Pubblichiamo di seguito il messaggio che il Segretario di Stato di Sua Santità, Card. Angelo Sodano, Legato Pontificio alle celebrazioni conclusive del V centenario dell’Evangelizzazione del Brasile, ha rivolto all’Episcopato brasiliano riunito nella XXXVIII Assemblea Generale della CNBB (Conferenza Nazionale dei Vescovi del Brasile):
Eminentíssimos Senhores Cardeais
Excelentíssimo Senhor Presidente da Conferência Episcopal do Brasil
Excelentíssimos Senhores Arcebispos e Bispos
Todos, queridos irmãos no Episcopado.
«A gratidão faz parte da justiça», ensina São Tomás de Aquino. Por isso, sinto como um dever de justiça agradecer o gentil convite para participar da abertura da Trigésima Oitava Assembléia Geral do Episcopado brasileiro, que vem a coincidir com a solene Eucaristia comemorativa dos quinhentos anos da primeira Missa no Brasil em Santa Cruz de Cabrália.
Como Legado do Santo Padre, chamado a presidir estas celebrações, não posso deixar de elevar minha ação de graças a Deus pela oportunidade que me foi concedida em presenciar este histórico evento destinado, sem dúvida, a permanecer nos anais da vida da Igreja não só do Brasil, como também de todo o orbe católico.
Sua Santidade confiou-me a grata incumbência de ser portador da sua Mensagem de solidariedade com toda esta Nação, por sentir-se profundamente identificado com a alegria do seu povo em festa, em quem deposita tantas esperanças, neste século que está a iniciar.
1. Um momento histórico
A oportunidade de estar aqui na presença da maioria do episcopado brasileiro, bem como dos senhores bispos e arcebispos de outras nações, realça a importância do momento que estamos vivendo, e se estende para além do tempo e do espaço, abrindo para todos perspectivas de uma renovada consciência da própria missão evangelizadora à qual, como sucessores dos Apóstolos, os Bispos são chamados.
Este ano de intensas e comovedoras celebrações jubilares, enquanto nos lembra a bimilenar data do Nascimento de Nosso Salvador, Jesus Cristo, recorda o fundamento da nossa consagração episcopal pois todo Bispo, «com os sacerdotes seus cooperadores, têm como dever primeiro anunciar o Evangelho de Deus a todos os homens; (...) dispensar a graça do sumo-sacerdócio, especialmente na Eucaristia; e exercer, em nome de Cristo, o poder próprio, ordinário e imediato sobre suas Igrejas locais» (cf. CIC 888, 893-895).
Cristo - dizia o Papa na Tertio millennio adveniente - «como fermento divino, penetra cada vez mais profundamente no momento presente da vida da humanidade, comunicando a obra da salvação cumprida no Mistério pascal. Além disso, Ele abraça no seu domínio salvífico também todo o passado (...). A Ele pertence o futuro: "Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre" (Hb 13,8» (n.56). Por isso, nossa missão de Pastores, e a reflexão que nos é imposta, é continuar, sob a ação do Espírito Consolador, a obra que Cristo trouxe ao mundo para dar testemunho da verdade (cf. ib.).
2. Um olhar no passado
Estou certo de que todos concordarão comigo ser justo e salutar reverenciar primeiramente a memória das figuras do episcopado brasileiro e de todos os que se consagraram, de corpo e alma, à obra inicial da evangelização, garantindo o futuro cristão dessa terra.
Senhores! Há uma letras pontifícias que mereceriam ficar gravadas em ouro nos anais da história da Igreja no Brasil: é a Bula Super specula Militantis Ecclesiae, que instituiu o Episcopado no Brasil.
Quando, em 1550 esse ato do Papa Júlio III erigia a primeira sede episcopal, sufragânea da metrópole primaz de Funchal, famosa pela sua imensidade, que abarcava regiões dos continentes da África, Ásia e América, mal se lhe poderiam entrever então, através dos séculos, os maravilhosos efeitos.
Hoje, porém, contemplando esta distinta platéia, o valor desse documento se nos apresenta numa evidência meridiana e gloriosa. São realmente insondáveis os caminhos da Providência; desde aquelas primeiras letras apostólicas, quanto caminho foi percorrido! Em 1676 ficou constituída a Província Eclesiástica do Brasil, com a metrópole na Bahia. Em torno à Bahia, como sufragâneas, agruparam-se desde logo as dioceses do Rio de Janeiro, Pernambuco, Maranhão, e, no século seguinte, as do Grão-Pará, São Paulo e Mariana, com as Prelazias de Cuiabá e Goiás.
Apelo à vossa compreensão, se não cito os nomes desta imensa gama de Pastores que, a partir daí, assentaram as bases da fé em fiel e generosa união com a Sé de Pedro. Muitos deles defenderam-na com ardor na hora de fazer valer os direitos dos cristãos na chamada «questão religiosa». Alguns, no fim do século XIX, foram a Roma convocados por Leão XIII para participar do Concílio Plenário da América Latina, acontecimento de vital importância para o reforçamento da piedade cristã e da atividade pastoral nas suas dioceses.
A difusão do Evangelho prosseguiu nestas terras pela ação do Espírito Santo. Seus pastores pareciam a esses desbravadores que penetraram por este imenso território, plantando, sem se pouparem, a Boa Semente do Reino. Eles lembram aquela passagem de Carlos Drumond de Andrade: «quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo». No silêncio da fé de tantos heróicos bispos, sacerdotes diocesanos e religiosos, de religiosos e religiosas e uma inumerável cadeia de catequistas a semente da fé foi plantada, muitas vezes à custa da própria honra, do conforto do lar, na adversidade das privações e na penúria de meios, a ponto, quando necessário, de derramar o próprio sangue para a edificação da Igreja.
3. A situação atual
Pensem que no advento da República, não existia senão um Arcebispado no País, fundado havia mais de dois séculos. Hoje, assistimos o prodigioso efeito multiplicador das cifras: são 264 Circunscrições Eclesiásticas, para mais de 300 membros do Episcopado, entre Arcebispos e Bispos.
O tempo não pode cancelar a memória de tantos pastores originários daqui e muitos vindos do exterior, que se dedicaram exclusivamente a plantar as Sementes do Verbo. Como poderíamos esquecer e reconhecer o mérito de tantas congregações religiosas, que quiseram enviar a fina flor das suas vocações para formar e educar esse povo com tanto amor e dedicação? Podemos acaso esquecer-nos dos franciscanos, dos dominicanos, dos agostinianos, dos beneditinos, dos jesuítas, dos salesianos, dos lazaristas, dos combonianos, dos presbíteros "fidei donum"? Não cito a todos, já o sei, mas Deus conhece o trabalho escondido, silencioso e benemérito de cada um dos religiosos e das religiosas que, no passado e no presente, contribuíram para a edificação dessa alma cristã do brasileiro. Reconheça-mo-lo e demos graças a Deus, porque no silêncio e na entrega desinteressada a Cidade de Deus cresceu, e a árvore frondosa da Igreja deu os seus frutos de bem e de graça. Reconheça-mo-lo, também, mas não em último lugar, recordando todos os sacerdotes diocesanos, os capelães militares - com inclusive, religiosos - e seus Arcebispos do Ordinariato Militar, os Diáconos Permanentes, os catequistas, agentes da pastoral e esta imensa fileira de leigos e leigas que, no meio do seu afazer diário, se santificam, santificando sua Igreja. Gratias tibi Deus, gratias tibi !
4. A comunhão eclesial
Gratidão, enfim, pela fidelidade e amor para com o Sucessor de Pedro, que não tem outro objetivo senão o de confirmar os seus irmãos na fé. O Papa, quer diretamente quer através do seu Representante Pontifício, procura estar perto de todos vós, acolhendo vossas instâncias, de acordo com as normas estabelecidas; sugerindo, com o seu Magistério Ordinário, as diretrizes da evangelização; procurando, na medida das suas possibilidades, animar-vos no trabalho missionário; confortando-vos nas adversidades da empresa. De resto, a missão do Núncio Apostólico está destinada a prosseguir mantendo o fraterno relacionamento com a Presidência da CNBB, bem como com todo o episcopado nacional. Estou certo, inclusive, de que os Senhores saberão apoiá-lo sempre na sua ação imprescindível de reforçar os laços de amizade entre a Igreja e o Estado.
5. A mensagem de Porto Seguro
Os Senhores convirão comigo que «amor, com amor se paga» e que, graças a essa entrega total de tantos heróicos cristãos, devemos recolher sua experiência, para transmiti-la aos demais. Não é possível cancelar a memória destas gestas, é preciso fazê-las frutificar. Perto deste local, onde se reune a Assembléia da CNBB, nasceu, por Providência divina, a Igreja no Brasil. Penso que, ao lado do marco que assinala a descoberta do Brasil existe, na nossa imaginação, outro «marco», o do nosso compromisso de bispos, esculpido com a nossa cruz peitoral que devemos levar sempre, como um casal leva o próprio anel da fidelidade conjugal.
A cruz, não é uma cruz qualquer, mas a Cruz do nosso Salvador, a cruz do nosso compromisso de fiéis dispensadores da graça de Deus, que, no gesto de abençoar, santifica quem ou aquilo que é abençoado. É a cruz do nosso sacrifício abnegado pelo bem das almas, a cruz do nosso trabalho pastoral. Essa cruz é o maior testamento de bispos a ser deixado aqui como testemunha da própria fidelidade à Igreja e ao Papa.
6. Amor à Igreja
Nos jardins do Vaticano, o Papa Pio XI de v.m. (venerável memória) quis colocar uma estátua de Santa Teresa do Menino Jesus, Padroeira das Missões. O mesmo Papa dispôs que fossem gravadas, em francês, no sopé da mesma estátua, essas palavras, assim como a Santa carmelita as pronunciou: "J'aime l'Eglise ma mère", amo a Igreja, minha mãe.
Esta é a mensagem que nos é repetida também hoje, convidando nos a ver a Igreja como uma Mãe, cultivando por ela os mesmos sentimentos que um filho nutre por quem deu-lhe a vida e educou-o com amor.
Na verdade, a Igreja é nossa Mãe porque nos gerou à vida e porque não cessa de nos alimentar e acompanhar na estrada que nos conduz ao Reino do Pai. Por isso é que dizia S. Cipriano: «Não pode ter a Deus como Pai quem não tem a Igreja como Mãe» (De catholicae Ecclesiae unitate, 6; PL 4, 502).
A Igreja é nossa Mãe porque nos deu e continua dando-nos Jesus, nosso Salvador.
Henry Lubac escrevia no seu livro "Paradoxo e mistério da Igreja" (Milão, Jaca Book, 1997): "Em quais areias perder-se-ia, não a lembrança ou o nome, ma sua viva influência, a ação do seu Evangelho e a fé da sua Pessoa divina, sem a visível continuidade da sua Igreja? Se a primeira comunidade cristã, no fervor da sua fé e do seu amor, não tivesse constituído o ambiente apropriado para o Espírito que suscitou os evangelistas; se esta comunidade, de geração em geração, não se conservasse espiritualmente idêntica [...]; se não tivesse surgido, no momento oportuno, homens de Igreja, grandes doutores, chefes intrépidos e humildes testemunhas que conservassem inalterados os dogmas no seu rigor e na sua simplicidade [...]; se os grandes Concílios não tivessem fixado para sempre a ortodoxia cristológica [...], quê seria hoje Cristo para nós? Sem a Igreja, desaparece Cristo, esfacela-se ou, até mesmo, se perde" (pg. 7)
O Salmista contemplava Sião como a Mãe dos povos, a ponto que podia dizer legitimamente que todos alí nasceram.
«Gloriosa dicta sunt de te, civitas Dei!...
et de Sion dicetur: hic et ille natus est in ea» (Sal. 86 [87], 3-5)
Também hoje a Igreja é sempre Mãe. Não se abranda nela o poder de gerar novos filhos. Em vez de voltar-se sobre si própria, ela contempla o mundo de forma acolhedora e serena. E quando sua função materna faz-se não só imensa, mas impossível e desalentadora, tanto mais ela se apóia no seu Esposo (cf. ib. p. 9).
Às vezes acontece que o seus filhos podem esquecer-se e, inclusive, chegar a esbofetear a própria mãe. Mas ela continua a amá-los e a segui-los. Esta é sua grandeza.
7. Mãe de santos e de pecadores
Além disso, ao longo dos séculos, a Igreja tornou-se Mãe fecunda de filhos que alcançaram as cimas mais elevadas da santidade. Nós proclamamos, precisamente no Símbolo dos Apóstolos, nossa fé na "santa" Igreja Católica, que como Mãe fecunda, gerou e educou muitos filhos, inclusive, à meta da santidade heróica.
Os teólogos explicaram bem como a Igreja seja santa, mesmo estando composta por pecadores. O Catecismo da Igreja Católica sintetizou recentemente esta doutrina em poucas páginas, ilustrando o artigo 9 do Símbolo Apostólico, isto é «creio na Santa Igreja Católica» (nn. 823-829).
Sim, nós cremos que a Igreja é indefectivelmente santa. Unida a Cristo, ela é por Ele santificada e, através dEle, torna-se também santificante, alcançando cada um dos seus membros, para purificá-los e transformá-los.
O Papa Paulo VI, de venerável memória, dizia no seu "Credo do Povo de Deus": "A Igreja é santa, mesmo abrangendo em seu seio pecadores; em si mesma não tem outra vida senão a da graça e vivendo a sua vida é que seus membros se santificam. Subtraindo-se a esta vida, caem nos pecados e desordens que impedem a irradiação da santidade da Igreja. É por isso que ela sofre e faz penitência por essas faltas, das quais aliás tem o poder de curar os seus filhos pelo Sangue de Cristo e o dom do Espírito Santo" (n. 19).
De resto, este não é senão o ensinamento do Concílio Vaticano II que na Constituição "Lumen gentium" fala de uma Igreja "indefectivelmente santa" (n. 39), porém, "necessitada sempre de purificação" simul sancta et semper purificanda (n. 8).
8. O primado do amor
Diz o Profeta Isaías , «non est abbreviata manus Domini» (59,1), não se tornou mais curta a mão de Deus: Deus não é hoje menos poderoso do que em outras épocas, nem é menos verdadeiro seu amor pelos homens. Sua ação, através do Espírito Consolador, não é uma crença vaga da sua presença no mundo; é uma aceitação agradecida dos sinais e realidades que Ele quis vincular à sua força.
Cristo deu à sua Igreja a segurança da doutrina, cuidou que houvesse pessoas que orientassem com sua luz, que conduzissem e trouxessem constantemente à memória o caminho por Ele traçado. Dispomos de um tesouro infinito de ciência: a Palavra de Deus, guardada pela Igreja; a graça de Cristo, confiada a seus pastores, através da administração dos Sacramentos. E, como não recordar o testemunho e o exemplo dos que vivem retamente ao nosso lado, e que souberam construir com suas vidas um caminho de fidelidade a Deus?
Essa é a Igreja de Cristo, veneráveis Irmãos no Episcopado, que nos gerou e que agora nos acompanha, perdoando nossos pecados e animando-nos a uma vida nova, confiantes nAquele que «ressuscitou verdadeiramente» (Mt 28,6).
A esta Igreja, é inevitável demonstrar-lhe nosso amor e nossa veneração. É a atitude natural de filhos pela própria mãe. Aos seus pastores cabe um amor de predileção, uma dedicação sem limites, um serviço abnegado, sentido-se capazes de renunciar a qualquer interesse pessoal para viver com a mesma obediência com que Cristo padeceu do alto da Cruz.
Uma Igreja que ensina, uma Igreja que santifica e que conduz seus filhos na caridade ao amor do Pai, levando-os a amaram-se mutuamente, a se perdoarem e a se compreenderem, só pode ser amada e querida tal como a quis seu Fundador.
Amando a Igreja, certamente ama-se todos os seus membros, embora os pobres e os marginalizados necessitem da nossa mais completa solidariedade, porque sofrem por causa da justiça. Mas, amando a Igreja ama-se a todos aqueles que, de modo particular, asseguram a estrutura e a unidade do seu Corpo Místico e vela por todos indistintamente. Entre estes, está em primeiro lugar o Sucessor de Pedro: «o doce Cristo na terra» como dizia Santa Catarina de Sena. Amar o Papa, é amar seus ensinamentos e cumpri-los fielmente. Amar o Papa é desejar «sentir com a Igreja», aqui como em qualquer parte do mundo.
Soa provocante hoje a regra ditada por Santo Inácio de Loyola, nos seus exercícios espirituais: «Para não nos enganar em tudo, devemos ter sempre este critério: o que para mim é branco faço-o negro, se é a Igreja hierárquica quem o diz. De fato, nós cremos que aquele Espírito que governa e guia nossas almas para a salvação, está também em Cristo Nosso Senhor, o Esposo, e na Igreja sua Esposa (Exercícios Espirituais, Ed. ADP Roma 1991, n.365, pg. 313).- É o grande princípio do «sentire cum Ecclesia», ou também «sentire in Ecclesia», deixado pelo Fundador da Companhia de Jesus, numa hora difícil para a vida da Igreja.
9. Memória e perdão
Ao longo da sua história bimilenar, a Igreja, constituída por homens e mulheres pecadores, tem visto ofuscado, com freqüência, seu rosto pelas misérias dos seus filhos. É certo que ela é uma "Ecclesia semper reformanda"; mas esta reforma não se realiza senão com um profundo amor a Cristo e aos membros do seu Corpo Místico.
Dentro desta ótica espiritual, o Papa João Paulo II nos convidou, durante o Grande Jubileu do ano 2000, fazer um ato de humildade, ajoelhando-nos diante de Deus misericordioso e implorando perdão por todos os pecados passados e presentes de todos nós, filhos da Igreja. Por isso, o Santo Padre autorizou a publicação do conhecido Documento: «Memória e reconciliação: a Igreja e as culpas do passado», para que a «confessio peccati», apoiada na verdade da fé que liberta, seja para todos nós cristãos uma «confessio laudis» dirigida a Deus, deixandonos reconciliar por Ele e com Ele em Jesus, único Salvador do mundo.
A isto se referia Pio XII, na Encíclica Mystici Corporis, quando afirmava que «se na Igreja percebe-se algo que denota a fraqueza da nossa condição, não se deve atribuir à sua constituição jurídica, mas à lamentável tendência de cada membro ao mal, tendência que o divino Fundador permite suscitar até mesmo nos membros mais importantes do seu Corpo Místico, para que seja colocada à prova a virtude tanto das ovelhas como dos pastores e, em todos, se acumulem os méritos da fé cristã» (29 de Junho de 1943).
Em definitiva, este é o sentido primordial do ato realizado ontem na solene celebração eucarística dos 500 anos da Evangelização do Brasil, que também diz respeito a seus Pastores. Graças à sua providencial coincidência, o Jubileu faz-nos sentir próximos e solidários entre nós, assim como com nossos irmãos do passado, para que todos nos ajoelhemos diante do Deus de misericórdia, implorandolhe que nos purifique e nos renove.
Faço votos por que a 38a Assembléia Geral da CNBB possa recolher as expectativas e os anseios de toda a comunidade católica do Brasil, que vê neste ano jubilar um fervente apelo à «conversão e de renovamento pessoal» (TMA, 42), de todos e de cada um dos fiéis e, de modo particular, dos pastores deste imenso rebanho. Aquela purificação da memória, preconizada pelo Papa na Carta Apostólica Tertio millennio adveniente, requer «um ato de coragem e de humildade para reconhecer as faltas cometidas por quantos detiveram e detêm o nome de cristãos» (IM, 11). Faremos nossas estas palavras do Sucessor de Pedro, na medida em que soubermos incorporar com fé e caridade, as palavras que Sua Santidade quis confiar-me para ser transmitidas a todos. «Esta celebração - dizia o Santo Padre - é uma boa oportunidade não só para evocar a sua memória, mas também para servir de estímulo por um maior sentido religioso, uma fé mais sólida e propósitos mais decididos, à vista daqueles exemplos louváveis e edificantes de outrora».
Seja essa a graça que invocamos do Todo Poderoso, com a intercessão da Senhora Aparecida, à maior glória e louvor de Deus e para o bem da Igreja. Muito obrigado.
[00935-06.02] [Testo originale:portoghese]