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VIAGGIO APOSTOLICO DEL SANTO PADRE BENEDETTO XVI IN CAMERUN E ANGOLA (17-23 MARZO 2009) (XIII), 21.03.2009


SANTA MESSA NELLA CHIESA DI SÃO PAULO A LUANDA

  OMELIA DEL SANTO PADRE

  TRADUZIONE IN LINGUA ITALIANA

  TRADUZIONE IN LINGUA FRANCESE

  TRADUZIONE IN LINGUA INGLESE

Questa mattina, lasciata la Nunziatura Apostolica di Luanda, il Santo Padre Benedetto XVI si reca in auto alla Chiesa di São Paulo per la Santa Messa con i Vescovi, i sacerdoti, i religiosi e le religiose, i Movimenti ecclesiali ed i catechisti dell’Angola e São Tomé.

Accolto al Suo arrivo dal Parroco, il Papa si ferma per un breve momento in adorazione davanti al Santissimo Sacramento.

Alle ore 10 ha inizio la Celebrazione Eucaristica, introdotta dall’indirizzo di saluto di S.E. Mons. Gabriel Mbilingi, C.S.Sp., Arcivescovo Coadiutore di Lubango e Vicepresidente della Conferenza Episcopale dell’Angola e São Tomé (CEAST). Dopo la proclamazione del Vangelo il Papa pronuncia l’omelia che riportiamo di seguito:

  OMELIA DEL SANTO PADRE

Queridos irmãos e irmãs,
Amados trabalhadores da vinha do Senhor!

Como ouvimos, os filhos de Israel diziam uns para os outros: «Procuremos conhecer o Senhor». Animavam-se com estas palavras, vendo-se submersos de tribulações. Estas caíram sobre eles – explica o profeta –, porque viviam na ignorância de Deus; o seu coração era pobre de amor. E o único médico capaz de o curar era o Senhor. Mais, foi Ele, como bom médico, que abriu a ferida, para a chaga sarar. E o povo decide-se: «Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu, Ele nos curará» (Os 6, 1). Assim puderam encontrar-se a miséria humana com a Misericórdia divina, que nada mais deseja senão acolher os miseráveis.

Vemo-lo na página do Evangelho proclamada: «Dois homens subiram ao templo para orar»; de lá, um «desceu justificado para sua casa e o outro não» (Lc 18, 10.14). Este último expusera todos os seus méritos diante de Deus, quase fazendo d’Ele um seu devedor. No fundo, não sentia necessidade de Deus, embora Lhe dê graças porque lhe concedeu ser tão perfeito e «não como este publicano». Mas será precisamente o publicano a descer para casa justificado. Consciente dos seus pecados, que o fazem estar de cabeça baixa – na realidade, porém, todo voltado para o Céu –, tudo espera do Senhor: «Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador» (Lc 18, 13). Bate à porta da Misericórdia, que se abre e o justifica, «porque – conclui Jesus – todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado» (Lc 18, 14).

De Deus, rico em Misericórdia, fala-nos por experiência própria São Paulo, patrono da cidade de Luanda e desta magnífica igreja, construída há quase cinquenta anos. Quis assinalar o bimilenário do nascimento de São Paulo com o Jubileu Paulino em curso, para dele aprendermos a conhecer melhor Jesus Cristo. Eis o testemunho que o apóstolo nos deixou: «É digna de fé esta palavra e merecedora de toda a aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo salvar os pecadores, e eu sou o primeiro deles. Mas, se alcancei misericórdia, foi para que em mim, primeiramente, Jesus Cristo mostrasse toda a sua paciência. Eu era um exemplo para os que viriam a acreditar n’Ele, a fim de alcançarem a vida eterna» (1 Tim 1, 15-16). E, com o passar dos séculos, o número de agraciados não parou de aumentar. Tu e eu, somos um deles. Dêmos graças a Deus porque nos chamou a entrar nesta procissão dos tempos para fazer-nos avançar para o futuro. Seguindo aqueles que seguiram Jesus, com eles seguimos o próprio Cristo e assim entramos na Luz.

Amados irmãos e irmãs, é uma grande alegria poder encontrar-me hoje no meio de vós, meus companheiros de jornada na vinha do Senhor; dela cuidais diariamente, preparando o vinho da Misericórdia divina e derramando-o nas feridas do vosso povo tão atribulado. O Senhor Dom Gabriel Mbilingi fez-se intérprete das vossas esperanças e fadigas nas amáveis palavras de boas-vindas que me dirigiu. Com ânimo grato e cheio de esperança, saúdo a todos vós – mulheres e homens dedicados à causa de Jesus Cristo – que aqui vos encontrais e quantos representais: bispos, presbíteros, consagradas e consagrados, seminaristas, catequistas, líderes dos mais variados movimentos e associações desta amada Igreja de Deus. Desejo aqui fazer menção das religiosas contemplativas, presença invisível mas extremamente fecunda para os passos de todos nós. Seja-me permitida enfim uma palavra particular de saudação aos Salesianos e aos fiéis desta paróquia de São Paulo que nos acolhem na sua igreja, não tendo para isso hesitado em ceder-nos o lugar que habitualmente lhes cabe na assembleia litúrgica. Soube que se reuniram no campo adjacente e espero, no fim desta Eucaristia, vê-los e abençoá-los, mas desde já lhes digo: «Muito obrigado! Deus suscite entre vós e por vós muitos apóstolos que sigam as pegadas do vosso Padroeiro».

Fundamental na vida de Paulo foi o seu encontro com Jesus, quando ia a caminho de Damasco: Cristo aparece-lhe como luz deslumbrante, fala-lhe, conquista-o. O apóstolo viu Jesus ressuscitado, ou seja, o homem na sua estatura perfeita. Dá-se então nele uma inversão de perspectiva, passando a ver tudo a partir desta estatura final do homem em Jesus: o que antes lhe parecia essencial e fundamental, agora para ele não passa de «lixo»; já não é «lucro», mas perda, porque agora só conta a vida em Cristo (cf. Fil 3, 7-8). Não se trata simplesmente de uma maturação do «eu» de Paulo, mas de morte para si mesmo e de ressurreição em Cristo: morreu nele uma forma de existência; uma forma nova nasceu nele com Jesus ressuscitado.

Meus irmãos e amigos, «procuremos conhecer o Senhor» ressuscitado! Como sabeis, Jesus, homem perfeito, é também o nosso Deus verdadeiro. N’Ele, Deus tornou-Se-nos visível, para nos fazer participantes da sua vida divina. E assim, com Ele, inaugurou-se uma nova dimensão do ser, da vida, na qual se integrou também a matéria, e através da qual surge um mundo novo. Mas, este salto de qualidade da história universal que Jesus fez por nós e para nós, concretamente como chega ao ser humano, permeando a sua vida e arrebatando-a para o Alto? Chega a cada um de nós através da fé e do baptismo. De facto, este sacramento é morte e ressurreição, transformação numa vida nova, a ponto de a pessoa baptizada poder afirmar com Paulo: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20). Vivo, mas já não sou eu. De certo modo, é-me tirado o meu eu, para ser integrado num Eu maior; tenho ainda o meu eu, mas transformado e aberto aos outros por meio da minha inserção no Outro: em Cristo adquiro o meu novo espaço de vida. E o que é feito de nós? Responde Paulo: Vós tornastes-vos um em Cristo Jesus (cf. Gal 3, 28).

E, mediante o nosso ser cristificado por obra e graça do Espírito de Deus, se vai completando a gestação do Corpo de Cristo na história. Neste momento, apraz-me recuar com o pensamento quinhentos anos atrás, ou seja, aos anos 1506 e sucessivos, quando nestas terras, então visitadas pelos portugueses, se levantou o primeiro reino cristão subsaariano, graças à fé e determinação do rei Dom Afonso I Mbemba-a-Nzinga, que reinou desde o referido ano de 1506 até 1543, ano em que faleceu; o reino permaneceu oficialmente católico nos séculos XVI a XVIII e com embaixador em Roma. Vedes como duas etnias muito diferentes – banta e lusíada – puderam encontrar na religião cristã uma plataforma de entendimento, esforçando-se por que esse entendimento perdurasse e as divergências – que as houve, e graves – não afastassem os dois reinos! De facto, o baptismo faz com que todos os crentes sejam um só em Cristo.

Hoje cabe a vós, irmãos e irmãs, na senda destes heróicos e santos mensageiros de Deus, oferecer Cristo ressuscitado aos vossos compatriotas. Muitos deles vivem no temor dos espíritos, dos poderes nefastos de que se crêem ameaçados; desnorteados, chegam a condenar meninos da rua e até os mais velhos, porque – dizem – são feiticeiros. Quem pode ir ter com eles para lhes anunciar que Cristo venceu a morte e todos esses poderes obscuros (cf. Ef 1, 19-23; 6, 10-12)? Objectam alguns: «Por que motivo não os deixamos em paz? Eles têm a sua verdade; nós, a nossa. Convivamos pacificamente, deixando cada um como é, realizando do melhor modo a sua autenticidade». Mas, se estamos convencidos e temos a experiência de que, sem Cristo, a vida é incompleta, falta uma realidade – e a realidade fundamental –, devemos também estar convencidos de que não fazemos injustiça a ninguém se lhe mostrarmos Cristo e lhe oferecermos a possibilidade de encontrar, deste modo, também a sua verdadeira autenticidade, a alegria de ter encontrado a vida. Antes, devemos fazê-lo, é obrigação nossa oferecer a todos esta possibilidade de alcançarem a vida eterna.

Venerados e amados irmãos e irmãs, digamos-lhes como o povo israelita: «Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu, Ele nos curará». Ajudemos a encontrar-se a miséria humana com a Misericórdia divina. O Senhor faz-nos seus amigos, entrega-Se a nós, entrega-nos o seu Corpo na Eucaristia, entrega-nos a sua Igreja. E então devemos ser verdadeiramente seus amigos, ter com Ele um só sentir, querer aquilo que Ele quer e não querer aquilo que Ele não quer. O próprio Jesus disse: «Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando» (Jo 15, 14). Seja este o nosso propósito comum: fazermos, todos juntos, a sua santa vontade: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda a criatura» (Mc 16, 15). Abracemos a sua vontade, como fez São Paulo: «Anunciar o Evangelho (…) é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não evangelizar!» (1 Cor 9, 16).

[00420-06.01] [Texto original: Português]

  TRADUZIONE IN LINGUA ITALIANA

Carissimi fratelli e sorelle,
Amati lavoratori della vigna del Signore!

Come abbiamo sentito, i figli d’Israele si dicevano l’un l’altro: «Affrettiamoci a conoscere il Signore». Essi si rincuoravano con queste parole, mentre si vedevano sommersi dalle tribolazioni. Queste erano cadute su di loro – spiega il profeta – perché vivevano nell’ignoranza di Dio; il loro cuore era povero d’amore. E il solo medico in grado di guarirlo era il Signore. Anzi, è stato proprio Lui, come buon medico, ad aprire la ferita, affinché la piaga guarisse. E il popolo si decide: «Venite, ritorniamo al Signore: Egli ci ha straziato ed Egli ci guarirà» (Os 6, 1). In questo modo hanno potuto incrociarsi la miseria umana e la Misericordia divina, la quale null’altro desidera se non accogliere i miseri.

Lo vediamo nella pagina del Vangelo proclamata: «Due uomini salirono al tempio a pregare»; di là, uno «tornò a casa sua giustificato, a differenza dell’altro» (Lc 18, 10.14). Quest’ultimo aveva esposto tutti i suoi meriti davanti a Dio, quasi facendo di Lui un suo debitore. In fondo, egli non sentiva il bisogno di Dio, anche se Lo ringraziava per avergli concesso di essere così perfetto e «non come questo pubblicano». Eppure sarà proprio il pubblicano a scendere a casa sua giustificato. Consapevole dei suoi peccati, che lo fanno rimanere a testa bassa – in realtà però egli è tutto proteso verso il Cielo –, egli aspetta ogni cosa dal Signore: «O Dio, abbi pietà di me peccatore» (Lc 18, 13). Egli bussa alla porta della Misericordia, la quale si apre e lo giustifica, «perché – conclude Gesù – chi si esalta sarà umiliato e chi si umilia sarà esaltato» (Lc 18, 14).

Di questo Dio, ricco di Misericordia, ci parla per esperienza personale san Paolo, patrono della città di Luanda e di questa stupenda chiesa, edificata quasi cinquant’anni fa. Ho voluto sottolineare il bimillenario della nascita di san Paolo con il Giubileo paolino in corso, allo scopo di imparare da lui a conoscere meglio Gesù Cristo. Ecco la testimonianza che egli ci ha lasciato: «Questa parola è sicura e degna di essere da tutti accolta: Cristo Gesù è venuto nel mondo per salvare i peccatori e di questi il primo sono io. Ma appunto per questo io ho ottenuto misericordia, perché Gesù Cristo ha voluto dimostrare in me, per primo, tutta la sua magnanimità, affinché «fossi di esempio a quelli che avrebbero creduto in Lui per avere la vita eterna» (1 Tm 1, 15-16). E, con il passare dei secoli, il numero dei raggiunti dalla grazia non ha cessato di aumentare. Tu ed io siamo di loro. Rendiamo grazie a Dio perché ci ha chiamati ad entrare in questa processione dei tempi per farci avanzare verso il futuro. Seguendo coloro che hanno seguito Gesù, con loro seguiamo lo stesso Cristo e così entriamo nella Luce.

Cari fratelli e sorelle, provo una grande gioia nel trovarmi oggi in mezzo a voi, miei compagni di giornata nella vigna del Signore; di questa vi occupate con cura quotidiana preparando il vino della Misericordia divina e versandolo poi sulle ferite del vostro popolo così tribolato. Mons. Gabriel Mbilingi si è fatto interprete delle vostre speranze e fatiche nelle gentili parole di benvenuto che mi ha rivolto. Con animo grato e pieno di speranza, vi saluto tutti – donne e uomini dediti alla causa di Gesù Cristo – che qui vi trovate e quanti ne rappresentate: Vescovi, presbiteri, consacrate e consacrati, seminaristi, catechisti, leaders dei più diversi Movimenti e Associazioni di questa amata Chiesa di Dio. Desidero ricordare inoltre le religiose contemplative, presenza invisibile ma estremamente feconda per i passi di tutti noi. Mi sia permessa infine una parola particolare di saluto ai Salesiani e ai fedeli di questa parrocchia di san Paolo che ci accolgono nella loro chiesa, senza esitare per questo a cederci il posto che abitualmente spetta ad essi nell’assemblea liturgica. Ho saputo che si trovano radunati nel campo adiacente e spero, al termine di quest’Eucaristia, di poterli vedere e benedire, ma fin d’ora dico loro: «Grazie tante! Dio susciti in mezzo a voi e per mezzo vostro tanti apostoli nella scia del vostro Patrono».

Fondamentale nella vita di Paolo è stato il suo incontro con Gesù, quando camminava per la strada verso Damasco: Cristo gli appare come luce abbagliante, gli parla, lo conquista. L’apostolo ha visto Gesù risorto, ossia l’uomo nella sua statura perfetta. Quindi si verifica in lui un’inversione di prospettiva, ed egli giunge a vedere ogni cosa a partire da questa statura finale dell’uomo in Gesù: ciò che prima gli sembrava essenziale e fondamentale, adesso per lui non vale più della «spazzatura»; non è più «guadagno» ma perdita, perché ora conta soltanto la vita in Cristo (cfr Fl 3, 7-8). Non si tratta di semplice maturazione dell’«io» di Paolo, ma di morte a se stesso e di risurrezione in Cristo: è morta in lui una forma di esistenza; una forma nuova è nata in lui con Gesù risorto.

Miei fratelli e amici, «affrettiamoci a conoscere il Signore» risorto! Come sapete, Gesù, uomo perfetto, è anche il nostro vero Dio. In Lui, Dio è diventato visibile ai nostri occhi, per farci partecipi della sua vita divina. In questo modo, viene inaugurata con Lui una nuova dimensione dell’essere, della vita, nella quale viene integrata anche la materia e mediante la quale sorge un mondo nuovo. Ma questo salto di qualità della storia universale che Gesù ha compiuto al nostro posto e per noi, in concreto come raggiunge l’essere umano, permeando la sua vita e trascinandola verso l’Alto? Raggiunge ciascuno di noi attraverso la fede e il Battesimo. Infatti, questo sacramento è morte e risurrezione, trasformazione in una vita nuova, a tal punto che la persona battezzata può affermare con Paolo: «Non sono più io che vivo, ma Cristo vive in me» (Gl 2, 20). Vivo io, ma già non più io. In certo modo, mi viene tolto il mio io, e viene integrato in un Io più grande; ho ancora il mio io, ma trasformato e aperto agli altri mediante il mio inserimento nell’Altro: in Cristo, acquisto il mio nuovo spazio di vita. Che cosa è dunque avvenuto di noi? Risponde Paolo: Voi siete diventati uno in Cristo Gesù (cfr Gl 3, 28).

E, mediante questo nostro essere cristificato per opera e grazia dello Spirito di Dio, pian piano si va completando la gestazione del Corpo di Cristo lungo la storia. In questo momento, mi piace andare col pensiero indietro di cinquecento anni, ossia agli anni 1506 e seguenti, quando in queste terre, allora visitate dai portoghesi, venne costituito il primo regno cristiano sub-sahariano, grazie alla fede e alla determinazione del re Dom Afonso I Mbemba-a-Nzinga, che regnò dal menzionato anno 1506 fino al 1543, anno in cui morì; il regno rimase ufficialmente cattolico dal secolo XVI fino al XVIII, con un proprio ambasciatore in Roma. Vedete come due etnie tanto diverse – quella banta e quella lusiade – hanno potuto trovare nella religione cristiana una piattaforma d’intesa, e si sono impegnate poi perché quest’intesa durasse a lungo e le divergenze – ce ne sono state, e di gravi – non separassero i due regni! Di fatto, il Battesimo fa sì che tutti i credenti siano uno in Cristo.

Oggi spetta a voi, fratelli e sorelle, sulla scia di quegli eroici e santi messaggeri di Dio, offrire Cristo risorto ai vostri concittadini. Tanti di loro vivono nella paura degli spiriti, dei poteri nefasti da cui si credono minacciati; disorientati, arrivano al punto di condannare bambini della strada e anche i più anziani, perché – dicono – sono stregoni. Chi può recarsi da loro ad annunziare che Cristo ha vinto la morte e tutti quegli oscuri poteri (cfr Ef 1, 19-23; 6, 10-12)? Qualcuno obietta: «Perché non li lasciamo in pace? Essi hanno la loro verità; e noi, la nostra. Cerchiamo di convivere pacificamente, lasciando ognuno com’è, perché realizzi nel modo migliore la propria autenticità». Ma, se noi siamo convinti e abbiamo fatto l’esperienza che, senza Cristo, la vita è incompleta, le manca una realtà – anzi la realtà fondamentale –, dobbiamo essere convinti anche del fatto che non facciamo ingiustizia a nessuno se gli presentiamo Cristo e gli diamo la possibilità di trovare, in questo modo, anche la sua vera autenticità, la gioia di avere trovato la vita. Anzi, dobbiamo farlo, è un obbligo nostro offrire a tutti questa possibilità di raggiungere la vita eterna.

Venerati e amati fratelli e sorelle, diciamo loro come il popolo israelita: «Venite, ritorniamo al Signore: Egli ci ha straziato ed Egli ci guarirà». Aiutiamo la miseria umana ad incontrarsi con la Misericordia divina. Il Signore fa di noi i suoi amici, Egli si affida a noi, ci consegna il suo Corpo nell’Eucaristia, ci affida la sua Chiesa. E allora dobbiamo essere davvero suoi amici, avere un solo sentire con Lui, volere ciò che Egli vuole e non volere ciò che Egli non vuole. Gesù stesso ha detto: «Voi siete miei amici, se farete ciò che Io vi comando» (Gv 15, 14). Sia questo il nostro impegno comune: fare, tutti insieme, la sua santa volontà: «Andate in tutto il mondo e predicate il Vangelo ad ogni creatura» (Mc 16, 15). Abbracciamo la sua volontà, come ha fatto san Paolo: «Predicare il Vangelo (…) è un dovere per me: guai a me se non annuncio il Vangelo!» (1 Cr 9, 16).

[00420-01.01] [Testo originale: Portoghese]

  TRADUZIONE IN LINGUA FRANCESE

Chers frères et sœurs,
Bien-aimés ouvriers de la vigne du Seigneur,

Comme nous venons de l’entendre, les fils d’Israël se disaient l’un à l’autre : « efforçons-nous de connaître le Seigneur ». Par ces paroles, ils s’encourageaient mutuellement, alors qu’ils étaient plongés dans les tribulations. Celles-ci les avaient accablés – explique le prophète – parce qu’ils vivaient dans l’ignorance de Dieu ; et leurs cœurs étaient pauvres d’amour. Le seul médecin en mesure de les guérir, c’était le Seigneur. Mieux encore, lui-même, comme un bon médecin, ouvre la plaie, afin de guérir la blessure. Le peuple se décide alors : « Allons ! Revenons au Seigneur ! C’est lui qui nous a cruellement déchirés, c’est lui qui nous guérira » (Os 6, 1). De cette manière, ont pu se rencontrer la misère humaine et la Miséricorde divine, laquelle ne désire rien d’autre que d’accueillir les miséreux.

Nous le voyons dans la page d’Évangile qui vient d’être proclamée : « Deux hommes montèrent au Temple pour prier » ; et de là, l’un s’en retourna « juste, et l’autre, non » (Lc 18, 10.14). Ce dernier avait mis en avant tous ses mérites devant Dieu, faisant de Lui presque son débiteur. Au fond, celui-ci n’éprouvait pas le besoin de Dieu, même si il Le remerciait de lui avoir accordé d’être si parfait « et non comme ces publicains ». Pourtant, c’est le publicain qui reviendra chez lui justifié. Conscient de ses péchés qui le faisaient rester la tête basse – mais en réalité il était tout tourné vers le Ciel -, il attendait tout du Seigneur : « Mon Dieu, prends pitié du pécheur que je suis » (Lc 18, 13). Il frappait à la porte de la Miséricorde, laquelle s’ouvre et le justifie, parce que – conclut Jésus : « Qui s’élève sera abaissé ; qui s’abaisse sera élevé » (Lc 18, 14).

De ce Dieu, riche en miséricorde, saint Paul nous parle en vertu de son expérience personnelle, lui qui est le patron de la ville de Luanda et de cette magnifique église, construite voilà près de cinquante ans. J’ai souhaité souligner le bimillénaire de la naissance de saint Paul par la célébration de l’Année paulinienne qui est en cours, dans le but d’apprendre de lui à mieux connaître Jésus Christ. Tel est le témoignage qu’il nous a laissé : « Voici une parole sûre, et qui mérite d’être accueillie sans réserve : le Christ Jésus est venu dans le monde pour sauver les pécheurs ; et moi le premier, je suis pécheur, mais si le Christ Jésus m’a pardonné, c’est pour que je sois le premier en qui toute sa générosité se manifesterait ; je devais être le premier exemple de ceux qui croiraient en lui pour la vie éternelle » (1 Tm 1, 15-16). Au fil des siècles, le nombre de ceux qui ont été rejoints par la grâce n’a cessé d’augmenter. Toi et moi, nous sommes de ceux-là. Nous rendons grâce à Dieu parce qu’il nous a appelés à prendre place dans cet immense cortège pour nous conduire vers l’avenir. À la suite de ceux qui ont suivi Jésus, et avec eux, nous suivons le même Christ et ainsi, entrons-nous dans la Lumière.

Chers frères et sœurs, j’éprouve une grande joie à me retrouver parmi vous, qui êtes mes compagnons de labeur dans la vigne du Seigneur; dont vous prenez soin quotidiennement, préparant le vin de la Miséricorde divine et le versant sur les plaies de votre peuple si meurtri. Monseigneur Gabriel Mbilingi s’est fait l’interprète de vos espérances et de vos peines dans les paroles aimables qu’il m’a adressées. Avec reconnaissance et plein d’espérance, je vous salue tous – hommes et femmes donnés à la cause de Jésus – qui êtes ici et qui en représentez tant d’autres : Évêques, prêtres, personnes consacrées, séminaristes, catéchistes, responsables des mouvements et des associations les plus divers de cette chère Église de Dieu. Je désire faire mémoire aussi des religieuses contemplatives, présence invisible mais si féconde pour les pas de chacun d’entre nous. Que me soit permis enfin une parole toute particulière à l’adresse des Salésiens et aux fidèles de cette paroisse saint Paul qui nous accueillent dans leur église, sans hésiter pour cela à céder les places qu’ils occupent habituellement dans l’assemblée liturgique. J’ai appris qu’ils se trouvaient réunis dans le champ adjacent et j’espère, à la fin de cette Eucharistie, pouvoir les saluer et les bénir, mais d’ors et déjà, je leur dis : « Merci beaucoup ! Que Dieu suscite au milieu de vous et grâce à vous de nombreux apôtres dans le sillage de votre saint Patron ! »

La rencontre avec Jésus, alors qu’il marchait sur le chemin de Damas, a été fondamentale dans la vie de Paul : le Christ lui apparaît comme une lumière éblouissante, lui parle et conquiert son cœur. L’apôtre a vu Jésus ressuscité, c’est-à-dire l’homme dans sa stature parfaite. C’est alors produit en lui un renversement de perspective, et il s’est mis à envisager toute chose à partir de cette état final de l’homme en Jésus Christ : ce qui lui semblait à l’origine essentiel et fondamental ne vaut désormais pour lui pas plus que des « balayures » ; ce n’est plus un gain mais une perte, parce que maintenant ne compte plus que la vie dans le Christ (cf. Ph 3, 7-8). Il ne s’agit pas d’une simple maturation du « moi » de Paul, mais d’une mort à soi-même et d’une résurrection dans le Christ : en lui, est morte une certaine forme d’existence ; et avec Jésus ressuscité, une forme nouvelle est née.

Chers frères et amis, « efforçons-nous de connaître le Seigneur » ressuscité ! Comme vous le savez, Jésus, homme parfait, est aussi le vrai Dieu. En Lui, Dieu est devenu visible à nos yeux pour nous rendre participants de sa divinité. De cette façon, surgit avec lui une nouvelle dimension de l’être et de la vie, dans laquelle la matière a elle aussi sa part et par laquelle apparaît un monde nouveau. Mais, dans l’histoire universelle, ce saut qualitatif que Jésus a accompli à notre place et pour nous, comment concrètement rejoint-il l’être humain, en pénétrant sa vie et en l’emportant vers le Haut ? Il rejoint chacun d’entre nous à travers la foi et le baptême. En effet, ce sacrement est mort et résurrection, transformation en une vie nouvelle, à tel point que la personne baptisée peut affirmer avec saint Paul : « je vis, mais ce n’est plus moi, c’est le Christ qui vit en moi » (Ga 2, 20). Je vis, mais ce n’est déjà plus moi. D’une certaine façon, je suis enlevé à moi-même, et je suis intégré en un « Moi » plus grand ; mon moi est encore présent, mais il est transformé et ouvert aux autres moyennant mon insertion dans un Autre : dans le Christ, j’ai acquis mon nouvel espace de vie. Qu’est-il donc advenu de nous ? Paul répond : vous êtes devenus un dans le Christ (cf. Ga 3, 28).

Grâce à cet être christifié par l’œuvre et la grâce de l’Esprit Saint, se réalise peu à peu la croissance du Corps du Christ tout au long de l’Histoire. En cet instant, il me plaît de revenir, par la pensée, cinq cents ans plus tôt, c’est-à-dire, vers les années 1506 et suivantes, quand sur cette terre, alors que les portugais étaient présents, s’est formé le premier royaume chrétien sub-saharien, grâce à la foi et à la détermination politique du roi Dom Afonso I Mbemba-a-Hzinga, qui règna de 1506 à 1543, année de sa mort ; le royaume demeura officiellement catholique de la fin du XVIè jusqu’au XVIIIè siècle, ayant son ambassadeur à Rome. Vous voyez comment deux peuples si divers – bantou et lusitanien – ont pu trouver dans la religion chrétienne un lieu d’entente, et se sont employés ensuite à ce que cette entente se prolonge et que les divergences – il y en a eu, et d’importantes – ne séparent pas les deux royaumes. De fait, le Baptême permet que tous les croyants soient un dans le Christ.

Aujourd’hui, il vous revient, frères et sœurs, dans le sillage des saints et héroïques messagers de Dieu, de présenter le Christ ressuscité à vos concitoyens. Ils sont si nombreux à vivre dans la peur des esprits, des pouvoirs néfastes dont ils se croient menacés ; désorientés, ils en arrivent à condamner les enfants des rues et aussi les anciens, parce que – disent-ils – ce sont des sorciers. Qui ira auprès d’eux pour leur dire que le Christ a vaincu la mort et toutes les puissances des ténèbres (cf. Ep 1, 19-23 ; 6, 10-12) ? Quelqu’un objectera : «Pourquoi ne les laissons-nous pas en paix ? Ceux-ci ont leur vérité ; et nous, la nôtre. Cherchons à vivre pacifiquement, en laissant chacun comme il est, afin qu’il réalise le plus parfaitement possible sa propre identité ». Mais si nous sommes convaincus et avons fait l’expérience que, sans le Christ, la vie est inachevée, qu’une réalité – la réalité fondamentale – lui fait défaut, nous devons être également convaincus du fait que nous ne faisons d’injustice à personne si nous lui présentons le Christ et lui donnons la possibilité de trouver de cette façon, non seulement sa véritable authenticité, mais aussi la joie d’avoir trouvé la vie. Bien plus, avons-nous le devoir de le faire ; c’est un devoir d’offrir à tous cette possibilité dont dépend leur éternité.

Frères et sœurs très chers, disons-leur comme le peuple d’Israël : « Allons ! Revenons au Seigneur ! C’est lui qui nous a cruellement déchirés, c’est lui qui nous guérira ». Aidons la misère de l’homme à rencontrer la Miséricorde divine. Le Seigneur fait de nous ses amis, Il s’en remet à nous, Il nous confie son Corps dans l’Eucharistie, Il nous confie son Église. Nous devons donc être véritablement ses amis, avoir avec Lui les mêmes sentiments, vouloir ce que Lui veut et ne pas vouloir ce qu’Il ne veut pas. Jésus lui-même a dit : « Vous êtes mes amis si vous faites ce que je vous commande » (Jn 15, 14). Que ce soit là notre engagement commun : faire, ensemble, sa sainte volonté : « Allez dans le monde entier. Proclamez la Bonne Nouvelle à toute la création » (Mc 16, 15). Épousons sa volonté, comme saint Paul l’a fait : Annoncer l’Évangile, « c’est une nécessité qui s’impose à moi : malheur à moi si je n’annonçais pas l’Évangile ! » (1 Co 9, 16).

[00420-03.01] [Texte original: Portugais]

  TRADUZIONE IN LINGUA INGLESE

Dear Brothers and Sisters,
Beloved labourers in the Lord’s vineyard,

As we have just heard, the children of Israel said to one another, "let us make haste to know the Lord." They encouraged one another with these words amid their many tribulations. These misfortunes had overtaken them – the Prophet explains – because they lived without knowledge of God; their hearts were poor in love. The only physician capable of healing them was the Lord. Indeed, he himself, as a good physician, opened their wounds so that the sore might heal. And the people made up their mind: "Come, let us return to the Lord; for he has torn, that he may heal us" (Hos 6:1). Thus human poverty was to intersect with divine mercy, which desires only to embrace the poor.

We see this in the Gospel passage that we have just heard: "Two men went up into the temple to pray"; the one "went down to his house justified rather than the other" (Lk 18:10, 14). The latter had paraded all his merits before God, virtually making God his debtor. Deep down, he felt no need for God, even though he thanked him for letting him become so perfect, "not like this tax collector". And yet it was the tax collector who went down to his house justified. Conscious of his sins, and so not even lifting his head – although in his trust he is completely turned towards Heaven – he awaits everything from the Lord: "O God, be merciful to me, a sinner" (Lk 18:13). He knocks on the door of mercy, which then opens and justifies him, for, as Jesus concludes: "everyone who exalts himself will be humbled, but he who humbles himself will be exalted" (Lk 18:14).

Saint Paul, the patron saint of the city of Luanda and of this splendid church built some fifty years ago, speaks to us from personal experience about this God who is rich in mercy. I wanted to highlight the second millennium of the birth of Saint Paul by celebrating the present Pauline Year, so that we can learn from him how to know Jesus Christ more fully. This is the testimony which Paul has bequeathed to us: "The saying is sure and worthy of full acceptance, that Jesus Christ came into the world to save sinners. And I am the foremost of sinners; but I received mercy for this reason, that in me, as the foremost, Jesus Christ might display his perfect patience for an example to those who were to believe in him for eternal life" (1 Tim 1:15-16). In the course of the centuries, the number of people touched by grace has continually grown. You and I are among them. Let us give thanks to God because he has called us to be part of this age-long procession and thus to advance towards the future. In the footsteps of all Jesus’ followers, let us join them in following Christ himself and thus enter into the Light.

Dear brothers and sisters, I feel great joy to be here today with you, my fellow-workers in the Lord’s vineyard, where you labour daily to prepare the wine of divine mercy and to pour it out as balm on the wounds of your people who have suffered so many tribulations. Archbishop Gabriel Mbilingi has spoken of your hopes and your struggles in his gracious words of welcome. With a heart full of gratitude and hope I greet you all – women and men devoted to the cause of Jesus Christ – those of you who are here and the many others whom you represent: Bishops, priests, consecrated men and women, seminarians, catechists, leaders of the many different movements and associations present in this beloved Church of God. I would also like to mention the contemplative women religious, an unseen but extremely fruitful presence for our common journey. Finally, let me offer a particular greeting to the Salesian community and the faithful of this parish of Saint Paul; they have welcomed us to their church, without hesitating to yield the place which is usually theirs in the liturgical assembly. I know that they are gathered in the field next door, and I hope, at the end of this Eucharist, to see them and give them my blessing, but even now I say to them: "Many thanks! May God raise up in you, and through you, many apostles modelled on your patron."

The decisive event in Paul’s life was his encounter with Jesus on the road to Damascus: Christ appeared to him as a dazzling light, he spoke to him and he won him over. The Apostle saw the Risen Jesus; and in him he beheld the full stature of humanity. As a result Paul experienced an inversion of perspective; he now saw everything in the light of this perfect stature of humanity in Christ: what had earlier seemed essential and fundamental, he now considered nothing more than "refuse"; no longer "gain" but loss, for now the only thing that mattered was life in Christ (cf. Phil 3:7-8). Far from being merely a stage in Paul’s personal growth, this was a death to himself and a resurrection in Christ: one form of life died in him, and a new form was born, with the Risen Christ.

My brothers and sisters, "let us make haste to know the Lord", the Risen One! As you know, Jesus, perfect man, is also our true God. In him, God became visible to our eyes, to give us a share in his divine life. With him a new dimension of being, of life, has come about, a dimension which integrates matter and through which a new world arises. But this qualitative leap in universal history which Jesus brought about in our place and for our sake – how is it communicated to human beings, how does it permeate their life and raise it on high? It comes to each of us through faith and Baptism. This sacrament is truly death and resurrection, transformation and new life, so much so that the baptized person can say together with Paul: "It is no longer I who live, but Christ who lives in me" (Gal 2:20). I live, but no longer I. In a certain way, my identity has been taken away and made part of an even greater identity; I still have my personal identity, but now it is changed and open to others as a result of my becoming part of Another: in Christ I find myself living on a new plane. What then has happened to us? Paul gives us the answer: You have become one in Christ Jesus (cf. Gal 3:28).

Through this process of our "christification" by the working and grace of God’s Spirit, the gestation of the Body of Christ in history is gradually being accomplished in us. At this moment I would like to go back in thought five centuries, to the years following 1506, when, in these lands, then visited by the Portuguese, the first sub-Saharan Christian kingdom was established, thanks to the faith and determination of the king, Dom Alphonsus I Mbemba-a-Nzinga, who reigned from 1506 until his death in 1543. The kingdom remained officially Catholic from the sixteenth century until the eighteenth, with its own ambassador in Rome. You see how two quite different ethnic groups – the Bantu and the Portuguese – were able to find in the Christian religion common ground for understanding, and committed themselves to ensuring that this understanding would be long-lasting, and that differences – which undoubtedly existed, and great ones at that – would not divide the two kingdoms! For Baptism enables all believers to be one in Christ.

Today it is up to you, brothers and sisters, following in the footsteps of those heroic and holy heralds of God, to offer the Risen Christ to your fellow citizens. So many of them are living in fear of spirits, of malign and threatening powers. In their bewilderment they end up even condemning street children and the elderly as alleged sorcerers. Who can go to them to proclaim that Christ has triumphed over death and all those occult powers (cf. Eph 1:19-23; 6:10-12)? Someone may object: "Why not leave them in peace? They have their truth, and we have ours. Let us all try to live in peace, leaving everyone as they are, so they can best be themselves." But if we are convinced and have come to experience that without Christ life lacks something, that something real – indeed, the most real thing of all – is missing, we must also be convinced that we do no injustice to anyone if we present Christ to them and thus grant them the opportunity of finding their truest and most authentic selves, the joy of finding life. Indeed, we must do this. It is our duty to offer everyone this possibility of attaining eternal life.

Dear brothers and sisters, let us say to them, in the words of the Israelite people: "Come, let us return to the Lord; for he has torn, that he may heal us." Let us enable human poverty to encounter divine mercy. The Lord makes us his friends, he entrusts himself to us, he gives us his Body in the Eucharist, he entrusts his Church to us. And so we ought truly to be his friends, to be one in mind with him, to desire what he desires and to reject what he does not desire. Jesus himself said: "You are my friends if you do what I command you" (Jn 15:14). Let this, then, be our common commitment: together to do his holy will: "Go into all the world and preach the Gospel to the whole creation" (Mk 16:15). Let us embrace his will, like Saint Paul: "Preaching the Gospel … is a necessity laid upon me; woe to me if I do not preach the Gospel!" (1 Cor 9:16).

[00420-02.01] [Original text: Portuguese]

Al termine della Celebrazione Eucaristica, il Santo Padre rientra alla Nunziatura Apostolica di Luanda dove pranza in privato.

[B0186-XX.01]