Documento informativo O PERÍODO PROPEDÊUTICO
INTRODUÇÃO Perante a necessidade, reconhecida e afirmada por todos, de um período especial destinado a suprir as lacunas de ordem espiritual, cultural e humana, muitas vezes presentes nos jovens quando entram no seminário maior, os Padres do Sínodo dos Bispos de 1990 acharam ser conveniente que a Congregação para a Educação Católica recolhesse informações acerca das diferentes experiências realizadas sobre o assunto nas várias Igrejas, para oferecer aos responsáveis da formação um material útil com que se possam confrontar e do qual possam tirar inspiração. O pedido expresso pelo Sínodo foi plenamente recebido pelo Santo Padre que, no n. 62da Exortação apostólica pós-sinodal Pastores dabo vobis, convidou a Congregação para a Educação Católica a recolher « todas as informações sobre as experiências feitas ou que se estão a fazer » [1] acerca do período propedêutico e a comunicá-las depois às Conferências Episcopais. Sendo a praxe existente nos diferentes países muito diferenciada, a Exortação, no mesmo número 62,sugeria ser necessário limitar-se só a uma fase de estudo e de experimentação, para poder definir de maneira mais conveniente e significativa os diversos elementos de tal período, que aliás deve ser coordenado com os anos sucessivos da formação no seminário. A fim de executar o mandato recebido do Santo Padre, a Congregação para a Educação Católica, a 15 de Maio de 1992,enviou uma Carta circular às Representações Pontifícias, pedindo-lhes para se interessarem pelo problema e para comprometer na recolha dos dados as respectivas Conferências Episcopais. Estas aderiram ao pedido e encarregaram-se de transmitir à Congregação a documentação recolhida. Tal documentação, completada com as informações colhidas na leitura das Rationes institutionis sacerdotalis nacionais, nos relatórios das Visitas Apostólicas e noutras fontes, constitui uma base suficiente para ter uma ideia bastante precisa de quanto se fez até agora e se está a fazer nas várias Igrejas particulares para assegurar uma preparação adequada ao ingresso dos aspirantes no seminário maior [2] . A Congregação para a Educação Católica, tendo em conta todo o material recolhido, e bem assim as informações oferecidas pelos Ex.mos Bispos durante as Visitas ad limina, preparou este documento informativo, que agora tem o prazer de colocar à disposição dos Bispos e dos educadores. Os dados recolhidos dão a impressão duma grande fluidez, manifestando características e típicas exigências determinadas pelas situações locais: pela estrutura e organização de todo o sistema educativo e pelas suas respectivas tradições, pela existência ou não do seminário menor e pela sua eficiência, pela presença de seminários especiais para as vocações adultas, pela organização da pastoral vocacional, pelo número e qualidade das vocações e pela disponibilidade de formadores e de meios financeiros. Assim, em certos países dotados de boas estruturas escolares a nível secundário (seminários menores, escolas católicas e civis), pensou-se em poder suprir eventuais lacunas dos aspirantes, especialmente na preparação humana e espiritual, durante o primeiro ano de seminário, com um curso introdutivo ao mistério de Cristo e à história da salvação [3] . Ao contrário, noutros países, foi-se afirmando pouco a pouco, já desde os primeiros anos do pós-Concilio, a ideia de períodos especiais, prévios ao sexénio filosófico-teológico, chamados mais tarde propedêuticos. Não são raros os casos em que a preparação prévia dos aspirantes foi geralmente confiada aos organismos encarregados da pastoral vocacional. É precisamente esta a tipologia que servirá como ponto de referência para ordenar e classificar em modo analítico os dados recolhidos e para tirar algumas conclusões orientadoras.
I. O CURSO INTRODUTIVO PREVISTO PELO DECRETO Várias iniciativas registradas pelo inquérito, tendo em vista uma melhor realização do trabalho de formação nos seminários maiores, têm o nome de curso introdutivo, com referência explícita ou implícita ao n. 14 do decreto Optatam totius. Dado que as finalidades deste curso, estabelecidas no referido parágrafo, variam desde o âmbito doutrinal ao espiritual e vocacional, logo começaram, na sua aplicação concreta, a apresentar-se delineamentos de vários tipos e com tonalidades diversas. Impuseram-se a este respeito duas tendências: uma que tende a acentuar o papel que o curso introdutivo deve ocupar no quadro das disciplinas filosóficas e teológicas e a valorizar os seus reflexos espirituais; outra orientada, de preferência, a abrir o curso às exigências específicas dos aspirantes provenientes das profissões civis, das escolas de tipo técnico e de ambientes pouco religiosos. Houve assim, já desde os primeiros tempos pós-conciliares, cursos introdutivos mais exigentes do ponto de vista académico e outros mais atentos às necessidades de recuperação de várias dimensões formativas e portanto mais próximos dos que agora são chamados períodos propedêuticos. A uma e outra destas tendências é comum o facto de os cursos introdutivos serem considerados parte integrante do sexénio filosófico-teológico. Na Alemanha, o curso introdutivo, chamado Grundkurs (Curso fundamental), tem um lugar bem definido nos programas das faculdades e das escolas teológicas. Ele é regularmente realizado durante o primeiro ou nos primeiros dois semestres do sexénio, segundo as prescrições do decreto Optatam totius, porém sempre com uma certa liberdade em relação à sua organização concreta. O curso é obrigatório para todos os aspirantes, mas não é classificado nos exames. Para a sua realização, a Ratio alemã [4] recomenda que se prevejam lições, colóquios e contactos pessoais com os professores e insiste em que se cuide da ligação entre os estudos e a vida espiritual. Em algumas dioceses [5] foram inseridas no primeiro semestre outras matérias como por exemplo o latim e o grego. Quanto ao período propedêutico, como é entendido no n. 62 da Pastores dabo vobis, na resposta recebida da Conferência Episcopal, afirma-se que não se sente a necessidade dele. Tem-se a convicção de que um ano propedêutico semelhante a uma espécie de noviciado não é capaz de resolver os problemas de caracter vocacional, humano e afectivo dos aspirantes. Ao contrário, considera-se que para superar tais dificuldades, sejam necessários tempos mais longos e interrupções da vida de seminário a meio ou cerca da conclusão do caminho formativo. Para a preparação imediata dos jovens para a entrada no seminário recorre-se aos vários serviços da pastoral vocacional, aos grupos juvenis, à chamada segunda via formativa [6] e sobretudo às semanas prévias de convivência que servem para iniciar os novos aspirantes na vida de seminário. Segundo a visita apostólica, concluída em 1995, vê-se que em quase todos os seminários tal período de iniciação se prolonga por algumas semanas e, para além da temática relativa ao aspecto espiritual, humano, intelectual e pastoral da formação, compreende também o estudo das línguas. Justifica-se tal experiência dizendo que, sem a ilusão de chegar a uma plena estabilidade da vocação, deste modo se obtém todavia uma maior sensibilização para o problema. Esta razão levou ultimamente os responsáveis da formação a concluir que a fase propedêutica deveria ser tomada a sério e ser eventualmente desenvolvida. Na Áustria é seguido um sistema semelhante ao da Alemanha, no qual não há grande entusiasmo pelo período propedêutico entendido como uma espécie de noviciado.[7] Assinala-se que para a preparação das vocações adultas ao nível do liceu presta óptimos serviços o seminário interdiocesano Canisiusheim de Horn (na diocese de Sankt Pölten). Para um eventual aperfeiçoamento da preparação espiritual e humana dos candidatos provenientes das escolas estatais tomam-se iniciativas no quadro da pastoral vocacional ou nos próprios seminários maiores durante os primeiros semestres. As Dioceses suíças que enviam os seus alunos às faculdades teológicas de Fribourg e de Luzern (dioc. de Basel) têm preferência para o curso introdutivo, em conformidade com os respectivos regulamentos académicos. Em Luzern, foram inseridas em tais cursos algumas matérias teológicas (liturgia, dogmática, teologia pastoral) para reforçar o seu aspecto espiritual e doutrinal. A entrada dos aspirantes no seminário é precedida, além disso, dum breve período,[8] destinado à apresentação, a tomar contacto pessoal e à reflexão espiritual sobre as exigências do sacerdócio e da vida comunitária. As outras dioceses, como se verá, são orientadas em sentido diverso. No seu conjunto, os institutos de formação sacerdotal em França seguiram, em general, as linhas apontadas pela Ratio nacional de 1983,[9] que prescrevia o curso introdutivo segundo o decreto Optatam totius, mas ao mesmo tempo recomendava que os dois primeiros anos do sexénio filosófico-teológico fossem caracterizados por uma « perspectiva de iniciação ».[10] A nova Ratio, aprovada recentemente, por sua vez, distingue claramente entre a Introdução ao mistério de Cristo e à história da salvação, que faz parte do 1° Ciclo, e o Período preparatório confiado ao Serviço das vocações. Além disso, considera-se auspiciável um Ano propedêutico, a nível diocesano ou inter-diocesano, para o qual foram formuladas algumas linhas gerais de orientação. No respeitante aos requisitos de admissão, os candidatos devem manifestar o desejo de serem sacerdotes e de receberem, do serviço das vocações, uma preparação espiritual e catequética, que deve ser considerada como pressuposto para um discernimento, vocacional preliminar. No que diz respeito aos objectivos formativos, insiste-se na dimensão espiritual, no acabamento da formação humana, no contactos com as dioceses de cada um, e num certo grau de afastamento das formas e dos meios de vida habituais, para que a decisão de ingressar no seminário seja tomada livre e pessoalmente [11] Na Irlanda, a Ratio nacional [12] prescreve, juntamente com o curso introdutivo ao mistério de Cristo e à história da salvação, uma espécie de tirocínio espiritual, recomendado pela Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis,[13] para elevar desde o início o tom espiritual da formação. O dito tirocínio é dedicado à oração e à reflexão sobre a natureza do sacerdócio e sobre as exigências da vocação sacerdotal, com o fim de colocar uma base sólida para as etapas ulteriores da formação. Os seminários maiores e as faculdades teológicas da Itália não parecem separar-se muito da linha seguida pelos outros países europeus. Diminuída em várias regiões a contribuição à preparação prévia dos seminários menores e dos seminários para as vocações adultas, uma boa parte das relativas tarefas é atribuída aos primeiros semestres dos estudos filosóficos. A Ratio nacional,[14] enriquecida com o Programa de estudos [15] apresenta orientações úteis bastante detalhadas para a organização do curso introdutivo. Tal sistema, ainda que completado aqui e além com outras iniciativas (grupos juvenis de espiritualidade, movimentos eclesiais, jornadas de seminário aberto, etc.), desde há tempos que demonstra as suas carências, tanto que algumas dioceses já se decidiram a organizar períodos propedêuticos. Na Polónia, se se prescindir da organização de Wroclaw, que estabeleceu um curso propedêutico em 1990, a preparação próxima para o ingresso no seminário maior é feita no âmbito dos seminários menores, dos círculos juvenis das comunidades paroquiais e da pastoral vocacional, para ser mais aprofundada nos primeiros semestres do sexénio filosófico-teológico, com o curso introdutivo e várias intervenções pedagógicas ocasionais. Muitas dioceses porém pensam em instituir um período propedêutico de caracter espiritual. Numa situação análoga se encontram os seminários da Eslováquia, onde os vários objectivos e matérias relativas à recuperação dos valores religiosos, humanos e culturais, proibidos nos tempos do regime comunista, se concentram nos primeiros semestres do currículo filosófico-teológico. Dão-se instruções em matérias como o catecismo, a liturgia, a oração, a história, as línguas clássicas e modernas e outros temas de cultura geral. Na América Latina, no campo dos cursos introdutivos, registrou-se uma longa história, com uma certa variedade de realizações. Com o termo Curso Introductorio denominam-se às vezes também períodos prévios ao seminário maior os quais, por si, deveriam chamar-se cursos propedêuticos. No México, imediatamente logo a seguir ao Concilio começaram a organizar-se cursos introdutivos, inspirados no n. 14 do decreto Optatam totius, mas diversificados segundo as exigências ou as possibilidades das circunstâncias concretas. A duração variava dum mês a um ano até 1988, quando a Ratio studiorum nacional [16] prescreveu que esta não devia ser inferior a seis meses. Na nova edição da Ratio,[17] de publicação recente, recomenda-se que tal duração se estenda a um ano. De facto, a situação é ainda muito diversificada, quer quanto ao conteúdo quer quanto à organização: há cursos introdutivos com uma sede própria e outros que têm lugar no edifício do seminário maior; cursos com sacerdotes a eles dedicados a tempo inteiro ou ocupados contemporaneamente com outros encargos; cursos que funcionam a nível regional e outros a nível diocesano. A Ratio de 1996 e o relativo Plano de estudios propõem orientações que quereriam tornar a praxe menos diversificada. Com efeito, a nova Ratio estabelece objectivos comuns para todas as principais áreas formativas, sublinha com mais clareza a identidade do Curso Introductorio, insiste sobre a necessidade de privilegiar o aspecto espiritual da formação e de ter um cuidado especial com o nível académico. Sobre este último, ela recomenda que se ponha à disposição dos aspirantes uma maior variedade de meios para conseguir uma mais fácil recuperação no campo cultural. Como no México, assim também na Colômbia, os cursos introdutivos começaram a ser dados logo nos primeiros anos pós-conciliares, e receberam um grande impulso sobre tudo depois da publicação da Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis em 1970. Hoje, o Curso Introductorio existe em todos os seminários maiores do clero diocesano e em todas as casas de formação dos Institutos de vida consagrada e das Sociedades de vida apostólica. Dado que na maioria dos casos este curso coincide com o primeiro ano do currículo filosófico, nos últimos anos começou-se a denominá-lo primeiro Año Introductorio e depois Año Propedéutico ou simplesmente Propedéutico. Como é referido pela Conferência Episcopal, ele tem como finalidade « iniciar os jovens em todos os aspectos fundamentais da formação ao presbiterado; levar a um nível suficiente e homogéneo a sua preparação humana, cultural e religiosa; ajudá-los a aprofundar o discernimento vocacional, para que possam assumir as exigências da formação sacerdotal e da vida no seminário maior ».[18] Graças às frequentes consultas colegiais dos responsáveis da formação, foi possível definir os seguintes critérios comuns: os aspirantes podem ser admitidos só depois dum período de acompanhamento vocacional sério; o curso co-meça com um período (de alguns dias ou de uma semana) dedicado ao conhecimento do seminário, à integração com os membros da comunidade e a momentos fortes de iniciação espiritual; a duração do curso deve prolongar-se por um ano escolar; é oportuno ter uma certa comunicação com o seminário maior para ter úteis ocasiões de encontro e de conhecimento; toda a equipa educativa do seminário maior é responsável pelo ano introdutivo, embora se encarregue um sacerdote como director mais imediato; a maturidade humano-afectiva dos jovens é cuidada com a ajuda dum director espiritual e dum psicólogo; a vida comunitária deve ser marcada por espírito de família e de fraternidade; o nível dos estudos a conseguir é o do bacharelado clássico-humanístico; em relação à formação pastoral, os aspirantes devem conhecer durante o primeiro semestre as principais áreas de apostolado em que estão os seminaristas do seminário maior, ao passo que no segundo semestre são chamados a assumir alguns trabalhos apostólicos juntamente com os seminaristas dos cursos superiores. A Ratio nacional da Venezuela [19] prescreve para os seminários maiores um Curso de Iniciación, a realizar durante o primeiro ano do currículo filosófico-teológico. Trata-se, portanto, dum curso introdutivo no sentido do decreto Optatam totius, que porém em vários casos serve como período propedêutico ao ingresso no seminário maior. Depois da visita apostólica realizada em 1990, os Bispos resolveram instituir o curso introdutivo por causa da insuficiente preparação espiritual, intelectual e humana dos jovens. Ao mesmo tempo, muitas dioceses, sobretudo as do interior do país, confiam muito na preparação garantida pelo seminário menor. A Conferência Episcopal da Guatemala completou recentemente a Ratio nacional [20] com uma Ratio studiorum que é muito pormenorizada e prevê um curso regular introdutivo no início dos estudos filosóficos, com o objectivo de « adquirir uma visão introdutiva e ao mesmo tempo sistemática dos elementos de reflexão e de doutrina..., ajudando a tornar homogénea a preparação imediata para os estudos filosófico-teológicos e oferecendo uma visão sintética dos aspectos fundamentais conexos com a experiência da vocação sacerdotal ».[21] A preparação prévia é assumida portanto pelos seminários menores existentes na maior parte das dioceses. Com efeito, eles continuam a desenvolver um papel importante na pastoral das vocações, permitindo ir ao encontro das exigências particulares das várias culturas locais autóctones, que têm necessidade de sacerdotes próprios. Em geral, o sector da preparação prévia para o seminário maior apresenta-se nos países acima referidos bastante variado e susceptível dum ulterior desenvolvimento. A fórmula do curso introdutivo não nem única nem unívoca e coexiste com outras iniciativas, que pouco pouco nascem sob a pressão das novas circunstâncias pastorais e sociais.
II. TIPOLOGIA DO PERÍODO PROPEDÊUTICO O que distingue o período propedêutico do curso introdutivo ou do tirocínio espiritual, previstos respectivamente nos números 14 e 12 do decreto Optatam totius, é a finalidade e sobretudo o seu caracter prévio para o seminário maior. Esta etapa formativa foi desejada pela primeira vez oficialmente pela Congregação para a Educação Católica em 1980, com a Carta circular sobre alguns aspectos mais urgentes da formação espiritual nos seminários. A finalidade declarada deste « período de propedêutica » era a de garantir a quem entrava no seminário uma profunda iniciação espiritual. Na parte conclusiva da carta lê-se: « A experiência demonstra que um período de preparação para o seminário, consagrado exclusivamente à formação espiritual, não somente não é supérfluo, mas pode trazer resultados verdadeiramente surpreendentes... Esta preparação teria a vantagem de ser realizada fora do próprio seminário, prolongando-se por um certo período de tempo. Obter-se-ia assim, desde o início, o que se procura dificilmente adquirir durante os anos de seminário quando o trabalho intelectual, que ocupa a maior parte do tempo, não permite a oportunidade e a liberdade de espírito necessária para uma verdadeira iniciação espiritual ».[22] Uma solicitude análoga àquela em favor da vida espiritual se advertiu pouco a pouco em relação a outros aspectos fundamentais da formação, que aqui e além apresentavam não poucos problemas. Por consequência, começou-se a prestar grande atenção à fase preparatória para o seminário maior, como foi documentado pelo inquérito realizado nos anos oitenta pela Organización de los Seminaríos Latinoamericanos (OSLAM),[23] ou como se pode deduzir das várias investigações e avaliações realizadas no plano nacional pelas Comissões Episcopais para a formação sacerdotal de diversos países.[24] O curso introdutivo deu assim, gradualmente o lugar a vários tipos de experiências propedêuticas, cuja nomenclatura diversificada [25] é um sinal da grande variedade das fórmulas adoptadas. Todas estas fórmulas podem reconduzir-se a três tipos fundamentais: os períodos propedêuticos autónomos, os períodos propedêuticos integrados no seminário maior ou menor, os períodos propedêuticos ligados à pastoral vocacional. 1. Períodos propedêuticos autónomos O tipo de experiências propedêuticas autónomas encontrou interessantes realizações nalguns países de missão, também graças ao encorajamento da Congregação para a Evangelização dos Povos que, numa Circular de 1987, escrevia: « Tendo em conta a experiência das várias Igrejas, são calorosamente encorajadas a valorização ou a instituição do ano propedêutico, distinto do curso filosófico, entendido como um período prolongado de discernimento vocacional, de maturação na vida espiritual e comunitária e também de eventual recuperação da preparação cultural em vista da filosofia e da teologia » [26] . A Conferência Episcopal Interterritorial de Gâmbia, Libéria e Serra Leoa instituiu em 1976 um ano espiritual, denominado St. Kizito's Spiritual Year, tendo como principais objectivos: completar os escassos conhecimentos das verdades de fé, suprir a falta de prática religiosa nos aspirantes provenientes de famílias irregulares, remediar as lacunas presentes na educação escolar e familiar, sobretudo dos aspirantes cujos pais não são católicos e sofrem a influência muçulmana. O programa do ano acentua a formação espiritual e humana, convencidos de que a sua organização se deva avizinhar do noviciado dos religiosos. Na Ratio nacional de Angola e São Tomé é dedicado um capítulo ao Seminário Propedêutico, definido como « um lugar para o acolhimento, o discernimento e o acompanhamento vocacional » [27] . Ele hospeda alunos de idade entre os 14 e 20 anos, provenientes ou dos seminários menores ou directamente das famílias. O Seminário Propedêutico procura remediar a imaturidade humana, religiosa, espiritual e intelectual dos jovens, profundamente marcados pelas condições adversas e de instabilidade em que se encontra a sociedade angolana hoje. Trata-se duma instituição autónoma, com uma equipa educativa própria. O curso, que é de duração não inferior a dois anos, prepara para o biénio filosófico. No caso porém em que um aluno, no final da experiência, não tenha conseguido a maturidade vocacional plena, não passa ao seminário maior, mas vai para um outro ambiente para um período de estágio. Na Nigéria, cada aspirante proveniente do seminário menor ou das escolas estatais deve fazer um ano espiritual antes de poder ser admitido ao seminário maior. Na província eclesiástica de Onitsha, quase todas as dioceses têm um ano espiritual, separado quer do seminário menor quer do maior. Os alunos provenientes do menor, antes de serem admitidos devem fazer um ano de prova numa paróquia (Probation/Apostolic Year). Os provenientes das escolas do estado, devem passar um ano no seminário menor. Na província eclesiástica de Lagos, depois da conclusão do ano espiritual, cada aluno deve passar por três meses de aprendizagem junto dum sacerdote da sua diocese antes de ser admitido no seminário maior. Durante o ano espiritual, os aspirantes recebem uma introdução à oração, à Sagrada Escritura, à liturgia e uma primeira apresentação da doutrina sobre o sacerdócio e sobre a Igreja. Ensina-se o inglês e assegura-se a assistência psicológica. Na África do Sul, os estudos filosóficos são precedidos por um ano chamado Orientation Stage, necessário para suprir a falta de formação religiosa e o escasso conhecimento do inglês. O stage tem lugar numa sede distinta do seminário maior, e nele se ensina o catecismo, a espiritualidade, a liturgia, a Sagrada Escritura e o inglês. Sente-se a necessidade de insistir mais na formação espiritual e moral que nas matérias de caracter cultural. Os alunos têm necessidade de assistência psicológica para resolver problemas raciais, tribais, políticos e culturais. No Ruanda, em 1980, foi criado em Rutongo um ano propedêutico autónomo com uma sede distinta do seminário filosófico e teológico e com uma equipa de educadores própria. O seu objectivo primário é de caracter espiritual e é completado com uma série de elementos culturais O instituto acolhe aspirantes provenientes dos seminários menores e do: vários colégios do país. Para poderem ser admitidos, eles devem ter concluído com sucesso os seis anos de escola secundária, exigidos para c acesso aos estudos superiores. Existe um regulamento muito elaborado para a vida comunitária e para todos os aspectos da formação. Em 1992 entrou em vigor uma nova ratio studiorum [28] para coordenar melhor o período propedêutico com os cursos filosóficos e teológicos. O capítulo dedicado à formação espiritual prescreve o estudo da Bíblia, a iniciação à espiritualidade, a introdução à liturgia e ao mistério cristão; o capítulo sobre a formação geral compreende matérias como a metodologia, introdução à filosofia, relação fé e ciência, cultura greco-romana, línguas. No Chade, onde os aspirantes provêm muitas vezes de famílias não cristãs e portanto sem uma suficiente educação religiosa, o período de preparação imediata para o seminário maior dura dois anos. O 1° ano, chamado Candidatura, é dedicado a completar os estudos secundários, ao discernimento vocacional, à doutrina cristã, à oração e à introdução à praxe litúrgica e sacramental. Os jovens devem também participar na vida paroquial como catequistas e animadores de grupos, manter relações regulares com o Bispo, com um sacerdote, e, no fim, fazer um retiro espiritual de oito dias, chamado Escolha de vida. O ano da candidatura constitui o ano conclusivo dum período preparatório passado no seio dos grupos vocacionais, dependentes do serviço diocesano das vocações. O 2° ano, denominado Ano Propedêutico, coincide com o 1° ano de filosofia e é realizado no seminário maior, com um ritmo especial de vida, distinto do resto da comunidade. A formação espiritual compreende a oração comunitária e pessoal, a recitação da liturgia das horas, a missa quotidiana com homilia, duas conferências espirituais por semana e a direcção espiritual. Como matérias de estudo prevê-se a espiritualidade, a liturgia, o mistério cristão (comentário ao Credo), a leitura contínua da Bíblia, a introdução bíblica, cursos de expressão escrita e oral, a iniciação à filosofia. As dioceses do Zimbabue dispõem dum Curso de formação pre-seminarística (Pre-Seminary Formation Course), situado num edifício distinto do seminário. Dura dois meses e compreende cursos maiores, de carácter sobretudo teológico (Sagrada Escritura, revelação, cristologia, temas de mariologia, de pneumatologia, de eclesiologia, de teologia sacramental e moral, de espiritualidade e psicologia) e cursos menores, por sua vez orientados para a prática e para a vida espiritual (catequética, praxe pastoral, história eclesiástica local, música sacra, liturgia, inculturação...). Depois do primeiro semestre, os aspirantes fazem um retiro espiritual de 30 dias e depois regressam às suas dioceses para um mês de experiência pastoral. Depois do segundo semestre, entram no primeiro ano de filosofia no seminário maior. Nas Ilhas Filipinas, os jovens não provenientes do seminário menor devem passar, na maioria dos casos, pelo chamado Pre-College Seminary, chamado em alguns casos também Institute of Formation. Trata-se dum período suplementar com a duração dum ano (às vezes ainda menos), o qual é organizado como uma instituição autónoma dotada de direcção e de professores próprios. Os seus objectivos são: a aquisição do habitus da oração, a iniciação à doutrina cristã, a formação à vida comunitária, à disciplina e ao trabalho intelectual. Promovem-se contactos frequentes com o director espiritual e com os outros formadores, para promover a maturidade humana e o discernimento vocacional dos aspirantes. Dá-se muita importância ao estudo do espanhol, do latim, do inglês, do catecismo, da espiritualidade. As experiências pastorais estão reduzidas ao mínimo para salvaguardar o carácter espiritual do curso. No Sri Lanka, há dois seminários pré-filosóficos (Pre-Philosofate Seminary), os quais realizam a formação propedêutica num ano. Eles inspiram-se no exemplo da Casa de Nazaré, onde Jesus se preparava para a vida pública. Os principais objectivos formativos são: a atenção à formação humana, a iniciação à vida espiritual, o discernimento vocacional, a aquisição do espírito sacerdotal a exemplo do Beato José Vaz. O programa inclui além disso algumas disciplinas práticas como o estudo do inglês, os meios da comunicação social e a música. Na Tailândia, já desde há 20 anos que existe o Seminário Nacional Intermédio-Propedêutico (Intermediate / Propaedeutic Seminary), que serve como uma espécie de ano de noviciado para a iniciação à vida do seminário maior. No programa formativo sublinha-se a vida espiritual e comunitária e o estudo dalgumas disciplinas preliminares aos estudos eclesiásticos, como o catecismo, a Sagrada Escritura, a espiritualidade, os documentos da Igreja, alguns elementos de filosofia, o inglês. Realizam-se algumas actividades pastorais de caracter caritativo. Em Taiwan, sob o influxo da Pastores dabo vobis, foi instituído um Ano Espiritual (Spiritual Year). Provisoriamente tem lugar na sede do seminário maior de Tainan, na falta duma sede mais apta. O programa de formação prevê vários exercícios de piedade, a iniciação à vida comunitária, a promoção do espírito de colaboração, obras de caridade, o trabalho manual. Dá-se muita importância ao discernimento vocacional, dedicando uma particular atenção às vocações provenientes das escolas de tipo técnico-professional e de famílias pouco praticantes e em geral aos aspirantes que não fizeram a experiência do seminário menor. No Médio Oriente registram-se duas experiências de propedêutica no Líbano. No Seminário Maior Patriarcal dos greco-melquitas em Raboué foi introduzido um ano suplementar de iniciação (L'année supplémentaire d'initiation) com um programa cultural e espiritual para os numerosos aspirantes provenientes doutros países da zona sem um conhecimento adequado do francês e de outras línguas necessárias para realizar os estudos. Em especial, é proposto aos jovens um itinerário de introdução à oração e à vida sacramental e litúrgica juntamente com a instrução sobre as virtudes que se requerem para o seminário e o ministério sacerdotal. Também o Seminário Maior Patriarcal maronita de Ghazir vê-se na necessidade de afrontar dificuldades análogas. A quebra geral da tensão espiritual e cultural nos jovens, devida às novas transformações políticas e sociais que tiveram lugar no país, tornou necessária a organização dum ano preparatório especial (L'année préparatoire) que é obrigatório para todos os novos alunos, inclusive os que trazem o diploma da maturidade. Entre as finalidades perseguidas, figura, para além do discernimento vocacional, o aprofundamento da formação religiosa e espiritual sob a forma duma grande catequese que assegure os pressupostos necessários para os estudos filosóficos e teológicos. O programa para a vida espiritual e para os estudos é rico e empenhativo. No conjunto são previstas 27 horas semanais de aulas para as seguintes disciplinas: introdução à espiritualidade, introdução à Sagrada Escritura, grande catequese, língua litúrgica (siríaca), francês, árabe, técnica de expressão, metodologia, cântico litúrgico, solfejo. Na América Latina, a arquidiocese de Buenos Aires instituiu desde 1968 o Instituto Vocacional de San José, concebido como um verdadeiro e próprio seminário propedêutico. A sua finalidade consiste não tanto em suprir as deficiências da formação do seminário menor, mas sobretudo « em dispôr os candidatos provenientes dos diversos ambientes pastorais da diocese para uma vida nova, que exige uma ruptura radical com o passado e uma inserção num ambiente reservado, exclusivo e exigente, no qual os jovens possam experimentar durante todo um ano escolar um clima de graça com um apropriado acompanhamento personalizado a nível espiritual e humano »[29] O Curso Introductorio prescrito pela Ratio da Argentina [30] um período propedêutico anterior aos cursos de filosofia. Ele prevê a duração mínima de um ano; é obrigatório para todos os aspirantes, a não ser que, em casos especiais, o Bispo disponha diversamente. A sua finalidade é principalmente espiritual, e, por isso, é organizado de preferência num lugar distinto do seminário, que garanta um ambiente de maior recolhimento. Para além das finalidades previstas no n. 14 do decreto Optatam totius, insiste-se na iniciação à vida comunitária e no conhecimento da história da Igreja local. O programa de estudos prevê várias introduções (à Sagrada Escritura, à vida espiritual, ao mistério cristão, à liturgia, ao sacerdócio), metodologia, história diocesana, cultura geral, música. Na nova Ratio do Brasil [31] foi traçado um programa para unificar as iniciativas neste sector. Prescreve-se um período propedêutico concebido como uma « instituição autónoma, distinta e coordenada com outras etapas de formação ».[32] Trata-se dum curso com uma residência própria, com uma programação específica, que deve ter uma duração não inferior a um ano e ser realizado depois da conclusão dos estudos secundários sob a direcção de formadores bem escolhidos. A sua obrigatoriedade estende-se também aos alunos provenientes dos seminários menores e dos grupos vocacionais. Entre os seus principais objectivos, mencionam-se os seguintes: discernimento vocacional, amadurecimento humano-afectivo, formação espiritual com uma experiência viva de Deus alimentada com leituras bíblicas, com a oração e a liturgia. O curso visa, além disso, completar a formação intelectual, a iniciação à vida comunitária e uma compreensão mais aprofundada da Igreja, do sacerdócio e do ministério presbiteral. Para cada uma das principais dimensões formativas (humana, espiritual, intelectual e pastoral) são dadas orientações detalhadas. Na Bolívia, começou-se com a propedêutica no Seminário Maior Nacional de Cochabamba em 1978,quando se iniciou um Ano Propedéutico. Em 1981, os aspirantes de todas as dioceses bolivianas foram concentrados no Seminário de Sucre, destinado exclusivamente para tal finalidade. Este sistema funcionou até 1992,quando os jovens foram chamados às respectivas dioceses para receberem uma formação mais adaptada às condições locais. Entre as finalidades principais e comuns a todas as dioceses, figuram o discernimento vocacional e o superamento das várias lacunas humanas, religiosas e escolares existentes nos jovens, que provêm das diversas zonas étnicas e culturais e que portanto apresentam pressupostos muito diversos para a formação. Quanto ao conteúdo, dá-se grande importância à formação humana e comunitária, à iniciação à doutrina da fé, à oração, à vida litúrgica e sacramental, à cultura geral, com atenção particular à aprendizagem das línguas e aos problemas ligados à expressão escrita e oral. Nos fins-de-semana é reservado um espaço de tempo a actividades pastorais moderadas e ao trabalho manual. Pode dizer-se que o ano propedêutico contribui para promover a vida de família nos seminários, para intensificar a vida espiritual, despertar o interesse pelo estudo e pelo trabalho manual, harmonizar entre si cada um dos aspectos da formação. .As dioceses do Chile instituíram um Año Propedéutico, considerado « uma etapa introdutiva que constitui uma ponte entre a vida laical e a nova vida de seminário. Ela deve permitir aos candidatos adquirir os pressupostos necessários para poder afrontar com confiança e maturidade o período de verdadeira e própria formação sacerdotal » .[33] Onde foi possível, as dioceses criaram lugares reservados exclusivamente ao período propedêutico; [34] outras vezes, reservou-se para ele uma parte separada do seminário. Em geral, dá-se muita importância à formação espiritual e à presença dum director espiritual. O primeiro semestre inicia geralmente com os fundamentos da vida e da praxe religiosa e com o ensino de algumas disciplinas mais elementares, enquanto o segundo pede maior empenho quer do ponto de vista espiritual quer intelectual. Ao contrário doutros países, a formação parece estar moderadamente aberta também a actividades externas de caridade e culturais.[35] Na Costa Rica existe um Curso Introductorio que tem já uma certa tradição e dispõe dum programa muito particularizado. Insiste-se sobre a unidade deste curso com o resto da formação e os aspirantes são considerados expressamente seminaristas. Por outro lado, as suas instalações são diferentes do seminário maior e têm um caracter marcadamente espiritual. Neste sentido, portanto, o Curso Introductorio deve considerar-se antes como um curso propedêutico, de acordo com as orientações da Circular de 1980 da Congregação para a Educação Católica. Para além das indicações gerais relativas às razões de ser, à definição, aos objectivos e à organização interna do curso, foram redactados programas particularizados para as seguintes matérias: introdução ao mistério de Cristo, formação religiosa de base, orientação vocacional, liturgia fundamental e vida espiritual, história da cultura, introdução à filosofia, castelhano, dinâmica de grupo. A duração do curso introdutivo é dum ano, dividido em dois semestres. Para a avaliação definitiva dos aspirantes em ordem à admissão ao primeiro ano de filosofia, foi compilado um elenco das qualidades requeridas, intitulado Perfil del seminarista al final del Introductorio. Nele vêm especificadas as características duma pessoa equilibrada e amadurecida sob o aspecto humano e cristão, preocupada em descobrir e satisfazer as exigências da vocação sacerdotal. No Equador, onde em várias zonas se requer uma maior adaptação às condições culturais locais, a nova Ratio prevê, para além dum curso regular introdutivo, também um período propedêutico, de acordo com o n. 62 da Pastores dabo vobis. Ele tem em vista « desenvolver nos candidatos algumas qualidades, como a recta intenção, um grau suficiente de maturidade humana, um conhecimento bastante amplo da doutrina da fé, alguma introdução aos métodos de oração e aos costumes conformes à tradição cristã, tendo em conta as culturas próprias das regiões, mediante as quais se exprime o esforço para encontrar Deus e para viver a fé ».[36] Há porém dioceses que consideram suficiente para o ingresso no seminário maior a formação recebida nos seminários menores. No Haiti, o Seminário Maior Nacional é coadjuvado por três institutos de caracter propedêutico, situados em Port-au-Prince, em Hinche e em Les Cayes. Com eles procura-se remediar as deficiências das escolas primárias e secundárias públicas e dos seminários menores. Os objectivos destes períodos propedêuticos, com a duração dum ano, visam melhorar sobretudo a selecção vocacional, bem como a elevar o nível humano, religioso-espiritual e cultural dos aspirantes. As dioceses de Honduras e da Nicarágua preparam os aspirantes para a admissão ao seminário maior sobretudo nos seminários menores. Sente-se porém a necessidade dum período propedêutico especial que, nas Honduras, já começou a funcionar em 1994. No Panamá, o tempo dedicado aos estudos filosóficos e às ciências afins é de três anos. Destes, o primeiro ano tem um caracter marcadamente propedêutico e constitui uma base sólida para toda a actividade intelectual dos anos seguintes e para a aquisição dum bom método de estudo e de investigação e de uma séria fundamentação dos princípios fundamentais no campo filosófico, litúrgico, escriturístico, etc... Para as dioceses do Paraguay foi criado em 1988 um Ano Introductorio descentralizado em quatro lugares (Asunción, Villarica, San Pedro e Encarnación), que no ano seguinte foram reduzidos a dois: Asunción e Villarica. Em 1995 foi feito um novo projecto, segundo o qual o período de preparação para o seminário maior foi alargado para dois anos, denominados Propedéutico I e Propedéutico II, situados respectivamente em Villarica e Caacupé. No Propedéutico I dá-se muita importância à formação humana, comunitária e espiritual e não se prevê a inserção dos alunos em actividades pastorais. As matérias previstas são: comunicação, latim, mistério de Cristo, espiritualidade, vocação, liturgia, metodologia, educação cívica, interpretação e análise de textos, oratória. No Propedéutico II (que equivale ao primeiro ano de filosofia) ensina-se: mistério de Cristo, história, latim, comunicação, lógica, história da filosofia, introdução à sociologia, guarani, música, metodologia catequística. Nas dioceses do Peru, as condições em que se encontra o sistema escolar civil, bem como o escasso número de seminários menores verdadeiramente eficientes, tornaram necessária a instituição de cursos de recuperação chamados pre-seminários. Trata-se duma realidade muito diversificada, cuja duração varia de um mês a dois anos. Nalguns casos, estes pre-seminários funcionam com base inter-diocesana, como por exemplo nas áreas de Trujillo, Puno e Huaraz. Onde não podem ser erigidos, são propostos aos aspirantes desprovidos de uma adequada preparação cultural os chamados Cursos de apoyo em várias matérias. A arquidiocese de Lima organizou um pré-seminário, chamado Casa de Nazaret, dotado dum óptimo programa com orientações detalhadas para os vários aspectos da formação. Os alunos dedicam muito tempo ao estudo e às práticas de piedade e reservam o sábado para actividades pastorais na metrópole. A arquidiocese de Puno e as prelaturas de Juli, Sicuani e Ayaviri da região andina criaram em 1979 um pré-seminário em Juliaca para os aspirantes de toda a região. O curso, alargado recentemente de um para dois anos, tem os seguintes objectivos: suprir as deficiências da educação familiar e escolar, confirmar os jovens na sequela de Jesus, aprofundar o seu empenho baptismal, desenvolver as capacidades de discernimento vocacional bem como o sentido da vida comunitária, tratar do desenvolvimento da maturidade humana e afectiva. Entre as matérias de ensino estão previstas: castelhano, metodologia, introdução à Sagrada Escritura, história do Peru, religiosidade andina, introdução à prática pastoral. Na República Dominicana, a organização do período propedêutico registou nestes últimos quinze anos notáveis progressos. O Año Introductorio ou Propedéutico, iniciado em 1979 na diocese de La Vega, tornou-se em 1983 nacional por decisão da Conferência Episcopal. Em 1991, decidiu-se dotá-lo de uma nova sede mais espaçosa chamada Prefilosofado. Foi tornado obrigatório para todos os aspirantes, inclusive os provenientes do seminário menor. As razões que determinaram esta decisão foram: a intenção de fazer com que os seminaristas tenham uma maior maturidade humana, espiritual e vocacional, o desejo de remediar as lacunas no espanhol e na formação religioso-catequística, a necessidade de realizar uma melhor selecção dos jovens antes da sua admissão no seminário maior. O Prefilosofado está dotado dum directório e de um cronograma com as orientações detalhadas acerca da temática a tratar e dos objectivos a conseguir em cada uma das áreas e fases da formação. No Uruguay, o ingresso no seminário maior é precedido pela Etapa de formación introductoria, com a duração de um ano. Ela serve para completar a formação cultural, espiritual, humana e para o discernimento vocacional. Antes do seu início, têm lugar vários encontros entre os formadores e os candidatos e uma convivência duma semana, dedicada ao retiro espiritual e ao conhecimento mútuo. O grupo dos aspirantes, embora goze duma certa autonomia, mantém todavia contactos com os seminaristas maiores. O programa desta etapa prevê estudos humanistas, retiros mensais e conferências de formação sobre vários assuntos, como oração, espiritualidade e ascese sacerdotal, celibato, etc.. Períodos propedêuticos autónomos foram também organizados em vários países europeus. Em França, a arquidiocese de Paris abriu em 1984 a Maison Saint-Augustin, consagrada ao acolhimento, ao discernimento e à primeira formação dos futuros sacerdotes diocesanos. Os seus fins são: apresentar os meios para um sólido enraizamento espiritual; reforçar, desde o início, os laços com o Bispo e o presbitério diocesano; tornar mais viva a consciência da ligação à diocese. Trata-se dum período propedêutico com a duração dum ano, obrigatório para todos os candidatos ao sacerdócio da arquidiocese de Paris. A comunidade está alojada num edifício distinto do seminário e está confiada a um reitor, coadjuvado por alguns directores espirituais. O programa de formação acentua a iniciação à leitura meditada da Sagrada Escritura e à vida litúrgica. Ele prevê ainda uma primeira introdução ao mistério cristão, acompanhada da leitura dos principais documentos do Concílio Vaticano II; a apresentação da doutrina sobre o sacerdócio; a formação à oração pessoal; a prática da direcção espiritual (com encontros semanais); a frequência assídua da confissão sacramental; visitas aos doentes; reuniões semanais de toda a comunidade, encontros com sacerdotes diocesanos. Na Itália, muitas dioceses organizaram períodos propedêuticos autónomos. Entre estas, assinalam-se aquelas ligadas ao Pontifício Seminário Regional de Bolonha, as quais instituíram em 1995 um Anno propedeutico para preparar para o ingresso naquele seminário os aspirantes provenientes das escolas do estado e do mundo do trabalho. Ele propõe-se verificar a orientação espiritual e vocacional dos jovens, bem como completar a sua formação humanista e cultural. Os temas do programa são: catecismo, as quatro Constituições do Concílio Vaticano II, filosofia, latim e grego. A arquidiocese do Luxemburgo instituiu, em 1992 um Ano propedêutico (Propiideutisches Jahr ou Propãdeuticum), considerado como parte integrante da formação sacerdotal ao serviço da preparação humana, cristã, intelectual e espiritual para o seminário maior. O programa prevê: uma primeira iniciação à Sagrada Escritura, à vida de oração, à liturgia e à troca das experiências espirituais; a introdução ao estudo das verdades fundamentais da fé e às principais áreas filosóficas e teológicas; um contacto com a realidade pastoral da Igreja local; a cura da convivência fraterna dos aspirantes em vista da unidade do presbitério diocesano e da colaboração entre os sacerdotes e os leigos. Nos Países Baixos, a diocese de Roermond, depois de ter aberto em 1974 o seminário maior em Rolduc, organizou um Ano Introdutivo prévio ao currículo filosófico-teológico com os seguintes objectivos: formação nas verdades fundamentais da fé, introdução à vida litúrgica e sacramental, leitura sapiencial da Sagrada Escritura, conhecimento da história eclesiástica contemporânea, aprofundamento dos documentos do Concilio Vaticano II, apresentação da espiritualidade sacerdotal. Na República Checa funciona um propedêutico denominado Ano Zero, prévio ao currículo dos estudos das faculdades teológicas e à vida do seminário maior. Trata-se dum instituto de carácter interdiocesano (nacional), com uma sede própria e um corpo dirigente e docente. Ele acolhe aspirantes provenientes das escolas civis (geralmente de tipo técnico) ou de várias profissões para completar e aprofundar os seus conhecimentos religiosos, culturais e linguísticos, bem como para introduzi-los na vida de oração, na liturgia e na praxe sacramental, orientando-os ao mesmo tempo no discernimento vocacional. Em 1996, a Conferência Episcopal apreciou cuidadosamente o programa formativo do Ano Zero, decidindo que se acentuasse a componente espiritual, religiosa e vocacional em relação à intelectual. A Conferência Episcopal de Espanha, na nova Ratio institutionis sacerdotalts,[37] actualizada à luz da Pastores dabo vobis, prescreve uma etapa preparatória prévia ao ingresso dos aspirantes no seminário maior, chamada Curso Introductorio ou Propedéutico. As principais finalidades deste curso consistem em esclarecer e em consolidar a vocação, bem como em suprir as eventuais lacunas relativas ao conhecimento das verdades de fé e da vida eclesial, à vida cristã e à oração. Esta etapa pode ter uma duração e organização diversas, conforme se tratar de jovens provenientes de seminários menores ou de aspirantes que desejem entrar no seminário em idade mais ou menos avançada. A quem vem do seminário menor é oferecida uma ajuda em ordem a uma maior maturação humana e vocacional e a uma integração mais fácil na vida seminarística; aos outros é dedicado um acompanhamento mais personalizado, em ordem a aprofundar o aspecto doutrinal, espiritual, vocacional, humano e comunitário da preparação. O período propedêutico é indicado como o lugar apropriado para a introdução ao mistério de Cristo e à história da salvação, que oferece aos aspirantes uma visão global e coerente dos mistérios da fé e lhes mostra o papel dos estudos eclesiásticos na formação sacerdotal. Na Suiça, a diocese de Coira abriu em 1991 um instituto de propedêutica autónomo e separado do seminário maior. Denominado Lauretanum, propõe-se oferecer aos aspirantes um ambiente tranquilo e favorável ao recolhimento espiritual e aos estudos. O instituto hospeda um bom número de vocações adultas necessitadas de completar os estudos secundários, mas tornou-se obrigatório também para os candidatos munidos do diploma de maturidade, para introduzi-los mais profundamente no conhecimento da doutrina da fé e na vida espiritual. Ele dispõe duma casa própria e dum grupo de formadores. O Programa prevê um ano de formação, que pode ser prolongado conforme as necessidades individuais. Também as dioceses de Sion e de Lugano decidiram organizar um período propedêutico adaptado às suas necessidades específicas e às circunstâncias particulares. Nas dioceses da Hungria, na altura da visita apostólica dos seminários em 1991, tinham iniciado algumas experiências de propedêutica, que porém eram mais uma adaptação do curso introdutivo ao mistério de Cristo e à história da salvação. 2. Períodos propedêuticos integrados no seminário maior ou menor Na Bélgica, a arquidiocese de Malines-Bruxelas instituiu em 1995 um ano propedêutico (L'Année propédeutique), que faz parte do primeiro ciclo do seminário João XXIII de Lovaina. Trata-se dum ano acrescentado que precede o biénio filosófico. Ele pretende remediar as lacunas existentes nos aspirantes no âmbito da cultura geral e religiosa, nas atitudes em relação aos estudos e no grau de maturidade espiritual. Entre as finalidades formativas figuram: o aprofundamento da fé e da vida de oração, o desenvolvimento da maturidade humana, o alargamento da cultura geral, o esclarecimento do conceito de sacerdócio e o discernimento vocacional. São além disso valorizados os contactos dos aspirantes com os estudantes da Universidade Católica de Lovaina e com os seminaristas que frequentam os cursos do primeiro ciclo. Tais contactos são favorecidos mediante a participação comum à mesa e às celebrações litúrgicas. Este é o primeiro período propedêutico criado para os candidatos de língua flamenga. Para a parte francófona do país foi já aberta desde há tempos um período propedêutico em Limelette perto da Universidade Católica de Louvain-La-Neuve. No plano nacional, no projecto da Ratio institutionis sacerdotalis (La formation au minstère presbytéral), está estabelecido que « o ingresso na formação pode ser precedido dum tempo mais ou menos longo de pré-itinerário no qual os jovens serão preparados na perspectiva do seminário ».[38] Um sistema particular de propedêutica vigora na Coreia, onde o Governo prescreve aos estudantes de idade menor de frequentar as escolas no lugar de residência das suas famílias e torna de facto impossível a criação de seminários menores. Os Bispos, para preparar os jovens para o seminário maior instituíram por isso um caminho de formação paralelo, chamado Formation Group of Pre-Seminarians. Trata-se dum período propedêutico bem estruturado e confiado à responsabilidade do director vocacional e dos respectivos párocos no qual os jovens são ajudados a amadurecer a sua personalidade e a aprofundar a sua vida de fé mediante a iniciação à oração, à prática dos sacramentos, à liturgia e ao catecismo. Contemporaneamente eles continuam os estudos nos colleges estatais, para conseguir o título de estudo exigido pelo Estado para a admissão aos estudos universitários, aos quais são equiparados os dos seminários maiores. Em França, existem algumas experiências propedêuticas integradas, entre as quais a mais antiga é a que funciona desde 1970 no seminário de Paray-Le-Monial, na diocese de Autun. Com o aumento progressivo dos alunos, provenientes das várias partes do país, acrescentou-se ao ano propedêutico originário o primeiro e depois o segundo ano de filosofia, chegando assim a constituir um seminário caracterizado pela espiritualidade particular do lugar. Entre os principais objectivos do ano propedêutico, mencionam-se os seguintes: o aprofundamento da fé e da vida interior mediante uma celebração exemplar da eucaristia, da liturgia das horas, dos tempos fortes e das principais festas do ano litúrgico (Natal, Páscoa, Pentecostes); a formação doutrinal e comunitária, com uma especial acentuação do espírito de fraternidade; uma primeira iniciação à vida pastoral mediante contactos dominicais com as paróquias. De notar que os estudos feitos durante o ano propedêutico não são sujeitos a exames, enquanto se prefere dar-lhes um caracter de gratuidade, que consinta a cada aspirante dedicar-se, segundo as suas necessidades, à oração, à reflexão, à leitura e ao estudo. O seminário maior de Aix-en-Provence, erigido em 1983, mantém um ano propedêutico, que foi colocado por razões práticas no mesmo seminário, mas com um regime de vida próprio. Ele oferece aos alunos uma experiência de vida espiritual (oração, lectio divina), uma iniciação às actividades caritativas, um tempo de estudo e um primeiro contacto com a vida de apostolado. É muito característico desta experiência propedêutica o facto de que os aspirantes passem diversos períodos formativos fora do seminário. Assim, por exemplo, eles vão três semanas a Notre-Dame de Vie de Venasque para aprender o método da oração contemplativa; depois vão à Bretanha para se dedicarem à leitura contínua de toda a Bíblia; mantêm além disso contactos com a abadia de Lérins e com a Visitation de Tarascon. A espiritualidade é fortemente caracterizada pelo movimento Emmanuel e pelo Carmelo. Entre as práticas de piedade, figuram a meditação e a eucaristia quotidiana, a adoração eucarística, a liturgia das horas, de que uma parte (vésperas e completas) é recitada junto com os seminaristas. Na diocese de Belley-Ars existe desde 1989 um seminário maior que iniciou a sua actividade com um ano propedêutico aberto aos aspirantes de outras dioceses. Sucessivamente, juntaram-se à propedêutica os cursos filosóficos e teológicos. O período propedêutico configura-se actualmente como o primeiro ano do triénio filosófico e acolhe os jovens que desejam formar-se no espírito do Santo Cura d'Ars. Toda a espiritualidade se inspira portanto na espiritualidade própria do Santo: eucaristia celebrada e adorada, a pobreza, a vida de penitência, o zelo pela santificação dos sacerdotes e dos fiéis. A propedêutica tem portanto um enquadramento muito espiritual, que se reflecte também no programa dos estudos: a iniciação ao mistério cristão (artigos do credo); temas escolhidos da filosofia, como liberdade, perdão, sofrimento; as diversas vocações na Igreja à luz do Concílio Vaticano II; uma primeira iniciação bíblica (informações sobre cada um dos livros da Bíblia e sobre os géneros literários); o estudo dos salmos; a iniciação à oração meditada e à lectio divina; cursos de espiritualidade (teologia da oração) e de história da espiritualidade; um curso sobre o Santo Cura d'Ars (contexto histórico e vida); a iniciação à liturgia; as grandes linhas da história da Igreja. No Canadá francófono não existia até há pouco tempo nenhum curso propedêutico antes da entrada no seminário maior. Todavia agora, das actas da visita apostólica realizada em 1993, resulta que actualmente estão em estudo projectos de propedêutica. Eles prevêem, para além do aspecto espiritual, humano e vocacional, também o estudo da filosofia, o qual hoje está quase ausente dos programas dos seminários e das universidades. Na Nova Zelândia foi criado em 1993 uma Pre-Seminary House, denominada Good Shepherd House, que durante dois anos prepara os alunos para os cursos de teologia do seminário maior. Trata-se porém duma propedêutica que mais parece substituir um biénio filosófico regular. Por um lado, são colocados os fundamentos da vida espiritual, para o estudo da vocação e da identidade sacerdotal na linha da Pastores dabo vobis e, por outro, insiste-se muito nos estudos, apresentando lições sobre a filosofia tomista, sobre a introdução ao Catecismo da Igreja Católica, sobre a Sagrada Escritura, sobre liturgia e história eclesiástica. Depois da conclusão deste biénio, os alunos são admitidos aos cursos teológicos do seminário maior. Na Itália, o Seminário Arquiepiscopal de Milão tinha já tentado responder no passado às exigências dos jovens que iniciavam o caminho do seminário depois duma experiência de trabalho e com os estudos interrompidos no final da escola obrigatória: para eles surgiu a Scuola Vocazioni Adulte (S.V.A.), agregada à comunidade do liceu do seminário menor. A seguir foi instituído também o Corso Propedeutico alla Teologia (Corso P), agregado à comunidade do primeiro biénio teológico, para os jovens que conseguiram um diploma de escola média superior nos institutos técnicos ou comerciais e deviam integrar os seus estudos em ordem à admissão na teologia. Não era porém só uma necessidade de ordem puramente escolar que a organização comunitária da S.V.A. e do Corso P procuravam resolver, mas também a exigência da vida comum, de uma proposta espiritual adequada, do ambiente quotidiano que favoreça o conhecimento de si mesmo. A constituição da Comunità Propedeutica, no início do ano lectivo 1990/91, surge da reflexão sobre outras urgências, patentes nas condições dos jovens que se apresentam ao seminário e que requerem uma maior flexibilidade e articulação do itinerário de avaliação vocacional e de acesso ao seminário. Ela, dividida em Comunità residente e Comunità non residente, desde 1996 é uma das componentes de liceu do seminário menor.[39] Em Portugal, as dioceses maiores, como Lisboa e Porto, criaram um Seminário intermédio, considerado menor, com um número reduzido de alunos e um tipo de vida familiar. Este seminário prepara os alunos de idade jovem para o seminário maior. Nos Estados Unidos da América, a forte diminuição numérica nos seminários menores e colleges determinou a necessidade de criar para os alunos provenientes de outros tipos de escolas ou das várias profissões os chamados Pre-Theology Programs, cuja finalidade é a de remediar de algum modo a falta de uma formação sistemática humanista, religiosa e filosófica, que noutros tempos se obtinha nos últimos dois anos de college. A nova Ratio dos Estados Unidos [40] prescreve para tal fase formativa a duração mínima de dois anos. O programa compreende um mínimo de 24 credits de filosofia e de 12 credits de undergraduate theology. Além disso são estudadas questões de vida espiritual e pastoral, línguas clássicas e modernas. Há a preocupação também de formar os aspirantes em ordem à disciplina do estudo, à capacidade de reflectir e no pensamento crítico. Na organização prática de tais programas pré-teológicos é adoptada uma certa elasticidade, que deixa liberdade de combiná-los com o primeiro ano de teologia ou com o último ano de college. 3. Períodos propedêuticos ligados à pastoral vocacional Na Austrália, se prescindirmos do Vianney College da diocese de Wagga-Wagga, que oferece aos novos que entram pela primeira vez um semestre de espiritualidade, a preparação dos candidatos ao seminário maior é tratada no âmbito da pastoral vocacional. Com efeito é missão do Director of Vocations ÂÂÂ ajudado, a maior parte das vezes, por um team de leigos e por um psicólogo ÂÂÂ prover a um primeiro discernimento e acompanhamento das vocações sacerdotais, assegurando a possibilidade da direcção espiritual, unida à iniciação à oração, à vida litúrgica, à vida sacramental e ao apostolado. Em algumas dioceses, tal actividade encontra um apoio conveniente nalgumas instituições preparatórias,[41] que oferecem várias oportunidades de encontros e de retiros espirituais. Nas Antilhas, a formação pré-seminarística encontra muitas dificuldades por causa da vastidão do território, dividido em numerosas ilhas e sub-culturas. Sendo difícil criar um centro preparatório único e comum a todos, pensa-se em criar em cada diocese um Pre-Formation Centre, com um programa elementar que ofereça aos jovens ajuda na vida espiritual e no discernimento vocacional. Como pontos firmes são indicados: a participação na eucaristia quotidiana, a celebração frequente do sacramento da penitência, a direcção espiritual, o amadurecimento no sentido do dever e da responsabilidade pessoal. Tal iter formativo tem a duração de dois anos e prevê a possibilidade do trabalho e da frequência das escolas públicas, a fim de que os candidatos possam conseguir um diploma que os habilite para a inscrição na universidade. No território da Conferência Episcopal do Pacífico, que compreende uma grande variedade de nações e de culturas, os cursos propedêuticos constituem uma verdadeira necessidade, mas de não fácil realização. Onde existem, assumem formas muito diversas segundo as condições sociais e o grau de desenvolvimento da cultura e dos sistemas escolares, que diferem de região para região. Sublinha-se, todavia, geralmente muito a formação espiritual e a aquisição de algumas virtudes fundamentais, como o sentido do dever e da responsabilidade. Nos países europeus, é necessário mencionar a Inglaterra-País de Gales e a Escócia,[42] onde a preparação prévia à formação propriamente sacerdotal é tratada de modo individual no âmbito da pastoral vocacional. Dado que os candidatos de hoje são de idades diferentes e de diferentes níveis culturais e espirituais, procura-se responder às necessidades concretas, tendo em conta a história pessoal de cada um, isto é, os estudos precedentes, a maturidade psicológica, humana e cristã, com o fim de estabelecer um programa adaptado à situação pessoal concreta. Uma ajuda óptima para tal fim é dada desde há muitos anos pela Campion House de Osterley (arquiod. de Westminster), que prepara as vocações adultas para o ingresso no seminário maior. Na Itália, instituiu-se em algumas dioceses o chamado Anno Zero, entendido como ajuda à pastoral vocacional em favor dos jovens não provenientes do seminário menor. Ele estrutura-se em encontros mensais dedicados à catequese vocacional, à descoberta do mistério de Cristo, à introdução gradual à oração litúrgica e pessoal. Além disso dá-se muita importância ao encontro com sacerdotes dedicados A. pastoral juvenil. Em Portugal, em quase todas as dioceses existe uma instituição chamada Pré-Seminário. Ela dispõe de um edifício e de uma equipa de sacerdotes, que acolhe os jovens com sinais de vocação para reuniões, encontros semanais e retiros.
III. REFLEXÕES CONCLUSIVAS De acordo com as informações recolhidas, pode afirmar-se que uma especial propedêutica, dedicada à preparação humana, espiritual e intelectual dos aspirantes ao seminário maior, de que trata o n. 62 da Pastores dabo vobis, é considerada, hoje, quase em toda a parte, de verdadeira utilidade e, em vários casos, como conditio sine qua non para o melhoramento da formação sacerdotal. Tal período encontrou, sobretudo a partir dos anos oitenta, um desenvolvimento interessante no que se refere tanto ao conteúdo como ao aspecto organizativo. Concluindo o presente documento informativo, é oportuno assinalar à maneira de recapitulação as linhas de tendência e as orientações mais significativas que vieram ao de cima nesta investigação. 1. A mudança principal que se nota em diversos países é a deslocação progressiva em relação ao interesse dos cursos introdutivos, inseridos nos primeiros semestres do sexénio filosófico-teológico, para os cursos propedêuticos anteriores à vida do seminário e aos estudos propriamente sacerdotais. Isto deve-se ao facto de, por razões várias, se ter acentuado a necessidade de intensificar a preparação dos aspirantes ao seminário maior não só do ponto de vista intelectual, mas também e sobretudo humano e espiritual. 2. Neste processo de transformação adverte-se aqui e além, a incerteza na terminologia, o que torna difícil a determinação precisa dos vários modelos de formação. A este propósito, é bom ter presente que quer o curso introdutivo quer o período propedêutico têm as suas finalidades características e as suas razões de ser, pelo que não devem confundir-se ou excluir-se mutuamente. O curso introdutivo que, com os seus objectivos e a sua temática específica, constitui um fruto precioso do Concilio Vaticano II, continua a conservar a sua validade e o seu perfil mesmo quando for introduzido o período propedêutico. Pode ser inserido no início do currículo filosófico-teológico ou então antecipado durante o período propedêutico, desde que existam as condições em ordem ao seu conveniente nível espiritual e científico. 3. Nos países, onde o período propedêutico já foi larga e prolongadamente experimentado, foi possível uma sistematização dos resultados conseguidos. Assim, nalgumas Rationes nacionais e em vários Regulamentos particulares podem detectar-se um certo número de critérios e de princípios geralmente aceites acerca da sua organização, relativos, por exemplo, à duração, ao caracter mais ou menos obrigatório, às condições de admissão, a alguns temas e perspectivas essenciais. O espaço de tempo prescrito vai dum mínimo de seis meses a um máximo de dois anos. Em geral, opta-se por uma casa separada do seminário, que permita uma certa autonomia de vida. Além disso, deve assinalar-se que alguns modelos se caracterizam pela interioridade e pelo recolhimento, enquanto outros estão moderadamente abertos às actividades externas de diferentes tipos. 4. Um ponto importante, que tem necessidade dum aprofundamento ulterior e em alguns casos duma autêntica avaliação, é o referente à relação do período propedêutico com a pastoral vocacional, com o seminário menor e com o seminário maior. Acerca do primeiro aspecto, pensa-se geralmente que os candidatos, antes de serem admitidos ao período propedêutico, devam ser seleccionados e acompanhados durante um espaço de tempo conveniente por parte dos agentes da pastoral vocacional. Neste sentido, portanto, o período propedêutico deve distinguir-se do serviço de acompanhamento das vocações. Além disso, normalmente, é bom que ele se distinga também do seminário menor, constituindo uma instituição intermédia entre este último e o seminário maior. Trata-se com efeito de completar a formação a nível secundário, não duma alternativa ou duma substituição. Na relação com o seminário maior, por vezes, registam-se algumas dificuldades no caso de períodos propedêuticos integrados no biénio filosófico (em que são inseridas várias disciplinas teológicas). Nestas circunstâncias, caso não venha anteposto um ano suplementar reservado à propedêutica, o biénio corre o perigo de perder a sua identidade específica em prejuízo duma sólida formação filosófica. 5. Dado que muitas vocações provêm, hoje, de vários grupos e movimentos fortemente ligados às suas comunidades de origem e pouco enraizados na comunidade diocesana, é muito importante que se acentue na proposta formativa o aspecto de comunhão com o Bispo próprio, com o presbitério e com toda a Igreja particular. Os períodos propedêuticos de carácter diocesano são portanto de grande utilidade e actualidade, ainda que a sua instituição nem sempre é fácil, por causa da escassez de edifícios adequados, de formadores e de meios financeiros. Com efeito, em numerosos países as circunstâncias concretas são tais que se torna indispensável uma cooperação inter-diocesana, para criar propedêuticas regionais ou nacionais, sob a responsabilidade dos Bispos das respectivas regiões ou das Conferências Episcopais. 6. A situação actual, caracterizada por reflexões e investigações para encontrar soluções a problemas ainda abertos, torna necessária uma troca franca e assídua entre os diversos responsáveis da formação sacerdotal. Ocasiões preciosas a este respeito são as visitas apostólicas realizadas nos seminários ou as iniciativas colegiais que são promovidas para preparar as novas edições das Rationes nacionais. Pede-se aos responsáveis para colocar e demonstrar a sua experiência e competência pedagógica no estabelecimento das regras fundamentais dum sério discernimento vocacional e na elaboração de programas propedêuticos formativos que sejam muito actualizados e coordenados com as outras instituições de formação sacerdotal (seminários menores, seminários maiores, seminários para as vocações adultas, faculdades teológicas, institutos de estudos teológicos...) existentes nas dioceses, nas regiões ou no território nacional. Dum modo particular, é urgente assegurar um justo equilíbrio entre a componente humano-espiritual e a cultural, para evitar uma multiplicação excessiva das matérias de estudo, com prejuízo da formação propriamente religiosa e sacerdotal. 7. Não obstante os melhores esforços, as várias instituições preparatórias ao seminário maior demonstraram de não serem capazes de resolver todos os problemas ligados à maturidade humana e ao discernimento vocacional dos jovens que delas usufruem. Por isso em vários se introduziu a praxe de interromper o caminho formativo no seminário, depois de dois ou três anos de presença, com um período de stage fora do seminário, chamado Pastoral Internship, Spirituality-Pastoral Year, Freijahr, Externjahr, Ano pastoral. 8. Quem estuda e conhece a fundo a problemática do período propedêutico hoje não pode ignorar o facto de que « a forte discrepância » entre o estilo de vida e a formação de base dos candidatos por um lado e o estilo de vida e a proposta formativa do seminário por outro,[43] não é senão um dos aspectos da crise da educação familiar e dos sistemas escolares em vários países. Ela é também, sem dúvida, um dos sinais mais notórios das profundas transformações culturais devidas ao progresso científico e técnico, bem como da perda de certos valores espirituais e morais fundamentais, chamada na Evangelii nuntiandi « o verdadeiro drama dos nossos tempos » e que consiste na « rotura entre Evangelho e cultura ».[44] Todos os esforços realizados, portanto, para reforçar os estudos eclesiásticos e a vida espiritual dos seminários devem considerar-se no contexto do grande empenho da Igreja, por um lado, para conservar a sua identidade com o seu património espiritual e cultural específico e, por outro, para levar por diante a grande obra de actualização conciliar a fim de superar a distância que a separa da sociedade civil tornando-se assim mais idónea para a sua missão evangelizadora. Esta perspectiva permite-nos medir toda a delicadeza e complexidade da problemática conexa com o tema, em si circunscrito, do período propedêutico e de nos dar conta da sua importância para o futuro dos seminários no terceiro milénio que se aproxima. Roma, Palácio das Congregações, na memória de São José, 1° de Maio de 1998.
PIO Card. LAGHI JOSÉ SARAIVA MARTINS
Notas [1] João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis (25 de Março de 1992 ), 62: AAS 84 (1992), p. 768. [2]E possível todavia que certas variantes introduzidas nalgumas nações não tenham sido assinaladas à Congregação para a redacção do presente documento. [3] Cf Conc. Ecum. Vat. II, Decr. Optatam totius, 14. [4] Cf Conferência Episcopal Alemã, Rahmenordnung für the Priesterbildung (1° de Dezembro de 1988), Bonn 1988, nn. 81-84. [5] Por exemplo: Freiburg im Br., Fulda, Munchen, Munster, Rottenburg-Stuttgart. [6] A segunda via formativa ajuda a obter o diploma de maturidade com cursos abreviados. [7] Cf. Conferência Episcopal Austríaca, Rahmenordnung für die Ausbildung von Priestern (15 de Junho de 1985), n. 3.0. [8] O período anteposto ao ingresso no seminário é de uma semana em Luzern e de seis semanas em Fribourg. [9]Cf Conferência Episcopal Francesa, La formation au minutère presbytèral. Ratio institutionis. Ratio studiorum (1983), n. 1.4; 1.4.1. [10] Ibidem, n.1.4.1. [11] Cf. Conferência Episcopal Francesa, La formation des futurs prêtres. Ratio institutionis sacerdo talis. Ratio studiorum (1998), I, n. 211.1; II, n. 2. [12] Cf. Conferência Episcopal Irlandesa, Norms for Priestly Training in Ireland (Revised), May nooth 1984, n. 51. [13] Cf. Congregação para a Educação Católica, Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis (19 de Março de 1985), Roma 1985, n. 42. [14] Cf. Conferência Episcopal Italiana, La formazione dei Presbiteri nella Clnesa italiana (15 de Maio de 1980), Città del Vaticano 1980, n. 148. [15] Cf Idem, Regolamento degli studi teologici dei seminari maggiori d'Italia (10 de Junho de 1984), Città del Vaticano 1984, n. 28. [16] Cf. Conferência Episcopal Mexicana, Ordenamiento Básico de los Estudios para la formación sacerdotal en México (15 de Agosto de 1988), México DF 1988, n. 12. [17] Cf. Idem, Normas Básicas y Ordenamiento Básico de los Estudios para la formación sacerdotal en México (12 de Novembro de 1996), México DF 1996, n. 14. [18] Conferência Episcopal Colombiana, Carta enviada à Congregação para a Educação Católica sobre El Curso Introductorio o Período Propedéutico (14 de Setembro de 1992), p. 1. [19] Cf Conferência Episcopal da Venezuela, Normas Básicas para la formación sacerdotal (6 de Maio de 1979), Caracas 1979, n. 67. [20] Cf. Conferência Episcopal da Guatemala, Normas Básicas para la formación de los Presbíteros en Guatemala (1989), Guatemala 1989. [21] Idem, Ordenamiento Académico para la formación del Presbítero diocesano secular en Guatemala (Maio de 1995), Guatemala 1995, II.1.1. [22] Congregação para a Educação Católica, Carta circular sobre alguns aspectos mais urgentes da formação espiritual nos seminários (6 de Janeiro de 1980), Roma 1980, III, p. 23. [23] CELAM, Elementos de un Curso Introductorio para la formación sacerdotal, Bogotá 1989. [24] Entre outras, devem-se recordar as Comissões Episcopais para a formação sacerdotal da República Dominicana, Brasil, Chile, Itália, França, E.U.A., Colômbia, México, etc. [25] Eis alguns exemplos: The Pre-Theologr Programs, Propaedeutic Year, Spiritual Internship, Introduction to Seminary Life (E.U.A.), Ano Propedêutico (vários países de língua espanhola), Prefilosofado (República Dominicana), Pre-Philosophate Seminary (Sri Lanka) Pre-Seminary House (Nova Zelândia, Austrália), Pre-College Seminary, Institut of Formation (Filipinas), Pré-Seminário (Portugal), Pre-Formation Centre (Antilhas), Curso de Orientación universitaria (Espanha), Intermediate/Propaedeutic Seminary (Tailândia, Myanmar) Formation Group of Pre-Seminarians (Coreia), Pre-Seminary Formation Course (Zimbabue), L'année préparatoire, L'année suplementaire d'initiation (Líbano), Spiritual Year (Nigéria, Libéria, Taiwan), Orientation Stage (Africa do Sul), Seminário Propedêutico (Angola, São Tomé), Cursos remediales (Porto Rico), Cursos de apoyo (Peru e ou países da América Latina). [26] Congregação para a Evangelização dos Povos, Circular, de 25 de Abril de 1987. [27] Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, Normas fundamentais da formação sacerdotal para as dioceses de Angola e São Tomé (1° de Junho de 1996), Luanda 1996, nn. 28-42. [28]Conferência Episcopal do Ruanda, Nouveau programme de formation à la Propédeutique de Rutongo et au Philosophicum de Kabgayi (12 de Dezembro de 1991). [29] Conferência Episcopal da Argentina, Nota sobre el Informe para presentar a la Congregación para la Educación Católica, Buenos Aires 1992, p. 2. [30] Cf. Idem, La formación para el sacerdocio ministerial (1° de Maio de 1994), Buenos Aires 1994, n. 220. [31] Cf. Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Formação dos presbíteros da Igreja m (6 de Junho de 1995), São Paulo 1995. [32]Ibidem, p. 38. [33] Conferência Episcopal Chilena, Carta enviada à Congregação para a Educação Católica sobre El Informe de la Conferência Episcopal de Chile acerca de El Curso Propedéutico en los seminarios de Chile, Santiago de Chile 1992, p. 2. [34] As dioceses que criaram lugares reservados exclusivamente para o período propedêutico são: Santiago, Valparaiso, Concepción, La Serena. [35] Por exemplo, cinema, teatros, museus. [36]Conferência Episcopal Equatoriana, Normas de aplicación en El Equador de la Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis y Reglamento de Seminarios (5 de Agosto de 1995), Quito 1995, n. 155. [37] Cf Conferência Episcopal Espanhola, La formación para el ministerio prerbiteral (30 de Maio de 1996), Madrid 1996, nn. 184-189. [38] Conferência Episcopal Belga, La formation au ministère presbytéral (1998), n. 311.1. [39] Cf. Seminario Arcivescovile di Milano, Itinerario spirituale. Linee comuni per l'accompagnamento spirituale dei giovani nel periodo di vita e di preparazione all'ingresso in Seminario, Milano 1993. [40] Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América, Program of Priestly Formation (16 de Dezembro de 1992), Washington 1992, 11.3. [41] Estas instituições preparatórias são chamadas Vocational Residence (Perth), Formation House (Adelaide), Pre-Seminary House (Sydney). [42] Cf. Conferência Episcopal Escocesa, Norms for Priestly Formation in Scotland (26 de Maio de 1992), Edimburgh 1992, IV. [43] João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis, 62: 1.c., p. 767. [44]Paulo VI, Exort.ap. Evangelii nuntiandi (8 de Dezembro de 1975), 20: AAS 68 (1976), p. 19.
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