona laica e per di più donna – non a un sacerdote, non a un uomo. Il contrasto è grande. Cosa è cambiato? Tutto. Tutto è cambiato. E, in questo cambiamento, si trova la nostra identità più profonda.
Mi chiedevate che cosa fare riguardo alla crisi dell’identità sacerdotale, come combatterla. A proposito, quello che sto per dire dei sacerdoti è qualcosa che tutti (vescovi, catechisti, consacrati, seminaristi) siamo chiamati a coltivare e promuovere. Parlerò per tutti.
Di fronte alla crisi dell’identità sacerdotale, forse dobbiamo uscire dai luoghi importanti e solenni; dobbiamo tornare ai luoghi in cui siamo stati chiamati, dove era evidente che l’iniziativa e il potere erano di Dio. Nessuno di noi è stato chiamato per un posto importante, nessuno. A volte senza volerlo, senza colpa morale, ci abituiamo a identificare la nostra attività quotidiana di sacerdoti, religiosi, consacrati, laici, catechisti, con determinati riti, con riunioni e colloqui, dove il posto che occupiamo nella riunione, alla mensa o in aula è gerarchico; somigliamo più a Zaccaria che a Maria. «Credo che non esageriamo se diciamo che il sacerdote è una persona molto piccola: l’incommensurabile grandezza del dono che ci è stato dato per il ministero ci relega tra i più piccoli degli uomini. Il sacerdote è il più povero degli uomini – sì, il sacerdote è il più povero degli uomini – se Gesù non lo arricchisce con la sua povertà, è il più inutile servo se Gesù non lo chiama amico, il più stolto degli uomini se Gesù non lo istruisce pazientemente come fece con Pietro, il più indifeso dei cristiani se il Buon Pastore non lo fortifica in mezzo al gregge. – La debolezza del sacerdote, del consacrato, del catechista –. Nessuno è più piccolo di un sacerdote lasciato alle sue sole forze; perciò la nostra preghiera di difesa contro ogni insidia del Male è la preghiera di nostra Madre: sono sacerdote, perché Lui ha guardato con bontà la mia piccolezza (cfr Lc 1,48)» (Omelia nella Messa Crismale, 17 aprile 2014). Fratelli e sorelle, ritornare a Nazareth, ritornare in Galilea può essere la via per affrontare la crisi d’identità. Gesù ci chiama, dopo la sua risurrezione, a ritornare in Galilea, per incontrarlo. Ritornare a Nazareth, alla prima chiamata, ritornare in Galilea, per risolvere la crisi di identità, per rinnovarci come pastori-discepoli-missionari. Voi stessi parlavate di una certa esagerazione nel preoccuparsi di produrre risorse per il benessere personale, attraverso “percorsi tortuosi” che spesso finiscono per privilegiare tempi e compiti pagati dallo Stato e creano resistenze a dedicare la vita alla pastorale quotidiana. L’immagine di questa fanciulla semplice nella sua casa, in contrasto con tutta la struttura del tempio e di Gerusalemme, può essere lo specchio in cui vediamo le nostre complicazioni, le nostre preoccupazioni che oscurano e corrodono la generosità del nostro “sì”.
I dubbi e il bisogno di spiegazioni di Zaccaria stonano con il “sì” di Maria, che chiede solo di sapere come avverrà tutto ciò che sta per accaderle. Zaccaria non può evitare la preoccupazione di controllare tutto, non può rinunciare alla logica di essere e sentirsi responsabile e autore di ciò che accadrà. Maria non dubita, non pensa a sé stessa: si abbandona, si fida. È estenuante vivere il rapporto con Dio come fa Zaccaria, come un dottore della Legge: sempre eseguendo regole, sempre considerando che lo stipendio è proporzionato allo sforzo compiuto, che è merito mio se Dio mi benedice, che la Chiesa ha il dovere di riconoscere le mie virtù e i miei sforzi... È estenuante, è estenuante vivere il rapporto con Dio come fa Zaccaria. Non possiamo correre dietro a ciò che si traduce in benefici personali; le nostre stanchezze devono invece essere piuttosto legate alla nostra capacità di compassione. Ho capacità di compassione? Sono impegni in cui il nostro cuore è “mosso” e commosso. Fratelli e sorelle, la Chiesa chiede capacità di compassione. Capacità di compassione. «Ci rallegriamo con i fidanzati che si sposano – la vita pastorale –, ridiamo con il bimbo che portano a battezzare; accompagniamo i giovani che si preparano al matrimonio e alla famiglia; ci addoloriamo con chi riceve l’unzione nel letto d’ospedale; piangiamo con quelli che seppelliscono una persona cara» (Omelia nella Messa Crismale, 2 aprile 2015). Dedichiamo ore e giorni ad accompagnare quella madre con l’AIDS, quel bambino rimasto orfano, quella nonna che si fa carico di tanti nipotini o quel giovane che è venuto in città ed è disperato perché non riesce a trovare lavoro. «Tante emozioni… Se noi abbiamo il cuore aperto, questa emozione e tanto affetto affaticano il cuore del Pastore. Per noi sacerdoti le storie della nostra gente non sono un notiziario: noi conosciamo la nostra gente, possiamo indovinare ciò che sta passando nel loro cuore; e il nostro, nel patire con loro, ci si va sfilacciando, ci si divide in mille pezzetti, ed è commosso e sembra perfino mangiato dalla gente: prendete, mangiate. Questa è la parola che sussurra costantemente il sacerdote di Gesù quando si sta prendendo cura del suo popolo fedele: prendete e mangiate, prendete e bevete… E così la nostra vita sacerdotale si va donando nel servizio, nella vicinanza al Popolo fedele di Dio… che sempre, sempre stanca» (ibid.). Fratelli e sorelle, la vicinanza stanca, stanca sempre. La vicinanza al santo popolo di Dio. La vicinanza stanca. È bello incontrarsi, un sacerdote, una suora, un catechista…, stanchi di vicinanza. Rinnovare la chiamata spesso richiede di verificare se la nostra stanchezza e le nostre preoccupazioni hanno a che fare con una certa “mondanità spirituale” dettata «dal fascino di mille proposte di consumo che non possiamo scrollarci di dosso per camminare, liberi, sui sentieri che ci conducono all’amore dei nostri fratelli, al gregge del Signore, alle pecorelle che attendono la voce dei loro pastori» (Omelia nella Messa Crismale, 24 marzo 2016). Rinnovare la chiamata, la nostra chiamata, significa scegliere, dire di sì e stancarci con ciò che è fecondo agli occhi di Dio, che rende presente, incarna il suo Figlio Gesù. Voglia Iddio che troviamo, in questa salutare stanchezza, la fonte della nostra identità e felicità. La vicinanza stanca, e questa stanchezza è santità.
Possano i nostri giovani scoprire in noi la volontà di lasciarci “prendere e mangiare”, e sia proprio questo a farli interrogare riguardo alla sequela di Gesù, in modo che, abbagliati dalla gioia di una donazione quotidiana non imposta ma maturata e scelta nel silenzio e nella preghiera, vogliano dire il loro “sì”. Tu che ancora ti stai interrogando, o tu che sei già sulla via di una consacrazione definitiva, ti renderai conto che «l’ansia e la velocità di tanti stimoli che ci bombardano fanno sì che non ci sia spazio per quel silenzio interiore in cui si percepisce lo sguardo di Gesù e si ascolta la sua chiamata. Nel frattempo, riceverai molte proposte ben confezionate, che si presentano belle e intense, ma con il tempo ti lasceranno svuotato, stanco e solo. Non lasciare che questo ti accada, perché il turbine di questo mondo ti trascina in una corsa senza senso, senza orientamento, senza obiettivi chiari, e così molti tuoi sforzi andranno sprecati. Cerca piuttosto quegli spazi di calma e di silenzio che ti permettano di riflettere, di pregare, di guardare meglio il mondo che ti circonda, e a quel punto, insieme a Gesù, potrai riconoscere quale è la tua vocazione in questa terra» (Esort. ap. Christus vivit, 277).
Quel gioco di contrasti, presentato dall’evangelista Luca – l’incarnazione a Nazareth e l’annunciazione a Zaccaria nel Tempio –, culmina nell’incontro delle due donne: Elisabetta e Maria. La Vergine visita la sua cugina anziana e tutto è festa, danza e lode. C’è una parte di Israele che ha capito il profondo e vertiginoso cambiamento del progetto di Dio: perciò accetta di essere visitata, perciò il bambino sussulta nel grembo. Per un momento, in una società patriarcale, il mondo degli uomini si ritrae, resta muto come Zaccaria. Oggi ci ha parlato anche una catechista, una suora, una donna mozambicana che ci ha ricordato che niente vi farà perdere l’entusiasmo di evangelizzare, di adempiere il vostro impegno battesimale. La vostra vocazione è evangelizzare; la vocazione della Chiesa è evangelizzare; l’identità della Chiesa è evangelizzare. Non fare proselitismo! Il proselitismo non è evangelizzazione. Il proselitismo non è cristiano. La nostra vocazione è evangelizzare. L’identità della Chiesa è evangelizzare. E questa nostra sorella rappresenta tutti quelli che vanno incontro ai loro fratelli: sia quelli che visitano come Maria, sia quelli che, lasciandosi visitare, accettano volentieri che l’altro li trasformi condividendo la loro cultura, i loro modi di vivere la fede e di esprimerla.
La preoccupazione che hai manifestato ci mostra che l’inculturazione sarà sempre una sfida, come il “viaggio” tra queste due donne che si troveranno trasformate a vicenda attraverso l’incontro e il servizio. «Le Chiese particolari devono promuovere attivamente forme, almeno iniziali, di inculturazione. Ciò a cui si deve tendere, in definitiva, è che la predicazione del Vangelo, espressa con categorie proprie della cultura in cui è annunciato, provochi una nuova sintesi con tale cultura. Benché questi processi siano sempre lenti, a volte la paura ci paralizza troppo» (Esort. ap. Evangelii gaudium, 129). La paura paralizza. La “distanza” tra Nazareth e Gerusalemme è accorciata, diventa inesistente per quel “sì” di Maria. Perché le distanze, i regionalismi e i particolarismi, la continua costruzione di muri, minano la dinamica dell’incarnazione, che ha abbattuto il muro che ci separava (cfr Ef 2,14). Voi – almeno i più anziani – che siete stati testimoni di divisioni e rancori finiti in guerre, dovete essere sempre disposti a “visitarvi”, ad accorciare le distanze. La Chiesa del Mozambico è invitata a essere la Chiesa della Visitazione; non può far parte del problema delle competenze, del disprezzo e delle divisioni degli uni contro gli altri, ma porta di soluzione, spazio in cui siano possibili il rispetto, l’interscambio e il dialogo. La domanda posta su come comportarci rispetto a un matrimonio interreligioso ci sfida riguardo a questa persistente tendenza che abbiamo alla frammentazione, a separare piuttosto che unire. E lo stesso succede per il rapporto tra nazionalità, tra etnie, tra quelli del nord e quelli del sud, tra comunità, sacerdoti e vescovi. È una sfida perché, finché non si sviluppa «una cultura dell’incontro in una pluriforme armonia», si richiede «un costante processo nel quale ogni nuova generazione si vede coinvolta. È un lavoro lento, è un lavoro arduo che esige di volersi integrare e di imparare a farlo». È il requisito necessario per la «costruzione di un popolo in pace, giustizia e fraternità», per «lo sviluppo della convivenza sociale e la costruzione di un popolo in cui le differenze si armonizzino all’interno di un progetto comune» (ibid., 220-221). Come Maria è andata fino alla casa di Elisabetta, così anche noi nella Chiesa dobbiamo imparare la strada da seguire in mezzo a nuove problematiche, cercando di non restare paralizzati da una logica che contrappone, divide, condanna. Mettetevi in cammino e cercate una risposta a queste sfide chiedendo la sicura assistenza dello Spirito Santo. È Lui il Maestro, in grado di mostrare le nuove strade da percorrere.
Ravviviamo dunque la nostra chiamata vocazionale, facciamolo in questo magnifico tempio dedicato a Maria, e che il nostro “sì” generoso magnifichi il Signore e faccia esultare lo spirito del nostro popolo in Dio nostro Salvatore (cfr Lc 1,46-47). E colmi di speranza, pace e riconciliazione il vostro Paese, il nostro amato Mozambico!
Vi chiedo, per favore, di pregare e far pregare per me.
Il Signore vi benedica e la Vergine Santissima vegli su di voi.
Grazie!
[01355-IT.02] [Testo originale: Portoghese]
Traduzione in lingua francese
Bien-aimés frères Cardinaux,
Chers frères évêques,
Chers prêtres, religieuses, religieux et séminaristes,
Chers catéchistes et animateurs de communautés chrétiennes,
Chers frères et sœurs, bonsoir !
Je remercie pour la salutation de bienvenue de Monseigneur Hilário au nom de vous tous. Avec affection et grande reconnaissance, je vous salue tous. Je sais que vous avez fait un grand effort pour être ici. Ensemble, nous voulons renouveler la réponse à l’appel qui autrefois a fait brûler d’ardeur nos cœurs et que la Sainte Mère Église nous a aidés à discerner et à confirmer par la mission. Merci pour vos témoignages, qui parlent des heures difficiles et des graves défis que vous affrontez, en reconnaissant vos limites et vos faiblesses, mais aussi en admirant la miséricorde de Dieu. J’ai été heureux d’entendre dire, de la bouche d’une catéchiste : ‘‘Nous sommes une Église insérée dans une peuple héroïque’’. Merci ! Un peuple qui a connu la souffrance, mais garde vivante l’espérance. Avec cette saine fierté pour votre peuple, qui invite à renouveler la foi et l’espérance, nous voulons renouveler notre oui aujourd’hui. Comme la Sainte Mère Église est heureuse de vous entendre manifester l’amour du Seigneur et de la mission qu’il vous a confiée ! Comme elle est heureuse de voir votre désir de retourner toujours au « premier amour » (Ap 2, 4) ! Je supplie l’Esprit Saint de vous donner toujours la lucidité d’appeler chaque chose par son nom, le courage de demander pardon et la capacité d’apprendre à écouter ce qu’il veut nous dire.
Chers frères et sœurs, que nous le voulions ou non, nous sommes appelés à affronter la réalité telle qu’elle est. Les temps changent et nous devons reconnaître que bien des fois nous ne savons pas comment nous insérer dans les nouveaux temps, dans les nouvelles situations ; nous pouvons rêver des « oignons d’Égypte » (Nb 11, 5), en oubliant que la Terre Promise est en face, pas derrière, et dans cette nostalgie des temps passés, nous nous pétrifions peu à peu, progressivement nous nous ‘‘momifions’’. Ce n’est pas une bonne chose ! Un évêque, un prêtre, une religieuse, un catéchiste momifié, non ce n’est pas bon ! Au lieu de proclamer la Bonne Nouvelle, ce que nous annonçons, c’est quelque chose de blafard qui n’attire ni n’enflamme le cœur de personne. Voilà la tentation !
Nous nous trouvons dans cette cathédrale, dédiée à l’Immaculée Conception, pour partager en tant que famille ce que nous vivons ; en tant que famille née dans ce oui que Marie a dit à l’ange. Elle n’a même pas regardé en arrière un instant. Celui qui fait le récit de ces événements du début du mystère de l’Incarnation, c’est l’évangéliste Luc. Dans sa manière de le faire, nous pouvons peut-être découvrir la réponse aux questions que vous avez posées aujourd’hui -évêques, prêtres, sœurs, catéchistes… Les séminaristes ne l’ont pas fait [ils rient] et trouver aussi le soutien nécessaire pour répondre avec la même générosité et la même sollicitude que Marie.
Saint Luc présente en parallèle les événements concernant saint Jean Baptiste et Jésus Christ ; il veut que, dans le contraste, nous découvrions ce qui disparaît progressivement dans la manière d’être de Dieu et de notre relation avec lui dans l’Ancien Testament, puis que nous découvrions la nouvelle façon que nous apporte le Fils de Dieu fait homme. Une façon, dans l’Ancien Testament, qui disparaît, et une autre, nouvelle, que Jésus apporte.
Il est évident que, dans les deux Annonciations – celle de Jean Baptiste et celle de Jésus - il y a un ange. Cependant, dans l’une, l’apparition a lieu en Judée, dans la ville la plus importante – Jérusalem – et ne se déroule pas n’importe où, mais dans le temple et, là, dans le Saint des Saints ; elle s’adresse à un homme et… un prêtre. Tandis que l’annonce de l’Incarnation est faite en Galilée, la région la plus éloignée et la plus conflictuelle, dans un petit village – Nazareth – dans une maison et non dans la synagogue ou dans un endroit religieux ; elle est faite à une laïque et… une femme – pas à un prêtre, pas à un homme. Le contraste est grand. Qu’est-ce qui a changé ? Tout ! Tout a changé. Et dans ce changement, se trouve notre plus profonde identité.
Vous demandiez ce qu’il faut faire face à la crise d’identité sacerdotale, comment la combattre. À ce sujet, ce que je vais dire concernant les prêtres, c’est quelque chose que tous (évêques, catéchiste, consacrés) nous sommes appelés à cultiver et à développer. Je parlerai pour tous.
Face à la crise d’identité sacerdotale, il nous faut peut-être sortir des lieux importants et solennels ; il nous faut retourner aux endroits où nous avons été appelés, où il était évident que l’initiative et le pouvoir étaient de Dieu. Personne parmi nous n’a été appelé pour un poste important, personne. Parfois, sans le vouloir, sans faute morale, nous avons coutume de confondre notre activité quotidienne de prêtres, de religieux, de consacrés, de laïcs, de catéchistes, avec certains rites, avec des réunions et des rencontres, où la place que nous occupons dans la réunion, à la table ou bien dans la salle, est d’ordre hiérarchique ; nous ressemblons plus à Zacharie qu’à Marie. « Je crois que nous n’exagérons pas si nous disons que le prêtre est une personne très petite : l’incommensurable grandeur du don qui nous est fait par le ministère nous relègue parmi les plus petits des hommes. Le prêtre est le plus pauvre des hommes- oui, le prêtre est le plus pauvre des hommes - si Jésus ne l’enrichit pas de sa pauvreté, il est le serviteur le plus inutile si Jésus ne l’appelle pas ami, le plus insensé des hommes si Jésus ne l’instruit pas patiemment comme Pierre, le plus désarmé des chrétiens si le Bon Pasteur ne le fortifie pas au milieu de son troupeau. -La faiblesse du prêtre, du consacré, du catéchiste-. Personne n’est plus petit qu’un prêtre laissé à ses seules forces ; donc notre prière de protection contre tout piège du Malin est la prière de notre Mère : je suis prêtre parce qu’il a regardé avec bonté ma petitesse (cf. Lc 1, 48) » (Homélie de la Messe Chrismale, 17 avril 2014). Chers frères et sœurs, retourner à Nazareth, retourner en Galilée peut être le chemin pour affronter la crise d’identité. Jésus nous appelle, après sa résurrection, à retourner en Galilée, pour le rencontrer. Retourner à Nazareth, au premier appel, retourner en Galilée, pour résoudre la crise d’identité, pour nous renouveler comme pasteurs-disciples-missionnaires. Vous-mêmes, vous parliez d’une certaine exagération dans le souci de gérer les ressources pour le bien-être personnel, par des ‘‘voies tortueuses’’ qui bien des fois finissent par donner la priorité aux activités dont la rémunération est garantie et entravent la consécration de la vie à la pastorale quotidienne. La figure de cette jeune fille simple chez elle, en contraste avec toute la structure du temple et de Jérusalem, peut être un miroir où nous voyons nos complications, nos préoccupations qui obscurcissent et entravent la générosité de notre oui.
Les doutes et le besoin d’explications de Zacharie détonnent avec le oui de Marie qui demande seulement à savoir comment va se réaliser tout ce qui lui est annoncé. Zacharie ne peut pas surmonter le souci de tout contrôler, il ne peut pas se départir de la logique d’être et de se sentir responsable et auteur de ce qui va se passer. Marie ne doute pas, elle ne se regarde pas elle-même : elle se donne, elle fait confiance. Il est exténuant de vivre la relation avec Dieu comme Zacharie, comme un docteur de la loi : toujours en accomplissant [la loi], toujours en jugeant que le salaire est proportionnel à l’effort fourni, que c’est mon mérite si Dieu me bénit, que l’Église a le devoir de reconnaître mes vertus et mes efforts…C’est exténuant ! Il est exténuant de vivre la relation avec Dieu comme le fait Zacharie. Nous ne pouvons pas poursuivre ce qui génère des bénéfices personnels ; nos fatigues doivent être plus liées à notre capacité de compassion. Ai-je la capacité de compassion ? Ce sont des tâches dans lesquelles le cœur est ‘‘mû’’ et ému. Chers frères et sœurs, l’Église demande la capacité de compassion. Capacité de compassion. « Nous nous réjouissons avec les fiancés qui se marient – la vie pastorale - nous rions avec l’enfant qu’ils font baptiser ; nous accompagnons les jeunes qui se préparent au mariage et à la famille ; nous nous affligeons avec celui qui reçoit l’onction sur un lit d’hôpital ; nous pleurons avec ceux qui enterrent une personne chère… » (Homélie de la Messe Chrismale, 2 avril 2015). Nous passons des heures et des jours à accompagner cette mère qui a le sida, cet enfant orphelin, cette grand-mère qui a à sa charge de nombreux petits-enfants ou ce jeune venu en ville qui est désespéré parce qu’il ne trouve pas de travail… « Tant d’émotions… Si nous avons le cœur ouvert, cette émotion et tant d’affection fatiguent le cœur du pasteur. Pour nous, prêtres, les histoires de nos gens ne sont pas un bulletin d’information : nous connaissons nos gens, nous pouvons deviner ce qui se passe dans leur cœur ; et le nôtre, en souffrant avec eux, s’effiloche, se défait en mille morceaux, il est bouleversé et semble même mangé par les gens : prenez et mangez. C’est la parole que le prêtre de Jésus chuchote constamment quand il prend soin de son peuple fidèle : prenez et mangez, prenez et buvez… Et ainsi notre vie sacerdotale se donne dans le service, dans la proximité du peuple de Dieu… qui toujours, toujours fatigue » (Ibid.). Chers frères et sœurs, la proximité fatigue, fatigue toujours. La proximité avec le saint peuple de Dieu. La proximité fatigue. Prêtre, sœur, catéchiste…, il est beau de se trouver fatigué de la proximité. Renouveler l’appel, bien des fois, c’est vérifier si nos fatigues et nos préoccupations ont à voir avec une certaine ‘‘mondanité spirituelle’’ dictée « par l’attrait de mille propositions de consommation dont nous ne pouvons pas nous défaire en nous secouant pour marcher, libres, sur les sentiers qui nous conduisent à l’amour de nos frères, au troupeau du Seigneur, aux brebis qui attendent la voix de leurs pasteurs » (Homélie de la Messe Chrismale, 24 mars 2016) ; Renouveler l’appel, notre appel, c’est choisir, dire oui et nous fatiguer dans ce qui est fécond aux yeux de Dieu, qui rend présent, incarne son Fils Jésus. Puissions-nous trouver, dans cette fatigue salutaire, la source de notre identité et de notre bonheur ! La proximité fatigue, et cette fatigue est sainteté.
Que nos jeunes découvrent en nous que nous nous laissons ‘‘prendre et manger’’, et que ce soit cela même qui les amène à s’interroger sur le fait de suivre Jésus et qu’émerveillés par la joie d’un don de soi quotidien, non pas imposé, mais mûri et choisi dans le silence et dans la prière, ils désirent dire oui. Toi qui t’interroges encore ou qui es déjà sur le chemin d’une consécration définitive, rends-toi compte que « l’anxiété et la rapidité de nombreuses stimulations qui nous bombardent, font qu’il ne reste plus de place pour ce silence intérieur où l’on perçoit le regard de Jésus et où l’on écoute son appel. Pendant ce temps, t’arriveront de nombreuses propositions maquillées, qui semblent belles et intenses, même si, avec le temps, elles te laisseront vide, fatigué et seul. Ne laisse pas cela t’arriver, parce que le tourbillon de ce monde te pousse à une course insensée, sans orientation, sans objectifs clairs, et qu’ainsi beaucoup de tes efforts seront vains. Cherche plutôt ces espaces de calme et de silence qui te permettront de réfléchir, de prier, de mieux regarder le monde qui t’entoure, et alors, oui, avec Jésus tu pourras reconnaître quelle est ta vocation sur cette terre » (Christus vivit, n. 277).
Ce jeu de contrastes, que nous présente l’évangéliste Luc l’incarnation à Nazareth et l’annonciation à Zacharie dans le temple - culmine dans la rencontre de deux femmes : Elisabeth et Marie. La Vierge visite sa cousine âgée et tout est fête, danse et louange. C’est une partie d’Israël qui a compris le changement profond et vertigineux du projet de Dieu : c’est pourquoi elle accepte d’être visitée, c’est pourquoi l’enfant exulte dans son sein. Pendant un moment, dans une société patriarcale, le monde des hommes recule, muet comme Zacharie. De même, aujourd’hui nous a parlé une catéchiste, une sœur, une femme mozambicaine qui nous a rappelé que rien ne vous fera perdre l’enthousiasme d’évangéliser, d’accomplir votre engagement baptismal. Votre vocation, c’est d’évangéliser ; la vocation de l’Église, c’est d’évangéliser ; l’identité de l’Église, c’est d’évangéliser. Pas de faire du prosélytisme. Le prosélytisme n’est pas l’évangélisation. Le prosélytisme n’est pas chrétien. Notre vocation, c’est d’évangéliser. L’identité de l’Église, c’est d’évangéliser. Et notre sœur que voici représente tous ceux qui vont à la rencontre de leurs frères : aussi bien ceux qui rendent visite comme Marie, que ceux qui, se laissant visiter, acceptent volontiers que l'autre les transforme en partageant leur culture, leur façon de vivre la foi et de l'exprimer.
L’inquiétude que tu as exprimée nous montre que l’inculturation sera toujours un défi, comme un ‘‘voyage’’ entre ces deux femmes qui seront l’une et l’autre transformées par la rencontre et le service. « Les Églises particulières doivent développer activement des formes, au moins initiales, d’inculturation. Ce à quoi on doit tendre, en définitive, c’est que la prédication de l’Évangile, exprimée par des catégories propres à la culture où il est annoncé, provoque une nouvelle synthèse avec cette culture. Bien que ces processus soient toujours lents, parfois la crainte nous paralyse trop.» (Evangelii gaudium, n. 129). La peur nous paralyse.
La ‘‘distance’’ entre Nazareth et Jérusalem est raccourcie, rendue inexistante par ce oui de Marie. En effet, les distances, les régionalismes et la partisanerie, la construction constante de murs, sapent la dynamique de l'incarnation, qui a brisé le mur qui nous séparait (cf. Ep 2, 14). Vous, du moins les plus anciens, qui avez été témoins de divisions et de rancœurs qui se sont soldées par des guerres, vous devez toujours être disposés à vous ‘‘rendre visite’’, afin de raccourcir les distances. L’Église au Mozambique est invitée à devenir l’Église de la Visitation ; elle ne peut pas faire partie du problème des rivalités, des mépris et des divisions entre les uns et les autres, mais plutôt la porte vers une solution, un espace où le respect, l’échange et le dialogue sont possibles. La question posée sur la façon de se comporter avant le mariage interreligieux nous interpelle concernant notre tendance persistante au fractionnement, pour séparer au lieu d’unir. Il en va de même pour les relations entre les nationalités, les races, le nord et le sud, les communautés, les prêtres et les évêques. C'est un défi, car jusqu’à ce que se développe « une culture de la rencontre dans une harmonie multiforme », il faudra « un processus constant dans lequel chaque nouvelle génération se trouve engagée. C’est un travail lent et ardu qui exige de se laisser intégrer, et d’apprendre à le faire ». C’est la condition nécessaire pour la « construction d’un peuple en paix, juste et fraternel » pour « le développement de la cohabitation sociale et la construction d’un peuple où les différences s’harmonisent dans un projet commun » (Ibid., nn. 220.221). Comme Marie s’est rendue chez Élisabeth, de même, nous aussi appartenant à l’Église nous devons sonder le chemin face à de nouvelles problématiques, en cherchant à ne pas demeurer paralysés dans une logique qui oppose, divise, condamne. Mettez-vous en route et cherchez une réponse à ces défis, en demandant l’assistance sûre de l’Esprit Saint. C’est lui le Maître capable de montrer les nouveaux chemins à parcourir.
Ravivons, donc, l’appel de notre vocation ; faisons-le dans ce magnifique temple dédié à Marie et que notre oui engagé proclame les merveilles du Seigneur et réjouisse l’esprit de notre peuple en Dieu notre Sauveur (cf. Lc 1, 46-47). Et qu’il remplisse d’espérance, de paix et de réconciliation votre pays, notre Mozambique bien-aimé.
Je vous demande, s’il vous plaît, de prier et de faire prier pour moi.
Que le Seigneur vous bénisse et que la très Sainte Vierge veille sur vous !
Merci!
[01355-FR.02] [Texte original: Portugais]
Traduzione in lingua inglese
Dear Brother Cardinals,
Brother Bishops,
Dear Priests, Men and Women Religious and Seminarians,
Dear Catechists and Pastoral Workers in Christian communities,
Dear Brothers and Sisters,
Good Afternoon!
I thank Dom Hilário for his words of welcome in your name, and I greet all of you with affection and much gratitude. I know that you have made a great effort to be here. Together we want to renew our response to the call that once set our hearts on fire and that Holy Mother Church helped us to discern and confirm with a mission. Thank you for your testimonies, which spoke of the difficult times and serious challenges that you faced, conscious of your own limitations and weaknesses, yet also marvelling at God’s mercy.
I was pleased by something one of the catechists said: “We are a Church that is part of a heroic people”. A people that has experienced suffering yet keeps hope alive. With this holy pride that you take in your people, a pride that invites a renewal of faith and hope, all of us today want to renew our “yes”. How happy is Holy Mother Church to hear you manifest your love for the Lord and for the mission that he has given you! How she rejoices to see your desire to return ever anew to your “first love” (Rev 2:4)! I pray that the Holy Spirit will always grant you the wisdom to call things by their name, the courage to seek forgiveness and to learn to hear whatever he wants to tell us.
Dear brothers and sisters, whether we like it or not, we are called to face reality as it is. Times change and we need to realize that often we do not know how to find our place in new situations and scenarios: we keep dreaming about the “leeks of Egypt” (Num 11:5), forgetting that the promised land is before us, not behind us, and in our lament for times past, we are turning to stone, becoming “mummified”. This is not good. A bishop, a priest, a sister, a catechist who is a mummy. Not good. Instead of proclaiming Good News, we announce a dreary message that attracts no one and sets no one’s heart afire. This is the temptation.
We are gathered in this Cathedral dedicated to the Immaculate Conception of the Virgin Mary to share, as a family, what is happening in our lives. Like a family born in the “yes” that Mary spoke to the angel. Not even for a moment did she look backwards. We hear about this first chapter of the mystery of the incarnation from the evangelist Luke. From his account, we may perhaps find an answer to the questions you asked today – all of you, that is, except the seminarians! [laughter] – and the incentive needed to respond with the same generosity and concern as Mary.
Saint Luke draws a parallel between events in the lives of Saint John the Baptist and Jesus Christ. By contrasting them, he wants to make us see how God’s acting and our way of relating to him in the Old Testament is yielding to the new way brought to us by the Son of God made man. One way, in the Old Testament that dies out, and another, new way brought by Jesus.
Obviously, in the two Annunciations – those of John the Baptist and of Jesus – there is the appearance of an angel. The first takes place in the most important city of Judea – Jerusalem – not just anywhere but in the Temple and, within it, the Holy of Holies, and the announcement is made to a man and a priest. On the other hand, the announcement of the incarnation is made in Galilee, in a remote and conflict-ridden region and a little town – Nazareth. It takes place in a house, not a synagogue or a religious place, and is made to a layperson and a woman, not to a priest or a man. The difference is great. What has changed? Everything. And in this change, we find our deepest identity.
You asked what to do about the crisis of priestly identity, how to counteract it? In this regard, what I want to say specifically to priests is something that all of us (bishops, catechists, consecrated persons, seminarians) are called to cultivate and foster. I will speak for everyone.
In the crisis of priestly identity, we perhaps need to step away from important and solemn places, and return to the places from which we were called, where it was clear that the initiative and the power was from God. None of us was called to an important post, none of us. At times, without wanting it, and with no moral fault, we get used to identifying our daily activity as priests, religious, consecrated persons, laypersons, catechists, with certain rituals, with meetings and conversations, where our presence in those meetings, at the table or in the hall is “hierarchical”. Then we are more like Zechariah than like Mary. Yet, “I do not think it is an exaggeration to say that the priest is very little indeed: the incomparable grandeur of the gift granted us for the ministry sets us among the least of men. The priest is the poorest of men – yes, the poorest of men – unless Jesus enriches him by his poverty, the most useless of servants unless Jesus calls him his friend, the most ignorant of men unless Jesus patiently teaches him as he did Peter, the frailest of Christians unless the Good Shepherd strengthens him in the midst of the flock. The frailty of the priest, the consecrated person, the catechist. No one is more ‘little’ than a priest left to his own devices; and so our prayer of protection against every snare of the Evil One is the prayer of our Mother: I am a priest because the Lord has regarded my littleness (cf. Lk 1:48)” (Homily at Chrism Mass, 17 April 2014).
Dear brothers and sisters, returning to Nazareth, to Galilee, can be the way of facing the crisis of identity. Jesus calls us, after his resurrection, to return to Galilee in order to meet him. To return to Nazareth, to the first call, to return to Galilee, to resolve the crisis of identity, in order to be renewed as shepherds, disciples and missionaries. You yourselves spoke of a certain exaggerated concern with managing resources or caring for our personal well-being. We then take “circuitous routes” that frequently end up giving priority to activities with a guaranteed recompense, and these make us resist devoting our lives to everyday pastoral care. The image of that simple young woman in her home, as opposed to all the activities of the Temple and the city of Jerusalem, can be a mirror in which we see the complications and concerns that dim and dissipate the generosity of our “yes”.
Zechariah’s doubts and his need for explanations contrast with the “yes” of Mary, who asks only to know how everything spoken to her was to come about. Zechariah could not overcome his desire to control everything; he could not abandon the mindset of someone needing to be responsible for making things happen. Mary did not hesitate or think about herself: instead, she surrendered herself; she trusted. It is a constant struggle to experience our relationship with God like Zechariah, like a doctor of the law: always complying, always judging whether the recompense is proportionate to the work done, whether it is my due if God blesses me, whether the Church is bound to recognize my virtues and my hard work. It is exhausting to attempt to experience our relationship with God like Zechariah. We should not be running for our own benefit; rather, our weariness should be related to our ability to show compassion. Am I able to feel compassion? There are tasks in which our hearts are moved and deeply touched. Brothers and sisters, the Church asks us to be compassionate. Compassionate. “We are to rejoice with couples who marry – the pastoral life; we are to laugh with the children brought to the baptismal font; we are to accompany young fiancés and families; we are to suffer with those who receive the anointing of the sick in their hospital beds; we are to mourn with those burying a loved one” (Homily at Chrism Mass, 2 April 2015).
We often spend hours and days accompanying a mother with AIDS, an orphaned child, a grandmother taking care of many grandchildren, or a young person who came to the city and is desperate because he or she cannot find a job... “All these emotions can exhaust the heart of a pastor. For us priests, what happens in the lives of our people is not like a news bulletin: we know our people, we sense what is going on in their hearts. Our own heart, sharing in their suffering, feels ‘com-passion’, is exhausted, broken into a thousand pieces, moved and even ‘consumed’ by the people. Take this, eat this… These are the words the priest of Jesus whispers repeatedly while caring for his faithful people: Take this, eat this; take this, drink this… In this way our priestly life is given over in service, in closeness to the People of God… and this always leaves us weary” (ibid.). Brothers and sisters, closeness to others always tires us, always. Closeness to the holy people of God, that closeness tires us. People like meeting us, priests, sisters, catechists, but that closeness can also be tiring.
Renewing our vocation often entails discerning if our weariness and worries are the result of a certain “spiritual worldliness” imposed by “the allure of a thousand distracting commercial advertisements in order to walk ahead, freely, along paths that lead us to love of our brothers and sisters, to the Lord’s flock, to the sheep who wait for the voice of their shepherds” (Homily at Chrism Mass, 24 March 2016). Renewing our call has to do with choosing to say yes and to let our weariness come from things that bear fruit in God’s eyes, things that make present and incarnate his son Jesus. Would that we might find, in such salutary weariness, the wellspring of our identity and happiness! Closeness is tiring and this tiredness is holiness.
Would too that our young people might see that we allow ourselves to be “eaten and drunk”, and be inspired themselves to follow Jesus and, radiant with the joy of a daily commitment, not imposed but fostered and chosen in silence and prayer, desire to say their own “yes”. You who are still asking, or you who are already on the path to definitive consecration, should never forget that “the stress and quick pace of the world constantly bombarding us with stimuli can leave no room for that interior silence in which we can perceive Jesus’ gaze and hear his call. In the meantime, many attractively packaged offers will come your way. They may seem appealing and exciting, although in time they will only leave you feeling empty, weary and alone. Don’t let this happen to you, because the maelstrom of this world can drive you to take a route without real meaning, without direction, without clear goals, and thus thwart many of your efforts. It is better to seek out that calm and quiet that enable you to reflect, pray, look more clearly at the world around you, and then, with Jesus, come to recognize the vocation that is yours in this world” (Christus Vivit, 277).
The study in contrasts presented to us by the evangelist Luke – the incarnation in Nazareth and the announcement to Zechariah in the Temple – culminates in the encounter between two women: Elizabeth and Mary. The Blessed Virgin visits her elderly cousin and everything is one great celebration of praise. There is a part of Israel that grasped the profound and dizzying change in God’s plan, and allowed itself to be visited. As a result, the child leaps in the womb. For a moment, in a patriarchal society, the world of men steps back and is silent, like Zechariah. Today we also heard from a catechists, a Sister, a Mozambican woman who reminded us that nothing should make you lose your enthusiasm for evangelizing, for carrying out your baptismal mission. Your vocation is to evangelize; the vocation of the Church is to evangelize; the identity of the Church is to evangelize. Do not proselytize! Proselytism is not evangelization. It is not Christian. Our vocation is to evangelize. The identity of the Church is to evangelize. Our sister here represents all those who go forth to encounter their brothers and sisters: those who, like Mary, visit others, and those who allow themselves to be visited, who allow others to change their lives by sharing with them their culture, their ways of living and expressing the faith.
The concern you expressed shows us that inculturation will always be a challenge, shuttling back and forth, as it were, between those two women who were both changed by encounter and service. “Particular Churches should actively promote at least preliminary forms of inculturation. The ultimate aim should be that the Gospel, as preached in categories proper to each culture, will create a new synthesis with that particular culture. This is always a slow process and at times we can be overly fearful” (Evangelii Gaudium, 129). Fear paralyzes.
The “distance” between Nazareth and Jerusalem is shortened and disappears with that “yes” spoken by Mary. Because distance, provincialism and party spirit, the constant building of walls, undermine the dynamic of the incarnation, which has broken down the wall that separated us (cf. Eph 2:14). You, at least the older ones among you, witnessed how division and conflict ended in war. You must always be ready to “visit”, to shorten distances. The Church in Mozambique is invited to be the Church of the Visitation; it cannot be part of the problem of rivalry, disrespect and division that pits some against others, but instead a door to solutions, a space where respect, interchange and dialogue are possible.
The question raised about how to react to interreligious marriages challenges this persistent tendency of ours for fragmentation, for separating rather than uniting. The same is true of relations between nationalities and races, between North and South, between communities, priests and bishops. It represents a challenge because developing “a peaceful and multifaceted culture of encounter” requires “an ongoing process in which every new generation must take part: a slow and arduous effort calling for a desire for integration and willingness to achieve this”. This is the necessary condition for “progress in building a people in peace, justice and fraternity”, for “the development of life in society and the building of a people where differences are harmonized within a shared pursuit” (Evangelii Gaudium, 220, 221). Just as Mary journeyed to the house of Elizabeth, we too, as a Church, have to find the road to take in the face of new problems, taking care not to remain paralyzed by the mindset of opposition, division and condemnation. Set out on that path, and seek answers to these challenges by imploring the unfailing help of the Holy Spirit. For he is the Teacher who can show us new paths to follow.
Let us, then, revive our vocation and calling in this magnificent temple dedicated to Mary. May our committed “yes” proclaim the greatness of the Lord and make the spirit of our people rejoice in God our Saviour (cf. Lk 1:46-47). May it fill with hope, peace and reconciliation this, your country, our beloved Mozambique!
I ask you please to pray for me, and to invite others to do the same.
May the Lord bless you and the most holy Virgin watch over you.
Thank you.
[01355-EN.02] [Original text: Italian]
Traduzione in lingua tedesca
Liebe Brüder Kardinäle,
liebe Mitbrüder im Bischofsamt,
liebe Priester, Ordensleute und Seminaristen,
liebe Katecheten und Mitarbeiter in den christlichen Gemeinden,
liebe Brüder und Schwestern, schönen Nachmittag!
Ich danke Bischof Hilário für die Willkommensworte, die er in euer aller Namen an mich gerichtet hat. Von Herzen und in großer Dankbarkeit grüße ich euch alle. Ich weiß, dass ihr große Anstrengungen unternommen habt, um hier sein zu können. Gemeinsam wollen wir unsere Antwort auf den Ruf bekräftigen, der einst unsere Herzen entbrennen ließ; die heilige Mutter Kirche half uns, ihn zu erkennen und durch unsere Sendung zu bestätigen. Danke für eure Zeugnisse, die von den schwierigen Augenblicken und ernsten Herausforderungen sprechen, die ihr erlebt; ihr kennt hier die Grenzen und Schwächen, dürft dabei aber auch über Gottes Erbarmen staunen. Es hat mir gefallen, aus dem Mund einer Katechetin zu hören: »Wir sind eine Kirche, die Teil eines heroischen Volkes ist«. Danke! Ein Volk, das im Leiden erfahren ist und doch die Hoffnung lebendig hält. Mit diesem gesunden Stolz auf euer Volk, das zur Erneuerung des Glaubens und der Hoffnung einlädt, wollen wir unser „Ja“ heute erneuern. Wie glücklich ist die heilige Mutter Kirche zu hören, wie ihr eure Liebe zum Herrn und zur Sendung, die er euch aufgetragen hat, bekundet. Wie freut sie sich, euer Verlangen zu sehen, stets zur »erste[n] Liebe« (Offb 2,4) zurückzukehren! Ich bitte den Heiligen Geist, euch immer die Klarheit zu geben, die Wirklichkeit bei ihrem Namen zu nennen, den Mut, um Vergebung zu bitten, und die Fähigkeit, auf das hören zu lernen, was er uns sagen will.
Liebe Brüder und Schwestern, ob es uns gefällt oder nicht, wir sollen der Wirklichkeit begegnen, so wie sie ist. Die Zeiten ändern sich, und wir müssen zugeben, dass wir oft nicht wissen, wie wir uns in die neuen Zeiten, in die neuen Szenarien eingliedern sollen; wir können von den „Zwiebeln Ägyptens“ (vgl. Num 11,5) träumen und dabei vergessen, dass das Gelobte Land vor uns, nicht hinter uns liegt, und wenn wir so den vergangenen Zeiten nachweinen, versteinern wir, mumifizieren wir allmählich. Das ist nichts Gutes. Ein mumifizierter Bischof, Priester, Ordensschwester, Katechet. Nein, das ist nicht gut. Anstatt die „Gute Nachricht“ zu bekennen, verkünden wir eine aschgraue Botschaft, die niemandes Herz anzieht noch entflammt. Das ist die Versuchung.
Wir befinden uns in dieser der Unbefleckten Empfängnis der Jungfrau Maria geweihten Kathedrale, um als Familie uns darüber auszutauschen, was bei uns geschieht; als eine Familie, die mit dem „Ja“, das Maria zum Engel sagte, entstand. Maria blickte nicht einmal für einen Moment zurück. Diese Ereignisse des Beginns des Geheimnisses der Menschwerdung erzählt uns der Evangelist Lukas. Wir können in der Art und Weise, wie er dies tut, die Antworten auf die Fragen entdecken, die ihr heute gestellt habt – Bischöfe, Priester, Ordensschwestern, Katecheten… die Seminaristen haben keine gestellt! [lachen] –, und auch den nötigen Ansporn, um mit der gleichen Großherzigkeit und Bereitschaft wie Maria zu antworten.
Der heilige Lukas stellt die jeweiligen Ereignisse, die den heiligen Johannes dem Täufer und die Jesus Christus betreffen, einander gegenüber; mit diesem Vergleich will er uns deutlich machen, was sich im Hinblick darauf, wie Gott ist und wie wir mit ihm im Alten Testament in Beziehung treten, verändert und welche die neue Weise ist, die uns der menschgewordene Gottessohn bringt. Eine Weise im Alten Testament, die sich verändert, und eine neue Weise, die Jesus uns bringt.
Es fällt auf, dass bei beiden Verkündigungen – der von Johannes dem Täufer und der von Jesus - ein Engel vorkommt. In einem Fall jedoch findet die Erscheinung in Judäa statt, in der wichtigsten Stadt – Jerusalem – und zwar nicht an irgendeinem Ort, sondern im Tempel, genauer in seinem Inneren, dem Allerheiligsten. Der Engel wendet sich an einen Mann; mehr noch, an einen Priester. Die Verkündigung der Menschwerdung hingegen erfolgt in Galiläa, einer der entferntesten und von Konflikten beherrschten Gegenden, in einem kleinen Dorf – Nazaret –, in einem Haus und nicht in der Synagoge oder an einem heiligen Ort. Sie ergeht an eine Laiin, eine Frau – nicht an einen Priester, nicht an einen Mann. Der Gegensatz ist groß. Was hat sich verändert? Alles. Alles hat sich geändert. Und in dieser Veränderung findet sich unsere tiefste Identität.
Ihr habt mich gefragt, was wir wegen der Krise der priesterlichen Identität tun sollen, wie wir dagegen ankämpfen sollen. Was ich übrigens bezüglich der Priester sagen möchte, das sollen alle (Bischöfe, Katecheten, Gottgeweihte, Seminaristen) hegen und pflegen. Ich werde für alle sprechen.
Angesichts der Krise der priesterlichen Identität müssen wir vielleicht aus den wichtigen und feierlichen Orten hinausgehen; wir müssen zu den Orten zurückkehren, wo wir berufen worden sind, wo klar war, dass die Initiative und die Kraft von Gott stammen. Niemand von uns ist an eine wichtige Stelle gerufen worden, niemand. Manchmal – ohne es zu wollen und ohne moralische Schuld – gewöhnen wir uns daran, unser tägliches Tun als Priester, Ordensleute, Gottgeweihte, Laien, Katecheten mit bestimmten Riten, Versammlungen und Gesprächen zu identifizieren, wo wir bei den Besprechungen, am Tisch oder im Saal einen rangmäßig vorderen Platz einnehmen; so ähneln wir mehr Zacharias als Maria. »Ich glaube, dass wir nicht übertreiben, wenn wir sagen, dass der Priester ein ganz kleiner Mensch ist: Die unermessliche Größe der Gabe, die uns für den Dienst geschenkt ist, versetzt uns unter die Kleinsten der Menschen. Der Priester ist der Ärmste der Menschen – ja, der Priester ist der Ärmste der Menschen -, wenn Jesus ihn nicht durch seine Armut reich macht; er ist der nutzloseste Knecht, wenn Jesus ihn nicht Freund nennt, der Dümmste der Menschen, wenn Jesus ihn nicht geduldig lehrt wie den Petrus; er ist der Hilfloseste der Christen, wenn der Gute Hirt ihn nicht inmitten der Herde stärkt. – Die Schwachheit des Priesters, des Gottgeweihten, des Katecheten –. Niemand ist kleiner als ein Priester, der nur seinen eigenen Kräften überlassen bleibt. Darum ist unser Gebet zur Verteidigung gegen alle Nachstellungen des Bösen das unserer Mutter: Ich bin Priester, weil er gütig auf meine Niedrigkeit geschaut hat (vgl. Lk 1,48)« (Homilie bei der Chrisammesse, 17. April 2014). Brüder und Schwestern, nach Nazaret zurückzukehren, nach Galiläa zurückzukehren kann der Weg sein, um der Krise der Identität zu begegnen. Jesus ruft uns nach seiner Auferstehung auf, nach Galiläa zurückzukehren, um die Identitätskrise zu lösen, um uns als Hirten-Jünger-Missionare zu erneuern. Ihr selbst habt von einer gewissen übertriebenen Sorge gesprochen, Ressourcen für das eigene Wohlergehen zu bilden, und zwar auf „verschlungenen Wegen“, die am Ende oft Beschäftigungen mit garantierter Entlohnung den Vorzug geben und in uns Widerstand hervorrufen, unser Leben der alltäglichen Pastoral zu widmen. Das Bild dieses einfachen Mädchens in seinem Haus, im Gegensatz zum ganzen Komplex des Tempels und Jerusalems, kann der Spiegel sein, in dem wir unsere Verstrickungen, unsere Sorgen sehen, welche die Großherzigkeit unseres „Ja“ verdunkeln und auflösen.
Die Zweifel des Zacharias und sein Bedarf an Erklärungen passen nicht zum „Ja“ Marias, die nur wissen möchte, wie alles erfolgen wird, was ihr geschehen soll. Zacharias kann seine Sorge, alles unter Kontrolle zu haben, nicht überwinden; er kann nicht auf die Logik verzichten, verantwortlich zu sein und sich für alles, was passiert, verpflichtet zu fühlen. Maria zweifelt nicht, sie denkt nicht an sich selbst: sie überlässt sich dem Herrn, sie vertraut. Es ist zermürbend, die Beziehung zu Gott so zu leben, wie es Zacharias tut, wie ein Gesetzeslehrer: stets Regeln ausführen, immer darauf bedacht, dass der Lohn zum geleisteten Einsatz im Verhältnis steht, dass es mein Verdienst ist, wenn Gott mir Segen schenkt, dass die Kirche die Pflicht hat, meine Tugenden und Bemühungen anzuerkennen … Es ist zermürbend, es ist zermürbend, die Beziehung zu Gott so zu leben, wie es Zacharias tut. Wir können nicht dem hinterherlaufen, was uns zum persönlichen Nutzen gereicht; unsere Müdigkeit muss hingegen vielmehr mit »unserer Fähigkeit zum Mitleid [zusammenhängen.] Habe ich die Fähigkeit zum Mitleid? Es sind Pflichten, in denen unser Herz „bewegt“ und innerlich angerührt wird. Brüder und Schwestern, die Kirche bittet um Fähigkeit zum Mitleid. Fähigkeit zum Mitleid. »Wir freuen uns mit den Verlobten, die heiraten – das ist das Leben des Seelsorgers –; wir lachen mit dem Kind, das zur Taufe getragen wird; wir begleiten die jungen Leute, die sich auf Ehe und Familie vorbereiten; wir nehmen Anteil an den Leiden derer, die die Krankensalbung im Spitalbett empfangen; wir weinen mit denen, die eine geliebte Person zu Grabe tragen« (Homilie bei der Chrisammesse, 2. April 2015). Verwenden wir Stunden und Tage darauf, die AIDS-kranke Mutter zu begleiten, das als Waise zurückgebliebene Kind, die Großmutter, die sich um viele Enkelkinder kümmert, oder den Jugendlichen, der in die Stadt gekommen ist und verzweifelt ist, weil er keine Arbeit finden kann. »So viel Gemütsbewegung … Wenn wir ein offenes Herz haben, dann ermüden diese Gemütsbewegung und so viel liebevolle Zuneigung das Herz des Hirten. Für uns Priester sind die Geschichten unserer Leute kein Nachrichten-Bulletin: Wir kennen unsere Leute, wir können erraten, was in ihrem Herzen vorgeht, und indem wir mit ihnen leiden, zerfasert sich das unsere, teilt sich in tausend Stückchen, ist ergriffen und scheint sogar von den Menschen verzehrt zu werden: „Nehmt und esst!“ Das ist das Wort, das der Priester Jesu ständig flüstert, wenn er sich um sein gläubiges Volk kümmert: Nehmt und esst, nehmt und trinkt … Und so schenkt sich unser Priesterleben hin im Dienst, in der Nähe zum gläubigen Volk Gottes … das immer, immer müde macht« (ebd.). Brüder und Schwestern, die Nähe macht müde, sie macht immer müde. Die Nähe zum heiligen Volk Gottes. Die Nähe macht müde. Es ist schön, sich zu treffen, ein Priester, eine Ordensschwester, ein Katechet…, ermüdet durch Nähe. Den Ruf zu erneuern verlangt oft, dass wir überprüfen, ob unsere Müdigkeit und unsere Sorgen mit einer gewissen „spirituellen Weltlichkeit“ zu tun haben, die »vom Reiz tausender Konsumangebote« diktiert wird, »die wir nicht abschütteln können, um frei auf den Wegen zu gehen, die uns zur Liebe zu unseren Brüdern und Schwestern führen, zur Herde des Herrn, zu den Schafen, die auf die Stimme ihres Hirten warten (Homilie bei der Chrisammesse, 24. März 2016). Den Ruf zu erneuern, unsere Berufung, bedeutet, eine Entscheidung zu treffen, Ja zu sagen und müde zu werden, indem wir das tun, was in den Augen Gottes fruchtbar ist, was seinen Sohn Jesus Christus gegenwärtig macht, Fleisch werden lässt. Gott gebe es, dass wir in dieser heilsamen Müdigkeit die Quelle unserer Identität und unseres Glücks finden mögen. Die Nähe macht müde und diese Müdigkeit ist Heiligkeit.
Mögen unsere jungen Menschen an uns entdecken, dass wir uns „nehmen und essen“ lassen; und eben das bringe sie dazu, sich die Frage nach der Nachfolge Jesu zu stellen, sodass sie, überwältigt von der Freude einer täglichen Hingabe, die nicht aufgezwungen, sondern in der Stille und im Gebet gereift ist, ihr „Ja“ sagen wollen. Wenn du noch dabei bist, dich zu fragen, oder wenn du schon auf dem Weg zu einer endgültigen Weihe bist, dann wirst du dir bewusst werden, dass »die Unruhe und die schnelle Abfolge so vieler Reize, die auf uns einstürmen, keinen Raum für jene innere Ruhe [lassen], in der man den Blick Jesu wahrnimmt und seinen Ruf hört. In der Zwischenzeit erhältst du viele attraktive Angebote. Sie scheinen schön und aufregend, mit der Zeit aber lassen sie dich leer, müde und allein zurück. Lass nicht zu, dass dir das passiert, denn der Sog dieser Welt zieht dich auf eine sinnlose, richtungslose Bahn ohne klare Ziele und so werden viele deiner Mühen vergeudet. Suche vielmehr jene Räume der Ruhe und Stille, die es dir möglich machen, nachzudenken, zu beten, die Welt um dich herum klarer zu sehen. Dann wirst du zusammen mit Jesus erkennen können, welche deine Berufung auf dieser Erde ist« (Nachsynodales Apostolisches Schreiben Christus vivit, 277).
Das Spiel der Gegensätze, das der Evangelist Lukas darstellt - die Inkarnation in Nazaret und die Verkündigung an Zacharias im Tempel -, gipfelt in der Begegnung der beiden Frauen: Elisabet und Maria. Die Jungfrau besucht ihre alte Cousine und alles ist ein Fest, Tanz und Lobpreis. Es gibt einen Teil Israels, der diese tiefe und schwindelerregende Veränderung des Plans Gottes erkannt hat – deswegen akzeptiert Elisabeth es, besucht zu werden, deswegen hüpft das Kind vor Freude in ihrem Leib. Für einen Moment geschieht es in einer patriarchalen Gesellschaft: die Welt der Männer zieht sich zurück und bleibt stumm wie Zacharias. Heute hat auch eine Katechetin zu uns gesprochen, eine Ordensschwester, eine Frau Mosambiks, die uns daran erinnert hat, dass euch nichts die Begeisterung verlieren lässt, das Evangelium zu verkünden und euren Auftrag zu erfüllen, den ihr in der Taufe empfangen habt. Eure Berufung ist zu evangelisieren; die Berufung der Kirche ist zu evangelisieren; die Identität der Kirche ist zu evangelisieren. Nicht Proselytenmacherei betreiben! Die Proselytenmacherei ist nicht Evangelisierung. Die Proselytenmacherei ist nicht christlich. Unsere Berufung ist zu evangelisieren. Die Identität der Kirche ist zu evangelisieren. Und diese unsere Schwester steht stellvertretend für alle, die ihren Brüdern und Schwestern entgegengehen – sowohl für die, die wie Maria einen Besuch machen, als auch für die, die einen Besuch bei sich zulassen und so gerne akzeptieren, dass der andere sie verändert, indem er mit ihnen seine Kultur, seine Art und Weise, den Glauben zu leben und auszudrücken, teilt.
Die Sorge, die du zum Ausdruck gebracht hast, zeigt uns, dass die Inkulturation immer eine Herausforderung sein wird wie diese „Reise“ zwischen den beiden Frauen, die sich durch die Begegnung und den Dienst gegenseitig verändern. »Die Teilkirchen« müssen »aktiv zumindest anfängliche Formen der Inkulturation fördern […]. Letztlich ist eine Verkündigung des Evangeliums anzustreben, welche eine neue Synthese des Evangeliums mit der Kultur, in der es mit deren Kategorien verkündet wird, hervorruft. Obwohl diese Prozesse immer langwierig sind, lähmt uns manchmal zu sehr die Angst« (Apostolisches Schreiben Evangelii gaudium, 129). Die Angst lähmt.
Die „Distanz“ zwischen Nazaret und Jerusalem ist verkürzt, sie wird aufgehoben durch das „Ja“ Marias. Denn die Distanzen, die Regionalismen und die Sonderbestrebungen wie auch das ständige Errichten von Mauern untergraben die Dynamik der Menschwerdung, welche die trennende Wand niedergerissen hat (vgl. Eph 2,14). Ihr – zumindest die älteren unter euch – wart Zeugen, wie Spaltungen und Ressentiments in Kriegen endeten, und müsst also immer bereit sein, „euch zu besuchen“ und die Distanzen zu verkürzen. Die Kirche in Mosambik ist eingeladen, die Kirche der Heimsuchung Marias zu sein; sie darf nicht Teil des Problems von Kompetenzstreitigkeiten, Geringschätzung und Spaltungen sein, sondern muss vielmehr eine Tür für die Lösungen sein, ein Raum, wo Achtung, Austausch und Dialog möglich sind. Die aufgeworfene Frage, wie wir uns gegenüber einer interreligiösen Ehe verhalten sollen, stellt eine Herausforderung an uns dar hinsichtlich dieser anhaltenden Tendenz von uns, zu spalten und zu trennen anstatt zu vereinen. Und das Gleiche geschieht bei der Beziehung zwischen Nationalitäten, zwischen Ethnien, zwischen denen im Norden und denen im Süden, zwischen Gemeinden, Priestern und Bischöfen. Es ist eine Herausforderung, denn solange sich nicht »eine Kultur der Begegnung in einer vielgestaltigen Harmonie« entfaltet, ist »ein fortschreitender Prozess« erforderlich, »an dem sich jede neue Generation beteiligen muss. Es ist eine langsame Aufgabe, eine anstrengende Aufgabe, die verlangt, dass wir uns integrieren und bereit sind, [dies] zu lernen.« Es ist die notwendige Voraussetzung für den »Aufbau eines Volkes in Frieden, Gerechtigkeit und Brüderlichkeit«, für die »Entwicklung des sozialen Zusammenlebens und den Aufbau eines Volkes […], wo die Verschiedenheiten sich in einem gemeinsamen Vorhaben harmonisieren« (ebd., 220 und 221). Wie Maria bis zum Haus der Elisabet gegangen ist, so müssen auch wir in der Kirche den Weg lernen, dem wir inmitten der neuen Fragestellungen folgen sollen, während wir versuchen, nicht von einer Logik gelähmt zu werden, die Gegensätze aufstellt, spaltet und verurteilt. Macht euch auf den Weg und sucht eine Antwort auf diese Herausforderungen, indem ihr um den sicheren Beistand des Heiligen Geistes bittet. Er ist der Meister, der imstande ist, die neuen Wege aufzuzeigen, die beschritten werden müssen.
Lasst uns also unsere Berufung neu beleben, tun wir es in dieser herrlichen, Maria geweihten Kirche; möge unser großherziges „Ja“ den Herrn preisen und den Geist unseres Volkes über Gott, unseren Retter, jubeln lassen (vgl. Lk 1,46-47). Und es erfülle euer Land, unser geliebtes Mosambik, mit Hoffnung, Frieden und Versöhnung!
Ich ersuche euch, bitte für mich zu beten und beten zu lassen.
Der Herr segne euch und die heilige Jungfrau Maria wache über euch.
Danke.
[01355-DE.01] [Originalsprache: Portugiesisch]
Traduzione in lingua spagnola
Queridos hermanos Cardenales,
hermanos obispos,
Queridos sacerdotes, religiosas, religiosos y seminaristas,
Queridos catequistas y animadores de comunidades cristianas,
Queridos hermanos y hermanas, ¡buenas tardes!
Agradezco el saludo de bienvenida de Mons. Hilário en nombre de todos vosotros. Con afecto y gran reconocimiento, os saludo a todos. Sé que habéis hecho un gran esfuerzo para estar aquí. Juntos, queremos renovar la respuesta al llamado que una vez hizo arder nuestros corazones y que la Santa Madre Iglesia nos ayudó a discernir y confirmar con la misión. Gracias por vuestros testimonios, que hablan de las horas difíciles y los desafíos serios que vivís, reconociendo límites y debilidades; pero también admirándoos de la misericordia de Dios. Me alegró escuchar de la boca de una catequista decir: “Somos una Iglesia insertada en un pueblo heroico”. ¡Gracias! Un pueblo que sabe de sufrimientos pero mantiene viva la esperanza. Con ese sano orgullo por vuestro pueblo, que invita a renovar la fe y la esperanza, queremos renovar nuestro “sí” hoy. ¡Qué feliz es la Santa Madre Iglesia al escucharos manifestar el amor del Señor y la misión que os ha dado! ¡Qué contenta está de ver vuestro deseo de volver siempre al «amor primero» (Ap 2,4)! Pido al Espíritu Santo que os dé siempre la lucidez de llamar a la realidad con su nombre, la valentía de pedir perdón y la capacidad de aprender a escuchar lo que Él quiere decirnos.
Queridos hermanos y hermanas, nos guste o no, estamos llamados a enfrentar la realidad tal como es. Los tiempos cambian y debemos reconocer que a menudo no sabemos cómo insertarnos en los nuevos tiempos, en los nuevos escenarios; podemos soñar con las “cebollas de Egipto” (cf. Nm 11,5), olvidando que la Tierra Prometida está adelante y no atrás, y en ese lamento por los tiempos pasados, nos vamos petrificando, nos vamos “momificando”. No es algo bueno. Un obispo, un sacerdote, una religiosa, un catequista momificado. No, no está bien. En lugar de profesar una Buena Nueva, lo que anunciamos es algo gris que no atrae ni enciende el corazón de nadie. Esta es la tentación.
Nos encontramos en esta catedral, dedicada a la Inmaculada Concepción de la Virgen María, para compartir como familia lo que nos pasa. Como familia que nació en ese “sí” que María le dijo al ángel. Ella, ni por un momento miró hacia atrás. Es el evangelista Lucas quien nos narra estos acontecimientos del inicio del misterio de la Encarnación. Quizás en su modo de hacerlo encontremos respuestas a las preguntas que hoy habéis hecho hoy —obispos, sacerdotes, religiosas, catequistas… ¡Los seminaristas no han hecho! [ríen]— y descubramos también el estímulo necesario para responder con la misma generosidad y premura de María.
San Lucas va presentando en paralelo los acontecimientos vinculados a san Juan Bautista y a Jesucristo; quiere que en el contraste descubramos aquello que se va apagando del modo de ser de Dios y de nuestro relacionarnos con Él en el Antiguo Testamento, y el nuevo modo que nos trae el Hijo de Dios hecho hombre. Un modo, en el Antiguo Testamento, que se extingue, y otro nuevo que Jesús trae.
Es evidente que en ambas anunciaciones —la de Juan Bautista y la de Jesús— hay un ángel. Pero, en una, la aparición se da en Judea, en la ciudad más importante: Jerusalén; y no en cualquier lugar, sino en el templo y, dentro de él, en el Santo de los Santos; el ángel se dirige a un varón, y sacerdote. Por el contrario, el anuncio de la Encarnación es en Galilea, la más alejada y conflictiva de las regiones, en una pequeña aldea, Nazaret, en una casa y no en una sinagoga o lugar religioso, y se hace a una laica, una mujer —no a un sacerdote, no a un hombre—. El contraste es grande. ¿Qué ha cambiado? Todo. Todo ha cambiado. Y, en ese cambio, está nuestra identidad más profunda.
Vosotros preguntabais qué hacer con la crisis de identidad sacerdotal, cómo luchar contra ella. A propósito, lo que voy a decir relativo a los sacerdotes es algo que todos —obispos, catequistas, consagrados, seminaristas— estamos llamados a cultivar y desarrollar. Hablaré para todos.
Frente a la crisis de identidad sacerdotal, quizás tenemos que salir de los lugares importantes, solemnes; tenemos que volver a los lugares donde fuimos llamados, donde era evidente que la iniciativa y el poder eran de Dios. Ninguno de nosotros ha sido llamado para un puesto importante, ninguno. A veces sin querer, sin culpa moral, nos habituamos a identificar nuestro quehacer cotidiano como sacerdotes, religiosos, consagrados, laicos, catequistas, con ciertos ritos, con reuniones y coloquios donde el lugar que ocupamos en la reunión, en la mesa o en el aula es de jerarquía; nos parecemos más a Zacarías que a María. «Creo que no exageramos si decimos que el sacerdote es una persona muy pequeña: la inconmensurable grandeza del don que nos es dado para el ministerio nos relega entre los más pequeños de los hombres. El sacerdote es el más pobre de los hombres —sí, el sacerdote es el más pobre de los hombres— si Jesús no lo enriquece con su pobreza, el más inútil siervo si Jesús no lo llama amigo, el más necio de los hombres si Jesús no lo instruye pacientemente como a Pedro, el más indefenso de los cristianos si el Buen Pastor no lo fortalece en medio del rebaño. La debilidad del sacerdote, del consagrado, del catequista. Nadie más pequeño que un sacerdote dejado a sus propias fuerzas; por eso nuestra oración protectora contra toda insidia del Maligno es la oración de nuestra Madre: soy sacerdote porque Él miró con bondad mi pequeñez (cf. Lc 1,48)» (Homilía en la Misa Crismal, 17 de abril de 2014). Hermanos y hermanas: Volver a Nazaret, volver a Galilea puede ser el camino para afrontar la crisis de identidad. Jesús nos llama, después de su resurrección a volver a Galilea para encontrarlo. Volver a Nazaret, a la primera llamada, volver a Galilea, para resolver la crisis de identidad, para renovarnos como pastores-discípulos-misioneros. Vosotros mismos expresabais cierta exageración en la preocupación por generar recursos para el bienestar personal, por “caminos tortuosos” que muchas veces terminan privilegiando actividades con una retribución garantizada y generan resistencias a entregar la vida en el pastoreo cotidiano. La imagen de esta sencilla doncella en su casa, en contraste con toda la estructura del templo y de Jerusalén, puede ser el espejo donde miremos nuestras complicaciones, nuestros afanes, que oscurecen y dilatan la generosidad de nuestro “sí”.
Las dudas y la necesidad de explicaciones de Zacarías desentonan con el “sí” de María que sólo requiere saber cómo se va a dar todo lo que le suceda. Zacarías no puede superar el afán de controlarlo todo, no puede salir de la lógica de ser y sentirse el responsable y autor de lo que suceda. María no duda, no se mira a sí misma: se entrega, confía. Es agotador vivir el vínculo con Dios como Zacarías, como un doctor de la ley: siempre cumpliendo, siempre creyendo que la paga es proporcional al esfuerzo que haga, que es mérito mío si Dios me bendice, que la Iglesia tiene el deber de reconocer mis virtudes y esfuerzos. Es extenuante. Es extenuante vivir la relación con Dios como lo hace Zacarías. No podemos correr tras aquello que redunde en beneficios personales; nuestros cansancios deben estar más vinculados a nuestra capacidad de compasión. ¿Tengo capacidad de compasión? Son tareas en las que nuestro corazón es “movido” y conmovido. Hermanos y hermanas: La Iglesia pide capacidad de compasión. Capacidad de compasión. «Nos alegramos con los novios que se casan —la vida pastoral—, reímos con el bebé que traen a bautizar; acompañamos a los jóvenes que se preparan para el matrimonio y a las familias; nos apenamos con el que recibe la unción en la cama del hospital, lloramos con los que entierran a un ser querido» (Homilía Misa en la Misa Crismal, 2 abril 2015). Entregamos minutos y días en pos de esa madre con SIDA, ese pequeño que quedó huérfano, esa abuela a cargo de tantos nietos o ese joven que ha venido a la ciudad y está desesperado porque no encuentra trabajo. «Tantas emociones... Si tenemos el corazón abierto, esta emoción y tanto afecto fatigan el corazón del Pastor. Para nosotros, sacerdotes, las historias de nuestra gente no son un noticiero: nosotros conocemos a nuestro pueblo, podemos adivinar lo que les está pasando en su corazón; y el nuestro, al compadecernos (al padecer con ellos), se nos va deshilachando, se nos parte en mil pedacitos, se conmueve y hasta parece comido por la gente: “Tomad, comed”. Esa es la palabra que musita constantemente el sacerdote de Jesús cuando va atendiendo a su pueblo fiel: “Tomad y comed, tomad y bebed...”. Y así nuestra vida sacerdotal se va entregando en el servicio, en la cercanía al pueblo fiel de Dios... que siempre, siempre cansa» (ibíd.). Hermanos y hermanas: La cercanía cansa, cansa siempre. La cercanía al Santo Pueblo de Dios. La cercanía cansa. Es hermoso encontrar un sacerdote, una hermana, un catequista…, agotados por la cercanía. Renovar el llamado muchas veces pasa por revisar si nuestros cansancios y afanes tienen que ver con cierta “mundanidad espiritual”, «por la fascinación de mil propuestas de consumo que no nos podemos quitar de encima para caminar, libres, por los senderos que nos llevan al amor de nuestros hermanos, a los rebaños del Señor, a las ovejitas que esperan la voz de sus pastores» (Homilía en la Misa Crismal, 24 marzo 2016). Renovar la llamada, nuestra llamada, pasa por elegir, decir sí y cansarnos por aquello que es fecundo a los ojos de Dios, que hace presente, encarna, a su Hijo Jesús. Quiera Dios que en este sano cansancio encontremos la fuente de nuestra identidad y felicidad. La cercanía cansa, y este cansancio es santidad.
Que nuestros jóvenes descubran eso en nosotros, que nos dejamos “tomar y comer”, y que sea eso lo que los lleva a preguntarse por el seguimiento de Jesús, que deslumbrados por la alegría de una entrega cotidiana no impuesta sino madurada y elegida en el silencio y la oración, ellos quieran dar su “sí”. Tú, que te lo preguntas o ya estás en camino de una consagración definitiva, has descubierto «que la ansiedad y la velocidad de tantos estímulos que nos bombardean hacen que no quede lugar para ese silencio interior donde se percibe la mirada de Jesús y se escucha su llamado. Mientras tanto, te llegarán muchas propuestas maquilladas, que parecen bellas e intensas, aunque con el tiempo solamente te dejarán vacío, cansado y solo. No dejes que eso te ocurra, porque el torbellino de este mundo te lleva a una carrera sin sentido, sin orientación, sin objetivos claros, y así se malograrán muchos de tus esfuerzos. Más bien busca esos espacios de calma y de silencio que te permitan reflexionar, orar, mirar mejor el mundo que te rodea, y entonces sí, con Jesús, podrás reconocer cuál es tu vocación en esta tierra» (Exhort. ap. Christus vivit, 277).
Este juego de contrastes que plantea el evangelista Lucas —la encarnación en Nazaret y la anunciación a Zacarías en el Templo—, culmina en el encuentro de las dos mujeres: Isabel y María. La Virgen visita a su prima mayor y todo es fiesta, baile y alabanza. Hay una parte de Israel que ha entendido el cambio profundo, vertiginoso del proyecto de Dios: por eso acepta ser visitada, por eso el niño salta en el vientre. En una sociedad patriarcal, por un instante, el mundo de los hombres se retira, enmudece como Zacarías. Hoy también nos ha hablado una catequista, una religiosa, una mujer mozambiqueña que nos ha recordado que nada les hará perder su entusiasmo por evangelizar, por cumplir con su compromiso bautismal. Vuestra vocación es evangelizar; la vocación de la Iglesia es evangelizar; la identidad de la Iglesia es evangelizar. No hacer proselitismo. El proselitismo no es evangelización. El proselitismo no es cristiano. Nuestra vocación es evangelizar. La identidad de la Iglesia es evangelizar. Y en esta hermana nuestra están todos los que salen al encuentro de sus hermanos: los que visitan como María, los que al dejarse visitar aceptan gustosos que el otro los transforme al regalarle su cultura, sus modos de vivir la fe y de expresarla.
La inquietud que expresas nos devela que la inculturación siempre será un desafío, como este “viaje” entre estas dos mujeres que quedarán mutuamente transformadas por el encuentro y el servicio. «Las Iglesias particulares deben fomentar activamente formas, al menos incipientes, de inculturación. Lo que debe procurarse, en definitiva, es que la predicación del Evangelio, expresada con categorías propias de la cultura donde es anunciado, provoque una nueva síntesis con esa cultura. Aunque estos procesos son siempre lentos, a veces el miedo nos paraliza demasiado» (Exhort. ap. Evangelii gaudium, 129). El miedo paraliza.
La “distancia” entre Nazaret y Jerusalén se acorta, se hace inexistente por ese “sí” de María. Porque las distancias, los regionalismos y particularismos, el estar constantemente construyendo muros atentan contra la dinámica de la encarnación, que ha derribado el muro que nos separaba (cf. Ef 2,14). Vosotros que habéis sido testigos —al menos los mayores— de divisiones y rencores que terminaron en guerras, tenéis que estar siempre dispuestos a “visitaros”, a acortar las distancias. La Iglesia de Mozambique está invitada a ser la Iglesia de la Visitación. No puede ser parte del problema de las competencias, menosprecios y divisiones de unos con otros, sino puerta de solución, espacio donde sea posible el respeto, el intercambio y el diálogo. La pregunta formulada sobre qué hacer ante un matrimonio interreligioso nos desafía en esta tendencia asentada que tenemos a la fragmentación, a separar en vez de unir. Como también lo es el vínculo entre nacionalidades, entre razas, entre los del norte y los del sur, entre comunidades, sacerdotes y obispos. Es el desafío porque, hasta desarrollar «una cultura del encuentro en una pluriforme armonía», se requiere «un proceso constante en el cual cada nueva generación se ve involucrada. Es un trabajo lento, es un trabajo arduo que exige querer integrarse y aprender a hacerlo». Es el requisito necesario para la «construcción de un pueblo en paz, justicia y fraternidad», para «el desarrollo de la convivencia social y la construcción de un pueblo donde las diferencias se armonicen en un proyecto común» (ibíd., 220-221). Así como María fue a la casa de Isabel, como Iglesia tenemos que aprender el camino frente a nuevas problemáticas, buscando no quedar paralizados por una lógica que enfrenta, divide, condena. Poneos en camino y buscad una respuesta a estos desafíos pidiendo la asistencia segura del Espíritu Santo. Él es el Maestro para mostrar los nuevos caminos a transitar.
Reavivemos entonces nuestro llamado vocacional, hagámoslo bajo este magnífico templo dedicado a María, y que nuestro “sí” comprometido proclame las grandezas del Señor, alegre el espíritu de nuestro pueblo en Dios, nuestro Salvador (cf. Lc 1,46-47). Y llene de esperanza, paz y reconciliación a vuestro país, a nuestro querido Mozambique.
Os pido que, por favor, recéis y hagáis rezar por mí.
Que el Señor os bendiga y la Virgen Santa os cuide.
Gracias.
[01355-ES.02] [Texto original: Portugués]
Traduzione in lingua polacca
Drodzy Bracia Kardynałowie,
Bracia Biskupi,
Drodzy kapłani, zakonnice, zakonnicy i seminarzyści,
Drodzy katecheci i animatorzy wspólnot chrześcijańskich,
Bracia i siostry, dzień dobry!
Dziękuję biskupowi Hilario za słowa powitania, które skierował do mnie w imieniu was wszystkich. Pozdrawiam was wszystkich z miłością i wdzięcznością. Wiem, że podjęliście wielki trud, aby tu być. Razem chcemy ponowić odpowiedź na powołanie, które niegdyś sprawiło, że zapłonęły nasze serca, a w którego rozpoznaniu i potwierdzeniu w misji dopomógł nam Kościół Święty, Matka nasza. Dziękuję za wasze świadectwa, które mówią o chwilach trudnych i poważnych wyzwaniach, jakie napotykacie, uznając ograniczenia i słabości, ale także podziwiając miłosierdzie Boga. Z przyjemnością usłyszałem z ust katechetki: „Jesteśmy Kościołem żyjącym w bohaterskim ludzie”. Dziękuję! Lud ten jest doświadczony w cierpieniu, ale podtrzymuje żywą nadzieję. Z tą zdrową chlubą z waszego ludu, która zachęca nas do odnowienia wiary i nadziei, chcemy dzisiaj ponowić nasze „tak”. Jakże szczęśliwy jest Kościół Święty, Matka nasza, słysząc z waszych ust umiłowanie dla Pana i misji, którą wam powierzył! Jakże jest szczęśliwy, widząc wasze pragnienie powracania zawsze do „pierwotnej miłości” (Ap 2,4)! Proszę Ducha Świętego, aby zawsze dawał wam jasność nazywania rzeczywistości po imieniu, odwagę proszenia o przebaczenie i zdolność uczenia się słuchania tego, co On chce nam powiedzieć.
Drodzy bracia i siostry, bez względu na to, czy nam się to podoba, czy też nie, jesteśmy wezwani do stawienia czoła rzeczywistości takiej, jaka jest. Czasy się zmieniają i musimy uznać, że często nie wiemy, jak dopasować się do nowych czasów, do nowych scenariuszy; możemy marzyć o „cebuli egipskiej” (por. Lb 11, 5), zapominając, że Ziemia Obiecana jest przed nami, a nie z tyłu, i w tej tęsknocie za przeszłością zamienimy się w kamień, stajemy się „zmumifikowani”. To nic dobrego. Biskup, kapłan, siostra, katecheta zmumifikowany. To niedobrze. Zamiast wyznawać dobrą nowinę, głosimy coś szarego, co nie pociąga ani nie oświeca żadnego serca. Na tym polega pokusa.
Znajdujemy się w tej katedrze poświęconej Niepokalanemu Poczęciu Dziewicy Maryi, aby dzielić się tym, co dzieje się z nami jako rodziną; jako rodziną zrodzoną z owego „tak”, które Maryja wypowiedziała do anioła. Ani przez chwilę nie oglądała się wstecz. O tych wydarzeniach początków tajemnicy Wcielenia opowiada św. Łukasz Ewangelista. W sposobie, w jaki to czyni być może uda nam się odkryć odpowiedzi na pytania, jakie dziś sformułowaliście, dzisiaj – biskupi, kapłani, siostry, katecheci… seminarzyści – oni dzisiaj tego nie zrobili! [śmieją się] - a także znaleźć bodziec konieczny, by odpowiedzieć z taką samą wielkodusznością i równie ochoczo, jak Maryja.
Św. Łukasz przedstawia równolegle wydarzenia dotyczące św. Jana Chrzciciela i wydarzenia dotyczące Jezusa Chrystusa. Ma w ten sposób zamiar, poprzez porównanie sprawić, byśmy odkryli to, co się zatraca ze sposobu bycia Boga i z naszego odnoszenia się do Niego w Starym Testamencie, oraz nowy sposób, jaki przynosi nam Syn Boży, który stał się człowiekiem. Sposób, w Starym Testamencie, który się wyczerpuje, i inny nowy sposób, który przynosi Jezus.
Należy podkreślić, że w obu zwiastowaniach – Jana Chrzciciela i Jezusa – jest anioł. Jednak w jednym przypadku objawienie ma miejsce w Judei, w najważniejszym mieście - Jerozolimie - i w miejscu nie byle jakim, lecz w świątyni i to w jej wnętrzu, w miejscu Świętym Świętych. Anioł zwraca się do mężczyzny, co więcej - kapłana. Natomiast zapowiedź wcielenia ma miejsce w Galilei, najbardziej odległym i konfliktowym z regionów, w małej wiosce - Nazarecie - w domu, a nie w synagodze, czy miejscu świętym, jest ono skierowane do osoby świeckiej, co więcej, kobiety – nie do kapłana, nie do mężczyzny. Kontrast jest ogromny Co się zmieniło? Wszystko. Wszystko się zmieniło. W tej zmianie odnajdujemy naszą najgłębszą tożsamość.
Pytaliście mnie, co zrobić z kryzysem tożsamości kapłańskiej, jak go przezwyciężyć. Właściwie to, co zamierzam powiedzieć o kapłanach, jest czymś, co wszyscy (biskupi, katecheci, osoby konsekrowane, seminarzyści) powinniśmy pielęgnować i promować. Będę mówił do wszystkich.
W obliczu kryzysu tożsamości kapłańskiej być może musimy opuścić miejsca ważne i dostojne. Musimy powrócić do miejsc, w których zostaliśmy powołani, gdzie było oczywiste, że inicjatywa i moc pochodziły od Boga. Nikt z nas nie został powołany do ważnego miejsca, nikt. Czasami mimowolnie, bez winy moralnej, przyzwyczajamy się do utożsamiania naszej codziennej działalności kapłańskiej, zakonnej, osób konsekrowanych, katechetów, z pewnymi obrzędami, ze spotkaniami i rozmowami, gdzie miejsce, które zajmujemy na spotkaniu, przy stole lub w auli, jest hierarchiczne. Jesteśmy bardziej podobni do Zachariasza niż do Maryi. „Sądzę, że nie przesadzamy mówiąc, że kapłan jest osobą bardzo małą: niezmierna wielkość daru, którym jest dana nam posługa, sprawia, że należymy do najmniejszych z ludzi. Kapłan jest najbiedniejszym z ludzi, - tak kapłan jest najbiedniejszym z ludzi - jeśli Jezus go nie ubogaca swoim ubóstwem, jest najbardziej bezużytecznym sługą, jeśli Jezus nie nazywa go przyjacielem, jest najbardziej nierozsądnym z ludzi, jeśli Jezus cierpliwie go nie poucza, jak Piotra, najbardziej bezradnym z chrześcijan, jeżeli Dobry Pasterz nie umacnia go pośrodku owczarni. Umacnia słabość kapłana, osoby konsekrowanej, katechety. Nikt nie jest mniejszy od kapłana, zdanego jedynie na swoje własne siły. Dlatego nasza modlitwa o obronę przed wszystkimi atakami Złego jest modlitwą naszej Matki: jestem kapłanem, bo On spojrzał życzliwie na moją małość (por. Łk 1, 48)” (Homilia podczas Mszy św. Krzyżma, 17 kwietnia 2014 r., w: L’Osservatore Romano, wyd. polskie n. 5(362)/2014, s. 16). Bracia i siostry, powrót do Nazaretu powrót do Galilei może być sposobem na stawienie czoła kryzysowi tożsamości. Jezus nas wzywa, po swoim zmartwychwstaniu, do powrotu do Galilei, abyśmy Go spotkali. Trzeba powracać do Nazaretu, do pierwszego powołania, powracać do Galilei, aby rozwiązać kryzys tożsamości, byśmy się odnowili jako pasterze-uczniowie-misjonarze. Sami mówiliście o pewnej przesadzie w trosce o zapewnienie sobie zasobów dla dobrobytu osobistego, „krętymi ścieżkami”, które często prowadzą w ostateczności do dawania pierwszeństwa działaniom z zapewnioną rekompensatą i stwarzają opory przed poświęceniem życia codziennej trosce duszpasterskiej. Obraz tej prostej dziewczyny w jej domu, w przeciwieństwie do całej struktury świątynnej i Jerozolimy, może być lustrem, w którym postrzegamy nasze komplikacje, nasze troski zaciemniające i podkopujące wielkoduszność naszego „tak”.
Wątpliwości i potrzeba wyjaśnienia Zachariasza są dysonansem wobec „tak” Maryi, która prosi jedynie o to, by mogła wiedzieć, jak się to wszystko stanie. Zachariasz nie może uniknąć troski o to, by kontrolować wszystko, nie może zrezygnować z logiki bycia i poczucia odpowiedzialności oraz bycia sprawcą tego, co się wydarzy. Maryja nie wątpi, nie myśli o sobie: powierza się, ufa. Wyczerpujące jest przeżywanie relacji z Bogiem, tak jak to czyni Zachariasz, jak uczony w Prawie: zawsze przestrzegając zasad, zawsze biorąc pod uwagę, że wynagrodzenie jest proporcjonalne do włożonego wysiłku, że jeśli Bóg mi błogosławi, to jest to moją zasługą, że Kościół ma obowiązek uznania moich zalet i moich wysiłków... Wyczerpujące jest przeżywanie relacji z Bogiem, tak jak to czyni Zachariasz. Nie możemy uganiać się za tym, co przekłada się na osobiste korzyści. Nasze utrudzenie musi być raczej powiązane z naszą zdolnością do współczucia. Czy jestem zdolny do współczucia?. Są to zadania, w których nasze serce jest „poruszone” i wzruszone. Bracia i siostry, Kościół żąda od nas zdolności do wzruszenia. Zdolności do wzruszenia. „Radujemy się z narzeczonymi, którzy się pobierają – życie duszpasterskie - , śmiejemy się z dzieckiem, które przynoszą do chrztu; towarzyszymy ludziom młodym, przygotowującym się do sakramentu małżeństwa i życia w rodzinie; smucimy się z tymi, którzy otrzymują namaszczenie na szpitalnym łóżku; płaczemy z tymi, którzy chowają ukochaną osobę...” (Homilia podczas Mszy św. Krzyżma, 2 kwietnia 2015 r., w: L’ Osservatore Romano, wyd. polskie n. 5 (371)/2015, s. 22). Poświęcamy godziny i dni, aby towarzyszyć tej matce z AIDS, temu dziecku, które zostało osierocone, owej babci, która troszczy się o wielu wnuków lub młodemu człowiekowi, który przybył do miasta i jest zrozpaczony, bo nie może znaleźć pracy. „Tyle emocji… Jeśli mamy otwarte serce, te emocje, tyle uczuć, trudzą serca duszpasterza. Dla nas, kapłanów historie naszych ludzi nie są kroniką aktualności: znamy naszych wiernych, możemy się domyślać, co dzieje się w ich sercach. A nasze serce, cierpiąc wraz z nimi, rozdziera się, dzieli się na tysiąc kawałków, jest wzruszone, zdaje się wręcz skonsumowane przez ludzi: bierzcie, jedzcie. To jest słowo, jakie kapłan Jezusa stale szepcze, troszcząc się o swój wierny lud: bierzcie i jedzcie, bierzcie i pijcie... W ten sposób nasze kapłańskie życie dawane jest w służbie, w bliskości wiernemu Ludowi Bożemu..., to zawsze, zawsze trudzi” (tamże). Bracia i siostry, bliskość trudzi, zawsze trudzi. Bliskość świętego ludu Bożego, bliskość trudzi. Wspaniale jest się spotkać, kapłan, zakonnica, katecheta... zmęczeni bliskością. Odnowienie powołania często wymaga sprawdzenia, czy nasze zmęczenie i nasze troski mają związek z pewną „duchową światowością”, podyktowaną „urokiem tysiąca propozycji konsumpcji, z których nie możemy się otrząsnąć, aby podążać jako ludzie wolni drogami prowadzącymi nas do miłości naszych braci, do owczarni Pańskiej, do owiec oczekujących na głos swych pasterzy” (Homilia podczas Mszy św. Krzyżma, 24 marca 2016 r. w: L’ Osservatore Romano, wyd. polskie n. 3-4 (381)/2016,s. 7). Odnowienie powołania, naszego powołania oznacza podjęcie decyzji, powiedzenie „tak” i trudzenie się tym, co jest owocne w oczach Boga, który uobecnia, daje ciało swemu Synowi Jezusowi. Daj Boże, abyśmy w tym zbawiennym utrudzeniu znaleźli źródło naszej tożsamości i szczęścia. Bliskość trudzi a to zmęczenie jest świętością.
Oby nasi młodzi odkryli w nas, że dajemy się „brać i jeść”, i niech to właśnie sprawia, aby pytali o naśladowanie Jezusa, tak aby zafascynowani radością codziennego dawania siebie, nie narzuconego, lecz dojrzewającego i wybieranego w milczeniu i w modlitwie, zechcieli powiedzieć swoje „tak”. Ty, który wciąż zadajesz sobie pytanie lub jesteś już na drodze konsekracji definitywnej, uświadom sobie, że „niepokój i szybkość tak wielu bodźców, które nas bombardują, sprawiają, że nie ma miejsca na tę ciszę wewnętrzną, w której dostrzegamy spojrzenie Jezusa i słyszymy Jego wołanie. W międzyczasie otrzymasz wiele propozycji dobrze opakowanych, które wydają się piękne i intensywne, choć z czasem zostawią cię tylko pustym, znużonym i samotnym. Nie pozwól, aby tak ci się przydarzyło, ponieważ turbina tego świata wciąga cię w bezsensowny bieg, bez ukierunkowania, bez jasnych celów. W ten sposób zmarnuje się wiele twoich wysiłków. Lepiej szukaj tych przestrzeni spokoju i ciszy, które pozwolą ci się zastanowić, pomodlić, spojrzeć lepiej w otaczający cię świat, a wtedy wraz z Jezusem będziesz w stanie rozpoznać, jakie jest twoje powołanie na tej ziemi” (Adhort. ap. Christus vivit, 277).
Ta gra kontrastów, przedstawiona przez św. Łukasza ewangelistę, wcielenie w Nazarecie i zapowiedź skierowana do Zachariasza w świątyni - ma swoją kulminację w spotkaniu dwóch kobiet: Elżbiety i Maryi. Dziewica odwiedza swoją starszą kuzynkę, a wszystko jest świętem, tańcem i uwielbieniem. Jest to taka część Izraela, która zrozumiała głęboką i zawrotną zmianę Boskiego planu: dlatego zgadza się na nawiedzenie, dlatego dziecko podskakuje w łonie. Przez chwilę w patriarchalnym społeczeństwie świat mężczyzn się wycofuje, milczy jak Zachariasz. Dzisiaj przemówiła do nas także katechetka, siostra, kobieta z Mozambiku, która przypomniała nam, że nic nie sprawi, byście zatracili entuzjazm do ewangelizacji, aby wypełnić wasze zobowiązania chrzcielne. Waszym powołaniem jest ewangelizacja; powołaniem Kościoła jest ewangelizacja; tożsamością Kościoła jest ewangelizacja. Nie uprawianie prozelityzmu! Prozelityzm nie jest ewangelizacją. Prozelityzm nie jest chrześcijański. Naszym powołaniem jest ewangelizacja. Tożsamością Kościoła jest ewangelizacja. A ta nasza siostra jest przedstawicielką tych wszystkich, którzy wychodzą na spotkanie swoich braci: zarówno tych, którzy nawiedzają jak Maryja, jak i tych, którzy pozwalając się nawiedzać, chętnie się godzą, aby ktoś inny ich przekształcił, dzieląc ich kulturę, ich sposoby przeżywania wiary i jej wyrażania.
Troska, którą wyraziłaś, ukazuje nam, że inkulturacja zawsze będzie wyzwaniem, podobnie jak „podróż” między tymi dwiema kobietami, które ulegną wzajemnej przemianie poprzez spotkanie i służbę. „Kościoły partykularne powinny promować aktywne formy inkulturacji, przynajmniej początkowe. Ostatecznie powinno się dążyć do tego, żeby przepowiadanie Ewangelii, wyrażonej w kategoriach właściwych dla kultury, gdzie jest ona głoszona, prowadziło do nowej syntezy z tą kulturą. Chociaż te procesy są zawsze powolne, niekiedy zbytnio paraliżuje nas lęk” (Adhort. apost. Evangelii gaudium, 129).
„Dystans” między Nazaretem a Jerozolimą uległ skróceniu, przestaje istnieć z powodu „tak” Maryi. Ponieważ odległości, regionalizmy i partykularyzmy, nieustanne budowanie murów, podważają dynamikę wcielenia, które zburzyło dzielący nas mur (por. Ef 2, 14). Wy - przynajmniej najstarsi - będący świadkami podziałów i urazów, które zakończyły się wojnami, musicie być zawsze gotowi, by was „nawiedzono”, do skracania dystansów. Kościół Mozambiku jest zaproszony, by był Kościołem Nawiedzenia; nie może być częścią problemu kompetencji, pogardy i podziałów jedni przeciw drugim, ale rozwiązaniem, przestrzenią, w której możliwy jest szacunek, wymiana i dialog. Pytanie zadane o to, jak się zachować w odniesieniu do małżeństwa międzyreligijnego rzuca nam wyzwanie w związku z utrzymującą się skłonnością do rozdrabniania, raczej do dzielenia niż jednoczenia. To samo dzieje się w relacjach między narodowościami, między grupami etnicznymi, między tymi z północy a tymi z południa, między wspólnotami, kapłanami i biskupami. Jest to wyzwanie, ponieważ dopóki nie rozwinie się „kultura spotkania w wielokształtnej harmonii”, konieczny jest „stały proces, w którym bierze udział każde nowe pokolenie. Jest to praca powolna, praca żmudna, wymagająca gotowości integrowania się i nauczenia się tego”. Jest to niezbędny warunek „budowy narodu w pokoju, sprawiedliwości i braterstwie”, dla „rozwoju współżycia społecznego i budowania ludu, w którym różnice tworzą harmonijną całość w obrębie wspólnego projektu” (tamże, 220-221). Tak, jak Maryja poszła do domu Elżbiety, podobnie również w Kościele musimy nauczyć się drogi, którą trzeba iść pośród nowych problemów, starając się nie dać sparaliżować przez logikę, która przeciwstawia, dzieli i potępia. Wyruszajcie w drogę i szukajcie odpowiedzi na te wyzwania, prosząc o pewną pomoc Ducha Świętego. On jest Nauczycielem, który potrafi wskazać nowe drogi, którymi trzeba pójść.
Ożywmy zatem nasz wybór powołaniowy, uczyńmy to w tej wspaniałej świątyni poświęconej Maryi, aby nasze wielkoduszne „tak” wielbiło Pana i rozradowało ducha naszego ludu w Bogu, naszym Zbawicielu (por. Łk 1, 46-47). I napełni nadzieją, pokojem i pojednaniem wasz kraj, nasz umiłowany Mozambik!
Proszę was, módlcie się za mnie i proście o modlitwę za mnie.
Niech Pan was błogosławi a Najświętsza Dziewica niech nad wami czuwa.
Dziękuję!
[01355-PL.02] [Testo originale: Portoghese]
Visita in privato alla Casa Matteo 25
Alle ore 17.15 il Santo Padre Francesco ha lasciato la Nunziatura Apostolica di Maputo e si è trasferito in macchina alla Casa Matteo 25, per visitare in privato l’opera nata per l’assistenza a giovani e bambini di strada.
Al suo arrivo, il Papa è stato accolto dal Presidente della Repubblica del Mozambico, Sig. Filipe Jacinto Nyusi, all’ingresso della Casa, mentre un gruppo di bambini ha intonato un canto. Nei pressi della cappella, dove è posta una lapide commemorativa, lo hanno atteso tre suore e un sacerdote che fanno parte dell’équipe di coordinamento dell’Opera. Poi il Papa è entrato nella cappella e si è raccolto in preghiera per qualche minuto.
Dopo aver consegnato un dono, il Papa ha incontrato in forma privata gli assistiti dell’Opera Casa Matteo 25 e di altre associazioni religiose.
Al termine della vista il Papa ha fatto rientro in Nunziatura, dove ha incontrato privatamente i membri della Compagnia di Gesù del Mozambico.
[01385-IT.01] [Testo originale: Italiano]
[B0664-XX.02]