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VIAGGIO APOSTOLICO DI SUA SANTITÀ GIOVANNI PAOLO II A FÁTIMA (12-13 MAGGIO 2000) - [II], 13.05.2000


Ieri sera, al suo arrivo all’aeroporto internazionale "Portela" di Lisboa in Portogallo (cfr Boll. 298) Giovanni Paolo II, dopo l’incontro con il Presidente della Repubblica Jorge Fernando Branco de Sampaio, rispondendo all’indirizzo di saluto del Presidente, ha pronunciato le seguenti parole:

Saluto del Santo Padre

Senhor Presidente da República,

Senhor Primeiro Ministro,

Venerando Senhor Patriarca de Lisboa,

Amados Irmãos no Episcopado,

Distintas Autoridades,

Minhas Senhoras e meus Senhores!

Deus concedeu-me voltar a Portugal, pelo que Lhe dou graças e O bendigo. A vós que vos reunistes aqui para me receber e a todos os filhos e filhas desta nobre Nação, transmito as minhas cordiais saudações de solidariedade e de paz. A minha saudação primeira e atenciosa é para Vossa Excelência, Senhor Presidente, que quis honrar a minha chegada com a sua presença: muito obrigado!

Quero desde já agradecer toda a compreensão e disponibilidade com que as Autoridades do Estado tornaram possível esta breve Visita que se resume praticamente a uma cerimónia litúrgica no Santuário de Fátima. De facto, acolhendo o apelo insistente dos Senhores Bispos de Portugal, aceitei deslocar-me à Cova da Iria para celebrar, juntamente com a Comunidade católica, a beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto na própria terra que lhes deu o berço e, agora, o altar. Sei que a Pátria canta os seus heróis e gloria-se dos seus Santos; o Papa associa-se de bom grado à alegria de Portugal.

Ao início da minha visita, exprimo a minha profunda estima e afecto a todos os portugueses, a quem desejo um futuro de paz, bem-estar e prosperidade, prosseguindo na senda das suas tradições e valores pátrios mais genuínos, que assentam no cristianismo. Que Deus vele sobre todos os filhos e filhas desta Terra de Santa Maria. Deus abençoe Portugal!

[01085-06.01] [Testo originale:portoghese]

Traduzione in lingua italiana

Signor Presidente della Repubblica,

Signor Primo Ministro,

Venerato Signor Patriarca di Lisbona,

Cari Fratelli nell'Episcopato,

Distinte Autorità,

Mie Signore e miei Signori!

Dio mi ha concesso di ritornare in Portogallo e anche di questo Gli rendo grazie e Lo benedico. A voi convenuti qui ad accogliermi e a tutti i figli e le figlie di questa nobile Nazione, offro il mio cordiale saluto di solidarietà e di pace. La mia prima e deferente parola va a Lei, Signor Presidente, che ha voluto onorare il mio arrivo con la sua presenza: grazie tante!

Fin d'ora desidero esprimere la mia riconoscenza per tutta la comprensione e la disponibilità con cui le Autorità dello Stato hanno reso possibile questa breve visita, che in pratica si riassume nella cerimonia liturgica presso il Santuario di Fatima. Corrispondendo all'insistente appello dei Signori Vescovi di Portogallo, ho accettato di venire alla Cova da Iria per celebrare, insieme con la Comunità cattolica, la beatificazione dei pastorelli Francesco e Giacinta Marto nello stesso luogo che fu per essi culla e diventa ora altare. So che la Patria canta i suoi eroi e si gloria dei suoi Santi; il Papa si associa ben volentieri alla gioia del Portogallo.

All'inizio della mia visita, esprimo la mia viva stima e affetto a tutti i portoghesi, ai quali auguro un futuro di pace, di benessere e di prosperità, nel solco delle loro più autentiche tradizioni e dei genuini valori patrii, che sono radicati nel cristianesimo. Dio vegli su tutti i figli e le figlie di questa Terra di Santa Maria. Dio benedica il Portogallo!

[01085-01.01] [Testo originale:portoghese]

SANTA MESSA E BEATIFICAZIONE DEI VENERABILI GIACINTA E FRANCESCO, PASTORELLI DI FÁTIMA, AL SANTUARIO DI NOSTRA SIGNORA DEL ROSARIO DI FÁTIMA

Omelia del Santo Padre

Traduzione  in lingua italiana

Alle 9 di questa mattina il Santo Padre Giovanni Paolo II raggiunge la Spianata del Santuario di Nostra Signora del Rosario di Fátima, davanti alla Basilica della Cova da Iria. Quindi dopo aver sostato in preghiera presso le tombe dei due Pastorelli di Fátima, Giacinta e Francesco, incontra Suor Lucia del Cuore Immacolato.

Alle 9.30, nella Spianata del Santuario di N.S. del Rosario di Fátima, ha inizio la Santa Messa nel corso della quale il Papa procede alla Beatificazione dei Pastorelli Giacinta e Francesco.

Dopo l’indirizzo di saluto del Vescovo di Leiria-Fátima, S.E. Mons. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, e dopo la proclamazione del Santo Vangelo il Santo Padre pronuncia l’omelia che riportiamo di seguito:

Omelia del Santo Padre

1. Eu Te bendigo, ó Pai, (...) porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos» (Mt 11, 25).

Com estas palavras, amados irmãos e irmãs, Jesus louva os desígnios do Pai celeste; sabe que ninguém pode vir ter com Ele, se não for atraído pelo Pai (cf. Jo 6, 44), por isso louva por este desígnio e abraça-o filialmente: «Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado» (Mt 11, 26). Quiseste abrir o Reino aos pequeninos.

Por desígnio divino, veio do Céu a esta terra, à procura dos pequeninos privilegiados do Pai, «uma Mulher revestida com o Sol» (Ap 12, 1). Fala-lhes com voz e coração de mãe: convida-os a oferecerem-se como vítimas de reparação, oferecendo-Se Ela para os conduzir, seguros, até Deus. Foi então que das suas mãos maternas saiu uma luz que os penetrou intimamente, sentindo-se imersos em Deus como quando uma pessoa - explicam eles - se contempla num espelho.

Mais tarde, Francisco, um dos três privilegiados, exclamava: «Nós estávamos a arder naquela luz que é Deus e não nos queimávamos. Como é Deus? Não se pode dizer. Isto sim que a gente não pode dizer». Deus: uma luz que arde, mas não queima. A mesma sensação teve Moisés, quando viu Deus na sarça ardente; lá ouviu Deus falar, preocupado com a escravidão do seu povo e decidido a libertá-lo por meio dele: «Eu estarei contigo» (cf. Ex 3, 2-12). Quantos acolhem esta presença tornam-se morada e, consequentemente, «sarça ardente» do Altíssimo.

2. Ao beato Francisco, o que mais o impressionava e absorvia era Deus naquela luz imensa que penetrara no íntimo dos três. Só a ele, porém, Deus Se dera a conhecer «tão triste», como ele dizia. Certa noite, seu pai ouviu-o soluçar e perguntou-lhe porque chorava; o filho respondeu: «Pensava em Jesus que está tão triste por causa dos pecados que se cometem contra Ele». Vive movido pelo único desejo - tão expressivo do modo de pensar das crianças - de «consolar e dar alegria a Jesus».

Na sua vida, dá-se uma transformação que poderíamos chamar radical; uma transformação certamente não comum em crianças da sua idade. Entrega-se a uma vida espiritual intensa, que se traduz em oração assídua e fervorosa, chegando a uma verdadeira forma de união mística com o Senhor. Isto mesmo leva-o a uma progressiva purificação do espírito, através da renúncia aos próprios gostos e até às brincadeiras inocentes de criança.

Suportou os grandes sofrimentos da doença que o levou à morte, sem nunca se lamentar. Tudo lhe parecia pouco para consolar Jesus; morreu com um sorriso nos lábios. Grande era, no pequeno Francisco, o desejo de reparar as ofensas dos pecadores, esforçando-se por ser bom e oferecendo sacrifícios e oração. E Jacinta sua irmã, quase dois anos mais nova que ele, vivia animada pelos mesmos sentimentos.

3. «E apareceu no Céu outro sinal: um enorme Dragão» (Ap 12, 3).

Estas palavras da primeira leitura da Missa fazem-nos pensar na grande luta que se trava entre o bem e o mal, podendo-se constatar como o homem, pondo Deus de lado, não consegue chegar à felicidade, antes acaba por destruir-se a si próprio.

Quantas vítimas ao longo do último século do segundo milénio! Vêm à memória os horrores da primeira e segunda Grande Guerra e doutras mais em tantas partes do mundo, os campos de concentração e extermínio, os gulags, as limpezas étnicas e as perseguições, o terrorismo, os raptos de pessoas, a droga, os atentados contra os nascituros e a família.

A mensagem de Fátima é um apelo à conversão, alertando a humanidade para não fazer o jogo do «dragão» que, com a «cauda, arrastou um terço das estrelas do Céu e lançou-as sobre a terra» (Ap 12, 4). A meta última do homem é o Céu, sua verdadeira casa onde o Pai celeste, no seu amor misericordioso, por todos espera.

Deus não quer que ninguém se perca; por isso, há dois mil anos, mandou à terra o seu Filho «procurar e salvar o que estava perdido» (Lc 19, 10). E Ele salvou-nos com a sua morte na cruz; que ninguém torne vã aquela Cruz! Jesus morreu e ressuscitou para ser «o primogénito de muitos irmãos» (Rom 8, 29).

Na sua solicitude materna, a Santíssima Virgem veio aqui, a Fátima, pedir aos homens para «não ofenderem mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido». É a dor de mãe que A faz falar; está em jogo a sorte de seus filhos. Por isso, dizia aos pastorinhos: «Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas».

4. A pequena Jacinta sentiu e viveu como própria esta aflição de Nossa Senhora, oferecendo-se heroicamente como vítima pelos pecadores. Um dia - já ela e Francisco tinham contraído a doença que os obrigava a estarem pela cama - a Virgem Maria veio visitá-los a casa, como conta a pequenita: «Nossa Senhora veio-nos ver e diz que vem buscar o Francisco muito breve para o Céu. E a mim perguntou-me se queria ainda converter mais pecadores. Disse-lhe que sim». E, ao aproximar-se o momento da partida do Francisco, Jacinta recomenda-lhe: «Dá muitas saudades minhas a Nosso Senhor e a Nossa Senhora e diz-lhes que sofro tudo quanto Eles quiserem para converter os pecadores». Jacinta ficara tão impressionada com a visão do inferno durante a aparição de 13 [treze] de Julho, que nenhuma mortificação e penitência era demais para salvar os pecadores.

Bem podia ela exclamar com São Paulo: «Alegro-me de sofrer por vós e completo em mim própria o que falta às tribulações de Cristo, em benefício do seu Corpo, que é a Igreja» (Col 1, 24). No domingo passado, junto ao Coliseu de Roma, fizemos a comemoração de tantas testemunhas da fé do século XX [vinte], recordando as tribulações por elas sofridas, através de significativos testemunhos que nos deixaram. Uma nuvem incalculável de testemunhas corajosas da fé legou-nos uma herança preciosa, que deve permanecer viva no terceiro milénio. Aqui em Fátima, onde foram vaticinados estes tempos de tribulação pedindo Nossa Senhora oração e penitência para abreviá-los, quero hoje dar graças ao Céu pela força do testemunho que se manifestou em todas aquelas vidas. E desejo uma vez mais celebrar a bondade do Senhor para comigo, quando, duramente atingido naquele dia 13 [treze] de Maio de 1981 [mil novecentos e oitenta e um], fui salvo da morte. Exprimo a minha gratidão também à beata Jacinta pelos sacrifícios e orações oferecidas pelo Santo Padre, que ela tinha visto em grande sofrimento.

5. «Eu Te bendigo, ó Pai, porque revelaste estas verdades aos pequeninos». O louvor de Jesus toma hoje a forma solene da beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta. A Igreja quer, com este rito, colocar sobre o candelabro estas duas candeias que Deus acendeu para alumiar a humanidade nas suas horas sombrias e inquietas. Brilhem elas sobre o caminho desta multidão imensa de peregrinos e quantos mais nos acompanham pela rádio e televisão. Sejam uma luz amiga a iluminar Portugal inteiro e, de modo especial, esta diocese de Leiria-Fátima.

Agradeço ao Senhor Dom Serafim, Bispo desta ilustre Igreja particular, as suas palavras de boas vindas, e com grande alegria saúdo todo o Episcopado português e suas dioceses que muito amo e exorto a imitar os seus Santos. Uma saudação fraterna aos Cardeais e Bispos presentes, com menção particular para os Pastores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa: a Virgem Maria alcance a reconciliação do povo angolano; conforte os sinistrados de Moçambique; vele pelos passos de Timor Lorosae, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe; e preserve na unidade da fé os seus filhos e filhas do Brasil.

Saúdo com deferência o Senhor Primeiro Ministro e demais Autoridades que quiseram participar nesta Celebração, aproveitando este momento para, na sua pessoa, exprimir o meu reconhecimento a todos pela sua colaboração que tornou possível esta minha peregrinação. Um abraço cordial e uma bênção particular à paróquia e cidade de Fátima que hoje se alegra pelos seus filhos elevados às honras dos altares.

6. A minha última palavra é para as crianças: Queridos meninos e meninas, vejo muitos de vós vestidos como Francisco e Jacinta. Fica-vos muito bem! Mas, logo ou amanhã, já deixais essa roupa e... acabam-se os pastorinhos. Não haviam de acabar, pois não?! É que Nossa Senhora precisa muito de vós todos, para consolar Jesus, triste com as asneiras que se fazem; precisa das vossas orações e sacrifícios pelos pecadores.

Pedi aos vossos pais e educadores que vos metam na «escola» de Nossa Senhora, para que Ela vos ensine a ser como os pastorinhos, que procuravam fazer tudo o que lhes pedia. Digo-vos que «se avança mais em pouco tempo de submissão e dependência de Maria, que durante anos inteiros de iniciativas pessoais, apoiados apenas em si mesmos» (S. Luís de Montfort, Tratado da verdadeira devoção à SS.ma Virgem, nº 155). Foi assim que os pastorinhos se tornaram santos depressa. Uma mulher que acolhera a Jacinta em Lisboa, ao ouvir conselhos tão bons e acertados que a pequenita dava, perguntou quem lhos ensinava. «Foi Nossa Senhora» - respondeu. Entregando-se com total generosidade à direcção de tão boa Mestra, Jacinta e Francisco subiram em pouco tempo aos cumes da perfeição.

7. «Eu Te bendigo, ó Pai, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos».

Eu Te bendigo, ó Pai, por todos os teus pequeninos, a começar da Virgem Maria, tua humilde Serva, até aos pastorinhos Francisco e Jacinta.

Que a mensagem das suas vidas permaneça sempre viva para iluminar o caminho da humanidade!

[01079-06.01] [Testo originale:portoghese]

Traduzione in  lingua italiana

1. "Ti benedico, o Padre, (...) perché hai tenuto nascoste queste cose ai sapienti e agli intelligenti e le hai rivelate ai piccoli" (Mt 11, 25).

Con queste parole, cari fratelli e sorelle, Gesù loda il Padre celeste per i suoi disegni; Egli sa che nessuno può venire a Lui se non lo attira il Padre (cfr Gv 6, 44), perciò loda questo suo disegno e vi aderisce filialmente: "Sì, o Padre, perché così è piaciuto a Te" (Mt 11, 26). Ti è piaciuto di aprire il Regno ai piccoli.

Secondo il disegno divino, è venuta dal Cielo su questa terra, alla ricerca dei piccoli privilegiati dal Padre, "una Donna vestita di sole" (Ap. 12,1). Essa parla loro con voce e cuore di mamma: li invita ad offrirsi come vittime di riparazione, dicendosi pronta a condurli, sicuri, fino a Dio. Ed ecco, essi vedono uscire dalle sue mani materne una luce che penetra nel loro intimo, così che si sentono immersi in Dio come quando una persona – essi stessi spiegano - si contempla allo specchio.

Più tardi Francesco, uno dei tre privilegiati, osservava: "Noi stavamo ardendo in quella luce che è Dio e non ci bruciavamo. Com’è Dio! Non si può dire. Questo sì, che noi non lo potremo mai dire". Dio: una luce che arde, però non brucia. Fu la medesima percezione che ebbe Mosè, quando vide Dio nel roveto ardente; in quell'occasione Dio gli parlò, dicendosi preoccupato per la schiavitù del suo popolo e deciso a liberarlo per mezzo di lui: "Io sarò con te" (cfr Es 3, 2-12). Quanti accolgono questa presenza diventano dimora e, conseguentemente, "roveto ardente" dell'Altissimo.

2. Ciò che più meravigliava il beato Francesco e lo compenetrava era Dio in quella luce immensa che li aveva raggiunti tutti e tre nel loro intimo. Soltanto a lui, però, Dio si fece conoscere "tanto triste", come egli diceva. Una notte, suo padre lo sentì singhiozzare e gli domandò perché piangesse; il figlio rispose: "Pensavo a Gesù che è tanto triste a causa dei peccati che si fanno contro di Lui". Un unico desiderio - così espressivo del modo di pensare dei bambini - muove ormai Francesco ed è quello di "consolare e far contento Gesù".

Nella sua vita si opera una trasformazione che si potrebbe dire radicale; una trasformazione sicuramente non comune per bambini della sua età. Egli si impegna in una intensa vita spirituale, con una preghiera così assidua e fervente da raggiungere una vera forma di unione mistica col Signore. Proprio questo lo spinge ad una crescente purificazione dello spirito, mediante tante rinunce a quello che gli piace e persino ai giochi innocenti dei bambini.

Francesco sopportò le grandi sofferenze causate dalla malattia, della quale poi morì, senza alcun lamento. Tutto gli sembrava poco per consolare Gesù; morì con il sorriso sulle labbra. Grande era, nel piccolo, il desiderio di riparare per le offese dei peccatori, offrendo a tale scopo lo sforzo di essere buono; i sacrifici, la preghiera. Anche Giacinta, la sorella più giovane di lui di quasi due anni, viveva animata dai medesimi sentimenti.

3. "Allora apparve un altro segno nel cielo: un enorme drago" (Ap 12, 3).

Queste parole che abbiamo ascoltate nella prima lettura della Messa ci portano a pensare alla grande lotta tra il bene e il male, nonché a costatare come l'uomo, mettendo Dio da parte, non possa raggiungere la felicità, anzi finisca per distruggere se stesso.

Quante vittime nel corso dell'ultimo secolo del secondo millennio! Il pensiero va agli orrori delle due "grandi guerre" e quelli delle altre guerre in tante parti del mondo, ai campi di concentramento e di sterminio, ai gulag, alle pulizie etniche e alle persecuzioni, al terrorismo, ai rapimenti di persone, alla droga, agli attentati contro la vita non nata e la famiglia.

Il messaggio di Fatima è un richiamo alla conversione, facendo appello all'umanità affinché non stia al gioco del "drago", il quale con la "coda trascinava giù un terzo delle stelle del cielo e le precipitava sulla terra" (Ap 12, 4). L'ultima meta dell'uomo è il Cielo, sua vera casa dove il Padre celeste, nel suo amore misericordioso, é in attesa di tutti.

Dio vuole che nessuno si perda; per questo, duemila anni fa, ha inviato sulla terra il suo Figlio a "cercare e salvare quel che era perduto" (Lc 19, 10). Egli ci ha salvati con la sua morte sulla croce. Nessuno renda vana quella Croce! Gesù è morto e risorto per essere "il primogenito di molti fratelli" (Rom 8, 29).

Nella sua sollecitudine materna, la Santissima Vergine è venuta qui, a Fatima, per chiedere agli uomini di "non offendere più Dio, Nostro Signore, che è già molto offeso". È il dolore di mamma che l'obbliga a parlare; è in palio la sorte dei suoi figli. Per questo Ella chiede ai pastorelli: "Pregate, pregate molto e fate sacrifici per i peccatori; tante anime finiscono nell'inferno perché non c'è chi preghi e si sacrifichi per loro".

4. La piccola Giacinta ha condiviso e vissuto quest'afflizione della Madonna, offrendosi eroicamente come vittima per i peccatori. Un giorno, quando essa e Francesco avevano ormai contratto la malattia che li costringeva al letto, la Vergine Maria venne a visitarli in casa, come racconta Giacinta: "La Madonna è venuta a vederci e ha detto che molto presto verrà a prendere Francesco per portarlo in Cielo. A me ha chiesto se volevo ancora convertire più peccatori. Le ho detto di sì". E, quando si avvicina il momento della dipartita di Francesco, la piccola gli raccomanda: "Da parte mia porta tanti saluti a Nostro Signore e alla Madonna e dì loro che sono disposta a sopportare tutto quanto vorranno per convertire i peccatori". Giacinta era rimasta così colpita dalla visione dell'inferno, avvenuta nell'apparizione di luglio, che tutte le mortificazioni e penitenze le sembravano poca cosa per salvare i peccatori.

Giacinta potrebbe benissimo esclamare con San Paolo: "Mi rallegro di soffrire per voi, completando in me stessa quello che manca alle tribolazioni di Cristo a vantaggio del suo Corpo, che è la Chiesa" (Col 1, 24). Domenica scorsa, presso il Colosseo a Roma, abbiamo fatto memoria i moltissimi testimoni della fede del secolo XX, ricordando, attraverso le incisive testimonianze lasciateci, le tribolazioni che hanno patito. Una nube innumerevole di coraggiosi testimoni della fede ci ha lasciato un preziosa eredità, che dovrà restare viva nel terzo millennio. Qui a Fatima, dove sono stati preannunciati questi tempi di tribolazione e la Madonna ha chiesto preghiera e penitenza per abbreviarli, voglio oggi render grazie al Cielo per la forza della testimonianza che si è manifestata in tutte quelle vite. E desidero una volta di più celebrare la bontà del Signore verso di me, quando, duramente colpito in quel 13 maggio 1981, fui salvato dalla morte. Esprimo la mia riconoscenza anche alla beata Giacinta per i sacrifici e le preghiere fatte per il Santo Padre, che ella aveva visto tanto soffrire.

5. "Ti benedico, o Padre, perché hai rivelato queste cose ai piccoli". La lode di Gesù prende oggi la solenne forma della beatificazione dei pastorelli Francesco e Giacinta. La Chiesa vuole, con questo rito, mettere sul lucerniere queste due fiammelle che Dio ha acceso per illuminare l'umanità nelle sue ore buie e inquiete. Risplendano dunque queste luci sul cammino di questa moltitudine immensa di pellegrini e di quanti altri ci accompagnano tramite la radio e la televisione. Siano Francesco e Giacinta una luce amica che illumina il Portogallo intero e, in modo speciale, questa diocesi di Leiria-Fátima.

Ringrazio Monsignore Serafim, Vescovo di questa illustre Chiesa particolare, per le sue parole di benvenuto e con grande gioia saluto tutto l'Episcopato portoghese e le rispettive comunità ecclesiali che amo di cuore ed esorto ad imitare i loro Santi. Un fraterno saluto ai Cardinali e Vescovi presenti, con menzione particolare per i Pastori delle Comunità dei Paesi di lingua portoghese: la Vergine Maria ottenga la riconciliazione al popolo angolano; porti conforto agli alluvionati del Mozambico; vegli sui passi di Timor Lorosae, della Guinea Bissau, di Capo Verde, di São Tomé e Príncipe; e custodisca nell'unità della fede i suoi figli e figlie del Brasile.

Il mio deferente saluto va al Signor Primo Ministro e alle Autorità che hanno voluto partecipare a questa Celebrazione. Profitto dell'occasione per esprimere, nella persona del Capo del Governo, la mia riconoscenza a tutti per la collaborazione con cui hanno reso possibile questo mio pellegrinaggio. Un abbraccio cordiale ed una particolare benedizione alla parrocchia e alla città di Fatima, le quali oggi si rallegrano per i loro figli elevati agli onori degli altari.

6. La mia ultima parola è per i bambini: Cari bambini e bambine, vedo tanti di voi con addosso vestiti simili a quelli usati da Francesco e Giacinta. Vi stanno molto bene! Il guaio è che, questa sera o forse domani, toglierete questi abiti e... i pastorelli spariranno. Non vi pare che non dovrebbero scomparire?! La Madonna ha bisogno di tutti voi per consolare Gesù, triste per i torti che gli si fanno; ha bisogno delle vostre preghiere e dei vostri sacrifici per i peccatori.

Chiedete ai vostri genitori ed ai vostri maestri di inscrivervi alla "scuola" della Madonna, affinché vi insegni a diventare come i pastorelli, i quali cercavano di far quanto Ella chiedeva loro. Vi dico che "si progredisce più in poco tempo di sottomissione e dipendenza da Maria che durante anni interi di iniziative personali, appoggiati soltanto su se stessi" (San Luigi Maria Grignion di Montfort, Trattato della vera devozione alla Santissima Vergine, n. 155). E’ stato così che i pastorelli sono diventati rapidamente santi. Una donna che aveva accolto Giacinta a Lisbona, nel sentire i consigli tanto belli e saggi che la piccola dava, le domandò chi era stato ad insegnarglieli. "È stata la Madonna" - rispose. Lasciandosi guidare, con totale generosità, da una Maestra così buona, Giacinta e Francesco hanno raggiunto in poco tempo le vette della perfezione.

7. "Ti benedico, o Padre, perché hai tenuto nascoste queste cose ai sapienti e agli intelligenti e le hai rivelate ai piccoli".

Ti benedico, o Padre, per tutti i tuoi piccoli, a cominciare dalla Vergine Maria, l'umile tua Serva, e fino ai pastorelli Francesco e Giacinta.

Il messaggio delle loro vite resti sempre vivo ad illuminare il cammino dell'umanità!

[01080-01.01[Testo originale:portoghese]

SALUTO DEL SANTO PADRE AGLI AMMALATI

Saluto del Santo Padre  

Traduzione in lingua  italiana

Al termine della Celebrazione Eucaristica il Santo Padre reca agli ammalati presenti il saluto che riportiamo di seguito:

Saluto del Santo  Padre

Amados peregrinos de Fátima!

Quero agora dirigir uma saudação particular aos enfermos aqui presentes em grande número, mas extensiva a quantos, em suas casas ou nos hospitais, estão unidos espiritualmente connosco:

O Papa saúda-vos com grande afecto, queridos doentes, assegurando uma especial lembrança na oração por vós e pelas pessoas que cuidam de vós; coloco os anseios de cada um no Altar onde Jesus continuamente intercede e Se sacrifica pela humanidade.

Vim aqui hoje como testemunha de Jesus ressuscitado. Ele sabe o que é sofrer, e viveu as angústias da morte; mas, com a sua morte, matou a morte, sendo o primeiro homem, em absoluto, que Se libertou definitivamente das cadeias dela. Ele percorreu todo o itinerário do homem até à pátria do Céu, onde preparou um trono de glória para cada um de nós.

Querido irmão doente!

Se alguém ou alguma coisa te faz pensar que chegaste ao fim da estrada, não acredites! Se tens conhecimento do Amor eterno que te criou, sabes também que, dentro de ti, há uma alma imortal. Existem várias estações na vida; se porventura sentires chegar o inverno, quero que saibas que não pode ser a última estação, porque a última será primavera: a primavera da ressurreição. A totalidade da tua vida estende--se infinitamente para além das suas fronteiras terrenas: prevê o Céu.

Queridos doentes!

Eu sei que «os sofrimentos do tempo presente nada são em comparação com a glória que se há-de revelar em vós» (Rom 8, 18). Coragem! Neste Ano Santo, a graça do Pai derrama-se com maior abundância sobre quem a acolher com a alma simples e confiante das crianças; isto mesmo no-lo recordou Jesus, no texto evangélico agora proclamado. Sendo assim, procurai ser contados também vós, queridos doentes, no número destes «pequeninos», para que Jesus possa comprazer-Se convosco. Daqui a pouco, Ele vai aproximar-se de vós para vos abençoar pessoalmente, no Santíssimo Sacramento; vai ao vosso encontro com a promessa: «Eu renovo todas as coisas!» (Ap 21, 5). Tende confiança! Abandonai-vos na sua mão providente, como o fizeram os pastorinhos Francisco e Jacinta. Estes dizem-vos que não estais sozinhos. O Pai celeste ama-vos.

[01081-01.01] [Testo originale:portoghese]

Traduzione in lingua  italiana

Cari pellegrini di Fatima!

Desidero ora rivolgere un particolare saluto ai numerosi malati qui presenti. Con esso intendo anche abbracciare quanti, sia nelle loro case che negli ospedali, ci accompagnano spiritualmente.

Il Papa vi saluta con vivo affetto, carissimi malati, assicurando un speciale ricordo nella preghiera per voi e per le persone che vi stanno accanto. Porto i desideri e le richieste di ciascuno presso l'Altare in cui Gesù incessantemente intercede e si sacrifica per l'umanità.

Sono venuto oggi in mezzo a voi come testimone di Gesù risorto. Lui sa che cosa è il patire; ha vissuto le angosce della morte; con la sua morte, però, ha ucciso la stessa morte, essendo Lui il primo umano, in assoluto, che si è liberato definitivamente dalle sue catene. Egli ha compiuto tutto l'itinerario dell'uomo fino alla patria del Cielo, dove ha preparato un trono di gloria per ognuno di noi.

Carissimo fratello malato!

Se qualcuno o qualsiasi cosa ti facesse pensare di essere al capo linea, non lo credere! Se conosci l'eterno Amore che ti ha creato, sai anche che c'è dentro di te un'anima immortale. Ci sono diverse stagioni nella vita; se per caso tu sentissi arrivare l'inverno, voglio che tu sappia che questa non è l'ultima stagione, perché l'ultima sarà la primavera: la primavera della risurrezione. La totalità della tua vita si estende infinitamente oltre i suoi confini terrestri: è previsto il Cielo.

Carissimi malati! Io so che "le sofferenze del momento presente non sono paragonabili alla gloria futura che dovrà essere rivelata in voi" (Rom 8, 18). Coraggio! In quest'Anno Santo, si riserva l’abbondanza della grazia del Padre su chi sa accoglierla con l’animo semplice e fiducioso del bambino. Gesù ce lo ha ripetuto nel brano evangelico proclamato poc’anzi. Tra questi "piccoli" sappiate porvi anche voi cari ammalati, affinché Gesù possa compiacersi in voi. Tra poco, Egli Si avvicinerà a voi per benedirvi di persona nel Santissimo Sacramento. Egli viene a voi con la promessa: "Ecco, Io faccio nuove tutte le cose" (Ap 21, 5). Abbiate fiducia! Abbandonatevi nelle sue provvide mani, come hanno fatto i pastorelli Francesco e Giacinta. Essi vi dicono che non siete soli. Il Padre celeste vi ama.

[01082-01.01] [Testo originale:portoghese]

CERIMONIA DI CONGEDO ALL’AEROPORTO INTERNAZIONALE "PORTELA" DI LISBOA

Conclusa la Santa Messa nella Spianata del Santuario di N.S. del Rosario di Fátima, Giovanni Paolo II si trasferisce alla Casa N.S. do Carmo di Fátima dove pranza con i Membri della Conferenza Episcopale del Portogallo e con i Membri del Seguito Papale.

Alle 15.45 Giovanni Paolo II lascia Fátima in elicottero alla volta dell’aeroporto internazionale di Lisboa. Da qui, salutate le Autorità presenti, decolla alle 16.45 (ora locale) verso Roma, a bordo di un MD-S80 dell’Alitalia.

[01083-01.01]

TELEGRAMMI A CAPI DI STATO

Al momento di lasciare Lisboa al termine del suo Viaggio Apostolico a Fátima, nel sorvolare poi la Spagna e la Francia, e prima di rientrare in Italia, Giovanni Paolo II fa pervenire ai rispettivi Capi di Stato i seguenti messaggi telegrafici:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JORGE SAMPAIO

PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA LISBOA

AO DEIXAR ESPAÇO PORTUGUÊS DESEJO RENOVAR-LHE MINHA DEFERENTE SAUDAÇÃO E AGRADECER TODAS ATENÇÕES QUE TEVE PARA COMIGO DURANTE ESTA VISITA BEM COMO TODAS FACILIDADES ENCONTRADAS DESDE PRIMEIRA HORA PARA SUA REALIZAÇÃO. FAÇO EXTENSIVO MEU AGRADECIMENTO AO GOVERNO ÀS DIVERSAS ENTIDADES QUE COLABORARAM E A TODO POVO PORTUGUÊS QUE SOUBE DE TANTOS MODOS TESTEMUNHAR SUA FÉ E ALEGRIA PELOS NOVOS BEATOS FRANCISCO E JACINTA QUE SE OFERECERAM PELA SALVAÇÃO DOS HOMENS SEUS IRMÃOS. SUA EXALTAÇÃO CONFIRME PORTUGAL NA SENDA DO PROGRESSO HUMANO E CRISTÃO E SEU EXEMPLO FRUTIFIQUE NO SEIO DAS FAMÍLIAS E INTEIRA COMUNIDADE NACIONAL SOBRE A QUAL IMPLORO A ASSISTÊNCIA DIVINA E OS MAIS COPIOSOS DONS CELESTIAIS

IOANNES PAULUS PP. II

[01074-06.01[Testo originale:portoghese]

SU MAJESTAD JUAN CARLOS I

REY DE ESPAÑA

PALACIO DE LA ZARZUELA

MADRID

MIENTRAS SE SOBREVUELAN TIERRAS DE ESPAÑA, DE REGRESO DEL VIAJE APOSTÓLICO A FÁTIMA, ME COMPLACE HACER LLEGAR MI MÁS DEFERENTE SALUDO A VUESTRAS MAJESTADES, AL GOBIERNO Y PUEBLO ESPAÑOL, POR EL CUAL PIDO AL SEÑOR PARA QUE SIGA MANTENIENDO SUS PRECIADOS VALORES ESPIRITUALES Y HUMANOS, A LA VEZ QUE LOS IMPARTO CORDIALMENTE LA BENDICIÓN APOSTÓLICA

JUAN PABLO PP. II

[01075-04.01] [Texto original:castellano]

SON EXCELLENCE MONSIEUR JACQUES CHIRAC

PRÉSIDENT DE LA RÉPUBLIQUE FRANÇAISE

PARIS

TANDIS QU’AU RETOUR DE MA VISITE AU PORTUGAL JE SURVOLE À NOUVEAU VOTRE PAYS POUR REJOINDRE ROME, JE SUIS HEUREUX DE SALUER VOTRE EXCELLENCE ET DE LUI OFFRIR MES SOUHAITS SINCÈRES POUR LA NATION FRANÇAISE ET SES DIRIGEANTS EN INVOQUANT SUR SES COMPATRIOTES LES BIENFAITS DE DIEU

IOANNES PAULUS PP. II

[01076-03.01] [Texte original:français]

A SUA ECCELLENZA L’ONOREVOLE DOTTOR CARLO AZEGLIO CIAMPI

PRESIDENTE DELLA REPUBBLICA ITALIANA

PALAZZO DEL QUIRINALE 00187 ROMA

AL RIENTRO DAL PELLEGRINAGGIO AL SANTUARIO MARIANO DI FATIMA GRATO A DIO PER QUESTA RINNOVATA ESPERIENZA ECCLESIALE ESPRIMO A LEI SIGNOR PRESIDENTE ED AL DILETTO POPOLO ITALIANO IL MIO CORDIALE E RISPETTOSO SALUTO UNITO AD UNA SPECIALE PREGHIERA A DIO PER LA PACE PER IL BENE ED IL PROGRESSO DI TUTTA LA NAZIONE

IOANNES PAULUS PP. II

[01077-01.01] [Testo originale:italiano]

IL RIENTRO A ROMA

Il rientro del Santo Padre all’aeroporto di Ciampino (Roma) è previsto per le 20.45.

[01084-01.01]