DISCURSO DO PAPA FRANCISCO
AOS MEMBROS DA SOCIEDADE DESPORTIVA LAZIO

Sala Paulo VI
Quinta-feira, 7 de Maio de 2015

Amigos da Sociedade desportiva Lazio, bom dia e bem-vindos!

Saúdo-vos cordialmente. Agradeço ao Presidente-Geral as amáveis expressões que me dirigiu em nome dos dirigentes, dos atletas, dos desportivos, dos simpatizantes e das respectivas famílias. Ao longo destes cento e quinze anos de existência, a vossa Sociedade polidesportiva envidou esforços em vista de manter vivos os ideais que caracterizaram as suas origens. Com efeito, em 1900, um grupo de jovens tomou a iniciativa de criar uma Sociedade desportiva que permanecesse acessível aos jovens do povo e que transmitisse os valores morais e éticos do desporto. Naquela época, o desporto organizado era uma prerrogativa das pessoas abastadas. A intenção daquele grupo fundador consistia em difundi-lo a todos os níveis e em todas as categorias sociais. Por isso, encorajo-vos a continuar a ser hospitaleiros e a valorizar os diversos talentos. E que a vossa Sociedade desportiva permaneça sempre uma casa aberta, onde se possa experimentar a fraternidade e a harmonia entre as pessoas, sem discriminações.

O vosso património moral e desportivo é simbolicamente expresso por um lema latino, tirado de Salústio: «Concordia parvae res crescunt, discordia maximae dilabuntur». Seria interessante pedir a um dos vossos jovens que o traduzisse... Mas é melhor não! Na realidade, não é difícil... O lema reza assim: «Na concórdia, até as pequenas coisas crescem; na discórdia, até as maiores desabam». É bonito! A vossa longa história confirmou esta antiga sentença: tendo nascido como pequena sociedade de corrida, ao longo dos anos a «Lazio» enriqueceu-se com diversas práticas associadas, subdividindo-se em numerosas actividades desportivas. Elas contam com a adesão de numerosos sócios, atletas e torcedores de todas as idades, unidos entre si pelo comum espírito olímpico e pelo desejo de solidariedade recíproca. E um mérito da Sociedade polidesportiva Lazio consiste em ter trabalhado para oferecer igual dignidade a todas as formas de desporto. Na Itália, assim como no meu país, a Argentina, corre-se o risco de falar sempre de futebol e de descuidar os demais desportos. No entanto, cada disciplina desportiva possui o seu próprio valor, não apenas físico ou social, mas também moral, enquanto oferece às pessoas, de maneira especial aos adolescentes e aos jovens, a possibilidade de crescer no equilíbrio, no autocontrole, no sacrifício e na lealdade em relação aos outros. E desejo pôr em evidência precisamente esta última: a lealdade! Lealdade aos outros! Aumenta um pouco em toda a parte o hábito da traição: «Isto não me convém, deixo-o de lado». Lealdade! O desporto fá-la crescer em grande medida.

A Bíblia ensina-nos que a pessoa humana é um todo, espírito e corpo. Por este motivo, encorajo-vos a cultivar sempre, juntamente com as práticas desportivas também a nível de competição, inclusive as dimensões religiosa e espiritual. Às vezes acontece que um jovem, uma jovem, para se dedicar aos treinamentos e às competições, deixe de ir à Missa, à catequese... Mas este não é um bom sinal! Quer dizer que se perdeu a escala de valores. Do mesmo modo, não se pode descuidar o estudo, as amizades, o serviço aos pobres. Estas realidades não podem ser descuidadas para fazer apenas uma coisa. Não! Tudo junto... Graças a Deus dispomos de bons exemplos de homens e de mulheres do desporto, e até de grandes campeões, que nunca deixaram de viver a fé e o serviço ao próximo. Na realidade, o verdadeiro desporto favorece a construção de um mundo mais fraternal e solidário, contribuindo para a superação de situações de injustiça e de dificuldades humanas e sociais.

Enquanto me congratulo com a vossa Sociedade desportiva pela sua prolongada e profícua actividade, exorto-vos a prosseguir por este caminho ao serviço da agregação dos jovens e das famílias. Invoco a salvaguarda maternal de Maria sobre vós e os vossos entes queridos, enquanto vos abençoo carinhosamente.

Agora, peço ao Senhor que abençoe todos vós.

[Bênção]

Muito obrigado!