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MESSAGGIO DEL SANTO PADRE AI FEDELI BRASILIANI IN OCCASIONE DELLA CAMPAGNA DI FRATERNITÀ 2002, 09.02.2002


MESSAGGIO DEL SANTO PADRE AI FEDELI BRASILIANI IN OCCASIONE DELLA CAMPAGNA DI FRATERNITÀ 2002

Ha inizio mercoledì prossimo 13 febbraio, giorno delle Ceneri, la Campagna di Fraternità 2002 promossa dalla Conferenza Episcopale Brasiliana sul tema: "Popoli indigeni".

Riportiamo di seguito il testo del Messaggio che, come di consueto, il Papa rivolge ai fedeli brasiliani per l’occasione:

Ao Venerável Irmão no Episcopado
D. Raymundo Damasceno Assis
Secretário-Geral da CNBB

«Eis o tempo oportuno, eis o dia da salvação» (2Cor 6,2)

Com estas palavras da Sagrada Escritura, desejo unir-me a toda a Igreja que está no Brasil, para dar início à Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema «Fraternidades e povos indígenas» e como lema «Por uma terra sem males», com os votos de que seja estimulada a fraternidade cristã com todos os povos da mesma família humana.

Neste "tempo oportuno, tempo de salvação", que é a Quaresma, invocamos a luz do Altíssimo a fim de que conceda a todos o arrependimento e o conhecimento da verdade (cf. 2Tim 2,25). E a verdade, como já tive ocasião de dizer na minha 2ª viagem pastoral ao Brasil, é que «aos olhos de Deus (...) só existe uma raça: a raça dos homens chamados a serem filhos de Deus. Só existe um povo, formado de muitos povos, cada um deles com seu modo de ser, sua cultura e suas tradições: a humanidade que Jesus resgatou, e salvou, com o preço do seu Sangue» (Discurso, 16/10/1991, 1). Ora, «aos que se voltam com fé para Cristo, autor de salvação e princípio de unidade e de paz, Deus chamou-os e constituiu-os em Igreja, a fim de que ela seja para todos e cada um sacramento desta unidade salutar. Destinada a estender-se a todas as regiões, ela entra na história dos homens, ao mesmo tempo que transcende os tempos e as fronteiras dos povos» (LG, 9). Deste modo, a Igreja quer introduzir o Evangelho nas culturas dos povos, transmitindo-lhes sua verdade, assumindo, sem comprometer de modo algum a especificidade e a integridade da fé cristã, o que de bom existe nessas culturas e renovando-as a partir de dentro (cf. Redemptoris missio, 52), levando a todos a mensagem de salvação realizada por Cristo.

Enquanto Cristo não conheceu o pecado mas veio apenas expiar os pecados do povo, a Igreja, «contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação»(LG, 8). Eis o "tempo oportuno"! Na sua dimensão penitencial e batismal (SC, 109), a Quaresma leva a todos os batizados a reviverem e a aprofundarem todas as etapas do caminho da fé, para que, consciente e generosamente, renovem sua aliança com Deus. A consciência da filiação divina pelo Batismo, poderá servir então de renovação espiritual e de fraternidade com seus irmãos, sobretudo com os que clamam por uma maior justiça e solidariedade.

Por isso, a Igreja permanecerá sempre ao lado dos que sofrem as consequências da pobreza e da marginalização, e seguirá estendo sua mão materna aos povos indígenas para colaborar na construção de uma sociedade onde todos e cada um, criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26), vejam respeitados seus direitos, tendo condições de vida conforme sua dignidade de filhos de Deus e irmãos em Jesus Cristo.

Peço a Deus, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, que proteja o Brasil e sua gente e envio, em sinal do mais sincero afeto pela Terra da Santa Cruz, uma propiciadora Bênção Apostólica.

Vaticano, 26 de Novembro de 2001

IOANNES PAULUS II

[00215-06.01] [Texto original: Português]