VISITA "AD LIMINA APOSTOLORUM" DEI PRESULI DELLA CONFERENZA EPISCOPALE DEL BRASILE (SUL II) Pubblichiamo di seguito il discorso che il Santo Padre Giovanni Paolo II ha rivolto agli Ecc.mi Presuli della Conferenza Episcopale del Brasile (Sul II), incontrati questa mattina e ricevuti in questi giorni, in separate udienze, in occasione della Visita "ad Limina Apostolorum":
● DISCORSO DEL SANTO PADRE
Veneráveis Irmãos no episcopado
1. É com grande alegria que vos dou as boas-vindas, Bispos do Regional Sul-2 do Brasil, ao vos reunir em Roma para a visita ad Limina Apostolorum. Ela está destinada a expressar o vínculo de comunhão que une cada um de vós e as vossas comunidades locais ao Sucessor de Pedro, chamado a confirmar os seus irmãos e irmãs na fé (cf. Lc 22,32). É com afeto fraterno que vos saúdo com as palavras do Apóstolo: A graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam convosco (cf. Rm 1,7). Através de vós dirijo esta mesma saudação aos sacerdotes, religiosos e fiéis leigos das Igrejas particulares do Paraná, sobre os quais presidis na caridade.
2. Agradeço as amáveis palavras do senhor Arcebispo de Cascavel, D. Lúcio Ignácio Baumgaertner, que em representação do vosso Regional, quis dirigir-Me, pois bem exprimem os sentimentos de fraterna união de todos os Bispos com o Sucessor de Pedro e com a Igreja que, dos quatro pontos cardeais, está unida a esta Sé Apostólica. Não foi este, por ventura, o cerne de uma das conclusões que o Sínodo dos Bispos do ano passado quis manifestar?
«Somente se for claramente perceptível - dizia Eu na solene concelebração Eucarística de encerramento - uma profunda e convicta unidade dos Pastores entre si e com o Sucessor de Pedro, assim como dos Bispos com os seus sacerdotes, poderá dar-se uma resposta credível aos desafios que provêm do atual contexto cultural» (Homília, n. 4).
A Igreja que está no Paraná enfrenta certamente as perspectivas lançadas pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora do Brasil, como fruto da Tertio Millennio Adveniente. Ao ler os vossos relatórios qüinqüenais, pude constatar evidentes progressos na organização das dioceses e no desenvolvimento de numerosas pastorais, que cada Ordinário local, junto com os seus agentes de pastoral, vem assumindo com coragem e determinação, para fazer frente às exigências da nova evangelização. Disto quero referir-me sem dúvida, mas a premissa básica estará sempre naquela eclesiologia de comunhão preconizada insistentemente no último Sínodo. A Igreja universal quer recomeçar, neste início de milênio, unida com o Sucessor de Pedro e com os Bispos entre si.
3. Unidos para a missão!
Em diversas ocasiões ao longo do Pontificado, quis referir as duas grandes colunas das exigências de comunhão: «conservar o depósito da fé na sua pureza e integridade», bem como a «unidade de todo o Colégio dos Bispos sob a autoridade do Sucessor de Pedro» (cf. Exor. ap. pós-sinodal Ecclesia in America, 33), visto que o pleno exercício do Primado de Pedro é fundamental para a identidade e a vitalidade da Igreja.
De resto, é próprio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, manifestar a solicitude para com a Igreja e sua missão universal, por meio da comunhão e colaboração com a Sé Apostólica e pela atividade missionária, principalmente ad gentes. Por isso, cada Bispo deverá urgir que os evangelizadores da sua diocese, e sobretudo ele mesmo, sejam plenamente fiéis à doutrina católica, comprovando constantemente se a explicação da Palavra é conforme com a Revelação confiada pelo divino Mestre ao Magistério eclesiástico. Acrescente-se que tal identidade supõe uma clara sintonia disciplinar e doutrinal com o Episcopado mundial, para assim manter, junto com este, o vínculo essencial com o Papa.
No marco dos projetos pastorais que poderão ser alinhavados nestes próximos anos decorrentes deste nosso encontro fraterno, e em consideração do Projeto de Evangelização da Igreja no Brasil, subordinado ao tema «Ser Igreja no novo milênio», aprovado pela CNBB em 2000, faço votos de que possa haver esse «caminho comum da Igreja inteira» que o episcopado brasileiro subscreveu.
4. «No alvorecer do terceiro milênio, a figura ideal do Bispo, com que a Igreja continua a contar, é a de Pastor que, configurado com Cristo na santidade da vida, se dedica generosamente em favor da Igreja que lhe foi confiada tendo no coração, ao mesmo tempo, a solicitude por todas as Igrejas espalhadas pela terra (cf. 2Cor 11,28)» (Homília no encerramento do Sínodo dos Bispos, 27/10/2001, l’Osservatore Romano nº 44, 3).
Desta afirmação surge o fundamento e a esperança daquilo que o Sínodo, rompendo as barreiras de uma formulação circunscrita a uma simples diocese ou a um país, quis propor a todos os Bispos, Sucessores do Apóstolos. Duc in altum, remai mar adentro! Lançai-vos a empresas corajosas, ousai grandes metas, certos de que Deus não perde batalhas! Mas, por sua vez, aspirai a carismas melhores; e qual não será o melhor dos carismas, senão o da santidade pessoal?
Retorna aqui a imagem do Bom Pastor, que dá a vida pelas suas ovelhas (Jo 10,15). O Bom Pastor, não é só o eficiente e organizado condutor das ovelhas, embora sejam estes elementos necessários em todo trabalho humano, e muito mais quando se trata de dirigir almas. Mas ele deve ser sobretudo bom. Todo e qualquer programa pastoral, a catequese em todos os níveis, a cura animarum em geral de todo o povo fiel, haurindo sua santidade em Jesus, supremo Pastor, deve ter na vida e testemunho do seu Bispo e do clero o seu estímulo imediato, seu modelo orientador. Sem isto, todo trabalho será vão. Só Deus é bom (Mc 10,9) diz o Senhor, mas por Ele, com Ele e nEle participamos da graça que nos foi dada, para fazê-la frutificar, não como propriedade mas como dom a administrar. Toda a bondade e todo o bem vem do Altíssimo, doador de todos os bens (cf. Tg 1,17).
Com razão, o Bispo de Hipona, notava a insistência do Senhor com Pedro ao perguntar: amas-Me? Apascenta as minhas ovelhas, pois constitui uma séria advertência, para todos os que têm responsabilidade de pastorear uma grei. «Quer dizer: se Me amas, não penses em apascentar-te a ti mesmo, mas sim as minhas ovelhas: apascenta-as como minhas, não como tuas; procura nelas a minha glória e não a tua; a minha propriedade e não a tua; os meus interesses e não os teus; não sejas daqueles que nos tempos de perigo só se amam a si mesmos e tudo o que deriva deste principio, que é a raiz de todo mal. Os que apascentam as ovelhas de Cristo não se amem a si mesmos; não as apascentem como próprias, mas como de Cristo.» (Tratado sobre o Ev. de S. João. 123, 5; CCL 36, 678-680). Daí, a grande responsabilidade de saber como são administrados os bens que lhes forem entregues.
A cada qüinqüênio os Bispos vêm a Roma, não por mera questão de rotina administrativa a fim de apresentar um relatório sobre o estado da própria Diocese. O que está alí, por detrás, é o estado da própria alma e, conseqüentemente, da santidade pessoal e, consequentemente, do seu rebanho. Não pode um Bispo esquivar-se daquela exigência divina «redde rationem villicationis tuae»: presta conta do teu ministério e das almas que te foram confiadas (cf. Lc 16, 2). Por isso, a fidelidade ao seu compromisso, os propósitos de ação, as experiências hauridas aqui na Sé Apostólica, hão de ser confiados ao divino Consolador, para que no futuro fortaleçam a alma de toda a Diocese, levando-a a aproximar-se, sempre mais, da Pátria celestial.
5. Com estas premissas, volto a repetir-vos: Duc in altum! O amor de Deus nos urge! «A vossa luz brilhe diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus» (Mt 5,16)
Ao longo destes anos, muitas vezes tenho repetido o apelo à nova evangelização. E faço-o agora uma vez mais para inculcar sobretudo que é preciso reacender o zelo apostólico em todas as camadas da sociedade paranaense e de todo o Brasil, exortando indivíduos e comunidades a um compromisso diário de empenho missionário. A proposta seja feita - como já o dizia - «aos adultos, às famílias, aos jovens, às crianças, sem nunca esconder as exigências radicais da mensagem evangélica» (NMI, 40).
Conheço bem o esforço deste Regional no serviço destinado a todos os homens e mulheres, particularmente aos pobres e marginalizados; no diálogo dirigido aos cristãos não católicos e aos de religiões e culturas diferentes; no verdadeiro e próprio anúncio, que tem como destinatários os católicos afastados; e no testemunho de comunhão eclesial, a ser vivido pelos que participam da vida da Igreja.
Assim mesmo, nos diversos planos de ação pastoral pude constatar os destaques dados à juventude, à família, à catequese, às vocações e aos meios de comunicação social. Faço votos também que se prossiga no esforço por um adequado acompanhamento da Pastoral da Criança.
Por outro lado, dentro do quadro do Regional Sul II, o episcopado paranaense tem-se distinguido na preparação dos planos e na sua execução, com boa organização, dinamismo, equilíbrio e afeto colegial, demonstrado nas assembléias, no trabalho conjunto, nas comemorações diocesanas, destacando-se a promoção vocacional e dos seminários. O Paraná, está bem servido de clero, contribuindo, inclusive, para a distribuição dos novos presbíteros para além das suas fronteiras estaduais, e no assessoramento e intercâmbio com as comunidades nipo-brasileiras, tanto do Brasil como do Japão.
Na linha desta ação, cabe também prosseguir no empenho pela Catequese a todos os níveis, de modo especial na vivência dos sacramentos. Sei que em algumas dioceses os fiéis preferem praticar as formas de religiosidade popular (procissões, novenas, etc...), custando-lhes mais participar ativamente da liturgia. Por isso, renovo o apelo de que sejam postos todos os meios para que o povo possa aceder aos sacramentos, especialmente da Penitência e da Eucaristia, quando devidamente preparados. A presença de Movimentos apostólicos, numerosos e dinâmicos, quando atuam «em plena sintonia eclesial e obediência às diretrizes autorizadas dos Pastores» (NMI, 46), tem dado particular ajuda à Pastoral diocesana; sua ação pode ser, em muitos casos, determinante para contribuir a este processo permanente de conversão, que é próprio da evangelização e conseguir assim uma sociedade mais justa e reconciliada com Deus. Por isso, o apostolado dos leigos vem assumindo uma importância determinante para aproximar a Deus tantos homens e mulheres, pois é no ambiente que lhes é familiar - no trabalho, no lar e na sociedade em geral - onde o papel do leigo se torna imprescindível e, muitas vezes, insubstituível.
Tenham em conta, também, que o fenômeno da imigração, certamente não desconhecido há diversas gerações, recebe hoje o influxo crescente e fronteiriço de populações latino-americanas em busca do melhor teor de vida do vosso país. Dou graças a Deus, pela vossa constante preocupação em manter intercâmbios com as Conferências episcopais dos países vizinhos, a fim da harmonizar gradualmente as diversas pastorais e para uma acolhida generosa e digna dos mais carentes. À ação dos Pastores e presbíteros confio também a missão de vigiar contra toda influência deletéria das seitas, de um lado e de outro da fronteira. A índole boa e acolhedora da vossa gente, não pode deixar-se arrastar por uma visão conformista e utilitarista de soluções a curto prazo. Nunca é demais reiterar aqui que «é necessário fazer uma revisão dos métodos pastorais adotados, para que cada Igreja particular preste aos fiéis uma assistência religiosa mais personalizada, reforce as estruturas de comunhão e missão, e aproveite as possibilidades evangelizadoras que oferece uma religiosidade popular purificada, tornando assim mais viva a fé de todos os católicos em Jesus Cristo» (Ecclesia in America, 73).
Neste mesmo espírito de comunhão que deve nortear a vida pastoral de cada Diocese, destacam-se as numerosas congregações religiosas que, mormente no campo educacional, têm dado uma fundamental contribuição na formação da juventude e, entre outras, na Pastoral vocacional. Conheço o esforço empregado pelos religiosos neste sentido, e particularmente na missão ad gentes. O Brasil poderá certamente ser o berço de generosas vocações missionárias para a África e a Ásia. E se, às vezes, o Senhor permite que irriguem com o seu sangue aquelas terras, saiba toda a Igreja que o martírio, singular comunhão com Cristo Redentor, é fonte de inauditas graças para o Povo de Deus.
6. Queridos Irmãos, estas são as breves reflexões que hoje compartilho convosco, procurando oferecer-vos todo encorajamento no Senhor e animar-vos no vosso ministério em prol do Seu povo.
Tudo o que nestes anos realizastes é precioso aos olhos de Deus. A ocasião, porém, deste nosso encontro constitui uma ocasião providencial para dar impulso ao vosso empenho pastoral. Oro com muito fervor para que obtenhais bom êxito nesta importante tarefa pastoral, de maneira que a Igreja que está no Paraná resplandeça com toda a sua glória, como Esposa de Cristo, que Ele escolheu com amor infinito. Ao confiar a vossa missão apostólica à intercessão da Virgem Maria, que em todas as épocas é a esplendente Estrela da Evangelização, concedo de coração a todos vós, aos sacerdotes, aos religiosos e aos fiéis leigos das vossas Dioceses, a minha Bênção Apostólica.
[01346-06.01] [Texto original: Português]