VIAGGIO APOSTOLICO DEL SANTO PADRE BENEDETTO XVI IN CAMERUN E ANGOLA (17-23 MARZO 2009) (XI)
● VISITA DI CORTESIA AL PRESIDENTE DELLA REPUBBLICA DELL’ ANGOLA
● INCONTRO CON LE AUTORITÀ POLITICHE E CIVILI E CON IL CORPO DIPLOMATICO NEL PALAZZO PRESIDENZIALE DI LUANDA
● VISITA DI CORTESIA AL PRESIDENTE DELLA REPUBBLICA DELL’ANGOLA
Nel pomeriggio, alle ore 16.45, il Papa lascia la Nunziatura Apostolica e si reca in auto al Palazzo Presidenziale - il Palácio do Povo - di Luanda per la visita di cortesia al Presidente della Repubblica dell’Angola, S.E. il Sig. José Eduardo dos Santos.
[00428-01.01]
● INCONTRO CON LE AUTORITÀ POLITICHE E CIVILI E CON IL CORPO DIPLOMATICO NEL PALAZZO PRESIDENZIALE DI LUANDA
DISCORSO DEL SANTO PADRE
TRADUZIONE IN LINGUA ITALIANA
TRADUZIONE IN LINGUA FRANCESE
TRADUZIONE IN LINGUA INGLESE
Concluso il colloquio privato con il Presidente della Repubblica dell’Angola, alle ore 17.45 il Santo Padre Benedetto XVI incontra, nel Salone d’onore del Palazzo Presidenziale, le Autorità politiche e civili e i Membri del Corpo Diplomatico. Sono presenti anche i Vescovi del Paese.
Dopo il discorso del Presidente della Repubblica, S.E. il Sig. José Eduardo dos Santos, il Papa pronuncia il discorso che pubblichiamo di seguito:
DISCORSO DEL SANTO PADRE
Senhor Presidente da República,
Distintas Autoridades,
Ilustres Embaixadores,
Venerados Irmãos no Episcopado,
Senhoras e Senhores!
Num amável gesto de hospitalidade, quis o Senhor Presidente acolher-nos na sua residência, dando-me a alegria de poder encontrar-vos para vos saudar e desejar os melhores sucessos na condução das formidáveis responsabilidades que recaem sobre vós no sector governamental, civil e diplomático, onde cada um serve a própria nação a bem da família humana inteira. Senhor Presidente, obrigado por este acolhimento e pelas palavras que acaba de me dirigir, repassadas de estima pela pessoa do Sucessor de Pedro e de confiança na acção da Igreja Católica a bem desta nação muito amada.
Meus amigos, vós sois obreiros e testemunhas duma Angola que se levanta. Depois de vinte e sete anos de guerra civil que devastou o país, a paz começou a lançar raízes, trazendo consigo os frutos da estabilidade e da liberdade. Os esforços palpáveis do Governo para estabelecer as infra-estruturas e recriar as instituições fundamentais ao progresso e bem-estar da sociedade fizeram voltar a esperança entre os cidadãos da nação. Para sustentar a mesma têm concorrido várias iniciativas de agências multilaterais, decididas a transcender interesses particulares para trabalhar na perspectiva do bem comum. Aqui e além não falta o exemplo de professores, pessoal sanitário e funcionários públicos que, em troca de um magro salário, servem com integridade e dedicação as respectivas comunidades humanas; e vão aparecendo cada vez mais pessoas empenhadas em actividades de voluntariado ao serviço dos mais carenciados. Queira Deus abençoar e multiplicar todas estas boas vontades e iniciativas de bem-fazer!
Angola sabe que chegou para a África o tempo da esperança. Cada comportamento humano recto é esperança em acção. As nossas acções nunca são indiferentes aos olhos de Deus; e também não o são para o progresso da história. Meus amigos, armados de um coração íntegro, magnânimo e compassivo, podereis transformar este continente, libertando o vosso povo do flagelo da avidez, da violência e da desordem e guiando-o pela senda daqueles princípios que são indispensáveis em qualquer democracia civil moderna: o respeito e promoção dos direitos humanos, um governo transparente, uma magistratura independente, uma comunicação social livre, uma administração pública honesta, uma rede de escolas e de hospitais que funcionem de modo adequado, e a firme determinação, radicada na conversão dos corações, de acabar de uma vez por todas com a corrupção. Na Mensagem deste ano para o Dia Mundial da Paz, quis assinalar à atenção de todos a necessidade duma perspectiva ética do desenvolvimento. De facto, mais do que simples programas e protocolos, as pessoas deste continente estão justamente pedindo uma conversão profundamente convicta e duradoura dos corações à fraternidade (cf. n. 13). A sua solicitação a quantos servem na política, na administração pública, nas agências internacionais e nas companhias multinacionais é sobretudo esta: permanecei ao nosso lado de modo verdadeiramente humano, acompanhai-nos as nós, às nossas famílias e comunidades.
O desenvolvimento económico e social da África requer a coordenação do Governo nacional com as iniciativas regionais e com as decisões internacionais. Uma tal coordenação supõe que as nações africanas não sejam vistas apenas como destinatárias dos planos e soluções elaborados por outros. Os próprios africanos, trabalhando juntos para o bem das suas comunidades, devem ser os agentes primários do seu desenvolvimento. A tal propósito, existe um número crescente de eficazes iniciativas que merecem ser sustentadas. Contam-se entre elas a New Partnership for Africa’s Development (NEPAD) e o Pacto para a segurança, a estabilidade e o desenvolvimento na Região dos Grandes Lagos, juntamente com o Kimberley Process, a Publish What You Pay Coalition e a Extractive Industries Transparency Iniziative, que promovem a transparência, o exercício comercial honesto e o bom governo. Quanto à comunidade internacional no seu todo, é de urgente importância a coordenação dos esforços para enfrentar a questão das alterações climáticas, a realização plena e honesta dos compromissos em prol do desenvolvimento indicados pelo Doha round e, de igual forma, a realização desta promessa muitas vezes repetida pelos países desenvolvidos: destinarem 0,7% do seu PIB (produto interno bruto) para ajudas oficiais ao desenvolvimento. Esta assistência é ainda mais necessária hoje com a tempestade financeira mundial em curso; que ela não seja mais uma das suas vítimas.
Amigos, desejo concluir a minha reflexão confidenciando que esta minha visita aos Camarões e a Angola está a suscitar em mim aquela alegria humana profunda que se sente quando nos encontramos entre famílias. Creio que a mesma experiência possa ser a oferta comum que a África faz a quantos vêm de outros continentes aqui, onde «a família representa a base sobre a qual está construído o edifício da sociedade» (Ecclesia in Africa, 80). Entretanto, como todos sabem, também aqui se abatem numerosas pressões sobre as famílias: ânsia e humilhação causadas pela pobreza, desemprego, doença, exílio… para mencionar apenas algumas. Particularmente inquietante é o jugo opressivo da discriminação sobre mulheres e jovens meninas, para não falar daquela prática inqualificável que é a violência e exploração sexual que lhes causa tantas humilhações e traumas. Devo ainda referir uma nova área de grave preocupação: as políticas de quantos, com a miragem de fazer avançar o «edifício social», estão ameaçando os seus próprios alicerces. Que amarga é a ironia daqueles que promovem o aborto como um dos cuidados de saúde «materna»! Como é desconcertante a tese de quantos defendem a supressão da vida como uma questão de saúde reprodutiva (cf. Protocolo de Maputo, art. 14)!
A Igreja, Senhoras e Senhores, encontrá-la-eis sempre – por vontade do seu Fundador divino – ao lado dos mais pobres deste continente. Posso assegurar-vos que ela – através de iniciativas diocesanas, de inumeráveis obras educativas, sanitárias e sociais das diversas ordens religiosas, e de programas para o desenvolvimento dirigidos pela Caritas e outras organizações – continuará a fazer tudo o possível para apoiar as famílias, nomeadamente feridas pelos trágicos efeitos da SIDA, e promover a igual dignidade de homens e mulheres na base de uma harmoniosa complementaridade. O caminho espiritual do cristão é o da conversão diária; a isto mesmo a Igreja convida todos os líderes da humanidade para que esta possa trilhar as sendas da verdade, da integridade, do respeito e da solidariedade.
Senhor Presidente, desejo reiterar-lhe a minha viva gratidão pelo acolhimento que nos ofereceu na sua casa. Agradeço a todos e cada um de vós a amabilidade da presença e da atenção prestada. Contai com as minhas orações por vós e vossas famílias e por todos os habitantes desta África maravilhosa. O Deus do Céu vos seja propício e a todos abençoe!
[00418-06.01] [Texto original: Português]
TRADUZIONE IN LINGUA ITALIANA
Signor Presidente della Repubblica,
Distinte Autorità,
Illustri Ambasciatori,
Venerati Fratelli nell’Episcopato,
Signore e Signori,
Con gentile gesto di ospitalità, il Signor Presidente ha voluto accoglierci nella sua residenza, offrendomi così la gioia di potere incontrare tutti voi, per salutarvi e augurarvi i migliori successi nell’esercizio delle formidabili responsabilità che ciascuno di voi porta su di sé nei settori governativo, civile e diplomatico, dove serve la propria nazione a bene dell’intera famiglia umana. Signor Presidente, grazie per la Sua accoglienza e per le parole appena rivoltemi, piene di stima verso la persona del Successore di Pietro e di fiducia nell’attività della Chiesa cattolica a beneficio di questa Nazione tanto amata.
Amici miei, voi siete artefici e testimoni di un’Angola che si sta risollevando. Dopo ventisette anni di guerra civile che ha devastato questo Paese, la pace ha cominciato a mettere radici, portando con sé i frutti della stabilità e della libertà. Gli sforzi palpabili del Governo per stabilire le infrastrutture e rifare le istituzioni fondamentali per lo sviluppo e il benessere della società hanno fatto rifiorire la speranza tra i cittadini della Nazione. A sostegno di questa speranza sono intervenute diverse iniziative di agenzie multilaterali, decise a trascendere interessi particolari per operare nella prospettiva del bene comune. Non mancano in varie parti del Paese esempi di insegnanti, operatori sanitari e impiegati statali che, con magri stipendi, servono con integrità e dedizione le loro comunità umane; e vanno moltiplicandosi le persone impegnate in attività di volontariato al servizio dei più bisognosi. Voglia Iddio benedire e moltiplicare tutte queste buone volontà e le loro iniziative a servizio del bene!
L’Angola sa che è arrivato per l’Africa il tempo della speranza. Ogni comportamento umano retto è speranza in azione. Le nostre azioni non sono mai indifferenti davanti a Dio; e non lo sono neanche per lo sviluppo della storia. Amici miei, armati di un cuore integro, magnanimo e compassionevole, voi potete trasformare questo Continente, liberando il vostro popolo dal flagello dell’avidità, della violenza e del disordine, guidandolo sul sentiero segnato dai principi indispensabili ad ogni moderna civile democrazia: il rispetto e la promozione dei diritti umani, un governo trasparente, una magistratura indipendente, una comunicazione sociale libera, un'onesta amministrazione pubblica, una rete di scuole e di ospedali funzionanti in modo adeguato, e la ferma determinazione, radicata nella conversione dei cuori, di stroncare una volta per tutte la corruzione. Nel Messaggio di quest'anno per la Giornata Mondiale della Pace ho voluto richiamare all’attenzione di tutti la necessità di un approccio etico allo sviluppo. Infatti, più che semplici programmi e protocolli, le persone di questo continente stanno giustamente chiedendo una conversione profondamente convinta e durevole dei cuori alla fraternità (cfr n. 13). La loro richiesta a quanti servono nella politica, nella amministrazione pubblica, nelle agenzie internazionali e nelle compagnie multinazionali è soprattutto questa: stateci accanto in modo veramente umano; accompagnate noi, le nostre famiglie, le nostre comunità!
Lo sviluppo economico e sociale in Africa richiede il coordinamento del Governo nazionale con le iniziative regionali e con le decisioni internazionali. Un simile coordinamento suppone che le nazioni africane siano viste non solo come destinatarie dei piani e delle soluzioni elaborate da altri. Gli stessi africani, lavorando insieme per il bene delle loro comunità, devono essere gli agenti primari del loro sviluppo. A questo proposito, vi è un numero crescente di efficaci iniziative che meritano di essere sostenute. Tra esse, la New Partnership for Africa's Development (NEPAD), il Patto sulla sicurezza, la stabilità e lo sviluppo nella Regione dei Grandi Laghi, il Kimberley Process, la Publish What You Pay Coalition e l'Extractive Industries Transparency Iniziative: loro comune obiettivo è promuovere la trasparenza, l'onesta pratica commerciale e il buon governo. Quanto alla comunità internazionale nel suo insieme, è di urgente importanza il coordinamento degli sforzi per affrontare la questione dei cambiamenti climatici, la piena e giusta realizzazione degli impegni per lo sviluppo indicati dal Doha round e ugualmente la realizzazione della promessa dei Paesi sviluppati molte volte ripetuta di destinare lo 0,7 % del loro PIL (prodotto interno lordo) agli aiuti ufficiali per lo sviluppo. Questa assistenza è ancor più necessaria oggi con la tempesta finanziaria mondiale in atto; l’auspicio è che essa non sia una in più delle sue vittime.
Amici, desidero concludere la mia riflessione confidandovi che la mia visita in Camerun e in Angola va suscitando in me quella gioia umana profonda che si prova nel trovarsi tra famiglie. Penso che tale esperienza possa essere il dono comune che l’Africa offre a quanti provengono da altri continenti e giungono qui, dove "la famiglia è il fondamento sul quale è costruito l'edificio sociale" (Ecclesia in Africa, 80). Eppure, come tutti sappiamo, anche qui numerose pressioni si abbattono sulle famiglie: ansia e umiliazione causate dalla povertà, disoccupazione, malattia, esilio, per menzionarne solo alcune. Particolarmente sconvolgente è il giogo opprimente della discriminazione sulle donne e ragazze, senza parlare della innominabile pratica della violenza e dello sfruttamento sessuale che causa loro tante umiliazioni e traumi. Devo anche riferire un'ulteriore area di grave preoccupazione: le politiche di coloro che, col miraggio di far avanzare 1’«edificio sociale», minacciano le sue stesse fondamenta. Quanto amara è l'ironia di coloro che promuovono l'aborto tra le cure della salute "materna"! Quanto sconcertante la tesi di coloro secondo i quali la soppressione della vita sarebbe una questione di salute riproduttiva (cfr Protocollo di Maputo, art. 14)!
La Chiesa, Signore e Signori, la troverete sempre – per volontà del suo divino Fondatore – accanto ai più poveri di questo continente. Posso assicurarvi che essa, attraverso iniziative diocesane e innumerevoli opere educative, sanitarie e sociali dei diversi Ordini religiosi, programmi di sviluppo delle Caritas e di altre organizzazioni, continuerà a fare tutto ciò che le è possibile per sostenere le famiglie – comprese quelle colpite dai tragici effetti dell'AIDS – e per promuovere l’uguale dignità di donne e uomini sulla base di un'armoniosa complementarità. Il cammino spirituale del cristiano è quello della quotidiana conversione; a questo la Chiesa invita tutti i leaders dell’umanità, affinché essa possa seguire i sentieri della verità, dell'integrità, del rispetto e della solidarietà.
Signor Presidente, desidero confermarLe la mia viva riconoscenza per l’accoglienza che ci ha offerta nella Sua casa. Ringrazio ciascuno di voi per la gentilezza della presenza e dell’attento ascolto. Contate sulle mie preghiere per voi e per le vostre famiglie e per tutti gli abitanti di questa meravigliosa Africa! Il Dio del cielo vi sia propizio e tutti benedica!
[00418-01.01] [Testo originale: Portoghese]
TRADUZIONE IN LINGUA FRANCESE
Monsieur le Président de la République,
Mesdames, Messieurs qui représentez les Autorités civiles et politiques,
Messieurs les Ambassadeurs,
Chers Frères dans l’Épiscopat,
Mesdames, Messieurs,
Par un aimable geste d’hospitalité, Monsieur le Président a souhaité nous accueillir dans sa résidence, m’offrant ainsi la joie de vous rencontrer tous, afin de vous saluer et de vous souhaiter le plus grand succès dans les importantes responsabilités que chacun de vous assume au gouvernement, dans le domaine civil ou diplomatique, où il sert sa nation en vue du bien de toute la famille humaine. Monsieur le Président, je vous remercie de votre accueil et des paroles que vous venez de m’adresser, pleines de considération pour le Successeur de Pierre et de confiance vis-à-vis de l’activité de l’Église catholique en faveur de cette Nation tant aimée.
Chers amis, vous êtes les artisans et les témoins d’un Angola qui se relève. Après vingt-sept années de guerre civile qui ont dévasté ce Pays, la paix a commencé à prendre racine, portant avec elle les fruits de la stabilité et de la liberté. Les efforts tangibles du Gouvernement pour mettre en place les infrastructures et rénover les institutions indispensables au développement et au bien-être de la société ont fait refleurir l’espérance parmi les citoyens. Pour soutenir cette espérance, ont été mises en place différentes actions conduites par des agences internationales, décidées à dépasser les intérêts particuliers pour œuvrer dans la perspective du bien commun. Dans diverses régions du pays, les exemples ne manquent pas d’enseignants, de travailleurs sanitaires et de fonctionnaires qui, avec de faibles revenus, servent avec intégrité et dévouement la communauté humaine à laquelle ils appartiennent. De même le nombre des personnes engagées dans des activités de volontariat au service des plus nécessiteux augmente. Que Dieu bénisse et qu’il multiplie toutes ces bonnes volontés et leurs initiatives au service du bien !
L’Angola sait qu’est arrivé pour l’Afrique le temps d’être le continent de l’espérance. Tout comportement humain droit est espérance en action. Nos actions ne sont jamais indifférentes devant Dieu ; et elles ne le sont pas non plus pour le développement de l’histoire. Chers amis, avec un cœur intègre, magnanime et plein de compassion, vous pouvez transformer ce continent, libérant votre peuple du fléau de l’avidité, de la violence et du désordre en le conduisant sur le chemin indiqué par les principes indispensables à toute démocratie civile moderne : le respect et la promotion des droits de l’homme, un gouvernement transparent, une magistrature indépendante, des moyens de communication sociale libres, une administration publique honnête, un réseau d’écoles et d’hôpitaux fonctionnant de façon adéquate, et la ferme détermination, basée sur la conversion des cœurs, d’éradiquer une fois pour toutes la corruption. Dans le Message de cette année pour la Journée mondiale de la Paix, j’ai voulu attirer l’attention de tous sur la nécessité d’une approche éthique du développement. En effet, plus que de simples programmes et protocoles, les habitants de ce continent demandent à juste titre une conversion profonde, authentique et durable des cœurs à la fraternité (cf. n. 13). Leur exigence vis-à-vis de ceux qui œuvrent dans la politique, dans l’administration publique, dans les agences internationales et dans les compagnies multinationales est avant tout celle-ci : soyez à nos côtés de façon vraiment humaine, accompagnez-nous, ainsi que nos familles et nos communautés !
Le développement économique et social en Afrique requiert la coordination des actions gouvernementales nationales avec les initiatives régionales et avec les décisions internationales. Une telle coordination suppose que les nations africaines ne soient pas seulement considérées comme les destinataires des plans et des solutions élaborées par d’autres. Les africains eux-mêmes, œuvrant ensemble pour le bien de leurs communautés, doivent être les premiers acteurs de leur développement. À ce propos, il y a un nombre croissant d’initiatives qui méritent d’être encouragées. Parmi elles, la New Partnership for Africa’s Development (NEPAD), le Pacte sur la sécurité, la stabilité et le développement dans la Région des Grands Lacs, le Kimberley Process, la Publish What You Pay Coalition et l’Extractive Industries Transparency Initiative : leur objectif commun est de promouvoir la transparence, la pratique honnête du commerce et la bonne gouvernance. Quant à la communauté internationale dans son ensemble, la coordination des efforts pour affronter la question du changement climatique est d’une urgence décisive, tout comme l’entière et juste réalisation des engagements pour le développement indiqués par le Doha round, ainsi que la concrétisation de la promesse des Pays développés, faite à plusieurs reprises, de consacrer 0,7% de leur PIB (Produit Intérieur Brut) à l’aide officielle au développement. Cette assistance est encore plus nécessaire aujourd’hui avec la tempête financière mondiale qui sévit. Mon souhait est que cette assistance ne soit pas une autre de ses victimes.
Chers amis, je conclus ma réflexion en vous confiant que ma visite au Cameroun et en Angola suscite en moi cette joie humaine profonde qu’on éprouve lorsqu’on se retrouve en famille. Je crois qu’une telle expérience est le don commun que l’Afrique peut offrir à tous ceux qui sont originaires d’autres continents et qui arrivent ici, où « la famille est le fondement sur lequel l’édifice social est construit » (Ecclesia in Africa, n. 80). Cependant, comme nous le savons tous, ici aussi les familles subissent de nombreuses pressions : angoisse et humiliation causées par la pauvreté, le chômage, la maladie, l’exil pour n’en citer que quelques-unes. Est particulièrement bouleversant le joug opprimant des discriminations qui pèsent sur les femmes et sur les jeunes filles, sans parler de l’innommable pratique de la violence et de l’exploitation sexuelle qui leur cause tant d’humiliations et de traumatismes. Je dois également mentionner un autre grave sujet de préoccupation : les politiques de ceux qui, dans l’illusion de faire progresser l’« édifice social », en menacent les fondements mêmes. Combien est amère l’ironie de ceux qui promeuvent l’avortement au rang des soins de la santé des « mamans » ! Combien est déconcertante la thèse de ceux qui prétendent que la suppression de la vie serait une question de santé reproductive (cf. Protocole de Maputo, art. 14) !
Mesdames et Messieurs, vous trouverez toujours l’Église – par la volonté de son divin Fondateur – aux côtés des plus pauvres de ce continent. Je peux vous assurer qu’à travers les activités diocésaines, les innombrables œuvres éducatives, sanitaires et sociales prises en charge par les différents Ordres religieux, les programmes de développement des Caritas et d’autres organisations, elle continuera à faire tout ce qui est en son pouvoir pour soutenir les familles – y compris celles qui sont frappées par les effets tragiques du Sida – et pour promouvoir l’égale dignité des hommes et des femmes sur la base d’une harmonieuse complémentarité. Le chemin spirituel du chrétien est celui de la conversion quotidienne. L’Église invite tous les responsables de l’humanité à l’emprunter, afin que cette dernière puisse suivre les chemins de la vérité, de l’intégrité, du respect et de la solidarité.
Monsieur le Président, je vous renouvelle ma vive reconnaissance pour l’accueil que vous nous avez offert dans votre résidence. Je remercie chacun de vous pour son aimable présence et pour son écoute attentive. Comptez sur mes prières pour vous, pour vos familles et pour tous les habitants de cette merveilleuse Afrique ! Que le Dieu du Ciel vous soit propice et vous bénisse tous !
[00418-03.01] [Texte original: Portugais]
TRADUZIONE IN LINGUA INGLESE
Mr President,
Your Excellencies,
Dear Brother Bishops,
Ladies and Gentlemen,
As a kind gesture of hospitality President José Eduardo dos Santos has welcomed us here to his residence. In so doing he has enabled me to greet you all with great joy and to wish you every success in the formidable responsibilities you bear in serving society and the whole human family in the civic, political and the diplomatic sectors. Mr President, thank you for your welcome, for the kind words of esteem you have just addressed to me as the Successor of Peter, and for your appreciation of the work of the Catholic Church for this beloved nation.
Friends, you are the protagonists and witnesses of an Angola which is on the road to recovery. In the wake of the twenty-seven-year civil war that ravaged this country, peace has begun to take root, bringing with it the fruits of stability and freedom. The Government’s tangible efforts to establish an infrastructure and to rebuild the institutions fundamental to development and the well-being of society have begun to foster hope among the nation’s citizens. Multilateral agencies too have made their contribution, determined to overcome particular interests in order to work for the common good. There is also the example of those honest teachers, medical workers, and civil servants who, on meagre wages, serve their communities with integrity and compassion, and there are countless others who selflessly undertake voluntary work at the service of the most needy. May God bless them abundantly! May their charity multiply!
Angola knows that the time has come for Africa to be the Continent of Hope! All upright human conduct is hope in action. Our actions are never indifferent before God. Nor are they indifferent for the unfolding of history. Friends, armed with integrity, magnanimity and compassion, you can transform this continent, freeing your people from the scourges of greed, violence and unrest and leading them along the path marked with the principles indispensable to every modern civic democracy: respect and promotion of human rights, transparent governance, an independent judiciary, a free press, a civil service of integrity, a properly functioning network of schools and hospitals, and – most pressing – a determination born from the conversion of hearts to excise corruption once and for all. In my Message for the World Day of Peace this year, I drew particular attention to the need for an ethical approach to development. In fact, the peoples of this continent are rightly calling out, not simply for more programmes and protocols, but for a deep-seated, lasting conversion of hearts to sincere solidarity. Their plea to those serving in politics, public service, international agencies, and multinational companies is simply this: stand alongside us in a profoundly human way; accompany us, and our families and our communities (cf. No. 13)!
Social and economic development in Africa bring into partnership national leadership together with regional initiatives and international resolve. Such partnerships require that African nations be seen not simply as the receivers of others’ plans and solutions. African men and women themselves, working together for the good of their communities, should be the primary agents of their own development. In this regard, there are a growing number of effective initiatives which merit support. Among them are: the New Partnership for Africa’s Development (NEPAD), the Pact on Security, Stability, and Development in the Great Lakes Region, together with the "Kimberley Process", the "Publish What You Pay Coalition" and the "Extractive Industries Transparency Initiative". Their common goal is to promote transparency, honest business practice and good governance. In regard to the international community as a whole, of pressing importance are co-ordinated efforts to address the issue of climate change, the full and fair implementation of the development commitments of the Doha round and likewise the implementation of the oft-repeated promise by developed countries to commit 0.7% of their Gross National Product for official development assistance. This undertaking is all the more necessary in view of the world’s current financial turmoil, and must not become one of its casualties.
Friends, I wish to say that my visit to Cameroon and to Angola has stirred within me that profound human delight at being among families. Indeed I think that those who come from other continents can learn afresh from Africa that "the family is the foundation on which the social edifice is built" (Ecclesia in Africa, 80). Yet the strains upon families, as we all know, are many indeed: anxiety and ignominy caused by poverty, unemployment, disease and displacement, to mention but a few. Particularly disturbing is the crushing yoke of discrimination that women and girls so often endure, not to mention the unspeakable practice of sexual violence and exploitation which causes such humiliation and trauma. I must also mention a further area of grave concern: the policies of those who, claiming to improve the "social edifice", threaten its very foundations. How bitter the irony of those who promote abortion as a form of "maternal" healthcare! How disconcerting the claim that the termination of life is a matter of reproductive health (cf. Maputo Protocol, art. 14)!
The Church, in accordance with the will of her divine founder, you will always find standing alongside the poorest of this continent. I wish to assure each of you that for her part, through diocesan initiatives, through the innumerable educational, healthcare and social works of Religious Orders, and through the development programmes of Caritas and other agencies, the Church will continue to do all she can to support families - including those suffering the harrowing effects of HIV/Aids - and to uphold the equal dignity of women and men, realized in harmonious complementarity. The Christian spiritual journey is one of daily conversion. To this the Church invites all leaders so that the path opened for all humanity will be one of truth, integrity, respect and compassion.
Mr President, I wish to express once again my sincere thanks for welcoming us here to your home. I thank all of you here assembled for your gracious presence and your attention. Be assured of my prayers for you and your families and for all the men, women and children of majestic Africa! God bless you all!
[00418-02.01] [Original text: Portuguese]
[B0184-XX.02]