CONCLUSÃO DOS TRABALHOS DA XV ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
DO SÍNODO DOS BISPOS SOBRE O TEMA
"OS JOVENS, A FÉ E O DISCERNIMENTO VOCACIONAL
DISCURSO DO PAPA FRANCISCO
Sala do Sínodo
Sábado, 27 de outubro de 2018
Também eu devo dizer obrigado, a todos. Ao Cardeal Baldisseri, a D. Fabene, aos Presidentes delegados, ao Relator, aos Secretários especiais — eu disse que tinham “deixado a pele” no documento preparatório; agora, acho que nos deixam os ossos, porque perderam tudo! — obrigado aos Peritos: vimos como se passa de um texto mártir para uma comissão mártir, para aquela de redação, que fez isto com muito esforço e muita penitência. Obrigado! Obrigado a todos vós, aos Auditores e, entre os Auditores, especialmente aos jovens, que aqui na Sala nos trouxeram a sua música — “música” é a palavra diplomática para dizer barulho, mas é assim... Obrigado!
Duas coisinhas que me estão a peito. Primeira: afirmar mais uma vez que o Sínodo não é um Parlamento. É um espaço protegido para que o Espírito Santo possa agir. Por isso, as informações que se dão são gerais e não são as coisas mais particulares, os nomes, o modo de dizer as coisas, com que o Espírito Santo trabalha em nós. E este foi um espaço protegido. Não esqueçamos isto: foi o Espírito quem trabalhou aqui. Segunda coisa, como eu disse no início, o resultado do Sínodo não é um documento. Estamos cheios de documentos. Não sei se este documento terá algum efeito fora, não sei. Mas sei com certeza que ele deve tê-lo em nós, deve agir em nós. Nós fizemos o documento, a comissão; fomos nós que o estudamos e que o aprovamos. Agora, o Espírito oferece-nos o documento para que trabalhe no nosso coração. Somos nós os destinatários do documento, não as pessoas fora. Que este documente aja; e é preciso recitar orações com o documento, estudá-lo, pedir luz... O documento é principalmente para nós. Sim, ajudará muitas outras pessoas, mas nós somos os primeiros destinatários: foi o Espírito que realizou tudo isto, e volta para nós. Por favor, não podemos esquecer-nos disto!
E uma terceira coisa: penso na nossa Mãe, a Santa Mãe Igreja. Os últimos três números sobre a santidade [no documento] mostram no que consiste a Igreja: a nossa Mãe é Santa, mas nós, filhos, somos pecadores. Somos todos pecadores! Não nos esqueçamos daquela expressão dos Padres, a “casta meretrix”, a Igreja santa, a Mãe santa com filhos pecadores. E por causa dos nossos pecados, o grande Acusador aproveita-se sempre, como reza o primeiro capítulo de Job: dá voltas pela Terra procurando alguém para acusar. Neste momento está a acusar-nos fortemente, e esta acusação torna-se até perseguição; o Presidente de hoje [o Patriarca Sako] pode dizê-lo: o seu povo [a Igreja no Iraque] é perseguido, assim como o são muitos outros do Oriente ou de outras partes. E torna-se também outro tipo de perseguição: acusações contínuas para sujar a Igreja. Mas a Igreja não deve ser conspurcada; nós, filhos, somos todos sujos, mas a Mãe não. E por isso é o momento de defender a Mãe; e a Mãe é defendida contra o grande Acusador mediante a oração e a penitência. Por isso pedi, neste mês que termina daqui a poucos dias, que se recite o Terço, que se reze a São Miguel Arcanjo, que se ore a Nossa Senhora, a fim de que ampare sempre a Mãe Igreja. Continuemos a fazê-lo. Trata-se de um momento difícil, porque quando nos ataca a nós, o Acusador ataca a Mãe, mas na Mãe não se toca. Era isto que eu queria dizer de coração, no final do Sínodo.
E agora, o Espírito Santo oferece este documento a todos nós, inclusive a mim, para refletirmos sobre o que nos quer dizer. Muito obrigado a todos, obrigado a todos!
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