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SAUDAÇÃO DO PAPA FRANCISCO
AOS MEMBROS DA ASSOCIAÇÃO "FAMÍLIA DA ESPERANÇA"    

Pátio de São Dâmaso
Sexta-feira, 29 de setembro de 2023

[Multimídia]

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Caros irmãos e irmãs, bom dia e bem-vindos!

Agradeço-lhes de coração por esta visita. Neste ano, vocês celebram com alegria e gratidão os 40 anos desde que receberam seu carisma específico, ou seja, a aventura de apresentar o Senhor Ressuscitado, origem e fim de nossa esperança, a quantos precisam d’Ele. E tão belo é esse carisma: o carisma da esperança! Vocês nunca devem abandonar essa sua vocação à esperança, a mais humilde das virtudes teologais, entretanto a mais quotidiana e a mais forte!

No Evangelho de Mateus, Jesus se apresenta a nós do seguinte modo: «eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me» (Mt 25, 35-36). Com essas palavras, o Senhor se identifica com nossos irmãos e irmãs mais pobres, mais necessitados e mais sofredores. Há quarenta anos, o carisma de vocês nasceu do pedido de ajuda de um jovem que queria se libertar da dependência das drogas: nele – e em todos os que vieram depois dele – vocês reconheceram a Cristo que lhes dizia: eu era escravo das drogas e vocês me acolheram, para me dar novamente esperança e me fazer entender que uma nova vida é possível. O chamado que Deus lhes faz, para trazer esperança àqueles que talvez não tenham mais sentido em suas vidas, é um chamado para amá-Lo incondicionalmente nas pessoas que estão em situações de vulnerabilidade social.

Um dos grandes problemas do mundo de hoje é a indiferença, a “sedução da indiferença”, como mencionei na Encíclica Fratelli tutti. Vocês, contudo, não ficaram indiferentes à dor que viram no rosto de tantos jovens, afligidos por grandes sofrimentos existenciais, especialmente no rosto daqueles cujas vidas estavam destruídas pelas drogas e outros vícios. Vocês se tornaram “próximos”, é mais, “irmãos” de tantas pessoas que recolheram pelas ruas e, como na parábola do Bom Samaritano, as acompanharam para tratá-las, curá-las e ajudá-las a recuperar a sua dignidade.

Vocês sabem muito bem que trazer esperança não significa apenas ajudar a superar vícios, a suplantar traumas, a encontrar seu lugar na família e na sociedade. Lembremos as palavras do Papa Bento XVI quando os visitou em Guaratinguetá em 2007: «A reinserção na sociedade constitui, sem dúvida, uma prova da eficácia da iniciativa de vocês. Mas o que mais chama atenção, e confirma a validade do trabalho, são as conversões, o reencontro com Deus e a participação ativa na vida da Igreja». O carisma de esperança, como um dom suscitado no meio de vocês pelo Espírito Santo, leva-os a cuidar das pessoas em sua integridade material e espiritual, corpo e alma.

Esse carisma foi confiado a todos vocês. Os fundadores foram instrumentos providenciais para que esse dom tomasse forma, se consolidasse, encontrasse o seu lugar na Igreja e alcançasse a tantas pessoas. Depois de 40 anos, na fidelidade à inspiração original, novas pessoas são chamadas a assumir a responsabilidade de preservar e fazer frutificar esse patrimônio espiritual que o Senhor lhes confiou. Não é preciso ter medo dessa nova fase. Vivam-na com humildade, com confiança e preservando a comunhão espiritual entre vocês. E o Senhor, que com vocês começou este caminho, permanecerá próximo de vocês e lhes conduzirá a bom termo.

Sou grato a Deus e a vocês pelo testemunho que dão nas diversas obras de sua associação, como as “Fazendas da Esperança”, espalhadas por todo o território brasileiro e, desde 1998, presentes também em outros países. Também reconheço com muita gratidão o trabalho que vocês realizam com padres, seminaristas, religiosos e religiosas, ajudando-os a superar os desafios e problemas psicológicos que afetam algumas pessoas consagradas a Deus. Continuem com esse belo trabalho, que é tão necessário para a Igreja!

Caros amigos, desejo-lhes todo o bem em sua jornada pelo caminho da esperança. Que a Virgem Maria os acompanhe. Abençoo de coração a grande Família e a missão de vocês. E peço-lhes que rezem por mim. Muito obrigado!



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