DISCURSO DO CARDEAL AGOSTINO CASAROLI NA SESSÃO DE ABERTURA DOS TRABALHOS DO PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A CULTURA 17 Janeiro de 1983 Senhores Cardeais Excelências Senhoras e Senhores No momento em que pela primeira vez se reúne o vosso Conselho, o Santo Padre deseja augurar-vos, por meu intermédio, as mais cordiais boas-vindas a Roma e manifestar-vos toda a esperança que a Santa Sé deposita nos vossos conselhos, nos vossos trabalhos e na vossa generosa colaboração.' A minha presença entre vós, esta manhã, é portanto um testemunho e um símbolo, porque está a significar visivelmente toda a importância que a Sé Apostólica atribui ao Pontifício Conselho para a Cultura. Ao criá-lo, vós o sabeis, o Santo Padre confiava-me, como Cardeal Secretário de Estado e segundo as suas palavras, "o encargo de presidir à organização deste Pontifício Conselho para a Cultura". E Sua Santidade acrescentava: "Este Conselho estará por vosso intermédio directamente ligado a mim, como um serviço novo e original, que a reflexão e a experiência permitirão estruturar pouco a pouco de modo adequado". Juntos devemos criar um instrumento novo e original na Igreja. É-me grato constatar também que o Conselho já está a trabalhar com entusiasmo e "alegria", como o Santo Padre mesmo assegurava durante a assembleia extraordinária dos Cardeais em Novembro passado. De modo particular apraz-me dizer-vos, desde o início da nossa colaboração, quanto a Santa Sé conta com a assistência de todas as personalidades aqui reunidas. Vós representais culturas, tradições, realidades intelectuais, científicas e artísticas que honram a experiência secular da Igreja e convosco faço votos por que outros colegas também qualificados possam logo unir-se a vós. Mediante as vossas pessoas, outros tantos sectores da cultura e universos geográficos e sócio-culturais estão aqui presentes e suscitam em mim respeito e viva admiração. Vós sereis, estou certo disto, intermediários altamente qualificados no amplo diálogo que o Concílio Vaticano II desejou promover entre a Igreja e as culturas do nosso tempo. A Igreja, desde o início, soube sempre mostrar-se activa e atenta no que se refere a todas as culturas. Mas hoje, mais do que nunca, num mundo em profunda e rápida transformação, ela deve procurar os caminhos de um novo diálogo para atingir as aspirações dos homens e dos povos. Também por isto agradeço-vos antecipadamente as pesquisas, os aprofundamentos e as orientações que puderdes oferecer para a encarnação do Evangelho no meio das culturas a fim de responder melhor às necessidades urgentes Igreja neste fim de século e de milénio. É um significado, histórico o que a nossa reunião desta manhã assume, promessa de uma frutuosa colaboração para a obra evangelizadora e cultural da Igreja, e é para mim uma honra e ao mesmo tempo uma grata responsabilidade tomar parte activa no desenvolvimento do Pontifício Conselho para a Cultura. Que o Senhor abençoe os trabalhos que estais iniciando. Peço-Lhe isto com insistência, assegurando-vos a minha mais completa dedicação e "toda a minha disponibilidade. |